Após três dias de sumiço, o porco voador do show do Roger Waters no Festival de Coachella foi achado – ou pelo menos, parte dele... Os organizadores do Festival ofereceram uma recompensa de 10 mil dólares e mais quatro passes vitalícios para o Festival de Coachella para a pessoa que encontrasse o porco inflável que saiu voando pelos ares durante a apresentação de Waters.
Um casal achou um pedaço de vinil ontem em uma estrada na cidade de La Quinta, na Califórnia, que fica no Vale de Coachella, a pouco quilômetros do local aonde ocorreu o show de Waters. Sem saber do que se tratava, o casal recolheu o material e o jogou no lixo. Após ler nos jornais que os organizadores estavam atrás do porco, o casal desconfiou que o tal material pudesse ser o (que sobrou do) porco.
Assim, Susan Stolz e seu marido mandaram o seguinte e-mail para a organização do Festival:
"É perfeitamente possível que eu tenha encontrado pelo menos parte do seu porco. Meu marido e eu vivemos em Hideaway. Encontramos uma grande pilha de plástico na manhã de ontem na estrada. O material é pintado de azul, amarelo e prata. Devo advertir que o que achamos não se encontra em bom estado. Talvez o inflável tenha arrebentado. Contudo, se vocês quiserem dar uma olhada, basta me comunicar."
O porco estava preso por cordas no chão e voou exatamente na canção "Pigs On The Wing". Abaixo, um vídeo amador do momento em que o porco decolou...
30 de abr. de 2008
ACHARAM O PORCO VOADOR!!!
RÁPIDAS
A banda Radiohead disse que não vai mais repetir a forma de lançamento do álbum "In Rainbows", quando o ouvinte poderia escolher o valor que iria pagar para baixar o álbum na Internet. Thom Yorke admitiu que o último trabalho foi lançado de forma "única" e que espera que os próximos discos da banda sejam lançados de modo mais "tradicional". "Penso que, hoje, esse tipo de lançamento não teria mais o mesmo significado", disse o vocalista ao "Hollywood Reporter".
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Herbie Hancock vai fazer uma mini-turnê no Brasil em maio. Os shows ocorrerão nos dias 27/05 (Vivo Rio, no Rio de Janeiro), 28/05 (HSBC Brasil, em São Paulo) e 01º/06 (Parque Villa Lobos, também em São Paulo). O último show da turnê brasileira terá entrada franca. Os ingressos para as outras duas apresentações vão começar a ser vendidos na semana que vem. A turnê divulga o álbum "River: The Joni Letters", gravado em homenagem à compositora Joni Mitchel, e que abocanhou o Grammy de melhor disco de 2008.
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Seiscentos mil fãs baixaram, em apenas 24 horas, o novo single do Coldplay, "Violet Hill". A canção pode ser baixada através do site oficial da banda, e estará disponível gratuitamente até o dia 05 de maio.
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O conjunto vocal Spice Girls foi sondado para participar do show de comemoração dos 90 anos de Nelson Mandela, que acontecerá no Hyde Park, em Londres. Mas, ao que tudo indica, as meninas declinarão do convite porque estão com a agenda lotada. Apesar de não poder participar da homenagem, a vocalista Mel B disse que Mandela é um grande homem, e que não acredita que ele fará 90 anos de idade.
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O New Kids On The Block ressurge das cinzas e agenda turnê pela costa leste americana. O show do retorno acontecerá no dia 17 de maio, no Izod Center, em New Jersey.
R.E.M. RETOMA SUAS ORIGENS EM NOVA TURNÊ
A banda R.E.M. anunciou que vai retornar às suas raízes, e tocar diversas canções do início da carreira, em sua próxima turnê, que estréia no próximo dia 23, em Vancouver, Canadá.
"Nos nossos últimos shows em Dublin (em meados de 2007), nós retornamos ao nosso repertório básico e reaprendemos um monte de coisas dos nossos primórdios, que nós não tocávamos havia muito tempo, e isso foi muito inspirador para nós”, disse o guitarrista Peter Buck em entrevista a Billboard.
Buck disse ainda que o show deverá ter umas 9 canções do último disco da banda, "Accelerate". "Vamos tocar umas nove canções, que duram uns 28 minutos. Assim, há muito espaço de sobra para a gente tocar muita coisa de outras fases de nossa carreira", completou.
As canções do início da carreira do R.E.M. em muito se assemelham as de "Accelerate". Aliás, tais músicas foram a fonte de inspiração para o novo trabalho da banda, assim como o relativo fracasso de "Around The Sun", disco lançado pela banda norte-americana em 2004. "Tocar as canções de ‘Around The Sun’ ao vivo, nos ajudou a dar um direcionamento maior no nosso trabalho", disse Buck.
O longo período de gestação de "Around The Sun" também foi traumatizante para a banda, conforme explica o guitarrista: "Eu não tenho interesse em fazer um novo disco do modo que nós trabalhávamos, alugando um estúdio por oito meses e vendo no que ia dar. Eu nunca gostei disso. Prefiro um trabalho mais rápido e espontâneo, ao contrário do [vocalista] Michael Stipe e do [baixista] Mike Mills. Mas acho que a recepção de ‘Around The Sun’ fez com que eles percebessem que não dava mais para trabalhar dessa maneira".
O guitarrista ainda afirmou que já tem uma "tonelada de canções" para o próximo disco do R.E.M.. "Eu acho que todos concordam que este novo trabalho é um disco realmente muito forte, e é forte exatamente por causa da forma como ele foi feito. Assim, quando entrarmos em estúdio para a gravação do próximo, penso que este é o caminho para, ao menos, começar o trabalho", concluiu Peter Buck.
29 de abr. de 2008
RÁPIDAS
A cantora Amy Winehouse trabalha em estúdio com o seu produtor Mick Ronson – o mesmo do multiplatinado “Back To Black” – para gravar uma nova canção, que, ao que tudo indica, será o tema do próximo filme de James Bond, “Quantum Of Solace”. No entanto, a sua gravadora, Island Records, não confirma que tal canção realmente fará parte da trilha sonora do novo longa do espião 007, que vai estrear em Novembro, nos Estados Unidos. Vários artistas já gravaram canções para filmes de James Bond, como Tina Turner, Carly Simon, A-HA e Paul McCartney.
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Enquanto isso, o ex-marido de Amy Winehouse cobra, na Justiça, um valor de três milhões de libras em um divórcio litigioso. O casamento durou um ano, e o ex-marido diz que tem direito ao valor de 250 mil libras por cada mês de casamento.
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Foi divulgada a lista com os artistas que farão parte do elenco do próximo festival de Glastonbury que acontece anulamente na Inglaterra, e é um dos mais respeitados do mundo. O Festival conta com três palcos e vai ter shows de The Raconteurs, Kings Of Leon, Vampire Weekend, Hot Chip, Jay-Z, Massive Attack, além do Panic At The Disco. Como de costume, alguns artistas (um pouco) inusitados, como o cantor e escritor canadense Leonard Cohen e a banda australiana Hoodoo Gurus, também vão participar.
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A banda Nine Inch Nails resolveu inovar na venda de ingressos para a sua próxima turnê. Para evitar cambistas, a banda oferecerá para seus fãs, em pré-venda (72 horas antes da abertura oficial das vendas) no seu site oficial, um lote limitado dos melhores assentos. Cada ingresso terá o nome do comprador impresso e só poderá ser retirado pelo próprio, antes de entrar no local do show, mediante apresentação da carteira de identidade, no dia do evento. Após a retirada do ingresso, o fã será imediatamente direcionado para o seu assento, de forma que não haja possibilidade de revenda. Uma boa idéia que poderia pegar...
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Boatos dão conta de que Pete Doherty (líder do BabyShambles) converteu-se ao Islamismo para ajudá-lo a curar seu vício em drogas. Ao que tudo indica, Doherty está lendo o Alcorão todo dia. O cantor, que está preso em Wormwood Scrubs, na Inglaterra, teria pedido o livro antes de ir para uma cela isolada.
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Comemorando – com atraso de um ano – os 25 anos da morte de Clara Nunes, a gravadora EMI (pela qual a cantora lançou toda a sua obra) prepara um DVD com 21 videoclipes produzidos para o programa “Fantástico”, da Rede Globo, durantes os anos 70 e 80. Sucessos como “Conto de Areia”, “Nação” e “Morena de Angola” estarão presentes. No segundo semetre, a mesma gravadora relançará a caixa com todos os 16 álbuns gravados pela sambista e mais um de raridades.
