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4 de ago. de 2011

Sepultura e Judas Priest no “Dia do Padre”; Ira! e Ultraje no Rock in Rio; o mega box de “Achtung baby”; o show inédito do Queen; e Coldplay ao vivo.



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É isso aí rapaziada. Pauleira para começar o dia de vocês. Quinta-feira... Fim de semana quase chegando... Mas a pauleira do Judas Priest vai em homenagem ao dia de hoje, o Dia do Padre. É uma homenagem a São João Maria Vianney, santo padroeiro dos sacerdotes, que nasceu na França, no ano de 1786. Espero que ninguém venha reclamar da brincadeira no twitter. Afinal, eu poderia ter colocado aquela musiquinha dos Titãs, hein...

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E o que a gente tem nesse Dia do Padre? Vamos começar pelos 110 anos de nascimento de um dos mostros do jazz, Louis Armstrong. Noventa e nove por cento das pessoas o conhecem como o intérprete de “What a wonderful world”, mas eu devo dizer que ele fez coisas muito mais interessantes. Tipo isso aqui:



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De um extremo a outro, hoje também é dia de homenagear Max Cavalera pelos seus 42 anos. Essa discussão nunca vai acabar... O Sepultura é mais bacana com Max Cavalera ou com Derrick Green nos vocais?? Eu acho que é pau a pau. Mas eu aprendi a apreciar o trash metal com a voz de Max. Se teve um álbum que ouvi bastante nos meus 11 anos de idade foi “Arise”. Bati muita cabeça com ele. No Rock in Rio II, em 1991, tive a chance de conhecer Max Cavalera no backstage. Estava um pouco assustado. Ele tinha acabado de sair do palco, mas parou para falar comigo. Pena que o autógrafo que ele me deu não exista mais.



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Há 61 anos estreava nos cinemas um dos filmes mais conhecidos de Billy Wilder. "Sunset boulevard" (ou, no Brasil, “O crepúsculo dos ídolos”) conta a história de uma famosa atriz do cinema mudo de Hollywood, que enfrenta o ostracismo com o advento do cinema falado. A parceria entre os atores William Holden e Gloria Swanson é digna dos anais de Hollywood. Eu gosto muito de filmes cujo o tema principal seja o cinema, em uma espécie de metalinguagem. “A rosa púrpura do Cairo”, de Woody Allen, também é assim. Mas “Sunset boulevard” talvez seja o filme que melhor tenha incorporado esse estilo.



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Depois dos lançamentos dos shows antológicos do Barão Vermelho, Os Paralamas do Sucesso e Cássia Eller no Rock in Rio, a gravadora MZA coloca nas lojas agora o CD e o DVD com o show conjunto do Ira! + Ultraje a Rigor no Rock in Rio de 2001. A apresentação das bandas paulistas no Palco Mundo aconteceu meio que por acaso. Ambos estavam escalados para a Tenda Brasil, mas com a desistência de bandas como O Rappa e Skank, elas acabaram promovidas ao palco principal do evento. Os dois conjuntos não desperdiçaram munição, mandando clássico atrás de clássico. Um orgasmo para os saudosos do rock oitentista brasileiro. Enquanto o Ira! interpretava “Gritos na multidão” e “Envelheço na cidade”, o Ultraje não ficava atrás, com “Ciúme” e “Nada a declarar”. As duas bandas se juntaram para uma versão nervosa de “Shoul I stay or shoul I go?”, o clássico do The Clash. O CD e o DVD resgatam essa apresentação. Bom para relembrar e para aquecer o novo Rock in Rio que se aproxima. Só pena que a apresentação esteja incompleta. A música “Telefone” (homenagem do Ira! ao Gang 90, com participação de Fernanda Takai, do Pato Fu, nos vocais) foi limada, assim como a dobradinha “Inútil” / “Nós vamos invadir sua praia”, do Ultraje a Rigor.



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O U2 só estava esperando finalizar a sua “360º tour” para anunciar mais um lançamento. No dia 31 de outubro a banda irlandesa vai despejar o mega box comemorativo dos 20 anos de lançamento de “Achtung baby”, para muitos (inclusive para esse que vos escreve) o melhor álbum da banda. O relançamento ocorrerá em cinco formatos. O mais e$$$pecial será a caixa com dez discos e mais um bando de quinquilharia que vai fazer o fã do conjunto gozar. Serão seis CDs, incluindo o “Achtung baby” e o seu sucessor “Zooropa” (1993) remasterizados e mais quatro discos de raridades nunca lançadas oficialmente e lados B; quatro DVDs, como o documentário “From the Sky down” (que retrata as sessões de gravação do disco), o show da turnê gravado em Sidney (já lançado oficialmente), todos os videoclipes que a banda gravou à época e outras raridades; cinco discos em vinil de sete polegadas, com os singles de “Achting baby”; um livro de 84 páginas de capa dura; e o principal: uma réplica dos óculos de “mosca” que Bono usou na turnê. Outro formato será em LP quádruplo (dois deles em vinil azul!!) com o álbum original, lados B e remixes.

