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5 de set. de 2011

Os 65 anos do inigualável Freddie Mercury; os 20 da explosão do R.E.M.; o novo álbum do Red Hot; Prince caloteiro?; o novo videoclipe do Foo Fighters.



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Eu sei que esse blog andou meio largado nos últimos dias. Mas, acredite, ando sem tempo até de respirar. Muita coisa acontecendo, livro nas lojas, entrevistas de divulgação... Mas hoje arrumei um tempo para tentar colocar alguma ordem nisso aqui. Nesse fim de semana, aproveitei para ver uns DVDs que já estavam cobertos de poeira. Relembrei muita coisa. E o DVD mais marcante que vi foi o “Familiar to millions”, do Oasis. Não colocava esse vídeo para rodar fazia uns, sei lá, quatro, cinco anos... E como ele é bom, viu? Deu até para sentir o cheiro da cerveja naquele estádio de Wembley...

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E hoje eu tenho um motivo mais do que especial para não deixar de atualizar o blog. Isso porque nesse dia 05 de setembro, comemoramos os 65 anos do nascimento do Freddie Mercury. Sessenta e cinco! Já parou para pensar se ele estivesse vivo? Será que ainda teria pique para fazer aqueles shows antológicos?? Eu não tenho dúvida que sim. Em um exercício mais louco de imaginação, eu até pensei em um show do Queen nesse novo Rock in Rio, que começa daqui a poucos dias... A impressão que eu tenho é a de que o Freddie Mercury estaria com a mesma cara hoje em dia, cantando do mesmo jeito, e levantando os estádios mundo afora... Ah, que saudade!!



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Ah, agora eu vou ter que relembrar o Queen no Rock in Rio... Alguém estava lá??



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No dia 05 de setembro de 1991, o R.E.M. atravessava a fronteira entre o indie e o mainstream. Hoje, essa classificação de indie e maistream é praticamente inexistente. Mas em 1991, essa fronteira era imensa. E o R.E.M. alcançou um sucesso sem precedentes com a música “Losing my religion”, presente no álbum “Out of time” (1991). O videoclipe rodou alucinadamente na MTV, e, há exatos 20 anos, o conjunto de Michael Stipe, Mike Mills, Peter Buck e Bill Berry papava seis estatuetas do Video Music Awards, da MTV, incluindo o de melhor vídeo do ano. Bons tempos em que valia a pena ficar na frente da televisão vendo um VMA...



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E hoje faz 15 anos que o Jota Quest colocou nas lojas o seu primeiro álbum – excluindo um independente, lançado em 1995. À época, a banda se chamava J. Quest, e o álbum, auto-intitulado, vendeu bastante (hoje acumula 200 mil cópias vendidas), a reboque de sucessos como “As dores do mundo”, “Encontrar alguém” e “Vou pra aí”. Por conta de sua sonoridade, menos pop do que a atual, e mais puxada para o soul, muitos fãs consideram esse álbum o melhor do Jota Quest. Eu estou nesse grupo.



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Com um certo atraso, estou ouvindo o ultimo álbum do Red Hot Chili Peppers. A capa de “I’m with you”, certamente, é a mais bacana do ano. Mas e o disco? Bom, em resumo, eu acho que está abaixo da média da banda, mas acima de muita coisa que tem sido lançada nesses últimos anos. Eu fiquei com uma impressão, pelo menos nessa primeira ouvida, que a banda perdeu um pouco da “alegria” que está bem latente em álbuns como “Californication”(1999) e “By the way” (2002). Parece que o grupo ficou mais sério, mais adulto, não sei se por conta da saída do guitarrista John Frusciante. Aliás, que falta ele faz. Para quem pensa que só um vocalista é insubstituível em uma banda, é bom dar uma escutada em “I’m with you”. A sensação é de que está faltando alguma coisa. E está mesmo. “I’m with you” ainda assim é superior ao gorduroso “Stadium arcadium” (2006). O novo álbum segue uma receita comum nos últimos trabalhos do RHCP, com algumas músicas esculpidas para o sucesso, casos de “Police station”, “Happiness loves company” e o primeiro single, “The adventures of rain dance Maggie”. Mas a melhor faixa mesmo é “Goodbye Hooray”, mais pesada, e com um super trabalho do baixista Flea. Acredito que “I’m with you” ainda pode crescer muito no palco, ainda mais ao lado dos sucessos antigos do Red Hot Chili Peppers. Sorte de quem conseguiu comprar ingresso para o próximo dia 24.



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DROPS:











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Vamos ver as novidades de vídeos que temos por hoje:

O novo videoclipe do Foo Fighters, “Hot buns”:



Eu estava me lembrando da história, que conto no livro do Rock in Rio, que Dave Grohl, quando tocou aqui no Rio de Janeiro em 2001, se hospedou no hotel sob o pseudônimo de Freddie Mercury...


A nova música do Justice, “Audio, vídeo, disco”, em sua versão oficial:



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Ah, e vamos finalizar com ele, mais uma vez??


30 de jul. de 2011

Uma música para o sábado; os 70 anos de Rosinha de Valença e os 75 de Buddy Guy; Antonioni e Renato Russo; o novo do Chico; e Dylan & Knopfler juntos.



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Hoje acordei com uma baita vontade de ouvir Dave Matthews Band. Para mim, pode ser, sempre, qualquer música. A DMB é uma banda tipicamente americana. Uma jam band. Fico feliz que, de uns anos para cá, ela tenha pegado aqui no Brasil. Mas acho que ainda rola um certo preconceito. O que eu mais admiro na DMB são os seus shows. Em média, duram três horas e o repertório varia de apresentação a apresentação. Às vezes rola de eles tocarem três dias seguidos em uma mesma cidade, com três set lists absolutamente diferentes, sem repetir uma única canção. Só as grandes bandas são capazes disso.

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Continuando no mesmo ritmo, ou seja, música boa, hoje é dia de lembrar Buddy Guy, que completa 75 anos. Ah, o que escrever sobre Buddy Guy?? Melhor ficar com isso aqui:



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Rosinha de Valença, a sensacional violonista brasileira também nasceu em um dia 30 de julho. Se viva fosse, hoje ela estaria completando 70 anos de idade.



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Tocava pouco, né??

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O dia 30 de julho de 1966 foi histórico para os ingleses. Foi quando – tadinhos – eles ganharam a sua primeira e única Copa do Mundo. O resultado é debatido até hoje. O jogo terminou quatro a dois para a Inglaterra contra a Alemanha Ocidental , no estádio de Wembley. Afinal, aquela bola chutada por Geoff Hurst, quando o placar marcava dois a dois, na prorrogação, entrou não entrou??



