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9 de jul. de 2010

Vinicius de Moraes, Bon Scott, Gavin, Jack White, Zidane, Hendrix, Johnny Winter, Lady Gaga, SSSC, Stone Sour, Linkin Park, She & Him, Arcade Fire

"Há dias que eu não sei o que me passa
Eu abro o meu Neruda e apago o sol
Misturo poesia com cachaça
E acabo discutindo futebol
Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão"

("Cotidiano nº 2" - Vinicius de Moraes / Toquinho)

VINICIUS DE MORAES - 19/10/1913 - 09/07/1980



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We are the Pet Shop Kids!



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"É uma mistura de Depeche Mode com Neil Young." (Win Butler, líder do Arcade Fire, falando sobre o novo álbum da banda, "The suburbs", que será lançado no dia 03 de agosto)

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Aos interessados, um vídeo do filme "Harry Potter e as relíquias da morte", que foi liberado hoje. O vídeo traz cenas do filme e dos bastidores.



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Lindíssimo o videoclipe de "Thieves", do She & Him...



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O Linkin Park anunciou hoje a data de lançamento de seu próximo álbum. "A thousand suns", quarto trabalho de estúdio do grupo, chegará às lojas no dia 13 de setembro. O álbum foi produzido por Rick Rubin e Mike Shinoda, e o primeiro single, "The catalyst", será lançado a 02 de agosto. O último trabalho do Linkin Park, "Minutes to midnight", foi lançado em 2007.

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Essa é a capa do terceiro álbum do Stone Sour, "Audio secrecy", a ser lançado no dia 06 de setembro. O Stone Sour é o projeto paralelo de Jim Root e Corey Taylor, ambos do Slipknot. Root disse há pouco tempo que ia trabalhar dois anos em cima desse álbum para depois decidir o futuro do Slipknot, que está em suspenso, por conta da morte trágica de Paul Gray, no primeiro semestre. "Será um processo longo de cicatrização, que deverá acontecer antes de a gente pensar se o Slipknot vai continuar", disse Jim Root à Kerrang no mês passado.

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"Você que só ganha pra juntar
O que é que há, diz pra mim, o que é que há?
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar

Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irrnão!

(Pois é, amigo, como se dizia antigamente, o buraco é mais embaixo... E você com todo o seu baú, vai ficar por lá na mais total solidão, pensando à beça que não levou nada do que juntou: só seu terno de cerimônia. Que fossa, hein, meu chapa, que fossa...)

Você que não pára pra pensar
Que o tempo é curto e não pára de passar
Você vai ver um dia, que remorso!

Como é bom parar
Ver um sol se pôr
Ou ver um sol raiar
E desligar, e desligar

(Mas você, que esperança... Bolsa, títulos, capital de giro, public relations (e tome gravata!), protocolos, comendas, caviar, champanhe (e tome gravata!), o amor sem paixão, o corpo sem alma, o pensamento sem espírito (e tome gravata!) e lá um belo dia, o enfarte; ou, pior ainda, o psiquiatra)

Você que só faz usufruir
E tem mulher pra usar ou pra exibir
Você vai ver um dia
Em que toca você foi bulir!
A mulher foi feita
Pro amor e pro perdão
Cai nessa não, cai nessa não

(Você, por exemplo, está aí com a boneca do seu lado, linda e chiquérrima, crente que é o amo e senhor do material. É, amigo, mas ela anda longe, perdida num mundo lírico e confuso, cheio de canções, aventura e magia. E você nem sequer toca a sua alma. É, as mulheres são muito estranhas, muito estranhas)

Você que não gosta de gostar
Pra não sofrer, não sorrir e não chorar
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar!

Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irmão!"

("Testamento" - Vinicius de Moraes / Toquinho)



EU SIGO OS CONSELHOS DO POETA.

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A banda Street Sweeper Social Club, que conta com o guitarrista do Rage Against The Machine, Tom Morello, anunciou os detalhes de seu novo álbum (na verdade, um EP), que será lançado no dia 16 de agosto - apenas por download; a cópia física chega às lojas em 06 de setembro. O álbum terá quatro músicas compostas pela banda, além de covers de "Paper planes" (M.I.A.) e "Mama said knock you out" (LL Cool J). Em agosto, a banda excursionará pelos Estados Unidos. O tracklisting de "The ghetto blaster" é esse aqui: "Ghetto blaster", "Everythang", "Paper Planes", "The new **** you", "Scars", "Mama said knock you out" e "Promenade (Guitar Fury Remix)".