REVIVAL HONESTO
A onda de discos ao vivo começou há muito tempo, e (felizmente ou infelizmente) está aí até hoje. Remando contra a maré, o Biquini Cavadão entrou em estúdio para regravar seus antigos sucessos. A idéia foi boa, ainda mais se levando em consideração que há menos de três anos, o Biquini lançou o ótimo “Ao Vivo”, gravado no Ceará.
O resultado está nos dois CDs “Sucessos Regravados – 1985/2007”, vendidos separadamente. O repertório está bem dividido, de forma que o fã terá que comprar os dois CDs para ter todos os sucessos da banda. Talvez o Biquini tenha forçado um pouco a barra... Se as 24 canções tivessem sido reduzidas para 20, caberiam todas em um único CD.
Mas, considerando-se que a maior parte dos discos da banda está fora de catálogo, estes novos CDs são uma boa pedida para quem deseja ter, de forma resumida, a melhor parte do trabalho do Biquini. Em 22 anos de carreira e mais de dez discos lançados, o Biquini Cavadão, em 1986 lançou “Cidades em Torrente”, um dos grandes discos do Rock Brasil, com sucessos como “Tédio”, “Timidez”, “No Mundo da Lua” e “Múmias” (todas regravadas no novo disco). Pena que a promessa não se confirmou, e a banda acabou decepcionando em seus álbuns seguintes, com poucos lampejos de criatividade. Exemplos disso são “A Era da Incerteza” (com o sucesso “Ida e Volta”) e “Zé” (com a ótima “Teoria”).
Em 1992, o Biquini deu a volta por cima e lançou o campeão de vendas “Descivilização”, com boas canções como “Zé Ninguém”, “Impossível” e o mega-hit “Vento Ventania”. Depois disso, o Biquini voltou a ter muitos altos e baixos, mas volta e meia, alguma boa música era lançada, como “Janaína” (de 1998), “Quando Te Encontrar” (2000) e “Dani” (2003).
A seleção das canções para este novo trabalho do Biquini foi muito boa, e todas as citadas aqui estão presentes. Alguns arranjos foram modificados, mas o resultado foi bem satisfatório. As músicas foram atualizadas e o som muitas vezes datado dos anos 80, renasceu. Um ótimo exemplo é “Teoria”. Já o arranjo de “Zé Ninguém” não difere muito do original, mas a mudança na letra que agora fala até em mensalão ficou bacana.Outros destaques são “Promessas de Fim de Ano”, uma espécie de “jingle” feito no final de 2005 e que continua atual até hoje; “Chove Chuva”, regravação de Jorge Benjor; e “Arcos”, que segundo a banda, foi feita em homenagem ao primeiro show profissional da banda, em 1985, no Circo Voador, nos Arcos da Lapa.
28 de abr. de 2008
COLDPLAY LANÇA SINGLE GRATUITO NA INTERNET
O Coldplay informa em seu site oficial que a partir de amanhã, às 08h15 da manhã (horário de Brasília), estará disponível para download o novo single da banda, “Violet Hill”. A música poderá ser baixada gratuitamente, direto do site do grupo e estará disponível durante uma semana.
O lançamento mundial do CD “Viva La Vida Or Death And All His Friends” será no dia 12 de junho. Os norte-americanos terão que esperar mais cinco dias para poder comprar o disco.
A banda também anunciou que fará dois shows gratuitos: o primeiro na Brixton Academy, em Londres, no dia 16 de junho; o segundo no Madison Square Garden, em Nova York, em 23 de junho. Informações sobre como adquirir os ingressos também estarão disponíveis no site do Coldplay, a partir de amanhã.
Acima, a capa de “Viva La Vida Or Death And All His Friends”, que tem como base a obra-prima “A Liberdade Guiando o Povo”, do pintor romântico francês Eugene Delacroix.
RÁPIDAS
Em entrevista a revista “Classic Rock”, o cantor Scott Weiland, recentemente expulso do Velvet Revolver, afirmou crer que os seus ex-colegas se reúnam a Axl Rose, fazendo ressurgir a formação clássica do Guns n’ Roses. Além do mais, Weiland deu a entender que a reunião quase ocorreu anteriormente. “Eu acho que eles deveriam voltar sim, para dizer a verdade. Penso que seria a melhor coisa que eles poderiam fazer. Penso que o mundo seria bem mais feliz”, completou.
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O álbum “The Age Of Understatement” do The Last Shadow Puppets estreou em primeiro lugar na parada britânica nesta semana. A banda, que tem entre seus integrantes Alex Turner (do Arctic Monkeys) e Miles Kane (do The Rascals), gravou o disco em apenas duas semanas, durante um período de folga de suas respectivas bandas. O novo álbum do dinossauro “Whitesnake”, “Good To Be Bad”, estreou em sétimo lugar na mesma parada. Já o single número 1 do Reino Unido é “4 Minutes”, de Madonna.
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Uma ameaça de bomba, antes de um show da banda norte-americana Bon Jovi, forçou que o público evacuasse do local durante um período de três horas, na noite do último sábado no BankAtlantic Center, na cidade de Sunrise, Flórida. A polícia recebeu uma ligação às seis da tarde dando conta de que o local do show ia ser alvo de duas bombas por volta das oito da noite. Não há suspeitos e, apesar do atraso, o show aconteceu normalmente.
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A banda The Byrds lançará em junho um material que estava guardado na coleção particular do vocalista Roger McGuinn. Trata-se de uma gravação ao vivo de um show do grupo no Royal Albert Hall, Londres, em 1971. Àquela ápoca, a banda contava com sua formação clássica, com Roger McGuinn, Clarence White, Skip Battin and Gene Parsons. Novos lançamentos de gravações inéditas da banda não estão descartadas.
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Não há nada confirmado oficialmente, mas o site da Amazon já anuncia pré-venda do novo disco do Metallica para o dia 28 de outubro.
27 de abr. de 2008
ADRIANA CALCANHOTTO ANUNCIA TURNÊ DE “MARÉ”
A cantora e compositora Adriana Calcanhotto, que acaba de lançar o seu novo disco “Maré”, anunciou uma turnê que vai rodar Brasil e Portugal. Antes, porém, Calcanhotto vai se apresentar em Buenos Aires, no dia 10 de maio, no Teatro Gran Rex. A partir do dia 19 do mesmo mês, a cantora gaúcha começa a turnê por Portugal, que passará por Lisboa, Aveiro, Torres Novas, Porto, Guimarães e Ponte Delgada.
A turnê brasileira começa no dia 13 de junho, no Citibank Hall, em São Paulo. Estão programados apenas três shows na capital paulista, mas há a possibilidade de mais três extras no fim de semana seguinte. Após São Paulo, Calcanhotto aporta no Canecão, no Rio de Janeiro, para apresentações nos dias 27, 28 e 29 de junho.
Dando continuidade, Calcanhotto, passa por cidades como Juiz de Fora, Brasília, Porto Alegre e outras, até chegar ao Palácio das Artes, em Belo Horizonte, nos dias 14 a 16 de novembro. Antes, no dia 25 de outubro, a cantora se apresenta em Miami.
Não há informações ainda com relação a venda de ingressos.
E a crítica do disco “Maré”, você pode ler no SRZD.
26 de abr. de 2008
RÁPIDAS
O cantor Michael Jackson, que no momento grava um novo disco, vetou a presença de seus filhos no estúdio de gravação. Uma pessoa próxima ao cantor disse ao jornal “New York Post” que a atitude foi tomada porque Michel Jackson está muito concentrado nas gravações, e não quer que sua atenção seja direcionada para outra coisa. Segundo o jornal, a mesma pessoa disse que Michael Jackson não terá relações com mulher alguma antes do disco estar terminado.
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O Metallica ainda nem lançou o seu novo disco – que deve sair em setembro –, e já pensa em um futuro mais distante. Isto porque o contrato da banda com a gravadora Warner encerra após o lançamento do próximo disco. Assim, o baterista Lars Ulrich disse que está observando o novo comportamento do mercado, e que a banda pode fazer que nem o Nine Inch Nails e o Radiohead, que lançaram recentemente, de forma gratuita, as suas canções na Internet. Em depoimento à Rolling Stone, Ulrich disse: “Nós queremos estar o mais livre possível. A gente tem observado o Radiohead e o Trent Reznor [do Nine Inch Nails], e estamos estudando tudo o que diz respeito a possibilidade de lançamento de músicas na Internet”.