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Partindo para o cinema, hoje já faz quatro anos que Michelangelo Antonioni partiu para o andar de cima. Quem gosta um pouquinho de cinema já se apaixonou por “Blow up”. E quem gosta muito vibrou com “L’avventura”. Vamos relembrar?



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Vocês se lembram que a Legião Urbana tem uma música com esse mesmo título?? Renato Russo era um grande fã do cinema italiano, especialmente de Michelangelo Antonioni.



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“Triste coisa é querer bem
A quem não sabe perdoar
Acho que sempre lhe amarei
Só que não lhe quero mais”

Grande Renato!!

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Um álbum que saiu quando eu estava viajando foi “Chico”, o novo do Chico Buarque. Gostei da maioria das faixas do disco. “Querido diário” é uma toada quase caipira (destaque para a viola caipira de Jaime Alem e para o Quarteto Radamés Gnattali), com o polêmico verso “Amar uma mulher sem orifício”. Já “Rubato”, parceria com o super baixista Jorge Helder, é uma das melhores do álbum. Um sambinha, quase marcha-rancho. Desce gostoso, tipo uma “A banda” atualizada. Outra faixa que desce bem é o samba-salsa “Barafunda”. O dueto com a sua namorada Thais Gulin, na valsinha “Se eu soubesse”, é adorável. Já a melhor letra é a de “Sem você 2”, espécie de “continuação” de “Sem você”, de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes – parte da melodia dessa canção de 1959 é citada pelo violonista Luiz Cláudio Ramos na introdução. Outro dueto valoroso é o de “Sou eu”, samba escrito a quatro mãos com Ivan Lins, e que conta com a voz do grande Wilson das Neves. Já o blues “Essa pequena”, se rolar turnê desse novo álbum, poderia casar perfeitamente com “Ela é dançarina”. As letras são irmãs gêmeas – “Meu dia voa e ela não acorda / Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida”. “Sinhá”, a última do disco, parceria com João Bosco, de coloração afro, certamente é a melhor faixa que Chico Buarque produziu nos últimos 18 anos. Nessa primeira audição, “Chico” caiu melhor do que “As cidades” (1998) e “Carioca” (2006). Acho que temos um novo clássico.



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No dia 27 de setembro chega às lojas o box “Sting: 25 years”. O título já denuncia que se trata de (mais) uma coletânea com os sucessos do ex-The Police. São três CDs com 45 faixas dos álbuns solo de Sting. Um pouco gorduroso, diga-se, eis que, em sua carreira solo, Sting lançou nove álbuns de estúdio. Um CD simples bastaria. E o fã que já tem todos os discos de Sting será obrigado a comprar essa nova coletânea por causa do DVD bônus, que traz um show gravado em Nova York, em 2005. As dez músicas do DVD são as seguintes: “Message in a bottle”, “Demolition man”, “Synchronicity II”, “Driven to tears”, “Heavy cloud, no rain”, “A day in the life”, “Voices inside my head” / “When the world is running down”, “Roxanne”, “Next to you” e “Lithium sunset”.

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Quem também vem com novidades por aí é o The Who. “Quadrophenia: The director’s cut” será lançado no dia 14 de novembro. A caixa terá uma porção de mimos para os fãs da ópera-rock originalmente gravada em 1973, como CD duplo remasterizado, um DVD com mixagem 5.1, livro de capa dura, fotografias e memorabilia relativa ao “Quadrophenia”, que também sairá em vinil duplo.

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Aliás, e ao que tudo indica, no ano que vem, o The Who sairá em turnê para tocar a íntegra do "Quadrophenia". No momento, o vocalista Roger Daltrey está em turnê solo, apresentando a íntegra de “Tommy”. “A razão pela qual não estou na Estrada com Roger, é que a turnê se trata de uma aventura pessoal dele, que está se divertindo bastante. Eu não pertenço a essa turnê. Desejo o melhor a ele, sinceramente, e espero voltar a tocar com ele o ‘Quadrophenia’ no ano que vem”, escreveu o guitarrista Pete Townshend em seu site oficial.

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Encontro histórico vai ser o de Bob Dylan com Mark Knopfler. Os dois agendaram uma turnê de sete shows pelo Reino Unido em outubro. Os dois músicos trabalharam juntos em 1979, quando o ex-guitarrista do Dire Straits tocou no álbum “Slow train coming”, de Dylan. Quatro anos depois, ambos voltaram a se reunir, quando Knopfler produziu o álbum “Infidels”, de Bob Dylan. “Estou ansioso para cair na estrada com Bob em um ano tão especial”, escreveu Knopfler em seu site.

12 de dez. de 2010

Resenhando: Michael Jackson, The Black Eyed Peas, Sting, Pet Shop Boys, Cauby Peixoto

“Vision”– Michael Jackson
“Ah, se não fosse Michael Jackson, hoje não existiria videoclipe...” “Ah, Michael Jackson mudou a forma de se filmar um vídeo de música...” “Ah, ‘Thriller’ é o videoclipe mais importante de todos os tempos... “Ah...” Se você concorda com pelo menos uma dessas afirmações que são constantemente publicadas por aí, “Vision”, novo DVD triplo de Michael Jackson, é obrigatório em sua coleção. O finado astro já tinha lançado diversos VHSs, LDs e DVDs com todos esse videoclipes, mas o grande mérito de “Vision” é deixar tudo organizado, em quase cinco horas de som e imagem. No total, são 42 videoclipes, que cobrem a carreira de Michael, desde os The Jacksons (em três videoclipes raros – “Blame it on the boogie”, “Enjoy yourself” e “Can you feel it”) até o inédito “One more chance”. Pena que a fase com o Jackson 5 tenha ficado de fora. Mas, mesmo assim, é uma delícia relembrar pérolas como “Don’t stop ‘til you get enough”, “Rock with you”, “Billie Jean”, “The way you make me feel” e “Man in the mirror”. Quase todas as faixas de “Dangerous” também estão presentes, incluindo o inovador (para a época) vídeo de “Black or white”. Quem quiser relembrar o vídeo de “They don’t care about us”, gravado no Dona Marta, no Rio de Janeiro, também terá a oportunidade de fazê-lo com o DVD. O mais curioso em “Vision” é notar a importância do videoclipe para Michael Jackson. Muitos desses vídeos extrapolam o tempo da música, são verdadeiros curta-metragens, como “Remember the time” e, claro, “Thriller”. Muitos deles são dirigidos por diretores consagrados (John Landis, Martin Scorsese e Andy Morahan), contam com atores conhecidos e possuem até mesmo os créditos no final. Depois tem gente que não reconhece a importância de Michael Jackson para a música e para o show business.