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E adivinha quem parou o centro de Nova York, hoje, hein? Hein? Sim, ela: Lady Gaga. Já deu, né?



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"Playboy" portuguesa será fechada após publicar ensaio pornô com Jesus. E eu achei que tivesse sido com o Jesus da Madonna, quando li a manchete... Hahaha...

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Sairá na última semana de agosto o DVD "Live through the 80's", que compila cenas de shows e videoclipes de Johnny Winter na década de 80. No ano passado, foi lançado um DVD no mesmo formato, relacionado aos anos 70. Nesse que sairá agora, os destaques são trechos de apresentações no Massey Hall, em Toronto, no ano de 1983, e em Roskilde, Dinamarca, em 84. Entrevistas também fazem parte do DVD. A relação de faixas é a seguinte: "Stranger", "Unseen eye", "Sweet Papa John", "I used to love her", "Mad dog", "When you've got a good friend", "Boot hill", "Highway 61", "Johnny B. Goode", "Jumpin Jack Flash", "Sound the bell", "Mojo boogie", "Don't take advantage of me", "Early in the morning", "Serious as a heart attack", "Lights out" e "Please come home for christmas".

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O guitarrista Jimi Hendrix foi nomeado para fazer parte do Fender Hall Of Fame. A cerimônia acontecerá no dia 13 de agosto, no Arizona. Hendrix viveu apenas 27 anos, mas o suficiente para entrar, com folga, para a história do rock, com clássicos como "Hey Joe", "Foxy lady" e "Fire".

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Hum, agora posso falar um pouco de Copa do Mundo? Prometo que está acabando. Aí, eu só volto a falar disso em 2014, na Copa do Brasil (imagina a roubalheira que não vai ser essa Copa aqui, hein?). Bom, ontem eu falei sobre a final da Copa de 1990, umas das mais chatas de todos os tempos. Mas hoje eu vou falar sobre A mais chata de todos os tempos. Ela ocorreu há exatos quatro anos. Foi a final França x Itália na Copa de 2006, na Alemanha. Êta, jogo chato. Só duas coisas se salvaram naquele dia: uma bebedeira história com um amigo meu e a cabeçada do Zidane. Tirando isso, pouco se viu de bom no campo. Estava torcendo para Zidane (não para a França). Mas Zidane se aposentou pela porta dos fundos. Uma pena. Mas, para mim, ele ainda é um dos cinco maiores craques de todos os tempos, ao lado de Pelé, Cruyff, Beckenbauer e Maradona.



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Agora vou voltar para o rock internacional. Mais especificamente para um dos caras que mais sabe fazer rock atualmente. Ele trabalha que nem um corno com as suas três bandas: White Stripes, Raconteurs e Dead Weather. Tudo bem, a fama veio no White Stripes, ao lado de Meg White, mas as suas outras bandas são animais também. O último álbum do Dead Weathers, "Sea of cowards", talvez seja o grande lançamento de 2010 so far. E o documentário que ele fez ao lado de The Edge e Jimmy Page, "It might get loud", é absurdo. E Jack White só tem 35 anos. Trinta e cinco anos, diga-se, completados hoje.



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E hoje tem festa no Rock Brasil também. Charles Gavin, ex-baterista dos Titãs, completa 50 anos. Nascido a 09 de julho de 1960, Gavin fez história na bateria dos Titãs, mas, infelizmente, desligou-se da banda faz alguns meses. Mas isso não é de todo ruim. Além de bom baterista, Gavin sempre fez um importante trabalho de relançamento de álbuns importantes da MPB em CD. Muito jovem descobriu os Secos & Molhados graças ao relançamento dos dois álbuns da banda, tudo coordenado por Charles Gavin. E eu também perdi a conta de quantos discos fantásticos conheci por causa dele. Apesar da eterna crise da indústria fonográfica, tomara que Gavin possa nos presentear com essas pérolas. A Música Popular Brasileira agradece.