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A banda The Clash lançará em junho o DVD “Revolution Rock”, que traz trechos de apresentações da lendária banda punk em diversos palcos. Entre os atrativos do DVD, uma apresentação da canção “Know Your Rights”, no US Festival de 1983, onde o guitarrista Mick Jones apresentou-se ao lado da banda pela última vez, antes de ser expulso por Joe Strummer e Paul Simonon. Dirigido por Don Letts – que também foi responsável pelo vídeo de “London Calling” –, o DVD traz também “Brand New Cadillac”, filmada em Tóquio, em 1982. Nos extras, entrevistas e trechos de mais apresentações da banda.
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Após ser expulso do Velvet Revolver, o vocalista Scott Weiland já está em estúdio preparando o seu segundo disco solo, ao lado do produtor Steve Albini. O cantor, que está trabalhando juntamente com o baterista Adrian Young (da banda No Doubt), tem planos de lançar o trabalho em novembro.
25 de abr. de 2008
ANA CAROLINA BEM MELHOR AO VIVO
Às vezes ela berra demais, é muito espalhafatosa e pega pesado em algumas letras (“Olhou bem nos meus olhos / Chupou o meu pau...” ou então “Fui eu quem bebi, comi a Madona...”), mas é inegável que quando Ana Carolina acerta a mão, ela é uma das grandes compositoras da nova geração da música brasileira. Que o diga Maria Bethânia, que já colocou sua voz em canções como “Eu Que Não Sei Quase Nada do Mar” (verdade seja dita, era o momento mais aplaudido do espetáculo “Dentro do Mar Tem Rio”) e “Pra Rua Me Levar”, talvez a grande canção de Ana Carolina.
Para fazer um resumo de sua carreira, a cantora e compositora de Juiz De Fora coloca no mercado o seu segundo CD (e terceiro DVD), contando a dupla com Seu Jorge, ao vivo. “Multishow Ao Vivo Ana Carolina – Dois Quartos” traz canções do CD duplo “Dois Quartos” e alguns sucessos da carreira de Ana Carolina. Como não é boba nem nada, a cantora dá a sua versão para canções de sua autoria e que não haviam sido gravadas por ela, como “Eu Que Não Sei Quase Nada do Mar”, que Bethânia praticamente imortalizou, “Cabide”, gravada por Mart’nália, e “Sinais de Fogo”, que já havia sido registrada em disco por Preta Gil.
É impressionante como as canções gravadas no disco de estúdio “Dois Quartos”, e que deu origem a esse projeto ao vivo, cresceram em cima do palco. “Tolerância”, por exemplo, é outra canção que fica bem melhor neste ao vivo. “Rosas”, então, nem se fala... “Carvão” e “Milhares de Sambas”, por sua vez, mantêm um pouco o clima mais intimista do “Quartinho” de Ana Carolina.
Com relação aos antigos sucessos, Ana Carolina foi um pouco mais ousada. Nada de “Garganta” ou “A Canção Tocou na Hora Errada”, os dois principais sucessos de seu primeiro trabalho, “Ana Carolina” (1999). Mas, em compensação, “Quem De Nós Dois”, de seu segundo disco (“Ana Rita Joana Iracema e Carolina”, de 2001), comparece em uma ótima versão, com destaque para o ótimo violoncelista Iura Ranevsky (aliás, como as canções ficam mais bonitas com o seu cello!!).
Além das músicas de “Dois Quartos”, Ana Carolina dá um destaque especial para as canções de “Estampado” (2003). Desse trabalho, estão presentes “Encostar na Tua” (somente no DVD, assim como a já citada “Pra Rua Me Levar”, bem como “Trancado” e “Confesso”, sucessos de seus dois primeiros discos, respectivamente), “Elevador (Livro de Esquecimento)” e “Uma Louca Tempestade”.
Para quem tiver que optar entre o CD e o DVD, não há a mínima dúvida de que a segunda opção é a melhor. Com a direção de Rodrigo Carelli, as imagens são dinâmicas e eficientes ao mesmo tempo, de forma que Ana Carolina e seus músicos sejam privilegiados. E o DVD também traz o show completo, com canções como “Pra Rua Me Levar” e “Sinais de Fogo”, que infelizmente ficaram de fora do CD.
Cotação CD: ***
DVD: ***1/2
24 de abr. de 2008
RÁPIDAS
Os quatro membros originais do Jane's Addiction – Perry Farrel, Dave Navarro, Stephen Perkins e Eric Avery – se reuniram pela primeira vez em dez anos, para um show em Los Angeles na noite de ontem. A banda executou sucessos como "Stop", "Mountain Song" e "Ocean Size", bem como uma versão acústica de "Jane Says". O show ocorreu durante a entrega de prêmios promovida pela revista New Musical Express. Um dos momentos mais comoventes da noite foi quando o vocalista Farrel anunciou o nome do baixista Eric Avery, que era o membro mais relutante em uma nova reunião da banda. Avery tomou a decisão de subir ao palco poucos minutos antes da apresentação e falou que aceitou o convite porque era o caso de "honrar o passado, e não de tentar recriá-lo".
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Em entrevista à revista inglesa Uncut, Keith Richards revelou que não é fã de David Bowie. Além de dizer que a única canção de Bowie que ele se lembrava era “Changes”, o guitarrista dos Rolling Stones alfinetou o cantor inglês ao dizer que “Bowie é cheio de pose e não tem nada a ver com música”. “Eu não tenho recordação de nada que Bowie tenha feito, e que realmente me arrepiasse”, completou Richards.
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Será lançado na Europa, no dia 02 de junho (sem previsão para Brasil e Estados Unidos), o novo DVD do New Order. “Live in Glasgow será um DVD duplo. O primeiro disco traz o concerto que a banda inglesa realizou na Carling Academy, em Outubro de 2006. Entre os números, canções do último disco “Waiting For The Sirens Call”, bem como clássicos da fase mais pop da banda (“Regret” e “Bizarre Love Triangle”) e velharias dos tempos do Joy Division, como “Transmission” e “Love Will Tear Us Apart”. O segundo disco apresenta vinte e um números gravados entre os anos de 1981 e 2006. Neste DVD, há imagens do show em Glastonbury, em 1981, bem como no Hyde Park Wireless em 2006.
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O compositor e ex-líder do Velvet Underground, Lou Reed casou-se com a cantora Laurie Anderson, com quem vivia desde 1995. O casamento secreto foi realizado no dia 12 de Abril, no Colorado, e somente agora foi divulgado à mídia.
MARIAH CAREY ALCANÇA TOPO DA PARADA DA BILLBOARD
Como já era esperado, tendo em vista o enorme número de vendas somente no dia de seu lançamento, “E=MC2”, novo trabalho de Mariah Carey, chegou ao primeiro posto da Billboard nessa semana. Foi a sexta vez que a cantora norte-americana alcançou tal feito. Até o momento, as 463 mil cópias vendidas fazem de “E=MC2” o disco mais vendido na semana de lançamento, neste ano, nos Estados Unidos. Tal marca ultrapassou os 375 mil CDs que Jack Johnson havia vendido de "Sleep Through The Static", em fevereiro. A lista da Billboard é atualizada todas as 5ªs feiras.
Enquanto isso, no Brasil, a trilha sonora internacional da novela “Duas Caras” ultrapassou a coletânea “Perfil”, de Ivete Sangalo. “Samba Meu”, de Maria Rita aparece em 10º lugar. A lista brasileira é editada pela revista "Sucesso" e representa as vendas das principais lojas de disco do Brasil, como Fnac, Saraiva, Americanas, Submarino e Livraria Cultura. Essa lista também é atualizada todas as 5ªs.
A parada britânica (UK Music Charts – The Official UK Top 75 Albums) apresenta em primeiro lugar o disco "Konk", da banda Kooks, que é a grande sensação do ano na Inglaterra. A gravadora EMI informou que o álbum chegará às lojas brasileiras amanhã. A lista dos discos mais vendidos na Inglaterra é atualizada toda segunda-feira.
Os dez discos mais vendidos das paradas norte-americana, inglesa e brasileira, você encontra nas listas ao lado esquerdo desse blog, logo abaixo dos anúncios do Google. Tais listas serão atualizadas semanalmente.
