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3 de out. de 2010

Resenhando: Robert Plant, Simone, The Drums, “É com esse que eu vou”, Joyce

“Band of joy”– Robert Plant
Nos tempos atuais, em que uma reunião do Led Zeppelin é, volta e meia, cogitada, é digno de registro o fato de Robert Plant colocar nas lojas um álbum chamado “Band of joy”, nome de sua banda pré-Led Zeppelin. Desde o lançamento do essencial “Raising sand” (gravado em parceria com a cantora Alison Krauss, em 2007), Robert Plant demonstra uma alegria que nunca havia demonstrado com a sua (extremamente irregular) carreira solo. Com “Raising sand”, ele papou algumas estatuetas do Grammy, e se sentiu à vontade para esnobar Jimmy Page, que não para de mendigar o retorno do vocalista louro à banda que lhes trouxe fama e grana. Com o álbum “Band of joy”, Robert Plant dá mais um passo pra frente (ou pra trás, dependendo do seu grau de saudosismo) em sua carreira. Ok, seria muito legal ver os dois reunidos a John Paul Jones novamente. Mas é muito mais legal concluir que um dos maiores vocalistas da história do rock ainda consegue ser relevante, mais de 30 anos após a dissolução do Led Zeppelin. Em “Band of joy”, Robert Plant resgata o bluegrass de “Raising sand”, incorporando-lhe elementos do folk e do blues. E olha que a mistura deu muito certo. Com o apoio de uma banda competente (formada por gente como o guitarrista Buddy Miller e a cantora Patty Griffin), Plant registrou 12 faixas, sendo uma, “Central two-o-nine”, de sua autoria (ao lado de Miller). Mas a grande faixa do álbum é “House of cards” (não, não é a do Radiohead), com vocais fabulosos de Patty Griffin. Ao mesmo tempo, a quase-pop “Harm’s swift way” também merece destaque. Enfim, não é Led Zeppelin. Mas é a Band Of Joy. E para Robert Plant isso deve fazer muito mais sentido.

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“Em boa companhia” – Simone
Depois do CD de estúdio, vem o ao vivo, diz o mercado. E Simone não fez diferente. Após o lançamento do irregular “Na veia” (2009), a cantora ressurge com o CD duplo/DVD “Em boa companhia”. Gravado no Teatro Guararapes, em Recife, o novo trabalho de Simone traz todas as 12 faixas de “Na veia”, além de alguns sucessos de sua carreira. Se é louvável, por um lado, Simone apresentar, no palco, a íntegra do álbum originário do show, por outro, a apresentação perde muito do seu pique, até mesmo porque, “Na veia” não é lá um grande álbum. E, de quebra, as versões ao vivo são idênticas as de estúdio, sem tirar nem pôr. Daí vem a pergunta: por que um CD duplo e não apenas um simples privilegiando as músicas que não estão no álbum de estúdio? Além das “novas” versões de “Ame” (belíssimo samba de Paulinho da Viola e Elton Medeiros), “Na minha veia” (de Martinho da Vila e Zé Catimba) e “Hóstia” (parceria de Erasmo Carlos e Marcos Valle), Simone apresenta algumas coisas antigas que os fãs sempre gostam de recordar. São os casos de “Tô que tô” (da dupla Kleiton & Kledir, e faixa de abertura do espetáculo), “Face a face” (obra prima de Cacaso e Sueli Costa) e “Ive Brussel” (clássico de Jorge Ben, que ganhou uma versão bem interessante). Destaque também para as releituras de “Perigosa” (de Rita Lee, Roberto de Carvalho e Nelson Motta, e que fez sucesso com as Frenéticas), “Lá vem a baiana” (de Dorival Caymmi) e “Ai ai ai” (da dupla Ivan Lins / Vitor Martins, e que caiu muito bem na voz de Simone, como, aliás, caem todas as músicas da dupla). O final, com “Ex amor”, de Martinho da Vila, é a prova de que nem sempre é necessário apelar para “O amanhã”.