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Enquanto a caixa não sai…



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O Queen também ressurge com um relançamento que vai dar uma força no caixa de Brian May, Roger Taylor, John Deacon e dos herdeiros de Freddie Mercury. O DVD “Queen live at Wembley Stadium” ganhará uma versão comemorativa de 25 anos, que chegará às lojas no dia 05 de setembro, quando Freddie Mercury faria 65 anos de idade. Para quem já tem a edição de DVD que saiu uns oito anos trás, a novidade é a inclusão do show integral de sexta-feira, dia 11 de junho de 1986. O vídeo original conta com a íntegra do show de sábado, dia 12. Somente algumas poucas músicas do show de sexta, quando choveu bastante, foram lançadas anteriormente. O áudio dos dois shows passou por um avançado processo de remasterização em 5.1. Pode parecer preciosismo, mas esse DVD será uma oportunidade de comparar dois shows da mesma turnê da banda que fazia do palco a sala de estar de sua casa. Além das duas apresentações, o DVD traz o documentário inédito “The magic tour”, com entrevistas recentes de Brian May e Roger Taylor.

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Eis um trecho do show de sexta-feira:



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Também em setembro, só que no dia 27, será lançado o CD/DVD/BD “Raw Power live – In the hands of the fans”. O vídeo retrata um show de Iggy Pop ao lado da banda The Stooges, realizado no festival All tomorrow’s parties, em 03 de setembro do ano passado. A ideia é sensacional (embora o resultado ainda seja uma incógnita): seis fãs que estavam na plateia filmaram o show. O vídeo também traz entrevistas com esses mesmos fãs. Dá uma olhada como é que ficou:



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Olha só quem esteve ontem no programa do Jimmy Kimmel...





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Hank Williams será merecidamente celebrado. Artistas como Bob Dylan, Jack White, Norah Jones e Sheryl Crow gravaram músicas inéditas do compositor country, a serem lançadas no álbum “The lost notebooks of Hank Williams”, no dia 4 de outubro. Os manuscritos das canções que serão lançadas foram encontrados em uma pasta de couro de Williams, que morreu e, 1953, aos 29 anos de idade.

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Só escutei hoje a música da nova banda de Mick Jagger, a Super Heavy. “Miracle worker” é bacana, mas um poquinho ragga demais para o meu gosto. E vocês? O que acharam??

6 de jun. de 2010

Resenhando: Iggy and The Stooges, George Israel, Caetano Veloso, Frank Sinatra & Tom Jobim, Zé Ramalho

“Raw power” – Iggy and The Stooges
O terceiro álbum da banda The Stooges (que já se chamava, à época, Iggy and The Stooges) foi lançado em 1973, mas, até hoje, é essencial em qualquer discoteca que se preze. Não fosse por esse motivo, uma edição especial não estaria sendo lançada agora, 37 anos depois. O CD duplo que ora chega às lojas contém o álbum original remasterizado por David Bowie, o que é uma raridade, eis que, desde o seu relançamento em 1997, Iggy Pop optou pela sua própria remasterização, mais limpa, que tirou toda a sujeira (deliciosa) das músicas. Assim, agora, você poderá ouvir clássicos como “Search and destroy” e “I need somebody” da forma como foram concebidos. O CD 2 traz uma apresentação inédita de Iggy e seus Stooges, em outubro de 1973 (logo após o lançamento do álbum), em Atlanta. O show tem pouco menos de uma hora, e consegue ser melhor que o CD originário. Nele, Iggy toca canções ora recém-lançadas (como uma versão arrasadora de “Raw Power”) e adianta músicas que viriam a fazer parte de “Metallic K.O.” (1976), como “Heavy liquid” e “Head on”. Essencial para entender quase tudo o que surgiu no rock a partir dos anos 70.

