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9 de ago. de 2011

O irmão do Henfil; a saudade do Seu Madruga; Zagallo 80; o novo álbum do Seu Jorge; Moz interpreta Lou; Van Halen cancelado; e o Queen no Knebworth.



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Hoje foi fácil escolher a música do dia. O difícil foi escolher entre as gravações do João Bosco e da Elis Regina para "O bêbado e a equilibrista". A de Elis é perfeita. Mas optei pela de João Bosco, o autor da canção, ao lado do parceiro Aldir Blanc. Eu disse que foi mole escolher a música hoje porque foi no dia 09 de agosto de 1997 que o Brasil perdeu um de seus maiores heróis: Herbert José de Sousa, ou, simplesmente, Betinho. Ou então, “o irmão do Henfil”.

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No sábado escrevi sobre o aniversário do João Barone, mostro da bateria. E hoje é dia de lembrar outro importante batera do rock brasileiro. Guto Goffi, fundador do Barão Vermelho, nasceu no dia 09 de agosto de 1962. E fica aqui a nossa lembrança.



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Você sabia que hoje faz 23 anos que o ator mexicano Ramón Valdés morreu?? Não? Aliás, você nem sabe quem é esse tal de Ramón Valdés? Trata-se do grande Seu Madruga, ídolo de qualquer um com menos de 35 anos de idade. Engraçado notar que ele tenha morrido há tanto tempo. A sua presença diária nas telas dá a impressão que ele está por aí, vivinho da silva, devendo aluguel ao Seu Barriga, apanhando da Dona Florinda, dando cascudos no Chaves e beliscões no Kiko. Não sei se é só impressão. De repente, ele está vivo mesmo...





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Falando agora de rock n’ roll, é hora de lembrar do grande Jerry Garcia, guitarrista, vocalista e líder do Grateful Dead. Jerry Garcia foi um dos maiores doidões da história do rock. Pena ele não ter tido a mesma sorte de um Keith Richards ou um Ozzy Osbourne. Jerry faleceu no dia 09 de agosto de 1995, na Califórnia, vítima de uma ataque cardíaco.



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Do rock para o futebol, agora é hora de falar do Zagallo, um dos futebolistas mais vencedores em todos os tempos. O currículo é de dar inveja mesmo. Foram quatro Copas do Mundo (duas como jogador, uma como técnico e outra como coordenador técnico), e diversos títulos no Botafogo e no Flamengo. Zagallo faz 80 anos hoje. Ele nasceu num dia 13. Mas nasceu em 1931, ou seja, 13 ao contrário. Abaixo, um vídeo de uma das suas grandes conquistas.



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Cá pra nós, quando o Zagallo era técnico da seleção brasileira, as coisas eram bem mais divertidas...



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Não é mesmo, Mano Menezes??

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Quando é lançado algum disco novo do Seu Jorge, a gente nunca sabe o que vem. Seria algo mais popular, como "América Brasil" (2007)? Ou algo menos palatável, como o disco "Cru", de 2004? Só pelo título deste seu novo trabalho ("Músicas para churrasco - Vol. 1"), já dá para imaginar que Seu Jorge ressurge pop. Talvez mais pop do que nunca. As letras, crônicas do cotidiano que qualquer pessoa vai se identificar, são simples e fáceis. Ou seja, numa segunda audição, já dá para cantarolar. É fácil, tudo meio que no estilo “A doida vazou, a doida vazou / Nem quis meu amor, nem quis meu amor.” A sonoridade, puxada para o samba e o samba-rock, também desce bem, embora, em alguns momentos, possa soar um pouco repetitiva. No final, a impressão que fica é que todas as músicas foram compostas para se transformarem em hits instantâneos. E isso não é um elogio, tampouco uma crítica, mas apenas uma contastação. Pelo menos para um churrascão de domingo, esse "Músicas para churrasco - Vol. 1" é uma boa indicação. Sem efeitos colaterais.



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A dupla francesa Justice apresentou uma música nova, em primeira mão, durante o seu show em Los Angeles, nesse fim de semana. A faixa se chama “Audio, video, disco” e me pareceu ser bem boa, apesar da qualidade mais ou menos do vídeo disponível no YouTube:



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Ah, vocês viram o Morrissey interpretando “Sattelite of Love”, do Lou Reed, no show de anteontem, na Brixton Academy, em Londres??



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O cantor Cee-Lo Green também aproveitou para lançar o seu novo videoclipe, “Cry baby”. Eu achei legal, bem no espírito da música. Veja aí o que você acha...



