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11 de out. de 2011

Renato Russo, 15 anos depois

"Um belo dia, o público vai descobrir que o seu ídolo tem pés de barro, e é uma coisa muito dolorosa porque messias não existem" (Renato Russo)

Parece que foi ontem, e talvez tenha sido mesmo, que Renato Russo morreu.
Mas lá se vão 15 anos. O que, sob um ponto de vista, pode parecer uma eternidade.
Eternidade porque Renato Russo foi o último ídolo do rock brasileiro. Depois dele, não veio mais ninguém. E, arrisco dizer, nunca mais virá, até mesmo porque o rock brasileiro não fabrica mais nada de minimamente razoável já faz tempo.
Às vezes eu me pergunto o que fez de Renato Russo um ídolo.
Encontro a resposta facilmente em seus álbuns, especialmente nos da Legião Urbana.



Um dos primeiros LPs que Renato Russo ganhou foi o "White album", dos Beatles, quando ele morava em Nova York e tinha nove anos de idade. E isso explica muita coisa. A influência do tal disco branco, de certa forma conceitual, pode ser ouvida em qualquer trabalho da Legião. Ao invés de um amontoado de faixas, cada álbum da Legião Urbana era um "Álbum", daqueles com início, meio e fim. Impossível de ser entendido sem a cuidadosa audição da primeira a última faixa. Eu fico imaginando os intermináveis exercícios de Renato Russo, Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Rocha (esse último até o terceiro disco, "Que país é este") para chegar à relação final das faixas. E imagino o quanto Renato Russo não ficou louco, onde quer que estivesse, quando, recentemente, relançaram os discos da Legião em vinil, e, devido a um erro da fábrica, "Soldados" encerrou o lado B do trabalho de estreia da banda, ao invés de "Por enquanto".



Acho que a Legião começou a se transformar no que foi quando, na infância, Renato Russo sofreu de uma rara doença chamada epifisiólise, que o deixou seis meses sem poder se levantar da cama. Nesse período de convalescença, Renato fundou a fictícia 42th Street Band. Não existia música, é verdade, mas Renato bolou capas de discos, nomes de músicas e até uma biografia para a sua banda imaginária. O líder do conjunto se chamava Eric Russell.
Já adolescente, Renato Russo juntou alguns amigos da Colina, conjunto de prédios habitacionais da UnB, e fundou o Aborto Elétrico, já influenciado por bandas como o PiL e o The Clash. Nada mais apropriado para rapazes de Brasília que não tinham muito que fazer.



O Aborto não chegou a gravar nenhum disco, mas compôs algumas canções que, mais tarde, seriam distribuídas nos três primeiros álbuns da Legião e no primeiro do Capital Inicial. "Geração Coca-Cola" era uma delas. O hino dos "filhos da revolução" que berravam contra o regime militar. No álbum póstumo "Uma outra estação", Renato voltou ao tema, mas, dessa vez, de uma forma menos romântica: "Eu sou a lembrança do terror/ De uma revolução de merda/ De generais e de um exército de merda". Os "filhos da revolução" envelheceram.
Após uma briga com o baterista Felipe Lemos, Renato decidiu ser o "trovador solitário". Só ele e seu violão. As músicas dessa fase podem ser encontradas no CD "O trovador solitário" (2008), idealizado por Marcelo Fróes.
De saco cheio de bancar o Bob Dylan, Renato fundou a Legião Urbana. Em 1985, com a força dos colegas dos Paralamas do Sucesso que levaram a fitinha da banda para a gravadora EMI, enquanto rolava o Rock in Rio, chegou às lojas o auto-intitulado álbum de estreia da banda.



"Só um cego ou surdo não constataria de primeira que Renato era um John Lennon, Bob Dylan, Elvis Presley, Paul McCartney, Bruce Springsteen, Brian Wilson e Joe Strummer, tudo junto, num país tão carente de equivalentes nacionais", disse o produtor José Emilio Rondeau, no livro "Renato Russo", de Arthur Dapieve. Estava certo. Tudo o que a Legião viria a ser já estava lá naquele primeiro disco, da sonoridade ao conceito, passando pelas letras de Renato, claro.



A gravadora pensava que "Legião Urbana" não ia dar em muita coisa. Mas se enganou. O disco vendeu muito e gerou uma boa quantidade de singles. Para o segundo álbum, óbvio, a gravadora queria algo parecido com o primeiro. Direto e roqueiro. Mas lógico que a Legião não ia entrar nessa. "Todos os discos de uma grande banda são bons", disse Renato Russo à MTV em uma de suas últimas entrevistas.
E, certamente, ele já pensava assim em 1986, quando peitou a gravadora, e entrou no estúdio para gravar "Dois". "A gente se acostumou com o ambiente no estúdio, como se fosse a extensão de casa. Acreditamos que era realmente possível fazer música e discos a partir desse disco", me disse o guitarrista Dado Villa-Lobos, em 2006, quando "Dois" completou 20 anos.


De fato, a partir de "Dois", a Legião amadureceu. O álbum, que era para ser duplo e se chamar "Mitologia e intuição", acabou sendo simples ("Todos os discos da Legião são duplos até segunda ordem", dizia Renato), mas, mesmo assim, bem diferente do primeiro. As músicas rápidas e de letras mais simplórias deram espaço a canções mais longas e sem refrões, como "Eduardo e Mônica" e "Indios". Nem por isso "Dois" deixou de fazer sucesso. Pelo contrário.
Na turnê de lançamento do álbum, a Legião tocou no Canecão pela primeira vez, ainda que no horário não muito nobre das sete da noite. Mal imaginava Renato (ou, de repente, imaginava sim) que, um ano depois, a Legião Urbana estaria lotando estádios Brasil afora. O show mais emblemático, durante o lançamento de "Que país é este", aconteceu no Mané Garrincha, em Brasília, no dia 16 de junho de 1988. Um maluco invadiu o palco e agrediu o cantor com um canudo de plástico. O caos tomou conta do lugar e por sorte ou por milagre ninguém morreu naquilo que ficou conhecido como o "Altamont brasileiro".



Apresentações não muito convencionais, aliás, fizeram parte da história da Legião. Quando a banda lançou o lírico "As quatro estações" (mais um álbum em que Renato colocou as suas vísceras), houve confusão no Jockey Club do Rio de Janeiro. Animais na fila do gargarejo detonaram uma guerra de areia que quase terminou o show antes da hora. Em janeiro de 1995, dessa vez divulgando "O descobrimento do Brasil", em Santos, Renato levou uma latada e passou os últimos 45 minutos de show cantando deitado. Foi a última vez que ele pisou em um palco. Antes disso, em outubro de 1994, a banda realizou três dos shows mais lindos da história do finado Metropolitan, no Rio de Janeiro, e que geraram o CD duplo ao vivo "Como é que se diz eu te amo". Inusitadamente, as apresentações, registradas pela Rede Bandeirantes, nunca viraram DVD.
A verdade é que Renato não gostava de fazer shows. Não tolerava a violência dos seguranças que agrediam os fãs. Ele também costumava dizer que, durante uma apresentação ao vivo, se sentia como estivesse fazendo amor com 10, 20, 30 mil pessoas ao mesmo tempo. E, depois, caía em depressão quando ia dormir sozinho em casa ou em um quarto de hotel.