23 de abr. de 2008
RÁPIDAS
Durante um encontro com fãs em uma loja de discos na Califórnia, a banda Metallica adiantou alguns detalhes de seu próximo disco. Em conversa informal com os fãs, a banda disse que o novo CD será lançado no outono do hemisfério norte, e que a turnê norte-americana começará em setembro. No entanto, o disco ainda não está finalizado, e o guitarrista James Hetfield afirmou que ainda está trabalhando nos vocais.
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A lendária banda Replacements relançou ontem nos Estados Unidos os seus três primeiros álbuns e um EP (“Sorry Ma, Forgot To Take Out the Trash”, “Stink”, “Hootenanny” e “Let It Be”). Ao mesmo tempo, 17 anos após a sua dissolução, a banda afirma que não descarta a possibilidade de voltar aos palcos. Para tanto, os dois principais membros do conjunto, Paul Westerberg e Tommy Stinson, já receberam propostas de festivais, como o Coachella.
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Caetano Veloso vai fazer uma série de shows na casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro. A temporada começa no dia 07 de maio, e vai até o final do ano, sempre às quartas-feiras. Cada show terá um convidado especial, e a idéia é relembrar todas as fases da carreira do compositor baiano.
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Rufus Wainwright confirmou que vai se apresentar no festival Hop The Farm, que o compositor canadense Neil Young está organizando. A apresentação ocorrerá no dia 06 de julho. Bandas como Supergrass e Primal Scream também vão participar do festival. Em tempo: Rufus Wainwright apresenta-se no Brasil nos dias 07 (Sala Cecília Meirelles, Rio de Janeiro), 09 (Via Funchal, São Paulo) e 11 de maio (Freegells Music Hall, Belo Horizonte).
BOSSAS (NEM TÃO) NOVAS, MAS SEMPRE BEM VINDAS
Quando Milton Nascimento cantou “Samba do Avião” acompanhado pelo Jobim Trio no último capítulo da novela “Paraíso Tropical” e anunciou que ia gravar um disco inteiro dedicado à obra de Antonio Carlos Jobim, muita gente lamentou pelo fato de o compositor “mineiro-carioca” não dar continuidade a um trabalho inédito autoral, como foi feito no ótimo disco “Pietá” (2002). Mas a verdade é que, apesar de não apresentar quase nada de inédito – a única exceção é “Dias Azuis”, de Daniel Jobim – o álbum “Novas Bossas” surpreende.
O Jobim Trio, formado pelo pianista Daniel Jobim (neto de Tom), o violonista Paulo Jobim (filho) e o excelente baterista Paulo Braga (que formava a Banda Nova, que acompanhava Tom) é um auxílio luxuosíssimo para a voz de Milton, que ainda aproveita para atualizar três grandes canções de sua fase “Clube da Esquina”: “Tudo Que Você Podia Ser” (que, apesar de Milton ter falado que não a executava desde os anos 70, foi a música de abertura do início da turnê de “Pietá”), “Cais” e a emocionante “Tarde”, na qual Milton prova aquela célebre frase de Elis Regina, de que se Deus tiver voz, a sua voz é a de Milton Nascimento.
Das 14 faixas de “Novas Bossas”, apenas essas três são do repertório de Milton. Mas a sua influência está impregnada nas canções de Tom, como a já batida “Chega de Saudade”, que ganha uma introdução simulando um trem (sim, como bom “mineiro”, Milton é fascinado por trens), e “Café com Pão”, um poema de Manuel Bandeira, que Tom musicou e gravou em seu último disco (“Antonio Brasileiro”, de 1994). Os versos iniciais (“Café com pão / Café com pão / Café com pão”) que, mais uma vez, simulam um trem em movimento, ficam mais evidentes com a batida de bateria de Paulo Braga. Aliás, é justo destacar aqui o jovem baixista Rodrigo Villa que dá conta do recado ao lado de um time formado por tanta gente boa.
Em outras canções de Tom, o resultado é muito bom também, seja em bossas como “Brigas Nunca Mais”, “Velho Riacho” e “Samba do Avião”, seja em canções mais lentas, como “Esperança Perdida”, “Caminhos Cruzados” e “Inútil Paisagem” (o ponto alto do disco), cujas melodias sinuosas combinam perfeitamente com a voz de Milton. Para finalizar, “O Vento” de Dorival Caymmi faz a ponte Rio-Minas-Salvador, além de homenagear um ídolo de Milton e de Tom.No show, que estreou no Mistura Fina do Rio de Janeiro, o disco é executado em quase toda a sua integralidade. Infelizmente, “Trem de Ferro” e “Tudo Que Você Podia Ser” ficaram de fora. Mas, em compensação, clássicos como “Eu Sei Que Vou Te Amar”, “Nos Bailes da Vida”, “Cravo e Canela” e “Para Lennon e McCartney” estiveram presentes. O único senão do espetáculo é a sua curta duração – apenas uma hora e quinze minutos. Milton e o Jobim Trio darão continuidade a turnê em locais menores, como o Mistura Fina, o que é um momento único para ver o cantor e compositor tão de perto.
22 de abr. de 2008
RÁPIDAS
Após mais de 30 anos sem gravar nenhuma música inédita, os Mutantes lançam, no próximo dia 25, em seu site oficial, a inédita “Mutantes Depois”. Mesmo sem a vocalista Zélia Duncan e o tecladista Arnaldo Baptista, que deixaram a banda, os Mutantes vão lançar disco de inéditas ainda neste ano. No próximo dia 27, a banda se apresenta na Virada Cultural, em São Paulo.
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O guitarrista Robin Finck deixou a banda Guns n’ Roses para retornar ao Nine Inch Nails. Nota oficial no site da banda californiana informa que “a saída de Robin pegou a todos nós de surpresa. Não sabemos mais nada a respeito [da saída de Robin] e preferimos não especular ou emitir maiores informações nesse momento”. Ao mesmo tempo, a banda informa que está em “negociações” para o lançamento de “Chinese Democracy”, que está sendo gravado há mais de dez anos.
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Madonna chegou pela 13ª vez ao topo de singles da parada britânica, com a canção “Four Minutes”, gravada em parceria com Justin Timberlake. O single alcançou essa posição apenas com o seu lançamento pela internet. A versão em CD saiu ontem. O disco “Hard Candy” chegará às lojas de todo o mundo no próximo dia 28.
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O Van Halen retomou a sua turnê após uma curta interrupção, por problemas de saúde do guitarrista Eddie Van Halen, que estava com câncer. A banda retornou aos palcos no último sábado, em um show na cidade de Las Vegas, no concerto anual que o jogador de golfe Tiger Woods promove para arrecadar fundos para caridade.
SAI LISTA DE INDICADOS AO PRÊMIO MULTISHOW
O blog gostaria de saber qual a opinião de vocês. Quais artistas merecem faturar esse prêmio?
Os indicados estão listados abaixo.
* Melhor Música: "Tá Perdoado" (Maria Rita); "Pela Última Vez" (NX Zero); "Exttravasa" (Babado Novo); "Boa Sorte / Good Luck" (Vanessa da Matta); "Não Precisa Mudar" (Ivete Sangalo e Saulo Fernandes)
* CD: "Cidade Cinza" (CPM 22); "Samba Meu" (Maria Rita); "Eu Nunca Disse Adeus" (Capital Inicial); "Sim" (Vanessa da Mata); "(Des)Concerto Ao Vivo" (Pitty)
* Clipe: "Pela Última Vez" (NX Zero); "Pulsos" (Pitty); "Aqui" (Capital Inicial); "Nossa Música" (CPM 22); "Pontes Indestrutíveis" (Charlie Brown Jr.)
* DVD: "Ao Vivo No Maracanã" (Ivete Sangalo); "(Des)Concerto Ao Vivo" (Pitty); "Pré Pòs Tudo Bossa Band" (Zélia Duncan); "Cidade do Samba" (Vários); "Ao Vivo No Rock In Rio I (1985)" (Os Paralamas do Sucesso)
* Cantora: Ana Carolina; Claudia Leitte; Ivete Sangalo; Maria Rita; Vanessa da Mata
* Show: "Dois Quartos" (Ana Carolina); "Picnic" (Rita Lee); "Sim" (Vanessa da Mata); Ritmo, Ritual e Responsa" (Charlie Brown Jr.)
* Grupo: NX Zero, Charlie Brown Jr., CPM 22, Jota Quest, Natirruts
* Cantor: Di Ferrero (Nx Zero); Samuel Rosa (Skank); Caetano Veloso; Dinho Ouro Preto (Capital Inicial); Chorão (Charlie Brown Jr.)
