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LENA HORNE - 1917/2010
RIP.
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Pode até já ser lugar-comum um encontro dos Paralamas do Sucesso com os Titãs, mas, para início de conversa, vale deixar registrado que, de todos os shows que as duas bandas já fizeram juntas, os dessa turnê (“25 Anos de Rock”) são os mais importantes. E para sorte dos fãs do rock brasileiro, tal encontro agora está perpetuado no CD e DVD “Paralamas e Titãs Juntos e Ao Vivo”, lançados simultaneamente na semana passada pela EMI.
No show que originou a gravação, e que passou por algumas cidades brasileiras, durante as suas quase duas horas e meia, as duas bandas mais importantes do Brasil permaneceram no palco juntas praticamente o tempo todo. Ou seja, tudo bem diferente do Hollywood Rock de 1992, quando os dois grupos se juntaram apenas no bis para seis números, e na turnê conjunta realizada em 1999, quando ambas também se uniam em não mais do que 10 canções.
Entretanto, o DVD não conseguiu captar toda a experiência que aconteceu no palco. Para começar, as 33 canções no roteiro original foram reduzidas para 21 (todas presentes no CD e no DVD). Tudo bem que na edição sempre se separa o joio do trigo, mas em um encontro desse porte, certamente, os fãs ficariam bem mais satisfeitos se o show estivesse registrado em sua íntegra.
Ainda bem que o início arrasador está presente tanto no CD quanto no DVD. Assim, é possível ver as duas bandas soltando os cachorros juntas, com “Diversão” (que tem Herbert Vianna nos vocais), “O Calibre” (Paulo Miklos canta), “Marvin” (em interpretação de Branco Mello, bem inferior a de Nando Reis), “Selvagem” e “Polícia”.
Os sets em que as bandas permaneceram sozinhas no palco foram praticamente excluídos do registro. Ou seja, nada de “Lanterna dos Afogados”, “Vital e Sua Moto”, “Bichos Escrotos” ou “AAUU”. Em compensação, o demolidor dueto – ou seria duelo? – de bateria de João Barone e Charles Gavin está no DVD. Em um interessante extra, é possível observar as duas baterias ao mesmo tempo.
O momento acústico do show (que, diga-se de passagem, não foi dos mais inspirados) também aparece no DVD. Na tentativa de inovar, as versões de “A Novidade”, “Homem Primata” e “Lourinha Bombril” (esta com participação especial de Samuel Rosa) ficaram bem aquém das originais.
No show do Rio de Janeiro, aonde aconteceu a gravação, além do integrante do Skank, participaram também Andreas Kisser (que já é figurinha carimbada nos shows dos Paralamas) e Arnaldo Antunes. E o clímax do show ocorreu exatamente com a intervenção do ex-Titã, que relembra os clássicos “Comida” e “Lugar Nenhum”, duas pérolas do emblemático disco “Jesus Não Tem Dentes No País dos Banguelas”. “O Pulso”, que foi tão pedida no show de São Paulo, acabou entrando no bis do concerto na Marina da Glória. A canção está nos escassos extras do DVD – além dessa música, restam apenas trechos de ensaios e um making of com apenas cinco minutos (?!?) de duração.
O frenético final da apresentação, com “Óculos”, “Sonífera Ilha”, “Ska”, “Meu Erro” e “Flores”, felizmente, não foi cortado na edição final do DVD.
O ponto negativo do registro, e que chega a comprometer o resultado final, é a notável falta de ensaio. Paralamas e Titãs são bandas que sempre fazem shows perfeitos, mas nesse encontro a falta de sintonia é latente. Em alguns momentos, é possível reparar que nem os vocalistas sabem o momento certo de entrar na canção.
Mas, levando-se em conta que o show foi muito mais um encontro de velhos amigos – e excelentes músicos – do que um projeto oficial, até que esses desencontros têm o seu charme. Até mesmo porque as bandas, com tantos anos de experiência nas costas, acabam contornando, de algum modo, tais percalços.
Agora, se a turnê continuar e as bandas se entrosarem mais, aí não sobra pedra sobre pedra.
Cotação: ***1/2
Chega às lojas ainda esse mês, o CD e DVD gravados pelos Paralamas do Sucesso e Titãs, durante apresentação da turnê “25 Anos de Rock”, na Marina da Glória, Rio de Janeiro. O lançamento de “Os Paralamas do Sucesso e Titãs Juntos Ao Vivo” será via EMI. No show, as duas bandas tocaram os seus principais sucessos, como “Vital e Sua Moto”, “Alagados” (Paralamas), “Bichos Escrotos” e “Flores” (Titãs). Arnaldo Antunes fez uma participação especial relembrando as canções “Lugar Nenhum” e “Comida”.
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Depois de uma semana de especulações, Jimmy Page e John Paul Jones – membros do Led Zeppelin – participaram do show do Foo Fighters na noite de ontem, no estádio de Wembley. Dave Grohl, Jones e Page executaram as canções “Ramble On” e “Rock ’n’ Roll”, dois clássicos do Led Zeppelin. Robert Plant não pôde participar do show porque encontra-se nos Estados Unidos, em turnê com Alison Krauss. No show de ontem, o Foo Fighters executou 16 canções de seu repertório, antes de chamar os dois membros do Led Zeppelin ao palco. “Estaremos falando sobre o show dessa noite pelos próximos 20 anos”, disse Grohl antes de anunciar os convidados. Page e Jones subiram ao palco para o já histórico bis, com os dois sucessos do Led Zeppelin. Em “Rock ‘n’ Roll”, Dave Grohl voltou às origens e, assim como já tinha feito no show com Paul McCartney no domingo passado, tocou bateria. Após a saída de Page e Jones do palco, o Foo Fighters encerrou a apresentação com “Best Of You”. Após, Grohl gritou: “Bem-vindos ao melhor dia da minha vida”. Abaixo, um vídeo amador de “Rock ‘n’ Roll”.