A Legião abriu a década de 90 com "V", o seu trabalho mais pesado. "O réquiem do milênio", como bem definiu o produtor musical e jornalista Ezequiel Neves. "O descobrimento do Brasil" veio em seguida e dava a (falsa) impressão, com a sua capa florida e alegre, de que seria o oposto de "V". Ledo engano. Por dentro, mais um réquiem, inclusive o do Brasil, limpidamente esculpido em "Perfeição".
A Legião Urbana abandonou os palcos. Mas não os estúdios. Em setembro de 1996, duas semanas antes da morte de Renato Russo, foi lançado "A tempestade ou O livro dos dias". Antes, Renato ainda colocou nas lojas os trabalhos solo "The Stonewall celebration concert" e "Equilibrio distante", com músicas cantadas em inglês e em italiano, respectivamente.
Há 15 anos, jornais dedicaram cadernos especiais ao líder da Legião Urbana. O Jornal Nacional alterou todo o seu noticiário para dar metade de seu tempo a repercussão da morte de Renato. Hoje em dia, com exceção dos velhos medalhões da MPB, qual artista brasileiro mereceria tamanha deferência?



A Legião somou pouco mais de 12 anos de carreira. E deixou um legado imenso. Dá pena ver qualquer banda hoje em dia lançando DVDs comemorativos de 10, 15, 20 anos de carreira sem ter o que dizer.
Às vezes eu me pergunto o que Renato Russo estaria fazendo hoje se vivo fosse. Segundo o próprio, a partir dos 40 anos, faria cinema. Depois dos 60, seria escritor.
Eu tenho as minhas dúvidas.
Para mim, a Legião Urbana nunca deixaria de existir.
A Legião não era só uma banda. Era a representação de seus fãs.
Ou como Renato Russo gostava de dizer: "A verdadeira Legião Urbana são vocês."

1 de ago. de 2011

Os 30 anos da MTV e os 70 (isso, 70!!) do Ney Matogrosso; o álbum do The Cleaners; a música nova do Chickenfoot; e a despedida da 360º tour, com "40".



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Bom dia! Início do mês significa dinheiro no bolso, né? Pelo menos para vocês... Segundona começando, e hoje comemoramos o Dia do Selo. Isso mesmo. Duvido que você sabia que existia um Dia do Selo... Em 01º de agosto de 1843, foram emitidos os primeiros selos brasileiros. Agora você nunca mais se esquece, né?? A não ser que, um dia (será??) a gente não precise mais de cartas...

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Como eu não apareci por aqui ontem – um dia de descanso eu mereço –, vou falar de uma grande atriz, uma das mais engraçadas que eu já vi atuar, que teria feito 110 anos de idade. Henriqueta Brieba nasceu em Barcelona, no dia 31 de julho de 1901. Viveu bem, e morreu aos 94 anos, no Rio de Janeiro. Olha só ela fazendo papel de “mãe” do Jô Soares, com o engraçadíssimo quadro da Bô Francineide... Antológico!



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E o que tem pra hoje, gente? Bom, foi no dia 01º de agosto de 1981 que a MTV foi ao ar pela primeira vez nos Estados Unidos. Época boa, em que a MTV ainda tocava música. “Video killed the radio star”, da banda The Buggles, foi o primeiro videoclipe a ir ao ar na emissora.



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E atenção!! Hoje, o maior cantor do Brasil sopra 70 velinhas. Quem é? Lógico que é o Ney Matogrosso. Caramba, 70 anos chega a ser inacreditável... Setenta anos com um corpinho de 25, é verdade. Ney Matogrosso é o cara. Ele consegue transitar em qualquer estilo musical. Canta de tudo: Cartola, Ângela Maria, Cazuza, Eduardo Dussek, Antonio Carlos Jobim... Os seus shows são sempre deslumbrantes. Não sei quais são os melhores. Se aqueles nos quais ele se fantasia, e faz o diabo a quatro no palco, ou aqueles em que se apresenta com figurinos sóbrios, apresentando um repertório mais, hum, antigo... Eu gosto de qualquer jeito. Já devo ter assistido a uns 30 shows do Ney. E nunca, nunca, nunca me decepcionei.



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Ah, mais uma do Ney... Ele merece!



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Os torcedores do Vasco da Gama também têm os seus motivos para comemorar hoje. Há 37 anos, o clube da cruz de malta sagrou-se campeão brasileiro, ao vencer o Cruzeiro por dois a um, no estádio do Maracanã. Ademir e Jorginho Cavoeiro marcaram pelo Vasco, Nelinho, do Cruzeiro, descontou.



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Ah, e que bom que o Vasco da Gama voltou a ser um clube de conquistas. Como nunca deveria deixar de ser.

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Eu tive o grande prazer de receber, recentemente, o CD da banda The Cleaners, formada por Rodrigo “Milk” (vocais e guitarra), José Filho (guitarra), Rodrigo Lima (baixo) e Duca Olimazzi (bateria). “Behind the truth” é uma prova de que pode haver vida inteligente no rock brasileiro – ainda que cantado em inglês. São 12 faixas que nos remetem diretamente a bandas que ainda carregam o rótulo de “indie”, como os Strokes, uma das influências mais visíveis da banda de Mauá. Os destaques de “Behind the truth” são “The daily round” e “Let music be music”. Mais informações da banda no site oficial e no perfil no Myspace.



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E quais são as novidades de hoje, hein?? Vamos começar pela superbanda Chickenfoot – aquela que tem Sammy Hagar, Joe Satriani, Michael Anthony e Chad Smith. O novo álbum do grupo, “Chickenfoot III”, só está agendado para o dia 27 de setembro. Enquanto isso, o primeiro single do disco, “Big foot”, foi liberado ontem. A relação de faixas de “Chickenfoot III” é a seguinte: “Last temptation”, “Alright, alright”, “Different devil”, “Up next”, “Lighten up”, “Come closer”, “Three and a half letters”, “Big foot”, “Dubai blues” e “Something going wrong”.



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Quem também vai lançar algo em breve é o onipresente Damon Albarn. No momento, ele se encontra na República Democrática do Congo, gravando um novo disco, com uma série de participações especiais de músicos locais. A ideia é gravar o álbum em apenas uma semana. A faixa, “Halo”, já finalizada, foi disponibilizada por Albarn. Um pouquinho estranha, verdade. Mas, a julgar pelos últimos trabalhos do Gorillaz, é melhor não chegar a um veredicto precipitadamente.



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O guitarrista Slash é outro que deve surgir com novidades em breve. Um DVD foi gravado na semana passada durante um show no Victoria Hall, em Stoke, na sua cidade-natal de Hampstead, na Inglaterra. Após o show, o guitarrista tuitou: “Stoke foi um fuckin’ blast!! Muita vibração e energia. Será um puta DVD.” O set list do show foi o seguinte: “Been there lately”, “Nightrain”, “Ghost”, “Mean bone”, “Back from Cali”, “Rocket queen”, “Civil war”, “Nothing to say”, “Promise”, “Starlight”, “Doctor Alibi”, “Speed parade”, “Watch this”, “Beggars & hangers-on”, “Patience”, “Godfather Theme”, “Sweet child o’ mine”, “Slither”, “By the sword”, “Mr. Brownstone” e “Paradise city”.

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Nesse fim de semana, o U2 finalmente encerrou a sua “360º tour”. O ultimo dos 110 shows aconteceu no ultimo sábado, em Moncton, Canadá. Foi a maior turnê de todos os tempos. O faturamento chegou a 736 milhões de dólares, e mais de sete milhões e duzentas mil pessoas presenciaram os shows. O U2 quebrou o recorde que pertencia aos Rolling Stones, no dia 10 de abril, na segunda apresentação que a banda irlandesa realizou em São Paulo, quando o faturamento da turnê alcançou 558 milhões de dólares.