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“The beginning” – The Black Eyed Peas
Após o fim, vem o início, certo? Pelo menos na concepção do The Black Eyed Peas, sim. Tudo bem, a ideia é boa, mas o “fim” do Black Eyed Peas é bem mais interessante. Explico: no ano passado, a banda californiana lançou o bom “The E.N.D.”, e, agora, o fraco “The beginning”. Em “The E.N.D.”, o BEP trilhou um caminho diferente de seus álbuns anteriores. A mistura de hip hop, dance, pop, rap, funk e afins, que fez a fama da banda especialmente em “Elephunk” (2003) e “Monkey business” (2005), deu lugar a um pop eletrônico, que é mantido nesse novo trabalho. O problema é que o que tinha de original em “The E.N.D.” virou repetição em “The beginning”. Tirando alguns poucos bons momentos, o álbum é recheado daqueles batidões clichês que todo mundo está fazendo por aí. Certamente vai vender bastante, mas a impressão que fica é que tudo isso é muito pouco para will.i.am e sua trupe. Até que o começo do álbum é bem interessante, com a faixa “The time (Dirty bit)”, que traz um sample daquela música do filme “Dirty dancing”. Depois dela, o que pode ser ouvido é uma sucessão de faixas tão vazias musicalmente quanto aquele “copo vazio cheio de ar” que o Gilberto Gil canta. Na verdade, basta ouvir umas duas ou três faixas do álbum todo (uma delas pode ser “The best one yet (The boy)”, única música produzida por David Guetta no disco), porque o resto é tudo absolutamente igual. O encarte, repleto de produtores, músicos, compositores, estúdios, dá uma ideia do quanto esse álbum não custou. Como aqueles filmes hollywodianos, tipo “Avatar”, cheio de efeitos especiais, que custam uma fortuna e não dizem nada. Mas as salas de cinema ficam lotadas por meses a fio. Talvez só eu quem esteja errado mesmo.

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“Live in Berlin” – Sting
Quando publiquei a resenha de “Symphonicities”, último álbum de Sting (2010), escrevi aqui que ele seria um ótimo calmante para os insones. Por isso, quando coloquei para rodar “Live in Berlin”, novo DVD e BD do compositor britânico, confesso que não fiquei muito animado. O vídeo apresenta o show da turnê de divulgação de “Symphonicities”, e conta com a Royal Philharmonic Concert Orchestra. Mais um sonífero à vista? Não tanto quando o álbum de estúdio originário, decerto. Em duas horas, Sting soube contrabalançar um ótimo repertório, com canções famosas do The Police e da carreira solo, além de lados B de seu repertório. Tudo bem diferente do chatíssimo “Symphonicities”. Ao mesmo tempo, o registro ao vivo contou com um frescor maior, ao contrário da engessada gravação de estúdio. “Every little thing she does is magic” – logo a segunda do roteiro –, por exemplo, ficou bem mais interessante (e com muito mais punch) do que a gravação de estúdio. Pena que exatamente a melhor faixa de “Symphonicities”, “Next to you” (primeiro sucesso do Police), tenha ficado de fora do DVD/BD. Em compensação, Sting foi generoso com a plateia, ao incluir “King of pain”, “Fragile”, “Every breath you take”, “Why should I cry for you?” e “Desert rose” no repertório. Se “Symphonicities” é Lexotan, esse “Live in Berlin” é um suquinho de maracujá: dá uma moleza boa – e não mata ninguém de sono.

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“Ultimate” – Pet Shop Boys
Desde que iniciou a sua carreira, toda década, o Pet Shop Boys lança uma coletânea. Em 1991, foi “Discography: The complete singles collection”; em 2003, “PopArt: The hits”; e, agora é a vez de “Ultimate”. Para quem já tem os álbuns originais da dupla formada por Neil Tennant e Chris Lowe, esse “Ultimate”, a princípio, em pouco acrescenta. Além dos sucessos de sempre (“West End girls”, It’s a sin”, “Domino dancing”, “Being boring”, “Go eest” e “Love etc.”), o CD, com 19 faixas, apresenta a mediana inédita “Together”, bem inferior a qualquer faixa do seu último álbum, o excelente “Yes”, de 2009. Se “Ultimate” viesse apenas com esse CD, talvez só os colecionadores se dariam ao trabalho de comprá-lo. Então, além do CD, o pacote conta com um DVD que é o recheio do bolo. São mais de três horas de imagens, dentre as quais se destacam 27 vídeos gravados para diversos programas da rede britânica BBC, como o Top Of The Pops, o Old Grey Whistle Test e o Wogan. Registrados entre 1985 e 2006, os vídeos traçam a trajetória da dupla de uma forma que nenhuma outra coletânea fizera antes. São sucessos como “Love comes quickly”, “Rent”, “Always on my mind”, “So hard”, “Se a vida é (That’s the way life is)” e “I get along” em versões ao vivo ou em playback. Além disso tudo, ainda tem a apresentação do Pet Shop Boys no festival de Glastonbury, na Inglaterra, nesse ano. O show é o mesmo (com a ausência da dobradinha “Pandemonium” / “Can you forgive her?”) perpetuado no CD/DVD “Pandemonium”, que saiu no início desse ano, mas é interessante ver o Pet Shop Boys em um palco mega como o do festival inglês. Pena que o som, além de um pouco baixo, só esteja disponível no formato estéreo (2.0). Enfim, em “Ultimate”, o que menos interessa é o CD de sucessos. Porque o DVD é o mais interessante da carreira do Pet Shop Boys. Tomara que aqui no Brasil não tenham a “brilhante” ideia de lançar apenas o CD, como aconteceu na coletânea que o Oasis lançou esse ano, "Time flies”.