* Revelação: Strike; Ana Cañas; Vanguart; Diogo Nogueira; Scracho
* Instrumentista: Davi Moraes (guitarra); Marco Túlio (Jota Quest - guitarra); Radamés Venâncio (piano); Yves Passarell (Capital Inicial - guitarra); Bino (Cidade Negra - baixo)
21 de abr. de 2008
RÁPIDAS
A banda Panic At The Disco já planeja o sucessor do aclamado álbum “Pretty. Odd”. Apesar deste CD ter saído somente há um mês, a banda já escreveu algumas canções desde que as gravações de “Preety. Odds” foram encerradas. O guitarrista Ryan Ross disse que a banda já possui nove ou dez canções prontas. Contudo, o novo disco só deve sair após a turnê que o Panic At The Disco vai realizar durante esse ano.
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O Massive Attack revelou alguns detalhes de seu próximo disco. Em entrevista ao semanário New Musical Express, o cantor e colaborador da banda, Horace Andy, afirmou que a banda já gravou três canções com a sua participação. Horace também disse que a banda deve iniciar turnê em junho ou julho e vai participar da edição do festival de Glastonbury deste ano. O novo álbum, sucessor de “100th Window” (2003), entretanto, ainda não tem data confirmada de lançamento.
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O cantor Johnny Rivers vai realizar uma turnê no Brasil em maio. Vai ser a terceira vez que Rivers se apresentará no Brasil. O autor de “Do You Wanna Dance” fará sete shows no país, nas cidades de São Paulo (dia 08), Santos (dia 09), Sorocaba (dia 10), Curitiba (dia 12), Brasília (dia 13), Belo Horizonte (dia 15) e Rio de Janeiro (dia 16).
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O rapper Jay-Z, que será o headliner do festival de Glastonbury no dia 29 de junho, vai realizar uma turnê na Inglaterra em julho. O primeiro show será na cidade de Bournemouth, no dia 15, e o último em Abeerden, no dia 21.
DAVE MATTHEWS BAND LANÇA MAIS UM AO VIVO
Se tem uma banda que rivaliza com o Pearl Jam, em termos de discos ao vivo, é a Dave Matthews Band. São, no mínimo, uns cinco por ano, devidamente vendidos em seu site oficial e que faz a alegria dos fãs.
Mas agora, a banda lança nas grandes lojas (lá de fora) o DVD duplo e CD triplo “Live At Piedmont Park”. O show segue basicamente a estrutura do insuperável “The Central Park Concert”, ou seja, um show imenso, com músicas cheias de solos (alguns bens cansativos, diga-se de passagem) e um público a perder de vista em um belo cenário. É a típica fórmula DMB que sempre dá certo junto aos seus fãs.
No roteiro, velhas canções que ganham a vigésima versão ao vivo, como “Two Step”, “Ants Marching”, “What Would You Say”, “Warehouse” e “Stay (Wasting Time)”. Mas o melhor mesmo são aquelas canções que ainda não haviam ganhado uma versão ao vivo da banda, que são os casos de “You Might Die Trying”, “Anyone Seen The Bridge” e “Cornbread”.
Mas, na sua maior parte, o CD e DVD são mais do mesmo na discografia da banda, e por isso, é recomendável apenas para os mais fanáticos.
Cotação: ***
20 de abr. de 2008
RÁPIDAS
Um cidadão, morador do Estado de Nevada, nos Estados Unidos, apresentou uma queixa na delegacia de polícia, requerendo o pagamento de royalties referentes às canções “Roxanne” e “Message In a Bottle”. Ele afirma que deu a Sting a inspiração para a composição das duas canções, durante uma conversa que ambos tiveram.
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A banda Velvet Revolver está construindo um site para que pessoas se inscrevam para um concurso que vai escolher o novo vocalista da banda. Scott Weiland foi demitido no dia 01º de abril devido à divergências de comportamento entre ele e os demais integrantes. Segundo o guitarrista Slash, o site deve estar no ar no mês que vem.
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A primeira canção em mais de dez anos do reformulado Jesus & Mary Chain foi lançada no disco que traz a trilha sonora do programa norte-americano “Heroes”. A música se chama “All Things Must Pass” e é a primeira composição da banda desde “ Munki”, de 1998. A trilha sonora de “Heroes” (somente importado) traz também Bob Dylan (“Man In The Long Black Coat”) e a música de David Bowie que dá nome ao programa.
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A banda original de Tom Petty, Mudcrutch, finalizou o seu primeiro álbum, 35 anos depois do início das gravações. Além de Petty, a banda tem no seu elenco dois integrantes dos Heartbrakers (banda que acompanha Petty até hoje), Mike Campbell e Benmont Trench, além do guitarrista Tom Leaden e o baterista Randall Marsh. A primeira canção do projeto, “Scare Easy”, foi lançada no dia 12 de maio. O disco chega às lojas em 26 de maio.
19 de abr. de 2008
CONTRADIÇÕES QUE FORMAM A COERÊNCIA
Faixa 1: uma interpretação visceral e raivosa de uma música do final dos anos 80 (ou seja, já no período democrático), sob um arranjo pesadíssimo (como um réquiem de nossos tempos), cuja letra cospe: “Eu vejo o futuro repetir o passado / Eu vejo um museu de grandes novidades / O tempo não pára”.
Faixa 16: uma interpretação leve e alegre de uma canção do final dos anos 60 (ou seja, no período em que o AI-5 já estava em vigor), sob um arranjo animadíssimo (como um carnaval de nossos tempos), cuja letra vibra: “Tudo é divino maravilhoso / Atenção para o refrão / É preciso estar atento e forte / Não temos tempo de temer a morte”.
A comparação acima não é para mostrar, como muitos já o fizeram, que “Ney fez um disco político” – desculpem-me a ignorância, mas não consegui enxergar absolutamente nada de “político” nesse “Inclassificáveis”, novo trabalho de Ney Matogrosso, o primeiro pela gravadora EMI. A comparação serve sim para mostrar que toda essa contradição é exatamente o mote deste novo disco de Ney.
Contradição pelo fato de ter saído de um trabalho no qual interpretava canções antigas de André Filho, Gilberto Gil e Chico Buarque, partindo para outro com canções de gente jovem como Marcelo Camelo (na já batida “Veja bem, Meu Bem”, que ganhou ares de “tango-rock”) e Dan Nakagawa (na excelente e forte candidata a hit do CD, “Um Pouco de Calor”). Tudo bem que ainda tem espaço para um Chico Buarque aqui (na já clássica “Ode Aos Ratos”) ou um Arnaldo Antunes acolá (no rap “Inclassificáveis”), mas o ar de novidade está sempre presente nesse disco, apesar de algumas escorregadelas, como “Leve”, de Iara Rennó e Alice Ruiz, e “Existem Coisas Na Vida” (Alzira Espindola / Itamar Assumpção), mas nada que atrapalhe muito.
Contradição também pelo fato de seu último disco ter sido um verdadeiro recital no qual se acompanhava de quatro violonistas, enquanto este “Inclassificáveis” é o disco mais pesado de sua carreira. Pesado não no sentido “rockeiro”, mas sim de massa sonora. A ótima mixagem colocou a voz de Ney no ponto certo, de modo que os ótimos arranjos de Emílio Carrera (que já havia trabalhado com Ney nos Secos & Molhados) ficassem em evidência. As duas canções perfeitas para verificar a riqueza dos arranjos são “Fraterno”, boa composição de Pedro Luís, e “Coração, Coragem” (Cláudio Monjope / Carlos Rennó), que flerta com a “disco-music” que Ney namorou nos anos 80 (vide “Amor Objeto”, de 1981).
Outra contradição: misturar canções de seu passado, como “Mal Necessário” (em uma interpretação de Ney tão boa quanto à original, do seu “Feitiço”, de 1978) e “Mente, Mente” (Robinson Borba), chata do mesmo jeito que foi gravada em “Bugre” (1986) a canções absolutamente inéditas, como a faixa-título.
Mais uma contradição: Ney trocou o figurino sóbrio (calça jeans e camisa branca) de seu último show por uma roupa de Ocimar Versolatto (as fotos do encarte são, simplesmente, deslumbrantes), cheia de lantejoulas douradas, e com um capacete, em que o intérprete parece mais um... CAMALEÃO!