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O pessoal do MGMT se superou em um show realizado também nesse fim de semana, na Califórnia. Antes de a banda começar a tocar, o vocalista James Richardson pediu para que a plateia jogasse o sapato do pé esquerdo no palco. “Uma grande ideia.” Dá uma olhada no que aconteceu:



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Uma das bandas que mais me perguntam a respeito no twitter é o Van Halen. “E aí? Volta ou não volta??” Chego a ficar impressionado e comovido com essa movimentação, até mesmo porque muitas das pessoas que me perguntam certamente nem eram nascidas quando o conjunto lançou o album “1984”, aquele que tem “Jump” e “Panama”. Estava (quase) tudo certo para a banda voltar à ativa, durante um festival marcado em cidades da Austrália, no final do próximo mês. Só que o tal festival foi cancelado porque os seus organizadores não conseguiram contratar uma banda de abertura para o Van Halen. No mínimo, muito mal contada essa história. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos... O Van Halen não se apresenta fora dos Estados Unidos desde 1998.

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E para terminar o dia com mais uma boa lembrança, hoje faz 25 anos que o Queen subiu ao palco pela última vez com a sua formação original, ou seja, com Freddie Mercury nos vocais. A apresentação aconteceu no Knebworth Park e, infelizmente, não existe registro profissional do show gravado em vídeo.


13 de jul. de 2011

O dia do rock (e do sertanejo!); INXS em Wembley; os 15 anos de “Rappa Mundi”; Moz e Grohl colocam fãs para correr; o Weezer dá uma de Roberto Carlos.



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Por favor, não estranhe. Hoje eu quis começar esse blog com música sertaneja. Mas música sertaneja de verdade. E ela tem o seu valor. O melhor exemplo é o vídeo acima, dos dois mestres do estilo, Pena Branca & Xavantinho. Hoje, 13 de julho, é o dia nacional dos cantores e compositores sertanejos. E eles merecem a nossa homenagem. Os sertanejos de verdade, repito. Não estou falando aqui de Luan Santana, Daniel e outras atrocidades, por favor.

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E, olha só, além do dia dos compositores sertanejos, hoje também é o dia mundial do rock. Isso porque foi no dia 13 de julho de 1985 que aconteceu o Live Aid, concerto beneficente organizado por Bob Geldof, em Londres e na Filadélfia, e que reuniu gente como Paul McCartney, Bob Dylan, Mick Jagger, U2, Queen e até mesmo uma reunião do Led Zeppelin.



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O show do Led Zeppelin foi tão tosco, que acabou ficando de fora da edição em DVD do Live Aid lançado uns vinte anos depois. Na falta de John Bonham, Phil Collins (?!?) tocou bateria com a banda. Não foi por culpa do Phil, mas, definitivamente, não ficou legal...



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Não é??

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Seis anos após o Live Aid, em 1991, o mesmo estádio de Wembley onde aconteceu o evento, viu uma das apresentações mais impactantes de sua história. O INXS estava lançando o álbum “X” (1990), e, àquela época, era considerada uma das bandas mais importantes do planeta, batendo de frente até mesmo com o todo-poderoso U2. A apresentação em Wembley foi lançada em VHS, LD e, depois, em DVD. Já o CD ao vivo “Live baby live” traz músicas gravadas em vários shows da turnê, inclusive o antológico que aconteceu no Rock in Rio II, em janeiro de 1991, no estádio do Maracanã.



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Voltando um pouco mais no tempo, hoje é dia de João Bosco soprar 65 velinhas. Ontem, entrou no ar a série “O astro”. E a música de abertura da novela original era interpretada por João Bosco. Lembra? Ou você nem era nascido??



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Cá pra nós, o João Bosco tem músicas melhores, não? Essa aqui, por exemplo...



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“Linha de passe” até me lembrou o meu programa predileto, que a ESPN Brasil transmite todas as noites de segunda. Eu não perco um. Tudo pode acontecer nessa mesa redonda... Quer ver??



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Há 15 anos, O Rappa lançava o seu álbum mais importante. “Rappa Mundi” vendeu que nem água (eu ganhei no amigo oculto do mesmo ano!). Não era para menos. Acho que umas cinco, seis músicas fizeram muito sucesso. Ou você não se lembra de “Miséria S/A”??



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E o nosso Morrissey, hein?? Ele tá sempre por aqui, né? Se lembra, faz umas duas semanas, quando ele fez um show com uma camisa que mandava um site de fãs para aquele lugar? Pois é... O dono do site, David Tseng, foi expulso pelos seguranças de Morrissey, durante um show em Copenhagen, Dinamarca, na segunda passada. Segundo Tseng, os seguranças não deram maiores explicações. O fã reclamou o dinheiro do ingresso perante à Live Nation, empresa organizadora da turnê do ex-Smith, mas ela teria informado que Tseng deveria reclamar com o próprio Morrissey.