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“Cauby sings Sinatra” – Cauby Peixoto
No ano passado, Cauby Peixoto colocou nas lojas um álbum somente com canções de Roberto Carlos (“Cauby interpreta Roberto”). Quem pensava que o disco seria aquele mais do mesmo, enganou-se. Se não gravou um álbum tão brilhante quanto os tributos de Maria Bethânia ou de Nara Leão, Cauby soube, ainda que a sua maneira, reinventar as canções de Roberto Carlos. Agora, é a vez de “Cauby sings Sinatra”, espécie de songbook de Frank Sinatra. Produzido pelo mesmo Thiago Marques Luz, o álbum segue a mesma proposta do anterior: um punhado de sucessos com a voz marcante de Cauby. A única diferença desse “Cauby sings Sinatra” é o fato de ter sido gravado ao vivo, o que, no final das contas, ainda dá um frescor maior a gravação. Acompanhado por uma big band de nove músicos, Cauby segue a risca os arranjos das gravações originais do The Voice, com algum floreio aqui, outro ali, na voz. O repertório é um best of sem tirar nem pôr. “I’ve got you under my skin”, “Strangers in the night”, “Let me try again”, “Fly me to the moon”, “Night and day”, “My way”, “Theme from New York, New York”... Está tudo lá nesse “Cauby sings Sinatra”. Mas o melhor mesmo é quando o cantor fluminense foge do lugar comum, casos de “Something” (de George Harrison), com um arranjo mais leve, com fluência maior do quarteto de metais, e “Moon river” (de Johnny Mercer e Henry Mancini), a música mais bonita de todos os tempos na opinião deste que vos escreve. Antes de “Something”, Cauby Peixoto diz que nunca imitou Frank Sinatra, apenas cantava as suas canções. Imitando ou cantando, Cauby, aos 79 anos, ainda tem munição para agradar aos seus fãs.

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Abaixo, o videoclipe de “The time (Dirty bit)”, primeiro single de “The beginning”, do Black Eyed Peas:

21 de nov. de 2010

Resenhando: Rock & Roll Hall of Fame, Legião Urbana, R.E.M., Roupa Nova, Weezer

“The 25th Anniversary – Rock & Roll Hall of Fame Concerts”– Vários Artistas
Assistir a um concerto reunindo nomes como Simon & Garfunkel, U2, Mick Jagger, Bruce Springsteen, Metallica, Aretha Franklin, Jeff Beck, Sting, entre outros, pode parecer um sonho. E deve ser mesmo. Esse concerto (na verdade dois, em dias seguidos) aconteceu no Madison Square Garden, em Nova York, no primeiro semestre desse ano para comemorar os 25 anos de existência do Rock & Roll Hall of Fame. Um amigo meu que assistiu ao segundo show tentou me descrever a sensação de ver o U2 com o Mick Jagger em cima do palco, a cinco metros de distância. Consegui imaginar, mais ou menos, como foi. Mas o DVD (também em blu-ray e CD) que chegou às lojas (lá de fora) no início do mês fez o resto do trabalho. De fato, são quase seis horas de ótima música e de encontros sensacionais. Exemplos? São numerosos, mas vamos lá: Metallica + Ozzy Osbourne (em uma versão absurda de “Iron man” / “Paranoid”), U2 + Mick Jagger, Bruce Springsteen + Billy Joel, Stevie Wonder + B.B. King (“The thrill is gone” ficou arrepiante), Paul Simon + David Crosby, Aretha Franklin + Annie Lennox, Jeff Beck + Buddy Guy (em “Let me love you baby”)... Tá bom? Nesse tipo de show, as apresentações, às vezes, tendem a ficar um pouco burocráticas. Decerto, esse “The 25th Anniversary...” não foge à regra em determinados momentos (Crosby, Stills & Nash, é verdade, chega a cansar um pouco). Mas, em sua maior parte, o DVD chega mesmo a arrepiar. Até mesmo com a Fergie grasnando e estragando “Gimme shelter”, ao lado de Bono e de Mick Jagger.

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“Legião Urbana” – Legião Urbana
O dever do ofício me faz escrever sobre o relançamento da obra completa da Legião Urbana em CD (vendidos avulsos ou em luxuoso box) e em LP com gramatura 180 – adiantei o meu presente de Natal me dando a coleção completa em vinil. Bom, falar o quê da obra da Legião? Como diz aquele famoso jornalista lulista, até o mundo mineral conhece a obra de Renato Russo e companhia. Do seminal “Legião Urbana” (1985), com vários cuspes na cara de vocês, como “Será” e “O reggae”, ao póstumo “Uma outra estação” (1997), o da clássica “Clarisse” (a garota que está trancada no banheiro e quer se suicidar), a obra da banda de Brasília prima pela coerência e pela alta qualidade. Disco ruim da Legião? Desculpe-me, mas não existe. Pode até ter aquele que você considera mais fraco, mas ruim? Não. E não se esqueça que o ruim de hoje pode ser o seu predileto de amanhã. Considerei “V” (1991) durante muito tempo um álbum muito difícil. Ouvia pouco. Bom, ele continua sendo difícil. Até ainda mais, atualmente. Mas, hoje, é o meu mantra. Quando “As quatro estações” (1989) foi lançado, os roqueiros mais radicais não entenderam porque Renato Russo estava cantando “Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo” ou então “Ainda que eu falasse a língua dos anjos”. Hoje, acho que todo mundo entende. Outro aspecto que impressiona quando a gente ouve novamente a obra completa da Legião Urbana é observar a sua atemporalidade. Nossa mãe, tem bandinha por aí que fez música ontem, e hoje já soa datada, tanto na sonoridade quanto na letra. Isso não acontece com nenhuma (eu disse NENHUMA!) música da Legião, posso garantir. Se encontrar alguma, por favor, me avise. Agora, eu vou dar uma dica: se você for muito fã da Legião, tiver um toca-discos e alguma grana sobrando, compre a edição dupla em vinil de “A tempestade”. Renato Russo sempre dizia que “até segunda ordem, todo álbum da Legião é duplo”. Na hora H, ele mudava de ideia para o disco não ficar muito caro. Assim, “A tempestade” é o primeiro vinil duplo (de canções inéditas, ressalte-se, ou seja, o “Música para acampamentos” não vale) da história da Legião Urbana. Demorou, mas Renato Russo deve ter ficado feliz.