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Da música brasileira para o genuíno rock n' roll, agora vou falar um pouco de Bon Scott, ex-vocalista do AC/DC. Uma das maiores vozes do rock, Scott emprestou a sua voz para canções como "Highway to hell", "Let there be rock", "The jack", "Whole lotta Rosie", "T.N.T.", entre várias outras. Doidaço, o cara morreu aos 33 anos, de tanto beber - a causa oficial da morte é "envenenamento alcoólico agudo". E eu falo aqui em Bon Scott porque, se vivo fosse (Hahaha...), ele hoje estaria completando 64 anos de idade. Mas alguém aí me responda: já imaginou Bon Scott com 64 anos de idade? Hahaha...



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"Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vaidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, 'il faut' além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer 'baixo' seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor."

("Para viver um grande amor" - Vinicius de Moraes)



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"A morte - o desamparo extremo - sempre foi o grande medo de Vinicius de Moraes. Ele atravessou a vida lutando contra a sombra da morte. Esse era, talvez, o seu segredo. Aquilo que o fez inundar seu corpo em álcool para poder chorar. Aquilo que o levou a se casar nove vezes, para não deixar escapar nenhuma gota do amor. Aquilo que o levou a viajar sem parar para não se tornar prisioneiro de lugar algum. De seu primeiro verso, em 'Místico' - 'O ar está cheio de murmúrios misteriosos' -, ao que pode ser considerado o último traço do poeta, conforme seu desejo, em 'O deve e o haver' - 'Ela me virá abrir a porta como uma velha amante/ Sem saber que é a minha mais nova namorada' -, é a morte, e não a vida, que está em ação. Vinicius de Moraes viveu, amou, escreveu, cantou, para fugir da morte. Para negá-la. Todos fazemos o mesmo. Mas só um de nós se chamou Vinicius de Moraes." ("Vinicius de Moraes - O poeta da paixão - Uma biografia", José Castello, p.429)

Hoje faz 30 anos que Vinicius de Moraes morreu.

4 de jul. de 2010

Resenhando: Bruce Springsteen, Leila Pinheiro, LCD Soundsystem, Rodrigo Maranhão, She & Him

“London Calling – Live in Hyde Park” – Bruce Springsteen
Eu conheço muita gente que guarda certa desconfiança com Bruce Springsteen. “O Rambo do rock?” Tô fora...” Realmente, aquele jeitão de cantar pode incomodar. Mas é inegável que os shows do The Boss são muito divertidos. Pra começar, o cara não fica menos do que três horas em cima de um palco. E, ainda por cima, mesmo quando você acha que não conhece nenhuma das músicas, pelo menos metade do roteiro, você já ouviu em algum lugar. O novo DVD/BD de Springsteen, “London calling – Live in Hyde Park” não foge à regra. São 27 músicas espalhadas em três horas de show realizado no parque londrino, na edição do Hard Rock Calling do ano passado, e mais duas em Glastonbury e no Giants Stadium. O repertório passeia por sucessos antigos (“Rosalita (Come out tonight)”, “Born to run”, “Badlands”, “Out in the street” e “Glory days”) e músicas do último disco do The Boss (na verdade, apenas duas: “Outlaw Pete” e “Working on a dream”), além da versão para “London calling”, do The Clash, que abre o show. Comparando com o DVD “Live in Barcelona” (2003), esse “London calling” tem uma vantagem e uma desvantagem. A vantagem é que imagem e som são infinitamente superiores – a imagem no BD chega a ser assustadora de tão nítida. A desvantagem é que como esse show foi realizado no Hyde Park, a distância entre palco e plateia é imensa (até Springsteen reclama no show). Pelo menos, chega a ser emocionante ver o Boss descer as escadas e correr até pertinho do público para colocar o microfone na boca de um moleque com uns seis anos de idade durante “Waitin’ on a sunny day”. Esse será um fã de rock para sempre.