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A imprensa britânica está noticiando que Paul McCartney vai anunciar em breve uma grande turnê mundial de despedida dos palcos. Especula-se que a turnê duraria dois anos e teria mais de cem datas agendadas na Europa, América do Norte, América do Sul, Austrália e Ásia. A justificativa para essa decisão seria o fato de McCartney querer passar mais tempo com a sua filha mais nova, Beatrice. “A turnê será a última em que McCartney se apresentará em várias partes do mundo. Beatrice e sua família vêm em primeiro lugar. Ele não quer mais ficar vários meses longe delas”, disse uma fonte próxima do ex-Beatle ao jornal Sunday Mirror.
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Mais uma polêmica envolvendo o nome de Amy Winehouse. No vídeo, Amy canta uma música racista, enquanto o marido da cantora a convence a cantar mais. O vídeo foi supostamente filmado em maio do ano passado, poucas semanas antes do casamento de ambos. A música em questão era uma paródia de “Heads, Shoulders, Knees and Toes”. A nova letra diz: “Blacks, Pakis, Gooks and Nips, Gooks and Nips! (…) And deaf and dumb and blind and gay!”. Após o término da canção, o marido de Amy Winehouse insiste que não estava filmando. O polêmico vídeo está logo aí abaixo.
Nesse mês de junho, comemoramos o lançamento de dois dos mais importantes discos do Rock Brasil. “Cabeça Dinossauro”, dos Titãs, e “Selvagem?”, dos Paralamas do Sucesso, foram lançados em junho de 1986. No mesmo ano, mais especificamente no finalzinho de julho, foi a vez de “Dois”, da Legião Urbana, chegar às lojas.
Muitos consideram esses três discos a ‘Santíssima Trindade’ do Rock Brasil. E não é para menos. Apesar dessas três bandas terem lançados outros discos importantes, nenhum deles foi mais emblemático do que esses três para a história do rock brasileiro.
Em 2006, ano em que “Cabeça Dinossauro”, “Dois” e “Selvagem?” comemoravam 20 anos, escrevi uma reportagem para a Folha de S.Paulo falando sobre a influência que esses três trabalhos tiveram nos músicos da nova geração do Rock Brasil. Para tanto, entrevistei diversos artistas, como Chorão (do Charlie Brown Jr.), Toni Garrido (que fazia parte do Cidade Negra) e Digão, dos Raimundos.
Para quem quiser relembrar esses três discos, a reportagem, que foi publicada no caderno ‘Folhateen’, está aqui.Um fator importante na hora da pesquisa para a reportagem foi relembrar o momento histórico que o Brasil vivia naquele período. Estávamos no período da abertura política, e José Sarney era o presidente do Brasil. Apesar de a censura ter virtualmente acabado, alguns resquícios ainda eram visíveis. E os Paralamas do Sucesso registraram, na faixa que dava título ao álbum, a censura que o filme “Eu Te Saúdo, Maria”, de Jean-Luc Godard, acabara de sofrer.
Além de entrevistar os artistas influenciados pelos discos e pesquisadores musicais, como Guilherme Bryan e Ricardo Alexandre, obviamente, tive que falar com integrantes dos Titãs, Paralamas e Legião. Sérgio Britto concedeu uma entrevista na qual dissecou aspectos curiosos de “Cabeça Dinossauro”, como a gravação de “Polícia”, momento em que o produtor Liminha ficou de papo com Evandro Mesquita, o que o deixou bastante chateado.
João Barone, dos Paralamas, falou sobre a mudança de sonoridade da banda em “Selvagem?” e relembrou a participação de Gilberto Gil nos vocais de “Alagados”. “Ele estava super gripado, tomou um chá e uma colher de mel e mandou ver assim mesmo”, disse.Já o guitarrista Dado Villa-Lobos, que fazia parte da Legião Urbana, surpreendeu ao dizer que não considera “Dois” o trabalho mais influente da Legião, mas sim “As Quatro Estações”, lançado em 1989. Mas não descartou a fundamental importância de “Dois” para a banda. “Acreditamos que era realmente possível fazer música e discos a partir desse disco”, afirmou.
Mas nem só de “Cabeça Dinossauro”, “Selvagem?” e “Dois” viveu o ano de 1986. Outras bandas lançaram discos importantes naquele período, como os Engenheiros do Hawaii (“Longe Demais das Capitais”), o RPM (com o campeão de vendas “Rádio Pirata Ao Vivo”), e o Barão Vermelho, que ainda cicatrizava as feridas deixadas pela saída de Cazuza, em “Declare Guerra”.
Finalizando a reportagem, disponibilizei na versão on-line da Folha um ‘quiz’ sobre cada um dos três discos. Na época, me disseram que somente catedráticos em Rock Brasil seriam capazes de responder as questões. Você não gostaria de tentar?