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E sabe como o U2 se despediu da “360º tour”?? Assim:



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Depois da polêmica gerada por algumas declarações, segundo as quais, os ataques na Noruega “não foram nada”, comparados com o abate de animais pelas redes de fast food, Morrissey emitiu um comunicado em seu site oficial. Não, ele não se desculpou. Pelo contrário, manteve firme a sua posição. Olha só o que ele escreveu: “As mortes recentes na Noruega foram horríveis. Como é habitual nestes casos, a imprensa dá ao assassino exatamente aquilo que ele quer: fama mundial. Ninguém cita os nomes das vítimas, como se não fossem importantes. Não deviam dizer o nome dele [do assassino], nem fotografá-lo, e levá-lo para longe. O comentário que fiz em Varsóvia pode ser explicado assim: todos os dias, milhões são assassinados de forma rotineira para gerar lucros para a McDonalds e a KFCruelty, mas como estes assassinatos são protegidos por leis, pedem-nos que lhes sejamos indiferentes e não os questionemos. Se, com toda a razão, se sentem horrorizados pelas mortes na Noruega, é natural que também se sintam horrorizados pelo assassinato de qualquer ser inocente. Não podem ignorar o sofrimento animal só porque os animais ‘não somos nós’”.

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Pelo menos ninguém pode acusar Morrissey de incoerência...

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O Radiohead lançou virtualmente três faixas remixadas do álbum “The king of limbs”. São elas: “Feral” (Lone RMX), “Morning Mr. Magpie” (Pearson Sound Scavenger RMX) e “Seperator” (Four Tet RMX). É só clicar aí embaixo…



A versão física do EP (em vinil, inclusive) será lançada hoje, com mais três faixas remixadas: “Give up the ghost”, “Little by little” e “Codex”.

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A versão de “While my guitar gently weeps”, composta por George Harrison, e gravada por Zé Ramalho, estreou no YouTube ontem. O álbum “Zé Ramalho canta Beatles” (capa acima) chega às lojas na semana que vem. O cantor paraibano já homenageou Raul Seixas, Bob Dylan, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, em trabalhos anteriores.



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Gilberto Gil também reaparece com um novo álbum. “Gil+10” foi gravado no Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico, em 13 de outubro do ano passado, para comemorar os 10 anos de uma emissora de rádio. O baiano recebeu 10 convidados de peso, como Os Paralamas do Sucesso, Lenine e Milton Nascimento. As faixas do CD “Gil+10” são: “Palco”, “A linha e o linho” (com Lenine), “Aquele abraço” (com Zeca Pagodinho), “Extra II, O rock do segurança” (com Erasmo Carlos), “Torpedo” (com Ana Carolina), “Andar com fé” / “Vida” (com Preta Gil), “Cálice” (com Milton Nascimento), “Lamento sertanejo” (com Milton Nascimento e Maria Gadú), “Acreditar”, “Alguém me avisou” (ambas com Dona Ivone Lara), “Deixar você” (com Mart’nália), “A novidade” (com Os Paralamas do Sucesso) e “Essa é pra tocar no rádio”.



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Também chegou ao mercado nacional, o CD+DVD “The Best of The BBC Vaults”, de Ella Fitzgerald. Sã mais de duas horas de imagens e vídeos da cantora, resgatadas dos arquivos da BBC, em quatro apresentações distribuídas no DVD. O CD traz algumas músicas do DVD, que se divide em quatro partes: “Show of the week: Ella Fitzgerald swings” (gravado para um programa de televisão de 1965), “Ella Fitzgerald sings” (um dos shows mais conhecidos pelos fãs da cantora por já ter sido exibido na programação da BBC diversas vezes), “Ella Fitzgerald at Ronnie Scott’s” (de 1974, exibido pela BBC em 1996, após a morte da cantora) e “Jazz From Montreux” (filmado em 1977). O show no Ronnie Scott’s está logo aí abaixo.

30 de jul. de 2011

Uma música para o sábado; os 70 anos de Rosinha de Valença e os 75 de Buddy Guy; Antonioni e Renato Russo; o novo do Chico; e Dylan & Knopfler juntos.



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Hoje acordei com uma baita vontade de ouvir Dave Matthews Band. Para mim, pode ser, sempre, qualquer música. A DMB é uma banda tipicamente americana. Uma jam band. Fico feliz que, de uns anos para cá, ela tenha pegado aqui no Brasil. Mas acho que ainda rola um certo preconceito. O que eu mais admiro na DMB são os seus shows. Em média, duram três horas e o repertório varia de apresentação a apresentação. Às vezes rola de eles tocarem três dias seguidos em uma mesma cidade, com três set lists absolutamente diferentes, sem repetir uma única canção. Só as grandes bandas são capazes disso.

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Continuando no mesmo ritmo, ou seja, música boa, hoje é dia de lembrar Buddy Guy, que completa 75 anos. Ah, o que escrever sobre Buddy Guy?? Melhor ficar com isso aqui:



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Rosinha de Valença, a sensacional violonista brasileira também nasceu em um dia 30 de julho. Se viva fosse, hoje ela estaria completando 70 anos de idade.



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Tocava pouco, né??

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O dia 30 de julho de 1966 foi histórico para os ingleses. Foi quando – tadinhos – eles ganharam a sua primeira e única Copa do Mundo. O resultado é debatido até hoje. O jogo terminou quatro a dois para a Inglaterra contra a Alemanha Ocidental , no estádio de Wembley. Afinal, aquela bola chutada por Geoff Hurst, quando o placar marcava dois a dois, na prorrogação, entrou não entrou??



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Partindo para o cinema, hoje já faz quatro anos que Michelangelo Antonioni partiu para o andar de cima. Quem gosta um pouquinho de cinema já se apaixonou por “Blow up”. E quem gosta muito vibrou com “L’avventura”. Vamos relembrar?



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Vocês se lembram que a Legião Urbana tem uma música com esse mesmo título?? Renato Russo era um grande fã do cinema italiano, especialmente de Michelangelo Antonioni.



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“Triste coisa é querer bem
A quem não sabe perdoar
Acho que sempre lhe amarei
Só que não lhe quero mais”

Grande Renato!!

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Um álbum que saiu quando eu estava viajando foi “Chico”, o novo do Chico Buarque. Gostei da maioria das faixas do disco. “Querido diário” é uma toada quase caipira (destaque para a viola caipira de Jaime Alem e para o Quarteto Radamés Gnattali), com o polêmico verso “Amar uma mulher sem orifício”. Já “Rubato”, parceria com o super baixista Jorge Helder, é uma das melhores do álbum. Um sambinha, quase marcha-rancho. Desce gostoso, tipo uma “A banda” atualizada. Outra faixa que desce bem é o samba-salsa “Barafunda”. O dueto com a sua namorada Thais Gulin, na valsinha “Se eu soubesse”, é adorável. Já a melhor letra é a de “Sem você 2”, espécie de “continuação” de “Sem você”, de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes – parte da melodia dessa canção de 1959 é citada pelo violonista Luiz Cláudio Ramos na introdução. Outro dueto valoroso é o de “Sou eu”, samba escrito a quatro mãos com Ivan Lins, e que conta com a voz do grande Wilson das Neves. Já o blues “Essa pequena”, se rolar turnê desse novo álbum, poderia casar perfeitamente com “Ela é dançarina”. As letras são irmãs gêmeas – “Meu dia voa e ela não acorda / Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida”. “Sinhá”, a última do disco, parceria com João Bosco, de coloração afro, certamente é a melhor faixa que Chico Buarque produziu nos últimos 18 anos. Nessa primeira audição, “Chico” caiu melhor do que “As cidades” (1998) e “Carioca” (2006). Acho que temos um novo clássico.