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"Meu segredo mais sincero” – Leila Pinheiro
Na efeméride dos 50 anos de Renato Russo, todo mundo sabia que não ia faltar lançamento envolvendo o nome do ex-líder da Legião Urbana. Embora não tenha saído o DVD com os shows do Metropolitan em 1994, as lojas receberam o fraquíssimo “Duetos” e agora esse “Meu segredo mais sincero”, que traz 15 canções da Legião e de Renato na voz de Leila Pinheiro, que, diga-se, era bem amiga do falecido compositor. Editado pela Biscoito Fino, o CD navega entre altos e baixos. A voz de Leila Pinheiro é boa, mas ficou uma sensação de que algumas músicas não foram muito bem escolhidas. “Daniel na cova dos leões” (que conta com a guitarra de Dado Villa-Lobos), por exemplo, ficou insossa com o seu arranjo meia-boca. Do mesmo mal padecem “Há tempos”, que perdeu a força de sua (pesada) letra, e “Metal contra as nuvens”, que ficou artificial demais. Por outro lado, “Meu segredo mais sincero” reserva alguns belos momentos, especialmente na pouco conhecida balada “Quando você voltar” (do álbum “A tempestade ou O livro dos dias”, de 1996), que mistura o piano e a voz de Leila à guitarra de Herbert Vianna. “Pais e filhos”, apenas com o piano de Leila e o violão de aço de Cláudio Faria também ficou bonita. Leila Pinheiro ainda rebobina “Tempo perdido”, que ela já havia gravado anteriormente no álbum “Alma” (1988). Enfim, uma bonita homenagem, que pode ficar ainda melhor em cima do palco. Só não precisava de mais um dueto do além em “La solitudine”, né Leila?

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“This is happening” – LCD Soundsystem
Uma música com mais de nove minutos de duração, que se chama “You wanted a hit”, e que demora mais de três minutos para ganhar voz. Isso pode ser uma boa síntese de “This is happening”, novo álbum (cheio de antíteses) do LCD Soundsystem, que vazou na internet há meses, mas que chegou às lojas brasileiras na semana passada. Tudo bem, nesse novo trabalho, James Murphy e seus colegas continuam divertidos (irônicos!), mas não espere muito daquela alegria dos dois primeiros discos do conjunto – “LCD Soundsystem” (2005) e “Sound of silver” (2007). “This is happening” é um álbum divertido e dançante, mas também difícil. A diferença é que o LCD consegue fazer canções que beiram os 10 minutos de duração e, ainda assim, manter o interesse do público. Poucos artistas conseguem isso. E por que eles conseguem? Simplesmente porque misturam uma tonelada de referências, timbres interessantes e letras inteligentes na mesma embalagem. Exemplo? Pegue logo a faixa de abertura, “Dance yrself clean”, e veja como funciona. “All I want”, que mistura pop, rock, eletrônica, disco, dance, talvez seja a melhor de “This is happening”, seguida de perto por “Pow pow”, na qual a banda de Nova York soa ridiculamente deliciosa ao incorporar clichês da dance-music em seu universo particular. E ainda há espaço para “Drunk girls”, que deve ser o tal hit que a gravadora pediu. Não precisava. É a pior faixa do disco. E tomara que esse não seja o último da banda, como James Murphy tem anunciado.

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“Passageiro” – Rodrigo Maranhão
Começo a falar de “Passageiro”, novo trabalho de Rodrigo Maranhão, pedindo perdão pelo atraso. O álbum só caiu em minhas mãos nessa semana, e não poderia deixar de traçar algumas mal traçadas sobre ele. Pra começar, vamos ao que interessa: “Passageiro” é um dos grandes álbuns lançados no país nesse ano. Para quem acha que samba é coisa de bamba, fica um alerta: é mesmo. E Rodrigo Maranhão, mesmo com os seus 30 anos de idade, já mostra que é bamba. Se “Bordado” (2007), o seu primeiro álbum, já tinha sido uma ótima estreia, em “Passageiro”, Rodrigo Maranhão vai além. Muito além. Muito bem produzido por Zé Nogueira, e contando com músicos do naipe de Leandro Braga (piano), Marcos Suzano, Marçal (ambos na percussão), Ricardo Silveira (guitarra), Silvério Pontes (trompete) e Marcello Gonçalves (violão de sete cordas), o álbum transita do samba (na inteligente “Samba quadrado”, que, aliás, cairia muito bem na voz de Ney Matogrosso, e “Um samba pra ela”) ao fado (na delicada “Quase um fado”), passando pelo baião (no “sambaião” “Sonho”), xote (“Maria sem vergonha”), valsa (na lindíssima e melhor faixa do CD, “Valsa lisérgica”, escrita a quatro mãos com Pedro Luís), entre outros estilos. Rodrigo Maranhão já compôs músicas que foram sucesso nas vozes de Zélia Duncan, Roberta Sá, Maria Rita, Fernanda Abreu e Pedro Luís. Mas o melhor mesmo é ouvir as canções na voz do próprio Rodrigo Maranhão, que, certamente, é o melhor compositor de sua geração.