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“The Drums” – The Drums
Uma mistura de pós-punk com rock dos anos 60. Dessa forma (um tanto grosseira, é verdade) pode ser definido o som do The Drums, banda formada por Jonathan Pierce (vocais), Jacob Graham (guitarra), Connor Hanwick (bateria) e o dissidente Adam Kessler (guitarra). Embebidos em The Smiths, Joy Division e The Zombies, o quarteto lançou, no mês retrasado, um bom álbum de estreia, que leva o seu nome. Os primeiros acordes da faixa de abertura, “Best friend”, podem dar a entender que “The Drums” é um álbum que poderia ter sido gravado lá no iniciozinho dos anos 80, do outro lado do Pacífico, em alguma cidade acinzentada. Mas talvez o diferencial seja exatamente esse: a sonoridade do The Drums não é tão cinza quanto a de suas influências. “Me and the moon”, por exemplo, está mais para uma new wave de um Duran Duran. Já “Let’s go surfing” promove um inusitado encontro entre o Joy Division e o Beach Boys, enquanto que “Skippin’ town” é The Zombies puro. Bem diferente é a deprimidinha “Down by the water”, primeiro single do álbum, e que não passa muito uma ideia geral do disco. Até mesmo porque, apesar da atmosfera meio deprê e daquele baixão no estilo Peter Hook, o som do The Drums está muito mais para uma Califórnia quente e ensolarada do que para uma Manchester fria e nublada.

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“É com esse que eu vou” – Vários Artistas
Repetindo a fórmula usada em “Sassaricando”, Rosa Maria Araújo e Sérgio Cabral lançaram um novo musical, já em cartaz no Rio de Janeiro. “É com esse que eu vou” agrupa 82 sambas compostos por gente como Herivelto Martins, Ataulfo Alves, Haroldo Lobo, Noel Rosa, Ary Barroso, Roberto Roberti, Wilson Baptista, Roberto Martins, entre outros. Na voz do mesmo elenco de “Sassaricando” (com exceção de Eduardo Dusek), não tinha muito como o resultado dar errado. E também não tinha como dar errado com a excelente banda, liderada pelo arranjador Luís Filipe de Lima, e formada por ótimos músicos como Jorge Helder (baixo), Oscar Bolão (bateria), Henrique Cazes (cavaquinho) e Dirceu Leite (sopros). Realmente não deu. Mas a verdade é que “É com esse que eu vou” dá pistas de um certo esgotamento dessa fórmula. Se em “Sassaricando”, as marchinhas surgiam revigoradas e frescas, em “É com esse que eu vou”, os sambas soam um pouco repetitivos. Ou seja, ficou tudo igual demais a “Sassaricando”. Aliás, até a fórmula de agrupar os sambas em medleys é igual a do musical anterior. Os 82 sambas foram divididos em blocos como “Rico x Pobre” (com sambas como “Com que roupa?”, de Noel Rosa), “Orgia x Trabalho” (“Abre a janela”, de Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr.), “Cidade x Morro” (“Praça Onze”, de Herivelto Martins e Grande Otelo), “Tristeza x Alegria” (“Atire a primeira pedra”, de Mário Lago e Ataulfo Alves), “Solteiro x Casado” (“Nega maluca”, de Evaldo Ruy e Fernando Lobo), “Feminismo x Machismo” (“Não me diga adeus”, de Paquito, Luiz Soberano e João Correa da Silva) “Briga x Paz” (“Mora na filosofia”, de Monsueto e Arnaldo Passos) e “Apologia do samba” (com “Alegria”, de Assis Valente e a faixa-título do musical, composta por Pedro Caetano, em 1947). Apesar de um gostinho de déjà vu, ninguém pode negar que é uma bela aula de samba.