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Coisa feia né, Moz??

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Coisa feia foi também o que um fã fez anteontem em um show do Foo Fighters em Londres. Eu escrevi ontem que Dave Grohl não fez por menos, xingou o cara e o expulsou da casa de shows. Consegui encontrar o vídeo hoje...



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(Esse é o típico caso de vergonha alheia...)

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Um cruzeiro com o Weezer??



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Sabe o que isso me lembra???



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E saiu uma musiquinha nova do The Drums! Eu sei lá... Às vezes curto, às vezes não... Vamos ver até onde vai chegar esse conjunto. O primeiro disco até que é bom. Mas não é tudo isso que andaram dizendo não... “Portamento”, o segundo álbum, sai no dia 12 de setembro.



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Ah, a capa do disco tá aqui:


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Não poderia encerrar o dia de forma melhor:

13 de jul. de 2010

Roqueiros e Sertanejos, João Bosco, Ford, Ghost, REM, Yamandu+Dominguinhos, Iron Maiden, U2, 50 Cent, Morrissey, PiL, Hook, Flying Lotus, Paulo Moura

PAULO MOURA - 17/02/1932 - 12/07/2010



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Morrissey anunciou hoje que vai lançar uma edição comemorativa dos 20 anos de seu álbum "Bona drag", com seis faixas inéditas. O álbum, originalmente lançado em 1990, conta com os primeiros sete singles da carreira solo de Moz, após a sua saída do The Smiths. O cantor foi o responsável pela remasterização do álbum, que tem previsão de lançamento para o dia 27 de setembro. As faixas extras de "Bona drag" são essas aqui: "Happy lovers at last united", "Lifeguard on duty", "Please help the cause against loneliness", "Oh Phoney", "The bed took fire" e "Let the right one slip in".

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Lindíssimo o novo videoclipe do Flying Lotus, "MmmHmm"...



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Peter Hook (ex-baixista do New Order e do Joy Division) está fazendo uma pequena turnê na qual apresenta a íntegra da obra-prima "Unknown pleasures" (1979), do Joy Division. Só que a apresentação que acontecerá no festival Vintage At Goodwood, na Inglaterra, será especial. Nesse show, Hook se apresentará acompanhado de coro e orquestra. A apresentação acontecerá no dia 15 de agosto, e o line-up do festival conta com o The Faces (Mick "Simply Red" Hucknall no lugar de Rod Stewart).

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John Lydon querendo ressuscitar o PiL??

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A turnê brasileira do 50 Cent começou bem em Salvador...



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Os shows do U2 que aconteceriam nesse verão nos Estados Unidos foram remarcados para o ano que vem. As novas datas estão no site oficial da banda irlandesa.

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Um quiz bacana sobre o rock. Acertei 17 questões...

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Estreou hoje o novo videoclipe do Iron Maiden, "Final frontier". O vídeo, no melhor estilo "Guerra nas estrelas", apresenta a faixa-título do novo álbum dos ingleses - que será lançado no dia 16 de agosto. A música faz o mesmo gênero que os fãs do Iron adoram. Nada de muito especial. E o videoclipe ficou um pouco, digamos..., exagerado demais. Mas esse é o Iron Maiden mesmo.



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Yamandu Costa e Dominguinhos vão dar continuidade a parceria que começou em 2007, com o lançamento de um CD e de um DVD. Chega às lojas nos próximos dias o álbum "Lado B" (capa acima). "Queríamos transmitir neste trabalho um clima de relaxamento, a maneira tranquila como gravamos, sem egotrip, do mesmo jeito do primeiro. Foi, como sempre aconteceu entre a gente, muito harmônico", disse Yamandu no release do CD. Sobre o repertório escolhido, o violonista explicou: "Tínhamos vontade de relembrar o cancioneiro mais antigo numa concepção bem simples. O repertório foi escolhido aleatoriamente, íamos lembrando e selecionando músicas que gostávamos. Nada foi pré-concebido, as canções foram aparecendo naturalmente". A relação de faixas de "Lado B" (que mistura composições de gente como Ary Barroso, Lupicínio Rodrigues, Augustin Lara e Bororó)é a seguinte: "Da cor do pecado", "Noites sergipanas", "Fuga pro Nordeste", "Doce de coco", "Homenagem a Chiquinho", "Naquele tempo", "Sanfona de cordel", "Homenagem a Pixinguinha", "Choro do gago", "Chorando em Passo Fundo", "Carioquinha", "Felicidade", "Pau de arara", "No rancho fundo" e "Solamente una vez".