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“Live from Austin TX” – R.E.M.
O R.E.M. já anunciou que o seu novo álbum de inéditas, “Collapse into now” sairá em breve. No ano passado, chegou às lojas o fantástico CD duplo “Live at the Olympia in Dublin”, com 39 faixas gravadas durante os ensaios abertos para a gravação do álbum “Accelerate” (2008). Um álbum ao vivo, é verdade, mas que não tinha muita coisa a ver com a turnê, que passou pelo Brasil em três memoráveis apresentações em novembro de 2008. Então, a “Accelerate tour” iria passar em branco, logo por uma banda que sempre faz questão de deixar registrado oficialmente algum show da turnê? Mais ou menos. “Live from Austin TX”, novo DVD da banda Michael Stipe, Mike Mills e Peter Buck, não é exatamente um show da turnê do álbum. A apresentação foi gravada para o programa de televisão “Austin City Limits”, no dia 13 de março de 2008, poucos dias antes de “Accelerate” chegar às lojas. Não se tratava de um ensaio, mas de um especial com 75 minutos de duração. Nesse DVD, as canções do álbum surgem da mesma forma que estão registradas no trabalho de estúdio, além de sucessos que viriam a fazer parte da turnê. Mas, caso você tenha ido a algum show do R.E.M. em 2008, esqueça toda a animação e energia da banda. Esse “Live from Austin TX” é frio como um focinho de cachorro quando acorda no inverno. A preocupação em acertar as músicas novas deixa a apresentação muito sem graça – e isso sem contar com o áudio do DVD, que está baixo demais. Mas é lógico que também não dá pra desprezar o lançamento. Afinal, não é sempre que o R.E.M. junta em um mesmo setlist preciosidades como “Drive”, “So. Central rain” e “Fall on me”. E também não é qualquer banda que pode tocar músicas como “Losing my religion”, “Man on the moon” e “Imitation of life” sem jamais cansar o ouvinte. E tem mais: as músicas do “Accelerate” ficam melhores a cada dia que passa. Duvida? Então ouça “Until the Day is done” e “Man-sized wreath”. Pensando bem “Live from Austin TX” é um grande DVD. Realmente, o R.E.M. não consegue fazer nada mal feito.

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“30 anos – Ao vivo” – Roupa Nova
Ninguém pode dizer que o Roupa Nova só vive do passado, afinal, não tem muito tempo, eles colocaram nas lojas o mediano “Roupa Nova em Londres” (2009). Mas muita gente pode dizer que o Roupa Nova tem vivido muito do passado ultimamente. Veja só: “RoupAcústico” (2004), “RoupAcústico 2” (2006) e, agora, “30 anos – Ao vivo”. Por mais que o Roupa Nova seja uma das instituições da MPB com um enorme número de sucessos, não tem como não soar repetitivo. Os dois primeiros discos citados são acústicos, certo, mas esse terceiro não foge muito do esquema. Embora seja notável a preocupação da banda em fazer arranjos um pouco diferentes, no final das contas, não tem muito para onde correr. Entretanto, quem é que está muito interessado em ficar ouvindo material novo, a não ser os críticos rabugentos? A julgar pela empolgação dos fãs do Roupa Nova nesse novo DVD (que também sai em CD com faixas muito mal selecionadas, diga-se de passagem), a banda carioca está fazendo a coisa certa. Do início, com a linda “Sapato velho” até o final, com “Canção de verão” (o seu primeiro sucesso), o Roupa Nova joga pra galera, literalmente. Não tem uma música que a plateia que lotou o Credicard Hall, em julho, não saiba de cor (e cante aos berros). E tome “Linda demais”, “Volta pra mim”, “A força do amor”, “Dona”, “Coração pirata”, “Seguindo no trem azul”, “Clarear”, “Meu universo é você”, “Whisky a gogo”... No CD e no DVD, o Roupa Nova também recebe convidados especiais como Milton Nascimento (“Nos bailes da vida”), Sandy (“Chuva de prata”), Padre Fábio de Mello (em “A paz”, jura que precisava disso??) e Fresno (“Show de rock ‘n roll”). Stanley Netto e Daniel Musy engrossam o caldo nos metais, e a Orquestra Sinfônica Villa-Lobos faz bonito, ainda que a sua participação seja reduzida. As letras do Roupa Nova, às vezes, são de gosto bem duvidoso. Mas, musicalmente, vamos combinar, a banda é perfeita.

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“Death to false metal” / “Pinkerton” (Edição especial) – Weezer
O Weezer está fazendo um bom pé-de-meia nesse fim de ano. Depois do lançamento do álbum de inéditas “Hurley”, dois meses atrás, agora é a vez de dois (na verdade três, porque um é duplo) CDs em uma tacada só. Vamos começar pela edição especial do clássico “Pinkerton”, lançado originalmente em 1996. Até hoje, os fãs do Weezer dizem que a banda nunca lançou nada igual. E eles têm razão. Ouvindo “Pinkerton” novamente, 14 anos após, fica nítida a sua qualidade. É aquele tipo de álbum que a gente pode afirma que não envelhece. “Tired of sex”, “Across the sea”, “Pink triangle” e “The good life” continuam deliciosas. Além disso tudo, quem comprar essa edição luxuosa de “Pinkerton” (óbvio que só saiu lá fora), ainda vai ter 25 faixas raras ou inéditas, como lados B de singles, muita gravação ao vivo de faixas do álbum (a versão acústica de “El scorcho” é especialmente divertida), takes alternativos de gravação (“Butterfly”, ainda mais crua, ficou ainda mais bonita), além da absolutamente inédita “Tragic girl”. Partindo para “Death to false metal”, trata-se de uma compilação de gravações inéditas do Weezer, “que não entraram nos sete primeiros álbuns da banda porque estávamos ou estranhos demais, ou pop demais, ou metal demais ou punk demais”, conforme Rivers Cuomo explicou ao Toronto Sun, no mês passado. Apesar de as músicas serem, em sua maioria, antigas, o álbum mais parece um novo trabalho da banda. Com todos os senões que isso acarreta, até mesmo porque, todos sabemos que os últimos álbuns do Weezer estão mais pra lá do que pra cá. Por exemplo, a versão para “Unbreak my heart”, aquela mesmo da Toni Braxton, chega a ser risível – o que a banda quis com essa faixa? “Turning up the radio”, a faixa de abertura, lembra o rock adolescente que o Weezer anda fazendo ultimamente, e “Losing my mind” soa pretensiosamente chata. Mas tudo bem, ainda tem algumas coisas que a gente possa se lembrar do Weezer dos velhos tempos, como “The odd couple” e “Blowin’ my stack”. Mas nada que justifique o lançamento de “Death to false metal”, indicado somente para os mais fanáticos.

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Em seguida, veja o encontro de Mick Jagger com o U2, em “Stuck in a moment you can’t get out of”, presente no DVD “The 25th Anniversary – Rock & Roll Hall of Fame Concerts”:

20 de nov. de 2010

Top 5: Bandas que vão e voltam...