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“13 parcerias com Cazuza” – George Israel
Pode até soar oportunista o lançamento de um álbum com regravações de músicas do Cazuza. Mas esse está longe de ser o caso de “13 parcerias com Cazuza”, novo trabalho de George Israel. Em primeiro lugar, porque ele fugiu de um repertório óbvio. E em segundo lugar, e mais importante, todas as canções também levam a assinatura de George. Produzido por Dadi, o CD conta com participações de Elza Soares & Marcelo D2 (“Brasil”), Tico Santa Cruz (“A burguesia”), Ney Matogrosso (“4 letras”), Sandra de Sá (“Solidão, que nada”), entre outros. De quebra, ainda tem a participação do próprio Cazuza, no (delicioso) reggae inédito “Você vai me enganar sempre II” (“Você me deixa orgulhoso/ Gostoso te ouvir jurar/ Mentir com esse olhar guloso/ Pra disfarçar”), que contou com a presença luxuosa de Family Man (The Wailers) e Charlie Lalibe (Alphablondy) no baixo e na bateria, respectivamente. “13 parcerias com Cazuza” é um disco bom e, acima de tudo, honesto. Apesar de sua pouca voz, George Israel não poupou esforços para fazer a mais justa homenagem ao poeta do Baixo Leblon. E ele conseguiu. Que Ney Matogrosso se anime a gravar o seu tão adiado projeto com repertório exclusivo de Cazuza.

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“Que de-lindo” – Caetano Veloso
Finalmente Caetano Veloso lançou o último volume de seu box “Quarenta anos Caetanos” – agora já são 43 anos de carreira –, com direito ao CD bônus “Que de-lindo”. Como o disco agrega músicas que não fazem parte dos álbuns oficiais do artista baiano entre 1995 e 2007, há poucas raridades de verdade no pacote. A verdade é que quem consome discos nos últimos anos, certamente terá a maior parte das faixas espalhadas em sua discoteca. Não há nenhuma raridade de verdade, como sobra de estúdio ou alguma canção ao vivo jamais lançada. É uma pena, porque o baú de Caetano não deve ser pequeno. De qualquer forma, o produtor Rodrigo Faour se esforçou para juntar boas canções há muito fora de catálogo, como a versão para “O calhambeque”, que faz parte do pacote “30 anos de Jovem Guarda”, lançado em 1995. Ou então a lindíssima “Merica, Merica”, música composta por Caetano em italiano, e presente na trilha sonora do filmaço “O quatrilho”. Outras nem tão raras assim fecham o pacote, como “A luz de Tieta” (do filme “Tieta”, de 1996, em dueto com Gal Costa), “Céu de Santo Amaro” (lançada originalmente no álbum “Por que não tínhamos bicicleta?”, de Flávio Venturini) e “Maluco beleza”, do CD “Uma homenagem a Raul Seixas – O baú do Raul” (2004). Enfim, “Que de-lindo” consegue, com êxito, organizar um pouco a obra esparsa de Caetano. Mas a gente ainda fica esperando, por exemplo, o registro integral do show “Circuladô”, de 1992/93.

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“The complete Reprise recordings” – Frank Sinatra & Tom Jobim
Difícil dizer para quem foi mais importante o encontro de Frank Sinatra com Antonio Carlos Jobim. Se o álbum “Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim” abriu as portas dos Estados Unidos para Tom, ele também foi importante para que Sinatra se reinventasse e vendesse milhões e milhões de cópias. Depois desse álbum gravado em dupla no ano de 1967, foram lançados “Sinatra-Jobim” (1970) e “Sinatra & Company” (1971), que tinham uma faixa ou outra interpretada pela dupla. Agora, para dar uma organizada geral, chegou às lojas (por enquanto lá fora – depois ainda falavam mal do Tom porque ele se dedicava tanto ao mercado norte-americano) o CD “The complete Reprise recordings”, que em 20 faixas rebobina todas as parcerias dos dois artistas – só “Fly me to the moon”, que saiu no “Duets II” (1994), de Sinatra, ficou de fora. Em mais de 60 minutos, Sinatra e Tom nos entregam pepita atrás de pepita: “The girl from Ipanema”, “Quite night of quite stars”, “Triste”, “One note samba”, “Desafinado”, entre outras. Um CD para separar o melhor uísque, apagar a luz e esquecer a vida.

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“Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro” – Zé Ramalho
Zé Ramalho já havia gravado algumas canções compostas por (ou que haviam feito sucesso na voz de) Jackson do Pandeiro. Para organizar tudo, ele e o produtor Marcelo Fróes juntaram as faixas no CD “Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro”, não sem antes gravar seis novas canções. Ao lado de músicas mais do que conhecidas, como “”Chiclete com banana” (com participação especial de Waldonys), “Cantiga do sapo” (aqui na versão constante no álbum “Estação Brasil”, de 2003) e “Um a um”, Zé Ramalho ainda relembra coisas bem raras, como “Ela disse” e “Lá vem a boiada”, essa última em gravação inédita. Uma homenagem merecida de um dos grandes artistas brasileiros da atualidade para um dos grandes artistas de todos os tempos. Tomara que o álbum tenha a divulgação merecida. Todos merecem conhecer a obra de Jackson do Pandeiro.

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Abaixo, a versão de Caetano Veloso para “Maluco beleza”, de Raul Seixas, uma das “raridades” de “Que de-lindo”, CD bônus incluído no box “Quarenta anos Caetanos – 95/07”.