A contradição das contradições: apesar de tantas mudanças, Ney prova, a cada disco e show que é um dos artistas mais coerentes de seu tempo. Todas essas contradições, que poderiam ser motivo para muita gente criticar, acabam sendo o grande diferencial de uma carreira única dentro da Música Popular Brasileira.
Cotação: ****
18 de abr. de 2008
RÁPIDAS
Será lançado em 23 de junho o DVD “Love”, que traz um documentário da união da música dos Beatles com o Cirque de Soleil. O disco com a trilha sonora do espetáculo foi lançado no final do ano passado. O DVD, dedicado à Neil Aspinall, traz todo os detalhes do projeto “Love”, desde a criação do palco, passando por depoimentos de Paul McCartney, Ringo Starr, Olivia Harrison e Yoko Ono. O produtor George Martin e seu filho Giles Martin também falam sobre a parte musical do projeto.
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O tecladista Danny Federici, que faz parte da E Street Band (que acompanha Bruce Springsteen), faleceu em consequência de um câncer de pele. Em seu site oficial, Springsteen afirmou: “Eu o amo muito. Nós crescemos juntos...”. Seu último show como tecladista da E Street Band foi em 19 de novembro passado, em Boston. Os próximos três shows de Springsteen (dias 22 e 23 de abril e 02 de maio), que ocorreriam na Flórida, foram cancelados.
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A banda Metallica colocará no ar, em maio, o site www.missionmetallica.com. Com esse site, a banda afirma que os fãs poderão ter “a experiência do álbum, antes mesmo de ele ser feito”.
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O álbum “The Stranger”, de Billy Joel, será relançado em 08 de julho. O disco terá duas versões: uma dupla (com o álbum original e a gravação ao vivo de um show no Carnegie Hall em 1977) e outra dupla com um DVD de 60 minutos de duração, com vídeos promocionais do disco, bem como apresentações no “The Old Grey Whistle Test”. “The Stranger” foi um dos álbuns mais vendidos da carreira de Billy Joel e traz sucessos como “Only The Good Die Young” e “She’s Always a Woman”.
THE POLICE ANUNCIA DVD GRAVADO NA AMÉRICA DO SUL
Desde 27 de maio de 2007, o The Police vem fazendo uma turnê que deve estar causando muita inveja às bandas mais novas devido ao imenso número de concertos em um espaço tão curto de tempo. Já foram 101 shows em 27 países. E ainda faltam mais 50 shows até o término oficial da turnê, em 05 de agosto, no Jones Beach Theater, na cidade de Nova York.
Sting e companhia já juraram que com esse show em 05 de agosto, a turnê chega realmente ao fim, sem a possibilidade de uma nova extensão. E também nada de disco com canções inéditas. Segundo a banda, a partir desse último concerto em Nova York, a banda inglesa encerra as suas atividades em definitivo.
Para coroar o sucesso da turnê – que foi a que mais arrecadou em 2007 – a banda prepara um DVD, ainda sem data de lançamento, com registro dos shows feitos na América do Sul. A banda não forneceu maiores detalhes sobre o formato (se será um documentário ou um concerto completo) e nem se haverá imagens do show no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, realizado em 08 de dezembro último.
O The Police estuda também a possibilidade de lançamento de um CD ao vivo da turnê.
16 de abr. de 2008
RÁPIDAS
Será lançado no dia 30 de junho CD duplo com a gravação ao vivo de um show da turnê “Ziggy Stardust”, de David Bowie. Gravado em Los Angeles, em 20 de outubro de 1972, o concerto havia sido gravado e transmitido por uma emissora de rádio, e acabou se transformando em um dos “bootlegs” mais famosos da carreira de Bowie. A relação de músicas é a seguinte: 'Hang On To Yourself'; 'Ziggy Stardust'; 'Changes'; 'The Supermen'; 'Life On Mars?'; 'Five Years'; 'Space Oddity'; 'Andy Warhol'; 'My Death'; 'The Width Of A Circle'; 'Queen Bitch'; 'Moonage Daydream'; 'John, I'm Only Dancing'; 'I'm Waiting For The Man'; 'The Jean Genie'; 'Suffragette City'; e 'Rock 'N' Roll Suicide'.
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Após Michael Stipe e Stevie Wonder, foi a vez do cantor e compositor norte-americano Bruce Springsteen apoiar formalmente a campanha do pré-candidato democrata Barack Obama. Em mensagem assinada em seu site, Springsteen diz, entre outras coisas, que “o Senador Obama, na minha visão, tem a profundidade, a reflexão e a resistência para ser o nosso próximo presidente.”
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Paul Simonon, ex-baixista do The Clash (e que hoje faz parte da banda The Good, The Bad & The Queen), vai exibir suas pinturas com temas espanhóis em Londres. A exposição tem início no dia 17 de abril e vai até 9 de maio. A última exposição de pinturas do lendário baixista ocorreu em 2002.
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O novo disco de Mariah Carey, E=MC2, foi lançado ontem e, no primeiro dia nas lojas, já vendeu, somente nos Estados Unidos, pelo menos 154 mil cópias. Com esses números, provavelmente, a cantora alcançará o primeiro lugar da Billboard, na semana que vem.
ROLLING STONES BEM DE PERTO
O título do documentário que Júlio Bressane fez sobre Maria Bethânia – “Bem de Perto” – no ano de 1966 talvez fosse melhor do que “Shine a Light”, filme de Martin Scorsese sobre os Rolling Stones, que já estreou nos cinemas do País. O longa, que abriu oficialmente o último Festival de Berlim, na verdade, é o registro de um show dos Rolling Stones, no Beacon Theater na cidade de Nova York – um local tão pequeno, que Mick Jagger disse que parecia uma “casa de bonecas” – captado pelas câmeras de um dos maiores diretores da História do cinema.
Se o telespectador está esperando algo como “No Direction Home” – documentário do mesmo Scorsese sobre Bob Dylan – pode esquecer. “Shine a Light”, embora seja um belo registro de um show dos Stones, não vai muito além disso. Tirando o show, o máximo que pode ser visto na tela, é o stress de Scorsese pelo fato de a banda não ter fornecido o set list do show, bem como algumas entrevistas esparsas (algumas bem antigas) dos integrantes da banda e uma dispensável aparição de Bill Clinton com a sua família.
Na certa, Martin Scorsese pensou: “se eu tenho uma das melhores bandas da história do Rock em cima de um palco, não preciso fazer maiores malabarismos para produzir um filme correto”.
Sim, o filme é mais do que correto, mas apenas um grande fã da banda inglesa vai conseguir sentar em uma sala de cinema para assistir a um show de quase duas horas de duração. Na verdade, o que foi feito nada mais é do que a produção de um DVD de um show (só nos últimos dez anos, a banda lançou oito registros de shows em DVD!!), desses que são lançados aos quilos no mercado, só que com a grife de Scorsese.
E realmente, mais do que a grife, o diretor norte-americano justificou o seu nome nos créditos do filme. Em nenhum outro registro áudio-visual dos Stones (ou talvez até de qualquer outro artista da música) é possível vê-los de tão perto. As rugas de Keith Richards ou a boca de Mick Jagger nunca ficaram tão nítidas e próximas...
Quanto a parte musical, os Stones, sabendo que o show estava sendo registrado para a posteridade, aproveitaram para inserir canções que havia tempos não eram executadas. Tudo bem que os cavalos de batalha (“Satisfaction”, “Jumpin’ Jack Flash”, “Start Me Up”, “Brown Sugar” e “Sympathy For The Devil”) sempre agradam, mas o grande diferencial do filme (e do CD duplo com a íntegra do show e mais quatro canções que ficaram de fora na edição final) é a inclusão de jóias raras como “Loving Cup” (1972 – em dueto com Jack White III, do White Stripes), “As Tears Go By” (1966), “You Got The Silver” (1969), “I’m Free” (1965 – presente somente no CD) e “She Was Hot” (1983), que com seus 25 anos de idade, foi a música mais recente que os Stones incluíram no roteiro.
Desta forma, o set list acaba meio que sendo uma mistura dos clássicos que os Stones sempre tocam em seus grandes shows com canções mais obscuras e que nem o maior sonhador poderia imaginar que um dia a banda inglesa as incluísse no roteiro de seus shows. Algo parecido somente ocorreu quando do lançamento de “Stripped” (1995), no qual os Stones tocavam umas canções bem esquecidas em um formato mais voltado para o acústico.