1995. Os loucos por música já tinham escolhido o seu presente de Natal desde que aquele ano havia começado. “Os Beatles vão se juntar para um projeto de três coletâneas de raridades e mais duas faixas absolutamente inéditas”, diziam os jornais. Uau! Beatles inédito? Sim. E a primeira inédita, “Free as a bird”, saiu exatamente no dia 20 de novembro de 1995, quando o primeiro volume de “Anthology” chegou às lojas. Fui para a finada e saudosa Gramomphone, no Shopping da Gávea, às nove da manhã e fiquei lá esperando a loja abrir. Ok, a loja abriu às 10h, e o CD só chegou às 16h. Saudades do tempo em que não tinha p%@$#orra nenhuma pra fazer...

“Free as a bird”, lógico, foi a música daquele meu Natal. A Rede Globo ainda passou os especiais na televisão, que eu gravava religiosamente. Meses depois, saiu tudo em VHS, e quase tive que arrancar os olhos da minha cara para pagar o box importado. Lá por março de 1996, saiu o “Anthology 2”, com a inédita “Real Love”, que eu ainda considero mais interessante do que “Free as a bird”. Mas isso é outra história.

O top 5 dessa semana vai mostrar algumas bandas (que eu considero clássicas) que nasceram, viveram, morreram, ressuscitaram... E que sempre quando dão as pintas por aí, fazem a alegria dos fãs. A lista é a coisa mais óbvia que você pode imaginar. Mas a ideia é essa mesma. Não precisa me chamar de preguiçoso, tá? Então, vamos acordar os dinossauros?

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5) Blur
Bom, talvez você nem considere o Blur um dinossauro, mas o seu retorno, no ano passado, me fez acender a luz vermelha. Caramba, até bandas que eu vi nascer, e que comprei o álbum de estreia, já estão fazendo turnê de reunião?? Ferrou, estou ficando velho mesmo. Qual será a próxima banda a voltar? O Oasis?? Bom, não é nada surpreendente, até mesmo porque uma banda como o Los Hermanos, que eu comprava fitinha demo quando já estava na faculdade (?!?), aos 17 anos, já acabou (ou está em recesso, aquele velho eufemismo...), e já voltou duas vezes.



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4) The Police
Coitados. Sting, Stewart Copeland e Andy Summers tiveram que ouvir tantas críticas só porque resolveram se divertir um pouco e reativar o The Police. Mas os fãs gostaram, a turnê foi um sucesso absurdo, com ingressos esgotados em todos os quatro cantos do mundo. Mesmo sem ter nada inédito para mostrar, foi emocionante ver um dos maiores power trios de todos os tempos reunido novamente. O tímido Andy Summers, um Sting dando aqueles agudos praticamente perfeitos, e Stewart Copeland espancando a sua bateria, verdadeira mulher de malandro. Assisti a quatro shows dessa turnê. E, que me perdoem os críticos, todos eles foram mágicos.



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3) Led Zeppelin
Eu juro que não entendo a comoção tão grande com essa possível (cada vez mais impossível, diga-se) volta do Led Zeppelin. Afinal de contas, Robert Plant e Jimmy Page (os dois integrantes vivos mais importantes do Zep) já gravaram dois álbuns em dupla, e ainda se apresentaram no Brasil, em dois shows memoráveis no Hollywood Rock de 1996 (acertei?). Na minha opinião, para ver Plant de mau humor, Jimmy Page meia-bomba e o apagadinho John Paul Jones, prefiro guardar na minha memória o show de 96, bem melhor do que esse da Arena O2, na cidade de Londres, em 2008.



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2) Pink Floyd
Apesar das rusgas de Roger Waters e David Gilmour, um reencontro do Pink Floyd tinha tudo para dar certo, já que os seus integrantes adoram turnês nababescas. Mas a morte do tecladista Richard Wright parece ter sido uma espécie de pá de cal. A banda pode até voltar a se reunir, mas aquela figura tranqüila e grisalha no teclado vai fazer falta demais. Então vamos relembrar o encontro do Pink Floyd no histórico “Live 8”, em 2005?



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1) The Beatles
A historinha de “Free as a bird” eu já contei, né? Então, que tal (até para a gente entrar no clima dos shows paulistas do Paul McCartney) relembrá-la?



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E qual outro reencontro musical te marcou? Mande pelo twitter. Aqui ó: @esquinadamusica.

3 de nov. de 2010

Betinho, Vanilla Ice, Bon Jovi, A Próxima Vítima, Roxette, Sting, Damon Albarn+Flea, Elvis Costello

Olha só quem esteve ontem no programa do David Letterman... Sensacional!



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Damon Albarn está terminando a gravação de um álbum ao lado do baixista do Red Hot Chili Peppers, Flea. Tony Allen, que já trabalhou com Albarn no projeto The Good, The Bad & The Queen, também participa do disco. O líder do Blur e do Gorillaz disse à revista Spin que o álbum está 75% pronto.

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Chega às lojas no próximo dia 22 de novembro o DVD (também em BD) "Live in Berlin" (capa acima), de Sting. Gravado durante a turnê "Symphonicity", o vídeo traz sucessos da carreira solo do compositor britânico, bem como de sua antiga banda, The Police. Tudo com aqueles arranjos pomposos que a gente já ouviu no álbum de estúdio. Quem participa do DVD/BD é o saxofonista Branford Marsalis. A apresentação foi gravada no dia 21 de setembro, na O2 Arena de Berlim. O vídeo, dirigido por Jim Gable e Ann Kim, ainda conta com a Philharmonic Concert Orchestra, além de Dominic Miller (guitarra), Rhani Krija e David Cossin (percussão), Jo Lawry (vocais) e Ira Coleman (baixo). O repertório é o seguinte: "A thousand years", "Every little thing she does is magic", "Englishman in New York" (*), "Roxanne", "When we dance", "Russians", "I hung my head", "Why should I cry for you?", "Whenever I say your name" (*), "This cowboy song", "Tomorrow we'll see", "Moon over Bourbon Street", "The end of the game", "You will be my ain true love", "All would envy", "Mad about you" (*), "King of pain", "Every breath you take" (*), "Desert rose" (*), "She's too good for me", "Fragile" e "I was brought to my senses". As músicas sinalizadas com (*) contam com a participação de Branford Marsalis. Abaixo, um trechinho de "Desert rose".