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“Volume two” – She & Him
Uma vez eu li alguma crítica do jornalista André Forastieri, na qual ele dizia que se uma música não chamava a sua atenção nos três primeiros segundos, ele não perdia mais tempo escutando. Com a quantidade de coisa que tenho para ouvir aqui, tenho tentado adotar essa tática do Forastieri, embora reconheça que sou muito mais paciente que ele. Contudo, não precisei ser paciente ao ouvir o novo álbum do She & Him, “Volume Two”. A dupla de Portland, formada por Zooey Deschanel (vocais e piano) e M. Ward (guitarra) fez algo bem difícil: gravar um segundo álbum superior ao primeiro (lançado em 2008), que já era excelente. A prova está logo na primeira faixa, “Thieves”, um folk-spaghetti sensacional que já cativa o ouvinte em um segundo (pode acreditar, Forastieri). Parece até trilha de um filme de Quentin Tarantino. Difícil pinçar destaques em um álbum tão hermético. Mas para eleger as minhas prediletas, fico com a fofinha “In the sun”, a byrdiana “Don’t look back”, a beachboysiana “Ridin’ in my car”, a joanbaesiana “Lingering still” e a deliciosa versão para “Gonna get along without you now” (aquela que foi parodiada nas festas de aniversário para a imbecilizada “fulano, eu vou comer seu bolo...”). E vale registrar que a edição nacional vem com uma versão deliciosa para “I can hear music”, dos Beach Boys. Enfim, “Volume two”, com todas as suas referências, é obrigatório. O único defeito do álbum é ser viciante.

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Em seguida, “London calling”, faixa de abertura do DVD/BD “London calling – Live in Hyde Park”, do Bruce Springsteen.

1 de jun. de 2010

Cazuza & Lobão, Peninha, Alanis, a-Ha, Mengão, Mutantes, George Israel, Rush, Stones, Ney, MSP, Renée & Muse, Gadú, Oasis, She & Him, DMB, Neil, Homer

Parabéns, Homer. Cada dia que passa, gosto mais de você.

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Quem também tem mostrado canções inéditas em seus shows é Neil Young. Por enquanto, já foram cinco. E vocês querem ver os vídeos? Hein? Hein? É só clicar aqui.

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Abaixo, a outra música que o Rush lançou hoje. "BU2B" também fará parte do próximo álbum do grupo, "Clockwork angels". Difícil dizer qual a melhor, "BU2B" ou "Caravan"...



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A Dave Matthews Band começou nesse final de semana a sua turnê de verão pelos Estados Unidos, em Hartford. No roteiro, os sucessos de sempre ("Ants marching", "#41", "Grey street"), músicas do último disco ("Rye whiskey" e "Shake me like a monkey"), e - surpresa! - raridades, como "Break for it" (das sessões de "Busted stuff", e nunca apresentada ao vivo pela banda), além de músicas que a banda não tocava havia muito tempo, como "Busted stuff" e "Kit Kat jam". O repertório completo da apresentação foi o seguinte: "JTR", "Seven", "Hello again", "Spaceman", "Proudest monkey", "Satellite", "Funny the way it is", "Rye whiskey", "Shake me like a monkey", "Busted stuff", "Kit Kat jam", "#41", "Grey street", "You and me", "Dancing nancies", "Too much" e "Ants marching". No bis, a citada "Break for it" e o encerramento com "You might die trying". Abaixo, um vídeo tosco (mas bacana) de "Break for it".



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Olha só que lindinho o She & Him atacando com "Fools rush in".



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Eu quero um desse...


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"A separação do Oasis foi melhor para todo mundo." (Liam Gallagher em entrevista ao New York Times. Foi melhor para os fãs também?)