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No dia 27 de setembro chega às lojas o box “Sting: 25 years”. O título já denuncia que se trata de (mais) uma coletânea com os sucessos do ex-The Police. São três CDs com 45 faixas dos álbuns solo de Sting. Um pouco gorduroso, diga-se, eis que, em sua carreira solo, Sting lançou nove álbuns de estúdio. Um CD simples bastaria. E o fã que já tem todos os discos de Sting será obrigado a comprar essa nova coletânea por causa do DVD bônus, que traz um show gravado em Nova York, em 2005. As dez músicas do DVD são as seguintes: “Message in a bottle”, “Demolition man”, “Synchronicity II”, “Driven to tears”, “Heavy cloud, no rain”, “A day in the life”, “Voices inside my head” / “When the world is running down”, “Roxanne”, “Next to you” e “Lithium sunset”.

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Quem também vem com novidades por aí é o The Who. “Quadrophenia: The director’s cut” será lançado no dia 14 de novembro. A caixa terá uma porção de mimos para os fãs da ópera-rock originalmente gravada em 1973, como CD duplo remasterizado, um DVD com mixagem 5.1, livro de capa dura, fotografias e memorabilia relativa ao “Quadrophenia”, que também sairá em vinil duplo.

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Aliás, e ao que tudo indica, no ano que vem, o The Who sairá em turnê para tocar a íntegra do "Quadrophenia". No momento, o vocalista Roger Daltrey está em turnê solo, apresentando a íntegra de “Tommy”. “A razão pela qual não estou na Estrada com Roger, é que a turnê se trata de uma aventura pessoal dele, que está se divertindo bastante. Eu não pertenço a essa turnê. Desejo o melhor a ele, sinceramente, e espero voltar a tocar com ele o ‘Quadrophenia’ no ano que vem”, escreveu o guitarrista Pete Townshend em seu site oficial.

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Encontro histórico vai ser o de Bob Dylan com Mark Knopfler. Os dois agendaram uma turnê de sete shows pelo Reino Unido em outubro. Os dois músicos trabalharam juntos em 1979, quando o ex-guitarrista do Dire Straits tocou no álbum “Slow train coming”, de Dylan. Quatro anos depois, ambos voltaram a se reunir, quando Knopfler produziu o álbum “Infidels”, de Bob Dylan. “Estou ansioso para cair na estrada com Bob em um ano tão especial”, escreveu Knopfler em seu site.

5 de out. de 2010

Beatles, Brian Johnson, Led Zeppelin, Tarcisão, Henry & June, Careca, Steven Tyler, Rod+Jeff, The Who, Kanye, Belle And Sebastian, Michael Jackson

No dia 05 de outubro de 1988, a Constituição ora em vigor foi promulgada. Vinte e dois anos se passaram, e as pessoas continuam não respeitando a Constituição. A começar pelos próprios políticos. E, 32 anos após Renato Russo ter escrito uma das obras-primas do Rock Brasil, a gente continua perguntando: "Que país é este?". Pensem nisso.



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Segundo o TMZ, chegará às lojas no dia 22 de novembro (data do 47º aniversário do assassinato de John Kennedy), o DVD triplo "Vision", com todos os videoclipes de Michael Jackson e um inédito. Aguardemos.

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Um amigo me mandou a dica desse vídeo ontem, e eu achei bem bacana...



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Quer ouvir "Write about love", o álbum novo, inteirinho, do Belle And Sebastian? É só clicar aqui. Mas não espalha, viu?

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PELO TWITTER: Kanye West divulgou o nome do seu novo álbum através do microblog. "My beautiful dark twisted fantasy", quinto trabalho de estúdio do artista, chega às lojas no dia 22 de novembro.

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Para comemorar os 40 anos do lançamento de "Live at Leeds", a banda The Who lança, no próximo dia 14 de novembro, uma edição especial do álbum ao vivo. A nova edição contará com a íntegra do show em Leeds, no dia 14 de fevereiro de 1970 (incluindo a íntegra da ópera-rock "Tommy", que foi lançada em uma outra edição especial uns cinco anos atrás), além da apresentação no Hull City Hall, que aconteceu um dia depois da de Leeds, e é considerada superior pelo vocalista Roger Daltrey. Na reedição, haverá também uma reprodução do vinil, que vinha com seis faixas, além de um livro com 64 páginas. O repertório das duas apresentações são iguais, com apenas algumas mudançãs na ordem das músicas. Além da íntegra de "TommY", elas contaram com as seguintes canções: "Heaven and Hell", "I Can't Explain", "Fortune Teller", "Tattoo", "Young Man Blues", "Substitute", "Happy Jack", "I'm a Boy", "A Quick One, While He's Away", "Summertime Blues", "Shakin' All Over" e "My Generation".

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DE VOLTA?: Rod Stewart disse à Billboard que poderia voltar a gravar com o antigo parceiro Jeff Beck. Será que ainda dá pé isso aí?

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Um trechinho já estava rolando aí pela internet, mas agora já vazou, completinho, o primeiro single solo de Steven Tyler. "Love lives" chega às lojas (japonesas!) no dia 25 de novembro. A música fará parte de um filme japonês de ficção científica. No final das contas, não vi muita diferença do Aerosmith não.



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Eu nunca fui são-paulino. (Sou flamenguista desde que me entendo por gente, apesar de ter usado fraldas com a bandeira do Fluminense quando ainda não me entendia por gente.) Mas confesso que tenho um ídolo de infância que eu vi brilhar no São Paulo. Era o Careca. Grande artilheiro, fez sucesso também no Guarani, no Napoli e no Kashiwa Reysol (Japão), até encerrar a sua carreira no Santos, em 1997. Na seleção brasileira, Careca não deu muita sorte. Os times de 1986 e de 1990 não o ajudaram muito, e, em 1982, foi cortado na última hora por conta de uma contusão. Dizem que se ele tivesse no ataque daquele time de 1982, a história poderia ter sido outra. Um dia, viajando de avião, tive a sorte de sentar ao lado do ídolo e trocar algumas palavras com ele. Se essa viagem fosse hoje, eu aproveitaria para dar os parabéns pelos 50 anos do craque. Valeu Careca!



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Há 20 anos estreava nos cinemas um dos filmes mais cool que já assisti. Dirigido por Philip Kaufman, "Henry & June" conta a história da relação entre Henry Miller e Anaïs Nin. Só que Henry vai morar na França, e é convidado, pelo marido de Anaïs, a visitá-los. Aí que começa o problema: Anaïs se apaixona por Henry, que, por sua vez, é apaixonado por June, que acaba se relacionando com Anaïs. Deu pra entender? Bom, acho melhor ver o filme, que conta com um elenco fabuloso formado por Maria de Medeiros, Fred Ward, Uma Thurman, Kevin Spacey e Gary Oldman.