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DE VOLTA: A dupla sueca Roxette anunciou, em seu site oficial, uma turnê mundial que passará pelo Brasil em abril do ano que vem. Marie Fredriksson e Per Gessle se apresentarão nos dias 12, 14, 16 e 17 de abril, respectivamente, em Porto Alegre (Pepsi On Stage), São Paulo (Credicard Hall), Rio de Janeiro (Citibank Hall) e Belo Horizonte (Chevrolet Hall). A banda está oficialmente afastado dos palcos desde 2003, quando a vocalista Marie Fredriksson foi diagnosticada com um câncer no cérebro. A última vez que o Roxette se apresentou para o público brasileiro foi em 1995, quando estava divulgando o álbum "Crash! Boom! Bang!". Um álbum de músicas inéditas deve sair no primeiro semestre do ano que vem.

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Quem curte novela está perguntando que matou o tal do Saulo, na novela "Passione", de Sílvio de Abreu. Mas, no dia 03 de novembro de 1995, o principal segredo de outra novela do mesmo autor era revelado. Há 15 anos, o público descobria que Adalberto Vasconcellos (interpretado pelo ator Cecil Thiré) era o responsável pela série de assasinatos em "A próxima vítima". Não vi essa novela, mas costumo ouvir de muita gente com os seus 20 e poucos anos, que foi uma das melhores dos últimos tempos. A única recordação que tenho de "A próxima vítima" é que fui ao cinema no dia do último capítulo. Fui ver "O quatrilho". Na sala de cinema do shopping estávamos eu, meu pai e minha mãe. E mais ninguém...



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Exatos dois anos depois de Vanilla Ice alcançar o topo da Billboard, o Bon Jovi colocava nas lojas o seu quinto álbum de estúdio, "Keep the faith". Eu nunca fui muito fã do Bon Jovi. Curti um pouco "Slippery when wet" (1986) e "New Jersey" (1988). Mas foi só. "Keep the faith" ainda trazia algumas boas faixas como "I'll sleep when I'm dead", "In these arms" e "Bed of roses", mas ainda acho que esse álbum foi o que pavimentou o caminho para o Bon Jovi vender milhões de álbuns com músicas cada vez mais aguadas.



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Estava navegando de bobeira pelo site da Billboard, e descobri que hoje faz 20 anos (putz, tempo passa muito rápido) que Vanilla Ice chegou ao primeiro posto da parada norte-americana de singles. "Ice ice baby"... Confesso que comprei o disco dele por causa dessa porcaria... Hahaha... Mas, pelo menos, tem o baixão de "Under pressure", né??



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Herbert de Sousa, Betinho ou, na música abaixo, "o irmão do Henfil". Um dos maiores nomes dos direitos humanos no mundo, Betinho estaria completando 75 anos de idade hoje. Aliás, "estaria" não. Está. Pode parecer clichê (e talvez seja mesmo), mas Betinho foi (é) aquele tipo de pessoa cuja obra transcendeu a sua própria existência física. O projeto "Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida" continua firme e forte, alimentando e dando assistência social aos necessitados. Betinho foi assim mesmo. Dedicou a sua vida inteira para ajudar os outros. Por isso que hoje eu quebro qualquer protocolo deese blog para começar falando dele.

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2 de out. de 2010

Mike Rutherford, Sting, Radiohead, Morumbi, Rock Hudson, Orlando Silva, Calcanhotto, Elis, Emilinha, Tired Pony, Roger Waters, Muse, Lulu, Peanuts 60

Peanuts 60! A primeira tirinha, de 02 de outubro de 1950:


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UMA MÚSICA PRO FIM DE SEMANA: "Papo cabeça", do Lulu Santos. A minha música predileta do Lulu, e que está presente agora em seu "Acústico MTV II". Mas a versão original do "Honolulu" (1990) é melhor...



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Leitores da revista Total Guitar elegeram o riff de guitarra de "Plug in baby", do Muse, o melhor da década. O Muse também aparece na quinta posição da enquete, com "Knights of Cydonia". O top 10 foi o seguinte:
1. "Plug in baby" (Muse)
2. "Slither" (Velvet Revolver)
3. "Afterlife" (Avenged Sevenfold)
4. "The dark eternal night" (Dream Theater)
5. "Knights of Cydonia" (Muse)
6. "No one knows" (Queens Of The Stone Age)
7. "Seven nation army" (The White Stripes)
8. "Halo" (Machine Head)
9. "Mr. Brightside" (The Killers)
10. "Beast and the harlot" (Avenged Sevenfold)



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Roger Waters está sendo criticado por grupos semitas, por conta de um vídeo em seu novo show. Na atual turnê, Waters interpreta o álbum "The wall" (1980) na íntegra. E durante "Goodbye blue sky", um vídeo mostra um avião despejando dólares e Estrelas de Davi como se fossem bombas. Você pode tirar as suas conclusões com o vídeo abaixo.



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Fazia uns dois dias que estava procurando o vídeo do Tired Pony no programa do David Letterman. Finalmente encontrei. Vale a pena. Gostei muito dessa banda.



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Emilinha Borba ou Marlene? Essa era a "guerra" no programa César de Alencar. Aqui, eu fico com a Emilinha Borba. Pelo menos hoje. Já são cinco anos de saudade. Emilinha morreu no dia 03 de outubro de 2005.



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Acredite se quiser, mas houve um tempo em que as emissoras de TV transmitiam programas dedicados à Música Popular Brasileira. E eu estou falando de emissoras abertas, hein?? Bom, amanhã vai fazer 30 anos que um dos grandes momentos da história da televisão brasileira foi ao ar. Estou falando do especial "Elis Regina Carvalho Costa", dentro da série "Grandes Nomes", dirigida por Daniel Filho. Ontem eu revi esse DVD da Elis Regina. Queria destacar algo aqui no blog hoje. Mas ficou difícil. Qual foi o grande momento? O sorriso de Elis enquanto canta "O bêbado e a equilibrista" naquele período de "quase" reabertura? As lágrimas escorrendo em seu rosto durante a interpretação de "Atrás da porta", que vale como uma facada no estômago? A brincadeira de roda com músicos, bailarinos e plateia na emocionante "Redescobrir"? O beijo carinhoso no ombro de César Camargo Mariano durante "Modinha"? Elis se despedindo cantando "Fascinação"? Poderia realçar qualquer desses momentos aqui no blog. Mas, para mim, nada supera esse aqui...