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“Feminina” – Joyce
“Em 1980 minha vida estava mudando. Depois de um período de parada quase total das atividades musicais, por conta do nascimento de minhas filhas, voltei a compor direto, vi minhas músicas serem gravadas pelas mais importantes vozes do Brasil e finalmente fui convidada a gravar um disco meu pela EMI-Odeon. Esse disco se chamaria ‘Feminina’, e seria um marco em meu trabalho e em minha vida.” É dessa forma que Joyce inicia o texto que consta no encarte da edição de 30 anos de “Feminina”, o seu álbum mais importante, e que a EMI agora recoloca nas lojas. Joyce ficou meio que parada durante quase toda a década de 80, mas o seu nome continuava em alta. Artistas como Elis Regina, Maria Bethânia, Milton Nascimento, Nana Caymmi e Quarteto em Cy haviam gravado as suas canções – muitas, inclusive, presentes em “Feminina” –, e boas ideias ainda brotavam, especialmente a música “Clareana”, classificada no Festival MPB-80, e um dos maiores sucessos daquele ano. “Clareana” é uma das dez faixas de “Feminina”, que ainda trazia canções já bem conhecidas, como “Essa mulher” (que havia sido um estrondoso sucesso como faixa-título do álbum lançado por Elis Regina em 1979) e “Da cor brasileira” (gravada por Maria Bethânia em seu disco “Mel”, também de 79, e um dos mais vendidos de sua carreira). Já a faixa-título, “Feminina”, é um daqueles momentos da MPB que pode ser chamado de mágico. A música acabou sendo um dos temas da série “Malu mulher”, que fazia enorme sucesso na Rede Globo. E tudo isso respaldado por um timaço de músicos como Tuti Moreno (bateria e percussão), Mauro Senise (flauta), Fernando Leporace (baixo) e Hélio Delmiro (violão). Com todos esses predicados, “Feminina” foi um marco na carreira de Joyce – e (por que não?) da MPB.

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Em seguida, um preview de “Band of joy”, e uma pequena entrevista com Robert Plant:

17 de set. de 2010

Marina Lima, Negra Li, Ozzy Osbourne, Herivelto Martins, Dida, Rodrigo Santos, VMB, Paul McCartney, Fleet Foxes, Neil Young, Meowrissey

Para dar uma animada nesse fim de semana que se inicia: Meowrissey!



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Olha só, esse é o segundo videoclipe do novo álbum de Neil Young que é liberado nessa semana. Tô sentindo que "Le noise" será um dos discos de 2010...












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Pelo jeito, não é só a música brasileira que está perdida... Não é?

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A banda Fleet Foxes anunciou, através de seu perfil no Facebook, que terminou a gravação de seu segundo álbum. "Estamos viajando amanhã para Nova York para mixar e masterizar o álbum. Aí, teremos mais informações sobre a data de lançamento e quando poderemos disponibilizar alguma música", explicou o vocalista Robin Pecknold. O álbum de estreia da banda, lançado em 2008, foi considerado por diversas publicações, como o melhor daquele ano.

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Chegará no dia 01º de novembro às lojas uma nova edição do clássico "Band on the run", do Wings. Serão lançados vários formatos diferentes: 1) apenas o álbum original remasterizado; 2) edição com com dois CDs e um DVD, com nove faixas bônus gravadas em estúdio, além de videoclipes, aparições de Paul McCartney e sua banda em programas de televisão e faixas gravadas em um show na Califórnia; 3) edição com três CDs e um DVD, com mais faixas bônus e um livro de 120 páginas, que conta a história da gravação do disco, com capa dura e fotos inéditas de Linda McCartney e Clive Arrowsmith; 4) vinil; 5) para download. Ou seja, reservem uma graninha para o início de novembro.

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Já estão pedindo no twitter que eu escreva sobre o VMB 2010. Repito aqui que não vou gastar uma linha com a premiação de ontem. A única coisa que acho é que o VMB de ontem foi uma VMBosta. Eu assino embaixo de cada vírgula que o Jamari França escreveu em seu blog sobre a premiação. Olha só a lucidez: "Ver os jovens da platéia cantarem as músicas do Restart dói na alma, como pode acontecer uma degradação dessa na música jovem depois de duas gerações de formações brilhantes como Legião Urbana, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Skank, Nação Zumbi etc." Não preciso dizer mais nada. Para ler o texto completo do Jamari, basta clicar aqui.