Além de Jack White III, há mais duas participações especiais no filme. Buddy Guy é o responsável por um dos melhores momentos, recriando juntamente com a banda, “Champagne & Reefer”, clássico de Muddy Waters. Por sua vez, Christina Aguilera é absolutamente dispensável em “Live With Me”. Ainda mais se formos levar em consideração o fato de a banda ter uma Lisa Fischer nos backing vocals. Vai ver que foi para compensar essa besteira que Mick Jagger fez as maiores deferências à sua backing vocal na hora de apresentar a banda.
Cotação: Filme: ***1/2
CD: ****
15 de abr. de 2008
RÁPIDAS
Será lançado em 06 de outubro, o livro “Forever Young”, escrito por Bob Dylan especialmente para o público infantil. O livro, ilustrado pelo desenhista Paul Rogers, terá 40 páginas e é indicado para crianças maiores de três anos.
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Paul McCartney está preparando novo disco e já começou a agendar uma turnê que passará pela América do Norte, Reino Unido e Australia. As datas ainda não estão confirmadas.
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Está agendado para o dia 16 de junho, na Europa, o lançamento do novo álbum do Coldplay, “Viva La Vida Or Death And All His Friends”. Nos Estados Unidos, o disco chegará às lojas no dia seguinte. Já no Brasil, ainda não há data certa para o lançamento, mas provavelmente será simultâneo à Europa.
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O Queen, juntamente com o cantor Paul Rodgers, ainda nem lançou o tão esperado disco de canções inéditas, e já tem uma extensa turnê européia agendada a partir do dia 15 de setembro. O primeiro show será em Moscou. O encerramento será em 01º de Novembro, na cidade de Viena.
RUSH LANÇA CD AO VIVO HOJE NO EXTERIOR
A banda canadense Rush lança hoje nos Estados Unidos, mais um trabalho ao vivo. Somente nesta década, é o terceiro CD ao vivo que a banda coloca no mercado. Em 2003, foi a vez de “Rush in Rio”, gravado no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro; em 2005, foi “R30”, cujo pacote trazia DVD duplo, com a íntegra da apresentação em CD duplo também.
“Snakes & Arrows Live” (capa acima) também terá versão em DVD e Blue-Ray, ambos sem previsão de lançamento. No repertório do CD duplo, a banda mistura canções de seu mais recente álbum de estúdio (“Snakes & Arrows”, de 2007), como “Spindrift” e “Hope”, a sucessos antigos, como “YYZ”, “The Spirit Of Radio”, “Limelight” e, claro, “Tom Sawyer”.
Faixas do CD duplo:
1)Limelight
2)Digital man
3)Entre Nous
4)Mission
5)Freewill
6)The Main Monkey Business
7)The Larger Bowl
8)Circumstances
9)Between The Wheels
10)Dreamline
11)Far Cry
12)Workin’ Them Angels
13)Armor And Sword
14)Spindrift
15)The Way The Wind Blows
16)Subdivisions
17)Natural Science
18)Witch Hunt
19)Malignant Narcissism (Drum Solo)
20)Hope
21)Distant Early Morning
22)The Spirit Of Radio
23)Tom Sawyer
24)One Little Victory
25)A Passage to Bangkok
26)YYZ
ENCONTRO DE ZÉLIA DUNCAN COM SIMONE CHEGA ÀS LOJAS EM MAIO
Com previsão de lançamento para o dia 02 de maio, o CD “Amigo é Casa”, gravado ao vivo em São Paulo em outubro passado, traz o registro do espetáculo que uniu as cantoras Zélia Duncan e Simone. O DVD ainda não tem data de lançamento.
O repertório do disco (que não contém a íntegra do show) traz sucessos já gravados por Zélia (“Mãos Atadas”) e Simone (“Vou Ficar Nu Pra Chamar Sua Atenção”, “Tô Voltando”, “Petúnia Resedá” e "Encontros e Despedidas"). “Não Vá Ainda” e “Jura Secreta”, infelizmente, ficaram de fora da edição do CD.
A canção “Gatas Extraordinárias”, de Caetano Veloso, e já gravada por Cássia Eller, também está presente, em um dueto das duas cantoras. Outra ausência sentida é o dueto de Zélia e Simone no medley "Alma" (Suely Costa) e "Alma" (de Arnaldo Antunes e Pepeu Gomes, e que foi o maior sucesso do álbum "Sortimento", de Zélia). Tomara que esteja ao menos no DVD.
Abaixo, a relação de músicas do CD:
1) Alguém Cantando
2) Petúnia Resedá
3) Grávida
4) Kitnet
5) Cuide-se Bem
6) Na Próxima Encarnação
7) A Companheira
8) Mãos Atadas
9) Meu Ego
10) Idade do Céu
11) Diga Lá, Meu Coração
12) Medo de Amar
13) Encontros e Despedidas
14) Vou Ficar Nu Pra Chamar Sua Atenção
15) Gatas Extraordinárias
16) Ralador
17) Agito e Uso
18) Tô Voltando
14 de abr. de 2008
UMA AULA (RAZOÁVEL) DE SAMBA
O Carnaval passou há tempos e um bom lançamento da gravadora Biscoito Fino acabou meio que perdida nas lojas de disco. Entre tanta coisa dispensável, “Aula de Samba – A História do Brasil Através do Samba-Enredo”, de fato, é um disco que, apesar de seus altos e baixos, está longe de ser dispensável. Como o próprio título diz, foram gravados vários sambas antigos que contam um pouco a história do País. (Está certo que alguns são bem duvidosos, como “O Grande Presidente”, que fala de Getúlio Vargas, e que foi enredo da Mangueira, em 1956. Mas a grande interpretação de Alcione compensa a letra.)
Entre os destaques, “Exaltação a Tiradentes”, samba do Império Serrano, de 1949, e defendida aqui por Chico Buarque. Outro do Império que está entre os grandes momentos do CD é “Heróis da Liberdade” (1969), na qual Maria Rita mostra que o seu disco de sambas fez muito bem a ela. Zélia Duncan também dá o seu recado em “Benfeitores do Universo”, samba da Cartolinhas de Caxias, de 1953.
Por outro lado, as decepções ficaram com Simone que deixou o clássico “Aquarela Brasileira” (mais um do Império Serrano, de 1964) bem chata. Fernanda Abreu também não conseguiu encontrar o tom correto no lindo “Os Sertões”, samba de 1973, da Em Cima da Hora.
De toda a sorte, a idéia de Martinho Filho foi muito legal. Só o fato de resgatar velhos sambas é ótimo. Nas vozes de grandes cantores então, fica melhor ainda.
Cotação: ***
12 de abr. de 2008
O CLÁSSICO QUE RESISTE
Em 2007, foi comemorado o aniversário de vinte anos de um dos maiores discos da história do rock. “The Joshua Tree” foi lançado pelo U2 em 1987 e só as suas três primeiras canções são o suficiente para mostrar a importância desse álbum: “Where The Streets Have no Name”, “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” e “With Or Without You”. De lambuja, outras pepitas, como “Running To Stand Still” e “Bullet The Blue Sky”. Além de ser um grande álbum com belas canções, o mais importante de “The Joshua Tree” foi o fato de ter formatado o U2 da forma que o conhecemos hoje.
Foi exatamente naquele momento que a banda largou o lado mais juvenil de álbuns como “Boy” e “War”, para mergulhar na crítica social (embora isso sempre estivesse um pouco presente na obra da banda), com arranjos mais elaborados e lotando, a partir desta turnê, grandes estádios de futebol. Além disso, o álbum ficou em primeiro lugar durante nove semanas seguidas na parada norte-americana e ainda abocanhou o Grammy de melhor álbum de 1987.
No exterior, no apagar das luzes de 2007, foi lançado um Box triplo englobando o disco original remasterizado, um outro CD com raridades e um DVD com um concerto na íntegra da turnê do álbum. Ou seja, um presentão para os fãs!
O CD original dispensa comentários. A única consideração que cabe aqui é o fato de o som está melhor do que nunca. O trabalho de remasterização foi muito bem feito. Quanto ao CD de raridades, verdade seja dita, várias já haviam sido lançadas em “singles” anteriormente, como “Spanish Eyes” e “Silver And Gold”. Mas outras canções valem muito, que são os casos das sobras de estúdio da época. Nesse grupo entram “Beautiful Ghost”, a ótima “Wave Of Sorrow (Birdland)” (que poderia tranqüilamente estar presente no histórico disco de 1987), “Desert Of Our Song”, “Rise Up” e a estranha “Drunk Chicken/America”, baseada no poema “America”, de Alen Ginsberg.