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Se você tiver menos de 35 anos, pergunte para a sua mãe (ou para a sua avó) qual é o grande galã da televisão brasileira. A resposta vai estar na ponta da língua: Tarcísio Meira, que hoje faz 75 anos. Entre seriados, novelas e minisséries, foram 45 personagens, desde os tempos da TV Excelsior, onde estreou na novela "2-5499 Ocupado", quando trabalhou com a sua então esposa Glória Menezes. Depois disso, ele fez novelas como "Irmãos Coragem" (1970), "O semideus" (1973), "Saramandaia (1976)", "Coração alado" (1980), "Araponga" (1990) e "A favorita" (2008), apenas para citar algumas. E quem é que se esquece do Renato Villar de "Roda de fogo" (1988)? Ou do Raul Pellegrini de "Pátria minha" (1994). Muito bom mesmo. E, só pra finalizar, desculpem-me o termo, mas Tarcísio Meira e Glória Menezes formam o casal mais foda da história da televisão brasileira.



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Foi no dia 05 de outubro de 1970 que o Led Zeppelin colocou nas lojas o seu terceiro álbum, o clássico "Led Zeppelin III". Nesse disco, Jimmy Page optou por explorar sonoridades acústicas, deixando de lado um pouco a porradaria sonora dos dois primeiros trabalhos da banda. Mesmo começando com a pesadona "Immigrant song", "Led Zeppelin III" enveredava para algo mais leve, representado em canções como "That's the way", "Tangerine" e "Gallows pole". Mas também tinha um dos blues mais animais ever: "Since I've been loving you". Engraçado notar, hoje em dia, que esse álbum talvez seja o que tenha mais influência na carreira solo de Robert Plant, que anda muito ligado em algo acústico desde "Unledded" (gravado em 1994, junto com Page). Os dois últimos álbuns de Plant (os excelentes "Raising sand", de 2007, e "Band of joy", desse ano) possuem colorações acústicas fincadas nas raízes do folk. Assim como "Led Zeppelin III".



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Pô, se existe um vocalista de uma grande banda de rock que teve que cortar um dobrado, ele se chama Brian Johnson. Imagina a situação: em fevereiro de 1980, Bon Scott, ídolo do AC/DC, morre afogado no próprio vômito. A banda vai acabar? "Não". Então quem será o novo vocalista? "Ah, tem um cara lá de uma banda obscura que canta legal, e seu nome é Brian Johnson". Três meses após a morte de Scott, Brian Johnson estreia na banda. E estreia com o álbum "Back in black" (1980), campeão de vendas, e um dos melhores discos do AC/DC - e do hard rock - até hoje. E Brian Johnson compôs todas as faixas do álbum, ao lado de Angus Young e Malcolm Young. Quem já viu um show do AC/DC sabe do que o cara é capaz de fazer no palco. Até carregar Angus no ombro, ele carrega. Uma energia inesgotável. Mesmo com os seus 63 anos, completados hoje.



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Pois é, pessoal... Foi no dia 05 de outubro de 1962 que os Beatles lançaram o seu primeiro compacto. De um lado, "Love me do". Do outro, "P.S. I love you". O resto é história...



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4 de jul. de 2010

Resenhando: Bruce Springsteen, Leila Pinheiro, LCD Soundsystem, Rodrigo Maranhão, She & Him

“London Calling – Live in Hyde Park” – Bruce Springsteen
Eu conheço muita gente que guarda certa desconfiança com Bruce Springsteen. “O Rambo do rock?” Tô fora...” Realmente, aquele jeitão de cantar pode incomodar. Mas é inegável que os shows do The Boss são muito divertidos. Pra começar, o cara não fica menos do que três horas em cima de um palco. E, ainda por cima, mesmo quando você acha que não conhece nenhuma das músicas, pelo menos metade do roteiro, você já ouviu em algum lugar. O novo DVD/BD de Springsteen, “London calling – Live in Hyde Park” não foge à regra. São 27 músicas espalhadas em três horas de show realizado no parque londrino, na edição do Hard Rock Calling do ano passado, e mais duas em Glastonbury e no Giants Stadium. O repertório passeia por sucessos antigos (“Rosalita (Come out tonight)”, “Born to run”, “Badlands”, “Out in the street” e “Glory days”) e músicas do último disco do The Boss (na verdade, apenas duas: “Outlaw Pete” e “Working on a dream”), além da versão para “London calling”, do The Clash, que abre o show. Comparando com o DVD “Live in Barcelona” (2003), esse “London calling” tem uma vantagem e uma desvantagem. A vantagem é que imagem e som são infinitamente superiores – a imagem no BD chega a ser assustadora de tão nítida. A desvantagem é que como esse show foi realizado no Hyde Park, a distância entre palco e plateia é imensa (até Springsteen reclama no show). Pelo menos, chega a ser emocionante ver o Boss descer as escadas e correr até pertinho do público para colocar o microfone na boca de um moleque com uns seis anos de idade durante “Waitin’ on a sunny day”. Esse será um fã de rock para sempre.

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"Meu segredo mais sincero” – Leila Pinheiro
Na efeméride dos 50 anos de Renato Russo, todo mundo sabia que não ia faltar lançamento envolvendo o nome do ex-líder da Legião Urbana. Embora não tenha saído o DVD com os shows do Metropolitan em 1994, as lojas receberam o fraquíssimo “Duetos” e agora esse “Meu segredo mais sincero”, que traz 15 canções da Legião e de Renato na voz de Leila Pinheiro, que, diga-se, era bem amiga do falecido compositor. Editado pela Biscoito Fino, o CD navega entre altos e baixos. A voz de Leila Pinheiro é boa, mas ficou uma sensação de que algumas músicas não foram muito bem escolhidas. “Daniel na cova dos leões” (que conta com a guitarra de Dado Villa-Lobos), por exemplo, ficou insossa com o seu arranjo meia-boca. Do mesmo mal padecem “Há tempos”, que perdeu a força de sua (pesada) letra, e “Metal contra as nuvens”, que ficou artificial demais. Por outro lado, “Meu segredo mais sincero” reserva alguns belos momentos, especialmente na pouco conhecida balada “Quando você voltar” (do álbum “A tempestade ou O livro dos dias”, de 1996), que mistura o piano e a voz de Leila à guitarra de Herbert Vianna. “Pais e filhos”, apenas com o piano de Leila e o violão de aço de Cláudio Faria também ficou bonita. Leila Pinheiro ainda rebobina “Tempo perdido”, que ela já havia gravado anteriormente no álbum “Alma” (1988). Enfim, uma bonita homenagem, que pode ficar ainda melhor em cima do palco. Só não precisava de mais um dueto do além em “La solitudine”, né Leila?

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“This is happening” – LCD Soundsystem
Uma música com mais de nove minutos de duração, que se chama “You wanted a hit”, e que demora mais de três minutos para ganhar voz. Isso pode ser uma boa síntese de “This is happening”, novo álbum (cheio de antíteses) do LCD Soundsystem, que vazou na internet há meses, mas que chegou às lojas brasileiras na semana passada. Tudo bem, nesse novo trabalho, James Murphy e seus colegas continuam divertidos (irônicos!), mas não espere muito daquela alegria dos dois primeiros discos do conjunto – “LCD Soundsystem” (2005) e “Sound of silver” (2007). “This is happening” é um álbum divertido e dançante, mas também difícil. A diferença é que o LCD consegue fazer canções que beiram os 10 minutos de duração e, ainda assim, manter o interesse do público. Poucos artistas conseguem isso. E por que eles conseguem? Simplesmente porque misturam uma tonelada de referências, timbres interessantes e letras inteligentes na mesma embalagem. Exemplo? Pegue logo a faixa de abertura, “Dance yrself clean”, e veja como funciona. “All I want”, que mistura pop, rock, eletrônica, disco, dance, talvez seja a melhor de “This is happening”, seguida de perto por “Pow pow”, na qual a banda de Nova York soa ridiculamente deliciosa ao incorporar clichês da dance-music em seu universo particular. E ainda há espaço para “Drunk girls”, que deve ser o tal hit que a gravadora pediu. Não precisava. É a pior faixa do disco. E tomara que esse não seja o último da banda, como James Murphy tem anunciado.