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Essa aqui é quente: o R.E.M. informou hoje que terminou as gravações de seu novo álbum. As gravações aconteceram nas cidades de Portland e Nova Orleans (Estados Unidos), e terminaram em Berlim, com produção de Jacknife Lee, o mesmo responsável por "Accelerate" (2008). O álbum começa a ser mixado nos proximos dias, e a previsão de lançamento é para o início de 2011.

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Continuando no cinema, há exatos 20 anos estreava um dos filmes que as pessoas mais gostam de criticar: "Ghost - Do outro lado da vida". O filme conta a história de Sam, que após ser morto, "volta" para ajudar a sua esposa, que também corre risco de ser assassinada. O elenco estrelado contava com Patrick Swayze (no papel de Sam), Demi Moore (a esposa) e Whoopi Goldberg (a médium). A direção foi de Jerry Zucker. E, vem cá, você pode até criticar esse filme. Mas tenho certeza que chorou...



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Depois de sertanejos, roqueiros e um dos mestres da MPB, quero falar um pouco de cinema. O ator Harrison Ford completa 68 anos hoje (tá ficando véio, hein?). Acho que o primeiro filme que vi com Harrison Ford (e nem sabia quem ele era) foi "Guerra nas estrelas". Depois, a trilogia do "Indiana Jones", "Blade Runner", "Jogos patrióticos", "O fugitivo" (amo de paixão esse filme), "Sabrina" (uma das trilhas sonoras mais sensacionais de todos os tempos, thanks Gilberto Braga), "Força aérea um", "Inimigo íntimo"... Ufa, a lista é grande, e devo ter me esquecido de vários. Já tem um tempo, li em em algum lugar que Harrison Ford, antes de virar ator, era jardineiro do músico brasileiro Sérgio Mendes. Alguém confirma essa história?



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Hum, e hoje é aniversário de um dos caras que mais admiro na Música Popular Brasileira. João Bosco nasceu em Ponte Nova (MG) a 13 de julho de 1946. Dizer que ele é um dos maiores violonistas do mundo é fácil, difícil mesmo é listar os seus melhores álbuns. Isso porque, a regularidade é uma das marcas registradas de João Bosco. Desde a sua estreia, com o álbum "João Bosco" (de 1973, o que tem "Bala com bala") até o último, o sensacional "Não vou pro céu, mas já não vivo no chão", discos bons não faltam na história de João Bosco. Mas se você quiser saber o meu predileto, arrisco " Malabaristas do sinal vermelho" (2003), com parcerias de João com o seu filho Francisco Bosco. E a música abaixo foi a que mais ouvi nesse último mês, por conta do programa "Linha de passe", da ESPN Brasil, e que passou todos os dias nessa Copa.



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Ah, e todo mundo já deve saber que hoje, dia 13 de julho, é o Dia Mundial do Rock. Mas por que esse dia? Porque foi no dia 13 de julho de 1985 que foi realizado o Live Aid, evento de música idealizado por Bob Geldof para arrecadar uma grana para combater a fome na África. Foram dois mega-shows, um em Londres e outro na Filadélfia, com um público de 170 mil pessoas nos estádios e mais de 1,5 bilhão pela televisão. Saca só quem participou do Live Aid: Queen (cuja apresentação no evento, até hoje, é considerada uma das mais arrebatadoras de todos os tempos), U2, The Who, Paul McCartney, Mick Jagger, Bob Dylan, Beach Boys, Elton John, Madonna, David Bowie, Duran Duran, Sting e até mesmo uma reunião do Led Zeppelin com Phil Collins na bateria.



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Boa tarde, pessoal! Como estão as coisas, hein? Olha, comecei o post com "Amanheceu, peguei a viola", de Renato Teixeira, em homenagem ao Dia Nacional dos Cantores e Compositores Sertanejos, que é comemorado no dia 13 de julho. O preconceito rola solto com a música sertaneja. Também, não é pra menos. Com essas porcariadas de hoje em dia que se dizem sertanejos, qualquer um morreria de vergonha. Mas aqui fica a minha homenagem aos caipiras de verdade, de raiz, que fazem (ou fizeram) músicas lindíssimas, como Pena Branca, Xavantinho, Renato Teixeira, Tonico, Tinoco, Alvarenga, Ranchinho, Catulo da Paixão Cearense, Rolando Boldrin, Almir Sater, Sérgio Reis, entre outros sertanejos DE VERDADE que a gente nem tem conhecimento.