Mas o melhor mesmo é o DVD com a íntegra do concerto realizado no Hippodrome de Vincennes, em Paris. Vendo o show hoje pode parecer normal aquela multidão toda na platéia. Mas a verdade é que para o U2, aquilo ainda era uma novidade e que 20 anos depois, permanece. Imagem e áudio do DVD estão excelentes (a única falha é a ausência de uma mixagem 5.1). Com relação ao repertório, a única ausência sentida é exatamente a faixa de abertura de “The Joshua Tree”. Extraordinariamente, “Where The Streets Have No Name”, que costumava ser a canção de abertura dos shows daquela turnê, não foi executada. Por algum motivo, a banda resolveu iniciar o show com a incendiária “I Will Follow”. Aliás, incendiário é o mínimo para descrever o show, que contém sucessos como “Sunday Bloody Sunday”, “New Year’s Day”, “Pride (In The Name Of Love)”, “Bad”, “The Unforgettable Fire”, além de sucessos de “The Joshua Tree”, como a já citada “With Or Without You”.
No mesmo DVD encontra-se o bom (mas um pouco maçante) documentário “Outside It’s America”, indicado para pessoas que conhecem a banda mais a fundo. O bom é que esse documentário possui a versão ao vivo de “Where The Streets Have No Name” que havia faltado no show principal de Paris, assim como imagens da banda irlandesa na estrada à época da turnê de “The Joshua Tree”, e trechos da seção de fotos que a banda fez para a histórica capa da revista “Time”.
Em suma, um produto de primeira qualidade. Se isso acontecesse com todos os álbuns históricos, o mercado fonográfico seria bem mais interessante. Outro artista que fez algo semelhante foi Bruce Springsteen, com o seu “Born To Run”. Agora foi a vez do U2. Ficamos na torcida para que haja outros lançamentos desse tipo em breve.
Cotação: "The Joshua Tree": *****
CD Bônus de Raridades: ***1/2
DVD com Show: ****
11 de abr. de 2008
R.E.M. EMBARCA NA MÁQUINA DO TEMPO E PRODUZ UM NOVO CLÁSSICO
Em seu novo disco, “Accelerate”, o R.E.M. não precisou de mais do que 35 minutos para mostrar porque é a maior banda de rock da atualidade. Toda a comoção causada por esse novo trabalho, que valeu capa e reportagens longuíssimas à banda nas revistas “Spin” e “Q Magazine”, além de o primeiro lugar na parada britânica, é mais do que justificável. Dizer que “Accelerate” é o melhor álbum da banda norte-americana pode ser precipitado, ainda mais se levando em conta que ela tem no currículo um “Automatic For The People” (1992) – o grande álbum da década de 90, juntamente com o emblemático “Nevermind”, do Nirvana.
Mas se não chega a ser um disco tão perfeito quanto “Automatic For The People”, fato é que em “Accelerate”, o R.E.M. conseguiu uma dosagem perfeita entre as belas letras e texturas melódicas do álbum de 1992 com o rock mais sujo de álbuns como “Lifes Rich Pageant” (1986) e “Monster” (1994).
A maior parte do disco foi gravada ao vivo em estúdio. E talvez isso justifique a espontaneidade do registro, que soa mais visceral e raivoso como há muito não era ouvido nos trabalhos da banda. Grande exemplo disso é a faixa de abertura (“Living Well Is The Best Revenge”), com guitarras enfurecidas e uma bateria nervosa, com a típica sonoridade do R.E.M. e a voz inconfundível de Michael Stipe. A faixa-título segue o mesmo padrão, assim como “Horse To Water”, que tem um quê de “Finest Worksong”, e que muita gente desavisada pode pensar que é uma música nova dos Strokes. Para “Mr. Richards”, a banda norte-americana também buscou referências em seu passado. Mas, nesse caso, a bola da vez é o disco “Monster”. Aliás, o “riff” de guitarra inicial dessa música é praticamente idêntico ao de “What’s The Frequency, Kenneth?”.
“Man-Sized Wreath” é um outro rock com um refrão delicioso (“Throw it on the fire / Throw it on the air / Kick it out in the dance floor / Like you just don’t care”), acompanhado dos backing vocals do baixista Mike Mills que, aliás, canta cada dia melhor. A canção de trabalho, “Supernatural Superserious” é das melhores que a banda já gravou. A melodia gruda no ouvido e, certamente, vai entrar no rol das grandes canções do R.E.M., ao lado de “Imitation Of Life” e “Losing My Religion”.
Mas nem só de rock vive “Accelerate”. “Houston” é uma canção lenta, calcada no violão e com uma letra bem sugestiva para as eleições norte-americanas neste ano. “If the storm doesn’t kill me / The government will / Gotta get that out of my mind / It’s a new day today and the coffe is strong / I finnaly got some rest” são os versos iniciais da canção que sugere um futuro melhor para o país. E Michael Stipe já está fazendo o seu trabalho, ao usar uma camisa do provável candidato democrata Barack Obama nos shows da nova turnê.
“Until The Day Is Done”, que nos shows vem sendo dedicada ao ator Heath Ledger, lembra o R.E.M. de “Up”, meio “Daysleeper”, meio “Sad Professor”. E mais uma vez, a letra ataca fortemente o governo Bush (“The battle’s been lost, the war is not won / (…) / The verdict is dire, the country’s in ruins”). Mas se uma das especialidades da banda são as letras politizadas, letras mais viajantes também marcam presença, como “Sing For The Submarine”.
Na última canção de “Accelerate”, “I’m Gonna DJ” (já presente no CD e DVD ao vivo lançados anteriormente), Stipe prega: “Death is pretty final / I’m collecting vinyl / I’m gonna DJ at the end of the woooooorld”. Se Stipe for o DJ do fim do mundo e botar para rodar esse novo trabalho do R.E.M., já vai estar bom demais.
Cotação: ****1/2
10 de abr. de 2008
MAIS UMA DO BAÚ DA REDE GLOBO
Gravado no final de 1979, para impulsionar as vendas da trilha sonora do seriado “Malu Mulher” – que não estava vendendo bem –, Daniel Filho juntou todas as artistas que participaram do disco de estúdio para um grande encontro, com todas cantando o sucesso “Cantoras do Rádio”. Egos a parte, o resultado foi muito bom. E vinte e oito anos depois, ainda arrepia ver um time de primeira grandeza da MPB unidas em uma gravação. As principais cantoras da época participaram: Simone, Gal Costa, Fafá de Belém, Joanna, Quarteto em Cy, Zezé Motta, Marina Lima, Maria Bethânia, Rita Lee e Elis Regina.
Além do número final agrupando todas elas, cada uma tem o seu momento solo no especial. Uma comedida Simone canta “Começar de Novo”, a única que era inédita na trilha de “Malu Mulher”, enquanto a sensualíssima Gal Costa dá conta do recado com “Paula e Bebeto”, em gravação no Teatro Casa Grande. Outros destaques são “Não Há Cabeça”, interpretada por uma tensa Marina (com o auxílio de Ângela Rô Rô no piano, com cara emburrada por não ter sido convidada para cantar a música) e “Álibi”, apenas com a voz de Bethânia e o violão de Rosinha de Valença.
O grande hit de 1979, “Mania de Você”, também está presente com uma gravação ao vivo em estúdio de Rita Lee e sua banda. Elis Regina, por sua vez, emociona com “O Bêbado e a Equilibrista” em apresentação ao vivo no Anhembi/SP.
Todas as canções são entremeadas por interessantes entrevistas com as cantoras e com a atriz Regina Duarte, todas tendo a mulher como tema. Mas a melhor, sem dúvidas, é a concedida por Rita Lee, logo após um “baurete”, como revelou o diretor Daniel Filho na entrevista que acompanha o especial como extra do DVD. Já o depoimento de Elis Regina chega a ser emocionante, principalmente no momento em que fala de Maria Rita, à época com três anos de idade.
Aproveitando a onda, bem que a Biscoito Fino poderia pensar em editar em DVD os especiais infantis que a Globo produziu no final dos anos 70 e início dos 80. Opções não faltam, como “Arca de Noé” (1 e 2), “Casa de Brinquedos”, “Plunct Plact Zuuum...”...