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Eu gosto muito de ler o site português Blitz. As suas resenhas são muito bem escritas. Mas hoje, eles deram uma pisada braba na bola. Disseram que o heavy metal completa 40 anos hoje, por conta do lançamento do primeiro álbum do Black Sabbath, considerado o primeiro do gênero. Acontece que o disco saiu no dia 13 de fevereiro de 1970. Não entendi nada!

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Já imaginou tipo uma Nana Caymmi gravando uma música dos Móveis Coloniais de Acaju? Ou Gal Costa cantando o novo sucesso do Charlie Brown Jr.? Difícil, né? Na semana que vem, vai sair um CD nos Estados Unidos mais ou menos desse tipo. A soprano Renée Fleming, diva da ópera, acostumada a se apresentar no Met de Nova York e no Covent Garden de Londres, vai lançar um CD com músicas de... rock! No roteiro, Peter Gabriel, Death Cab For Cutie, Jefferson Airplane, Band of Horses, Muse... Estou curioso para ouvir esse álbum todo. Tenho a impressão que vai ser todo errado. Os fãs do Muse já podem tirar alguma conclusão com "Endlessly".



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Os Manic Street Preachers divulgaram detalhes de seu novo álbum, "Postcards from a young man", que será lançado no Reino Unido, no dia 29 de setembro. O líder James Dean Bradfield prometeu ao NME que o álbum terá "big radio hits", ao contrário do anterior, o difícil "Journal for plague lovers". A partir do dia do lançamento, a banda seguirá em turnê de 23 shows pelo Reino Unido. A capa do disco ainda não foi divulgada.

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#medo: Paul McCartney e sua trupe foram atacados por um grupo, logo após um show na Cidade do México, na última sexta-feira. Segundo as reportagens que saíram nos sites britânicos, o ex-Beatle ficou "horrorizado" com o ataque. Os integrantes da tal gangue cercaram o ônibus de Paul e ficaram pulando em cima dele. A polícia chegou, e todo mundo fugiu. Que loucura!

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Bacaníssima a participação surpresa de Ney Matogrosso no Fashion Rio, durante o desfile da grife Blue Man. Pelo menos é algo interessante nesses eventos chatérrimos de moda.



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A história de "Exile on main st", dos Rolling Stones pelo professor Jamari França. Vale muito a pena dar uma lida.

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Putz, que música nova é essa do Rush? Pelo jeito, eles resolveram comemorar os 35 (ou 36) anos de carreira fonográfica da melhor forma possível. A bateria de Neil Peart estronda, a guitarra de Alex Lifeson está encorpadaça e o baixo e a voz de Geddy Lee é melhor nem falar nada. Essa "Time machine tour", com a íntegra do "Moving pictures" (1981) será absurda. E a gente estará em algum show dessa turnê. Aguardem.



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A BOA DE AMANHÃ: Véspera de feriado, a boa para os cariocas é a gravação do DVD de George Israel, no Canecão. A gravação, que foi adiada no mês passado por conta de problemas na casa de espetáculos, agora acontece pra valer. George vai receber convidados como Ney Matogrosso, Elza Soares, Pepeu Gomes e Leo Jaime, para interpretar músicas feitas em parceria com Cazuza. Não vou perder esse show. (Para mais detalhes, clique na imagem acima.)

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ANTES TARDE...: A gravadora Coqueiro Verde vai prestar um serviço ao país nesse mês. Chegará às lojas nos próximos dias a edição nacional do álbum "Haih... or amortecedor...", dos Mutantes. O CD já foi lançado lá fora faz um ano. Mas aqui no Brasil, até agora, chongas. A Coqueiro Verde promete quatro faixas extras na edição nacional. Aguardemos!

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E para terminar as comemorações de hoje, vamos partir para o cinema. Um dos filmes mais bizarros que já vi foi "O vingador do futuro", com Arnold Schwarzenegger (que, aliás, descobri ontem, é nome de estádio de futebol na Áustria). E hoje faz 20 anos de sua estreia. Na boa, se quiser rir um pouquinho, baixe esse vídeo (ou pegue na locadora). Dá uma sacada no trailer...