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Acontece na próxima segunda-feira, dia 20 de setembro, a gravação do DVD do Rodrigo Santos. O local escolhido foi o Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro. No repertório, músicas álbum "Waiting on a friend", no qual Rodrigo interpreta músicas de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Bob Dylan e Rolling Stones. O cantor também deve lembrar músicas de seus dois primeiros álbuns e sucessos do Barão Vermelho. Estão previstas as participações especiais de Frejat, Leoni e Isabella Taviani. O DVD deve sair no primeiro trimestre de 2011. Os preços dos ingressos são R$ 50,00 (inteira), R$ 25,00 (meia) e R$ 20,00 (lista amiga). Mais informações pelo telefone (21) 2523-9794. E o videoclipe de "Waiting on a friend" pode ser visto logo aí abaixo:



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Pode perguntar para qualquer flamenguista qual é o grande ídolo do clube. Certamente, 99% vai responder que é o Zico. Mas o restante vai dizer que o grande craque do rubro-negro carioca foi Dida, que jogou no Mengão entre 1954 e 1964. Ele foi o maior artilheiro do Flamengo (244 gols em 350 partidas) antes de Zico. E, não por acaso, ele era o grande ídolo do Galinho. Dida foi campeão do mundo em 1958 - ele era reserva de Pelé. O craque morreu no dia 17 de setembro de 2002, vítima de insuficiência respiratória.



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Na minha cabeça, não tinha muito tempo que Herivelto Martins partiu dessa pra melhor. Mas, veja só, hoje já faz 18 anos. Muita gente teve a oportunidade de conhecer a sua obra e vida através da minissérie "Dala e Herivelto", de Maria Adelaide Amaral, exibida pela Rede Globo no início do ano. Apesar de ter sido rapidinha (e de tar dado maior ênfase à atribuldada vida pessoal do casal), a série deu uma boa ideia da importância de Herivelto Martins (e de Dalva de Oliveira, claro) para a Música Popular Brasileira. E, para homenageá-lo, eu já estou ouvindo alguns de seus clássicos: "Ave Maria no morro", "Segredo", "Palhaço", "Odete"... Quanta coisa boa, né?



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Dia 17 de setembro de 1991. Foi nesse dia que Ozzy Osbourne lançou "No more tears", um de seus melhores trabalhos. O álbum, uma das maiores vendagens de toda a carreira de Ozzy, tinha um lado, digamos, mais popular. Mesmo assim, Ozzy Osbourne não deixou de lado o estilo pesadão que o consagrou. Se "Mama I'm coming home" é uma balada, podemos dizer que é uma das mais lindas baladas heavy. Em sua autobiografia recém-lançada ("Eu sou Ozzy"), ele explica a concepção desse álbum: "Muitas pessoas pensam que é preciso estar muito fodido para escrever boas músicas, mas eu acho que o disco que fiz depois de sair do [centro de tratamento] Huntercombe Manor, 'No more tears', foi um dos melhores em anos. Uma parte disso pode ser porque eu falei para a banda antes de começarmos: 'Vejam, devemos tratar cada música como se fosse um hit, mas sem ser muito afetado ou exagerado'. E funcionou bastante bem." Funcionou mesmo. E continua funcionando. Dezenove anos depois.



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Ah, tem outra cantora bem bacana fazendo aniversário hoje também. Negra Li nasceu a 17 de setembro de 1979, em São Paulo. O seu melhor álbum é "Negra livre", lançado em 2006. "Você vai estar na minha" foi o grande hit do CD, que ainda tinha alguns outros bons momentos, como "Ninguém pode me impedir" e "Chegou a hora". Ela também participou, com classe, de álbuns do Skank e do Nando Reis.



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Opa! Bom dia, pessoal. Mais uma sexta-feira, hein? Vamos começar logo com os nossos trabalhos? Sim. Então, vou falar logo de Marina Lima, grande cantora que está completando 55 anos hoje. Sou suspeito para falar da Marina. Sou fã de todos os seus álbuns. Sou fã de sua voz. Sou fã do seu estilo, que carrega todo o charme do mundo. Marina é rock. Marina é pop. Marina é MPB. Marina é samba. Marina é uma daquelas cantoras que melhor representa a nossa música. E seus shows são sempre surpreendentes. Um de seus grandes espetáculos, na minha opinião, foi "Síssi na sua", em 2000, que rendeu um belo CD duplo ao vivo. Na época, eu me lembro que um show dessa turnê havia sido gravado. Até hoje a gente espera o DVD. Quem sabe um dia, né Marina?