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“Passageiro” – Rodrigo Maranhão
Começo a falar de “Passageiro”, novo trabalho de Rodrigo Maranhão, pedindo perdão pelo atraso. O álbum só caiu em minhas mãos nessa semana, e não poderia deixar de traçar algumas mal traçadas sobre ele. Pra começar, vamos ao que interessa: “Passageiro” é um dos grandes álbuns lançados no país nesse ano. Para quem acha que samba é coisa de bamba, fica um alerta: é mesmo. E Rodrigo Maranhão, mesmo com os seus 30 anos de idade, já mostra que é bamba. Se “Bordado” (2007), o seu primeiro álbum, já tinha sido uma ótima estreia, em “Passageiro”, Rodrigo Maranhão vai além. Muito além. Muito bem produzido por Zé Nogueira, e contando com músicos do naipe de Leandro Braga (piano), Marcos Suzano, Marçal (ambos na percussão), Ricardo Silveira (guitarra), Silvério Pontes (trompete) e Marcello Gonçalves (violão de sete cordas), o álbum transita do samba (na inteligente “Samba quadrado”, que, aliás, cairia muito bem na voz de Ney Matogrosso, e “Um samba pra ela”) ao fado (na delicada “Quase um fado”), passando pelo baião (no “sambaião” “Sonho”), xote (“Maria sem vergonha”), valsa (na lindíssima e melhor faixa do CD, “Valsa lisérgica”, escrita a quatro mãos com Pedro Luís), entre outros estilos. Rodrigo Maranhão já compôs músicas que foram sucesso nas vozes de Zélia Duncan, Roberta Sá, Maria Rita, Fernanda Abreu e Pedro Luís. Mas o melhor mesmo é ouvir as canções na voz do próprio Rodrigo Maranhão, que, certamente, é o melhor compositor de sua geração.

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“Volume two” – She & Him
Uma vez eu li alguma crítica do jornalista André Forastieri, na qual ele dizia que se uma música não chamava a sua atenção nos três primeiros segundos, ele não perdia mais tempo escutando. Com a quantidade de coisa que tenho para ouvir aqui, tenho tentado adotar essa tática do Forastieri, embora reconheça que sou muito mais paciente que ele. Contudo, não precisei ser paciente ao ouvir o novo álbum do She & Him, “Volume Two”. A dupla de Portland, formada por Zooey Deschanel (vocais e piano) e M. Ward (guitarra) fez algo bem difícil: gravar um segundo álbum superior ao primeiro (lançado em 2008), que já era excelente. A prova está logo na primeira faixa, “Thieves”, um folk-spaghetti sensacional que já cativa o ouvinte em um segundo (pode acreditar, Forastieri). Parece até trilha de um filme de Quentin Tarantino. Difícil pinçar destaques em um álbum tão hermético. Mas para eleger as minhas prediletas, fico com a fofinha “In the sun”, a byrdiana “Don’t look back”, a beachboysiana “Ridin’ in my car”, a joanbaesiana “Lingering still” e a deliciosa versão para “Gonna get along without you now” (aquela que foi parodiada nas festas de aniversário para a imbecilizada “fulano, eu vou comer seu bolo...”). E vale registrar que a edição nacional vem com uma versão deliciosa para “I can hear music”, dos Beach Boys. Enfim, “Volume two”, com todas as suas referências, é obrigatório. O único defeito do álbum é ser viciante.

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Em seguida, “London calling”, faixa de abertura do DVD/BD “London calling – Live in Hyde Park”, do Bruce Springsteen.

2 de mai. de 2010

Resenhando: Renato Russo, Madonna, Cássia Eller, White Stripes, Scorpions

Conforme prometido na semana passada, volto aqui com as resenhas de alguns álbuns interessantes lançados no mês de abril. São curtinhas, pá-pum.

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“Duetos” – Renato Russo
Pode acreditar que dói muito o coração criticar alguma coisa de Renato Russo, ainda mais pelo fato de ele não estar mais por aqui. Mas “Duetos”, CD que reúne 15 encontros de Renato com outros artistas, em alguns momentos, beira o mau gosto. Para começar, os duetos póstumos que uniu as vozes de artistas como Fernanda Takai (“Like a lover”) e Caetano Veloso (“Change partners”) a de Renato. Duetos do além, em definitivo, não descem bem, ainda mais o duplamente póstumo “Vento no litoral”, com Cássia Eller. Os duetos gravados em vida por Renato são mais interessantes, mas o problema é que vários deles já haviam sido lançados, como “A carta” (com Erasmo Carlos). No final, o CD vale mesmo pelas inéditas “Só louco” (com Dorival Caymmi), “Celeste” (com Marisa Monte) e “Esquadros” (com Adriana Calcanhotto), embora a qualidade das gravações não seja lá das melhores. Enquanto isso, os fãs continuam esperando o DVD com o show da Legião no Metropolitan ou no Jockey.

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“Sticky & sweet tour” – Madonna
Turnê de Madonna é batata: quando acaba, vem o DVD (e agora BD). Não poderia ser diferente na nababesca “Sticky & sweet tour”, que teve cinco datas no Brasil no final de 2008. O registro do DVD aconteceu antes dos shows brasileiros. Aproveitando que estava em Buenos Aires, Madonna arriscou “Don’t cry for me Argentina” ao lado de sucesso antigos (“Borderline”, “Vogue” e “Like a prayer”) e outros nem tanto (“Ray of light”, “Hung up” e “4 minutes”). O show de Madonna é cheio de informações, e um registro áudio-visual é bem-vindo. Mas, no final da apresentação, com o “game over” escrito no telão, fica a sensação de que o show de Madonna mais parece aqueles joguinhos eletrônicos que a gente zera de primeira, em poucos minutos. É tudo certinho demais, repetitivo demais. Mas, talvez, essa seja a graça. Além do show, o DVD traz um documentário com bastidores, e um CD com algumas canções extraídas da apresentação.

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“Violões” – Cássia Eller
Um dos grandes lançamentos do ano foi esse “Violões” da Cássia Eller em DVD. O CD (com o registro de um show diferente) já havia sido lançado em 1996. O DVD, no qual Cássia é acompanhada apenas pelos violões de Luciano Mauricio e Walter Villaça, traz uma apresentação para um especial da TV Cultura, no mesmo ano. Mais interessante do que escutar (e agora ver) canções como “E.C.T.”, “Socorro”, “Lanterna dos afogados”, “Rubens” e “Blues da piedade”, é observar a transição da cantora, de “indie” ao “mainstream”, o que, de fato, veio a acontecer em “Com você... Meu mundo ficaria completo” (1999) e no “Acústico MTV” (2001). Aliás, esse “Violões” mais simples, direto e visceral, é bem mais interessante do que o especial (cheio de pompa) idealizado pela MTV. “Violões”, apesar de o áudio não ser dos melhores, é o DVD mais digno da carreira de Cássia Eller.