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Ainda no futebol, só que falando de Copa do Mundo: o primeiro Mundial que curti foi o de 1986 (tinha 6/7 anos). Eu em lembro bem do jogo de estreia do Brasil contra a Espanha, no dia 01º/06/86. Não marcaram um gol legítimo da Espanha, depois anularam um brasileiro, e, finalmente, Sócrates marcou o gol da nossa vitória. Mas o que me marcou mesmo foi que, antes de o jogo começar, ao invés do Hino Nacional, o que saiu dos alto falantes do estádio Jalisco, foi o Hino à Bandeira. Em sinal de protesto, a seleção foi tirar a foto no meio do Hino. Em tempos de Sócrates, essas coisas eram possíveis...



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Agora vamos falar um pouco de futebol? Alô flamenguistas: hoje faz 30 anos que o Mengão foi campeão brasileiro em cima do Atlético-MG. Quase 155 mil pessoas viram ao vivo o 3 a 2 histórico, no Maracanã, com gols de Nunes (2), Zico e Reinaldo (os dois do Galo). Olha só a seleção do Flamengo: Raul; Toninho, Manguito, Marinho e Júnior; Andrade, Paulo César Carpegiani (Adílio) e Zico; Tita, Nunes e Júlio César. O técnico era Cláudio Coutinho. Trinta anos depois, Zico está de volta ao Flamengo. Vamos ver no que vai dar...



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E hoje também comemoramos os 25 anos do álbum de estreia do a-Ha. "Hunting high and low" chegou às lojas no dia 01º de junho de 1985. Até hoje, é considerado pela maioria dos fãs, o melhor álbum da banda norueguesa. Estou nesse grupo. Acho que, infelizmente, o a-Ha não conseguiu superar músicas como "The sun always shines on TV", "Take on me" e a faixa-título. No final do ano, a banda fará uma apresentação em Londres, na qual apresentará a íntegra de "Hunting high and low". Tomara que façam um DVD.

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E hoje, dia 01º de junho, além de ser o Dia da Imprensa, também comemoramos o aniversário de Alanis Morissette, que nasceu em 1974, em Ottawa, Canadá. Alanis já tem 11 álbuns no currículo (incluindo os ao vivo e as coletâneas), e explodiu mesmo em 1995, quando lançou o bom "Jagged little pill". De lá para cá, os seus sucessos são numerosos (assim como as suas passagens pelo Brasil). Somente para citar alguns: "Head over feet", "Thank you", "Uninvited", "Ironic", "You learn", "You oughta know", "Hands clean", "Hand in my pocket"... Pois é, foram vários...



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Então vamos sair do sonho diretamente para a vida real e falar um pouco do Peninha, do Barão Vermelho. O percussionista mais doidão (no melhor sentido da palavra) do Brasil completa 50 anos hoje! Eu me lembro que quando era bem pequeno, e meu pai me levava aos shows do Barão no Canecão ou no Imperator, o Peninha me intrigava: bebia e fumava o show inteiro, além de ficar batucando a percussão. Lógico que queria ser ele. Aí, alguns anos depois, vi uma entrevista com ele, e perguntaram: "qual o melhor momento do show do Barão para você?". Peninha respondeu: "'Amor, meu grande amor', porque posso ir para o camarim e não fazer nada". Esse é o Peninha que eu conheço! Hahaha...



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Muito bom dia pessoal! E, olha, que diazinho, hein? Chuva chata, frio do cão... Pular da cama foi difícil... E tive um sonho tão estranho essa noite. Saca só: primeira edição do Hollywood Rock, em 1988, e o Cazuza e o Lobão fizeram um show em dupla. Eu sonhei que estava vendo os melhores momentos desse show em um velho videocassete. Foram 63 minutos de apresentação (pelo menos era o que o vídeo marcava ao final do show), e me lembro de algumas músicas: "Mal nenhum" (a primeira), "O nosso amor a gente inventa" (a última do show), "Só as mães são felizes", "Cena de cinema" e uma versão acústica de "Bete Balanço". Sim, nessa noite, vi um dueto de Cazuza e Lobão em "Bete Balanço". Hahaha... A única pessoa do mundo, certamente. Cazuza estava vestido de calça jeans e uma camisa branca de botões, sem manga. Já Lobão estava de bermuda e camiseta pretas. Em suma, vi um showzaço, não saí de casa (na verdade, não saí nem da minha cama) e não paguei nada. Sonho doido, não? Pena que não deu pra filmar um pouco e colocar aí embaixo para vocês.