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30 de jul. de 2008

CD: “UMA NOITE... NOEL ROSA” (VÁRIOS ARTISTAS) – SEM ARRISCAR, NOEL GANHA UM TRIBUTO APENAS BUROCRÁTICO

Sem muito alarde, no ano passado comemorou-se 70 anos da morte de Noel Rosa, compositor que dispensa maiores comentários. A efeméride passou praticamente despercebida, mas no apagar das luzes de 2007, alguns dos melhores artistas de nossa música prestaram um tributo ao poeta da Vila. E é exatamente esse show que é imortalizado agora no CD “Uma Noite... Noel Rosa”, lançado pelo selo MP,B Discos, com distribuição da Universal Music. O DVD chega às lojas dentro de algumas semanas.

“Uma Noite... Noel Rosa” é aquele tipo de projeto que não tem erro. As composições de Noel são algumas das mais emblemáticas da Música Popular Brasileira. E juntando um time de bons intérpretes, a coisa não tem como sair dos trilhos. Assim, a MP,B já tinha uma canastra na mão ao juntar as canções eternas de Noel a cantores como Zeca Pagodinho, Ney Matogrosso e Roberta Sá. Mas fato é que, em muitas vezes, o disco soa um pouco burocrático e frio. Parece que os produtores ficaram com receio de fazer algo que fugisse um pouco da normalidade.

Por exemplo, em 1992, o saudoso produtor Almir Chediak lançou o songbook de Noel Rosa – um dos melhores do gênero, diga-se de passagem. Naquele álbum-tributo, João Bosco gravou “Gago Apaixonado”. Adivinha qual canção João Bosco gravou para “Uma Noite... Noel Rosa”? Exatamente a mesma. No songbook de Chediak, João Nogueira gravou, com a costumeira maestria, “Conversa de Botequim”. Em “Uma Noite... Noel Rosa”, seu filho, Diogo Nogueira, com um timbre muito parecido ao do pai, gravou a mesma canção. Ney Matogrosso, em seu antológico disco “À Flor Da Pele” (em parceria com o violonista Raphael Rabello) gravou “Último Desejo” e “Três Apitos”. Exatamente as duas canções foram repetidas em “Uma Noite... Noel Rosa”.

Essa sensação de ‘déjà vu’ não tira o brilho do projeto dirigido por João Mário Linhares e Ricardo Moreira, mas é inegável que o ouvinte, após uma rápida escutada no CD, vai pensar que algo poderia ser realmente melhor.

O grande destaque do disco é a cantora Roberta Sá. Com o seu estilo brejeiro, as canções de Noel Rosa caem como uma luva à sua agradável voz. A sua versão para “Pela Décima Vez” é o grande momento do show, superando em muito a impostada interpretação de Bethânia no songbook lançado há 16 anos. Roberta Sá também brilha em “O X Do Problema” e “Silêncio de Um Minuto”, sempre acompanhada pela ótima banda Anjos Da Lua, que participou de todas as canções do show.

Zé Renato é outro que se sai bem no clássico “Com Que Roupa” e, melhor ainda, na pouco conhecida “Rapaz Folgado”. Já Rodrigo Maranhão, apesar de grande compositor, não tem voz para segurar um “Feitiço Da Vila”, que já foi imortalizada por tantos monstros de nossa música. O mesmo acontece em “Pra Que Mentir?”, que acaba se transformando no pior momento do álbum. Já em “Palpite Infeliz”, Zé Renato faz um dueto com Maranhão e acaba segurando a onda.

Ney Matogrosso, apesar de não arriscar em canções diferentes do repertório de Noel, faz de “Três Apitos” outro grande momento de “Uma Noite... Noel Rosa”. Diferentemente da gravação feita no “À Flor Da Pele”, aqui Ney optou por algo mais leve e simples, que fica ainda mais bonito com a ótima intervenção do acordeonista Marcelo Caldi. A gravação ganhou muito com um arranjo que ficou mais próximo do universo de Noel Rosa – mais popular e menos clássico.

O encerramento com “Adeus / O Orvalho Vem Caindo / Até Amanhã” é outra bola dentro. Nessas canções, os instrumentistas dos Anjos Da Lua soltam a voz e, com muita descontração, misturando samba com choro, finalizam o projeto de modo muito interessante.

Completando o álbum, além de João Bosco, Zeca Pagodinho também gravou uma faixa em estúdio. “Fita Amarela” é uma bela música de Noel e que ganha muito com a característica interpretação ‘malandra’ do sambista carioca. O único senão é que a participação de Zeca Pagodinho vai dar mais munição para os críticos que vêm dizendo – não sem razão – que o sambista está se transformando em arroz de festa, com tantas participações em projetos coletivos desse gênero.

Cotação: ***1/2