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“Under great White nothern lights” – The White Stripes
Entre junho e julho de 2007, a dupla formada por Jack e Meg White rodou o Canadá de cabo a rabo, em uma turnê que passou por 18 cidades. Com algum atraso, é lançado o DVD/BD e CD com o registro dessa turnê. O White Stripes sempre se destacou em cima do palco. E é uma pena que o palco tenha sido mandado para escanteio no DVD. Quase nenhuma música aparece inteira, com o vídeo mais parecendo uma colcha de retalhos, raspando trechos de apresentações da dupla em ônibus, barcos, casas de boliche, biroscas, praças e nas casas de show propriamente ditas. O filme até que é legal por mostrar os bastidores dessa (surreal) turnê. Mas é o tipo de filme que você vê uma vez e está mais do que visto. Melhor ficar com o CD, que traz 16 faixas extraídas desses shows (com ótimo áudio) na íntegra, ou então com o ótimo DVD “Under Blackpool lights”, de 2004.

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“Sting in the tail” – Scorpions
Levanta o dedo quem espera algo novo dos Scorpions! Hum, ninguém levantou, né? “Sting in the tail” é o 17º álbum de estúdio da banda alemã. E em nada se diferencia dos 16 anteriores. É tudo muito igual e, no final, fica aquela sensação de que você já ouviu esse mesmo disco dezenas de vezes. Transitando entre rockzinhos farofas (“Raised on rock”) até baladas que os fãs poderiam acender os isqueiros se estivéssemos em 1985 (“SLY”), quase nada de relevante pode ser aproveitado desse álbum. Os saudosistas de plantão talvez ainda consigam se emocionar com “No limit” (espécie de irmã gêmea de “Big city nights”) e “Spirit of rock”. Mas a emoção não chega a ser maior do que a de um jogo de Campeonato Carioca. Tomara que esse seja mesmo o último álbum dos Scorpions.

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Abaixo, o trailer do DVD/BD “Under great White nothern lights”, do White Stripes. Fica o aviso de que o trailer é muito mais legal do que o filme propriamente dito.


1 de mai. de 2010

Tiririca, Djalma Dias, Senna, Faustão, Zé Trindade, Blink 182, The Cure, Ciro Pessoa, Mellencamp, Soundgarden, Lady Gaga

É só!

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OS LIVROS DA SEMANA: Nessa semana, eu consegui ler dois livros. Um de jornalismo esportivo e outro de "música-literatura". "11 gols de placa - Uma seleção de grandes reportagens sobre o nosso futebol" engloba 11 matérias importantes sobre o mais popular dos esportes no Brasil. Organizado por Fernando Molica, o timaço que assina as tais matérias é de respeito: Juca Kfouri, Sérgio Rangel, João Máximo, Mário Magalhães, entre outros. O mais bacana é que, além da reprodução da reportagem em si (e dos desdobramentos em outras matérias), o livro traz depoimentos dos jornalistas, mostrando os "bastidores" das tais reportagens. A mais interessante, na minha opinião, é "Futebol brasileiro: o longo caminho da fome à fama", de João Máximo. Ela foi publicada no Jornal do Brasil em agosto de 1967, e mostra que pouca coisa mudou no futebol brasileiro. Outras matérias também são deliciosas, como "Contrabando da Copa", assinada por Fernando Rodrigues, e que fala do famoso "voo da muamba" da seleção de 1994. Para quem gosta de futebol, é obrigatório. Para quem estuda (ou curte) jornalismo, obrigatório também.

"Como se não houvesse amanhã" apresenta 20 contos inspirados nas músicas da Legião Urbana. O livro foi organizado por Henrique Rodrigues, e conta com 19 escritores (além do organizador, que assina o conto "Acrilic on canvas") relativamente novos. Não espere encontrar nenhum nome muito consagrado. E é exatamente esse o diferencial desse livro. Tudo bem que alguns contos soam "clichê" demais, como "Será", de Daniela Santi. Mas a maior parte dos textos, certamente, deixaria Renato Russo feliz. As suas letras sempre diziam algo com simplicidade. E os melhores textos desse livro são exatamente os que dizem algo com simplicidade. Exemplos: "Eduardo e Mônica", de Rosana Caiado Ferreira, "Tempo perdido", de Tatiana Salem Levy, e "Faroeste caboclo", de Carlos Fialho. Acho que esses escritores pegaram o espírito da coisa. Foram direto ao ponto de forma simples e, ao mesmo tempo, instigante. Outros autores resolveram ser cerebrais demais, algo não muito compatível com a obra do líder da Legião Urbana. Esses textos - o leitor pode ler e concluir quais são - ficaram chatos demais. Bem diferente da Legião Urbana.

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Tá todo mundo vendo esse vídeo na net...



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Uma gravação decente da volta do Soundgarden, no dia 16 de abril, em Seattle.



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MELLECAMP ENCAIXOTADO: Sai no dia 15 de junho, lá fora, um box com quatro CDs de John Mellencamp. "On The Rural Route 7609" mistura sucessos com raridades, em 54 faixas. Encomendando, acho que vale o investimento.

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Se eu estivesse em São Paulo, não perderia o show hoje do Ciro Pessoa. Detalhes aqui.

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UMA MÚSICA PRO FIM DE SEMANA: "Plainsong", do The Cure.



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É COISA DO DESTINO: Tom DeLonge, vocal do Blink 182, disse ao Chicago Tribune que a sua banda encerrará as gravações do novo álbum (o primeiro desde 2003) durante o verão do hemisfério norte. Um acidente de avião em 2008 quase matou o baterista Travis Barker. E os fãs devem dar graças a Deus por esse acidente ter acontecido. "Se não tivesse havido o acidente, nós não seríamos uma banda. Simples assim. Foi o destino", disse DeLonge ao jornal de Chicago.

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O cúmulo da cafonice.

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"Zé Trindade chegou/ Na cidade voltou/ Senhoras e senhores com vocês/ O grande Zé outra vez". Certamente você já ouviu essa música do Skank. Ela foi composta em homenagem a Zé Trindade (ou Milton da Silva Bittencourt), ator, músico, poeta e, principalmente, comediante com carreira no rádio, teatro, cinema e televisão. Zé Trindade morreu no dia 02 de maio de 1990. Faz 20 anos que ele berra lá de cima: "Mulheres, cheguei!".



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E amanhã, dia 02 de maio, quem completa 60 anos é o Faustão. Acredite, mas antes de apresentar besteiras como "Dança dos famosos" e de elogiar qualquer porcaria que aparece por aí no "Domingão", Fausto Silva comandava o "Perdidos na noite", que passava na TV Bandeirantes nas noites de sábado. Eu, bem moleque, não perdia um. E não dava para perder mesmo. Quer saber por que? Veja abaixo...



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Ainda no dia 01º de maio, vamos prestar a nossa homenagem a Ayrton Senna. Há 16 anos, a curva Tamburello nos tirou Senna. Juro que foi a última vez que vi uma corrida de Fórmula 1 na minha vida. Mas aqui vamos relembrar um momento feliz da carreira de Senna: o tricampeonato em 1991.



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No dia 01º de maio de 1990, portanto há 20 anos, o craque Djalma Dias partia dessa para melhor. O pai de Djalminha jogou no América, Palmeiras, Atlético Mineiro, Santos, Botafogo, além da seleção brasileira. O vídeo abaixo traz cenas de um amistoso entre o Atlético/MG e a seleção brasileira. Djalma Dias jogou pela seleção.



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E o que que temos para esse dia 1º de maio, hein? Deixa eu ver aqui... Vamos começar por uma figura que completa 45 anos hoje: Tiririca. Adoro essa versão que ele fez para "India"... Hahaha...



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Dia do trabalho, hein? Então, o que a gente vai fazer? Trabaiá, trabaiá, trabaiá...

12 de abr. de 2010

Herbie & Montserrat, Tostão & Renatão, Supergrass, Pato Fu, Chico Anysio, Chad Smith, Beatles, "The wall", Napster, Cream, Toy Story, "Violões", Ringo

Pessoal, quero agradecer, de coração mesmo, a todos os leitores desse blog. Estou voltando e tentando reconstruí-lo aos poucos. Muito legal encontrar velhos e novos leitores por aqui. Vocês são muito bem-vindos. De verdade. Amanhã, tenho um compromisso chato de manhã e de tardinha. Posso demorar um pouquinho, mas prometo que venho postar alguma coisa aqui, tá?

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NO MORE AUTOGRAPHS: Em outubro de 2008, Ringo Starr postou um vídeo em seu site, todo nervosinho, dizendo que não ia dar mais autógrafos. Hoje, ele revelou o motivo: "eu dava um autógrafo e, no dia seguinte, ele estava lá no ebay". Tá certo. Mas o problema é que o autógrafo do baterista está inflacionado. No mesmo ebay, tem autógrafo dele a mil e quinhentas doletas. Se quiser um mais barato, clique aqui.

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A CAPA DO DVD MAIS AGUARDADO: Tá aí em cima. "Violões", que falamos aqui no blog no sábado, chega às lojas em uma semaninha. Uma semaninha, viu? E o melhor de tudo, o DVD traz o show completo. Olha o repertório: "E.C.T.", "Socorro", "Nós", "1º de julho", "Por enquanto", "Na cadência do samba", "Lanterna dos afogados", "Malandragem", "Try a little tenderness","Música urbana 2","Metrô linha 743", "Rubens", "Blues da piedade" e a dobradinha "Coroné Antonio Bento / O gosto do amor". Nos extras, entrevistas e três músicas apresentadas no programa "Metrópolis": "Eleanor rigby", "Não sei o que eu quero da vida" e "Gatas extraordinárias".

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Para quem ainda não viu, Barbie & Ken no "Toy Story 3". Cócegas para ver esse filme...


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ACABOU O CREME: O baixista Jack Bruce, do power-trio Cream, disse à BBC 6 Music que a banda jamais se reunirá novamente. Ao mesmo tempo, o músico disse que está finalizando a sua biografia, "Composing himself". Para quem ainda sonhava ver um novo show do Cream, ainda que em DVD, fica pra próxima.


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DIRETO DO TÚNEL DO TEMPO: Hoje faz exatos dez anos de um dos maiores micos da música. No dia 12 de abril de 2000, o Metallica processou o Napster por violação de direitos autorais. A discussão é longa, e sou contra downloads ilegais, mas foi patético o Metallica aterrorisar as criancinhas, cobrando indenizações milionárias.

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FINALMENTE "THE WALL": Agora parece que vai. Roger Waters confirmou que sairá em turnê para tocar a íntegra do álbum "The Wall", obra-prima de sua ex-banda, Pink Floyd. A turnê começa no dia 15 de setembro, em Toronto, no Canadá. O Brasil ainda não está confirmado, mas acho que dificilmente ficará de fora, já que Waters já se apresentou aqui duas vezes. É esperar e torcer.

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FAZ-ME RIR: O Vaticano, em seu jornal "L'Osservatore Romano", perdoou os Beatles, pela sua "vida dissoluta" e pelo fato de John Lennon ter dito que os Beatles eram maiores que Deus. Legal, ao invés de se desculpar pelas acusações de pedofilia, a igreja perdoa os Beatles. Está acima do bem e do mal, mesmo. Agora quero saber se Lennon já perdoou a igreja também...

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CHAD PARTIMPIM: Agora todo mundo quer gravar disco para crianças. Chad Smith, baterista do Red Hot Chili Peppers está seguindo os passos da nossa Adriana Partimpim, e lançará um disco em parceria com Dick Van Dyke. O álbum se chamará "Rhythm train" e, até agora, não tem nenhuma música do Vinícius de Moraes confirmada.

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Parabéns também para o grande Chico Anysio que hoje completa 79 anos. Na minha infância, o "Chico Anysio Show" era obrigatório aqui em casa. O maior comediante do Brasil... Gênio!



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A VOLTA DO PATO FU: No blog do Mauro Ferreira, uma boa notícia. O Pato Fu já começou a gravar o seu décimo trabalho de estúdio. Depois de três anos divulgando o ótimo "Onde brilhem os olhos seus", Fernanda Takai se juntou novamente aos seus antigos companheiros para um "projeto especial". Tomara que não seja regravação de antigos sucessos, covers, essas coisas...

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VAI FAZER FALTA?: O Supergrass anunciou a sua separação devido a "diferenças musicais". Nunca achei o Supergrass nada fenomenal não, mas confesso que lá por 1995, eu ouvia bastante o CD "I should coco", que tinha aquela música "Alright" que tocava o dia inteiro nas rádios. Em janeiro de 96 (será que é esse ano mesmo?), eu vi uma apresentação deles no finado Hollywood Rock. Pra ser sincero, não me lembro muito do show do Supergrass, não. Tinha que aguardar as minhas energias para os Smashing Pumpkins (com o show de lançamento do super CD "Mellon Collie and the infinite sadness") e o The Cure, que fez um show com três horas de duração, que contou com todos os seus clássicos. Ah, como esse Hollywood Rock faz falta...



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PARABÉNS: Hoje temos dois aniversários bem bacanas para comemorar. Primeiro, os 70 anos de Herbie Hancock. Assisti a um show dele em 2008 no Vivo Rio. Além do ótimo show, o cara é muito simpático. Eu estava sentado lá no gargarejo, e ele começou a falar sobre a sua primeira visita ao Rio, em 1968 (acho). Ele apontou para mim, e perguntou: "Você nem era nascido, era?". O pior é que ele ficou esperando a minha resposta, enquanto o meu rosto aparecia nos telões do Vivo Rio. Fiquei mais vermelho que pimentão... Hoje também, a grande soprano Montserrat Caballé sopra 77 velinhas. Em um documentário, Freddie Mercury disse que ficou muito orgulhoso de ter gravado com a cantora lírica, porque ela era "a música em pessoa". Pode ser que seja mesmo...




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Continuando na mesma "Folha de S.Paulo" de ontem. Finalzinho da sempre imperdível coluna do Ferreira Gullar, na qual ele fala sobre Armando Nogueira: "Lembro-me do título que ele [Armando Nogueira] pôs numa entrevista com o bandido Cara de Cavalo. Perguntara-lhe se aprendera a assaltar e roubar vendo filmes americanos, a que o bandido respondeu, indignado, que não aprendera com ninguém. Armando pôs o seguinte título na entrevista: 'Cara de Cavalo: eu inventei o assalto a mão armada'. Grande Armando!" Grande mesmo.

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TOSTÃO E RENATÃO: Taí uma coisa que eu não imaginava: Tostão fã de Renato Russo. Acreditam que o craque citou o ex-líder da Legião Urbana em sua coluna na "Folha de S.Paulo" ontem? Olha: "Messi tem grandes chances de ser um fenômeno por muito tempo. Ele atingiu o auge mais jovem, é artilheiro e tem um estilo agressivo, como tinham Pelé e Maradona. Parafraseando Renato Russo, os três jogam como se não houvesse outro jogo." Adorei!!


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Paira uma nuvem negra sobre o Rio de Janeiro. Tempestades, greve de ônibus... Daqui a pouco, vão cancelar as OlimPiadas de 2016. O que seria uma ótima ideia, diga-se...