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Amanhã é dia de dar os parabéns a Adriana Calcanhotto, uma das grandes cabeças da Música Popular Brasileira. Eu digo "cabeça" porque Adriana Calcanhotto não é só uma boa cantora. Aliás, eu a considero mais uma produtora do que uma cantora, da mesma forma que Nara Leão. Os seus álbuns são sempre muito bem pensados, com conceitos definidos. E é isso que eu mais admiro nos artistas. Adriana Calcanhotto completa 45 anos amanhã, ao mesmo tempo que coloca nas lojas o CD/DVD "Dois é show!". Mas eu ainda espero o DVD do "Maré". Será que algum dia sai??



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Vamos partir agora para os fatos importantes do dia 03 de outubro? Siiiiiim, responde o auditório. Bom, então vamos começar por Orlando Silva, que estaria comemorando 95 anos nesse domingo. Orlando Silva, com o seu estilo de cantar, plantou a primeira semente da Bossa Nova. E não sou eu quem disse isso não, mas João Gilberto. O "cantor das multidões", como era conhecido, cantou macio grandes clássicos da Música Popular Brasileira, como "Carinhoso" (de João de Barro e Pixinguinha), "Curare" (Bororó), "Rosa" (de Otávio de Sousa e Pixinguinha) e, a minha predileta, "Lábios que beijei" (de J. Cascata e Leonel Azevedo). Orlando Silva fez a transição perfeita entre os cantores de "dó de peito" e o canto suave da Bossa Nova. Ele morreu aos 62 anos, no dia 07 de agosto de 1978, por conta de um acidente cárdio-vascular.



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Muitos dos meus ídolos morreram de Aids, a praga que devastou parte da cultura na década de 80. Há 25 anos, as pessoas não sabiam direito do que se tratava a tal doença. A ignorância era tanta que alguns a chamavam de "câncer gay", ou seja, uma doença exclusiva dos homossexuais. A coisa ficou mais preocupante ainda no dia 02 de outubro de 1985, quando o ator norte-americano Rock Hudson morreu vitimado pela Aids. Ator famoso, ao morrer, Hudson acendeu a luz vermelha para as pessoas que ainda não tomavam cuidado, e achavam que a doença era brincadeira. Mas já era tarde. Muita gente já estava infectada. E, naquela época, a Aids era um atestado de óbito mesmo. Os meus heróis não morreram de overdose. Morreram de Aids.



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Agora vou falar só um pouquinho de futebol, porque um dos templos sagrados do esporte bretão (sempre tive vontade de escrever "esporte bretão") faz 50 anos hoje. Estou falando do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, ou Morumbi, para os íntimos. Eu não sou íntimo do Morumbi (então não posso nem chamá-lo de Morumba), nunca vi nenhum jogo de futebol lá. Mas já vi alguns shows: U2, AC/DC, Madonna... E em novembro estarei lá de novo para ver o Paul McCartney. O Morumbi, que hoje é o quarto maior estádio do país, tem capacidade para 68 mil pessoas. E o primeiro jogo lá realizado (exatamente no dia 02/10/1960) foi São Paulo contra Sporting, de Portugal. Os donos da casa venceram por um a zero, gol de Peixinho.



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Eu me lembro bem do dia em que comprei "Kid A", do Radiohead. Coloquei para rodar imediatamente no CD-player do carro. À época, fui um dos poucos que gostei. E gostei muito. Confesso que tenho uma queda por coisas muito estranhas. E "Kid A", pelo menos quando foi lançado, era considerado muito "estranho". Tive que defender com unhas e dentes o disco do Radiohead em um grupo que tinha para ouvir discos. Ninguém gostou. Muitos não conseguiram nem passar de "Everything in its right place" - para mim, a melhor música do Radiohead. Enfim, hoje é engraçado que muitas dessas pessoas acham o "Kid A" genial. Um período de dez anos pode mudar muita coisa mesmo. E "Kid A" chegou às lojas no dia 02 de outubro de 2000.



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E hoje também é dia de dar os parabéns ao Sting, que faz 59 anos, com carinha de 29. Bom, o que é que eu vou falar do Sting aqui, gente? Bom, os últimos discos dele estão beeeem chatinhos. Esse negócio de gravar música inglesa medieval e também os seus sucessos em arranjos sinfônicos... Sei não, mas acho que o último grande álbum do Sting foi "Brand new day", láááá de 1999. Inclusive, quando ele veio aqui no Rock in Rio 3, ele estava divulgando esse álbum. Foi um bom show, embora muita gente tenha reclamado da ausência de "Every breath you take". Depois disso, teve a reativação do The Police. Mais uma vez, não faltou crítica. Eu achei animal. Vi quatro shows da turnê, todos sensacionais. E, volta e meia, o BD "Certifiable" rola aqui pelas madrugadas. Hum, boa ideia para hoje...



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Ah, chegou o sabadão, hein? Nossa, vocês não imaginam a quantidade de coisa legal que tenho pra escrever aqui no blog hoje. É aquele tipo de dia que dá até gosto trabalhar. Então vamos começar logo. E vamos começar pelo grande guitarrista do Genesis, Mike Rutheford, que hoje completa 60 anos. Aliás, ele não é só o guitarrista, mas um dos fundadores de uma das bandas mais importantes do rock progressivo. Rutherford também gravou dois álbuns solo no início da década de 80 e outros oito com a banda Mike + The Mechanics.

15 de ago. de 2010

Resenhando: Oasis, Pato Fu, Cyndi Lauper, Emílio Santiago, Sting

“Time flies... 1994-2009” – Oasis
Para fechar a tampa de 15 anos de bons serviços prestados ao rock n’ roll, o Oasis colocou nas lojas a coletânea “Time flies... 1994-2009”, que, em 27 faixas, dá uma geral em sua carreira. De “Supersonic” (do seminal “Definitely maybe”, de 1994) a “The shock of the lightning” (do derradeiro “Dig out your soul”, de 2008), todos os singles da banda estão na coletânea, incluindo sucessos como “Don’t look back in anger”, “Shakermaker”, “Roll with it” e “Live forever”, e canção menos conhecidas (mas igualmente lindas) como “All around the world”, “Who feels love?” e “Songbird”. Destaque ainda para “Whatever” e “Lord don’t slow me down”, que só haviam sido lançadas em singles, além da faixa escondida “Sunday morning call”. Aqui no Brasil só chegou a versão dupla, com as 27 faixas, mas a boa pedida é a versão limitada que saiu lá fora. Além dos dois CDs com os sucessos, há um DVD com os videoclipes de todas as 27 faixas dos CDs, além de versões ao vivo inéditas de “Gas panic!” e “Little by little”, e comentários dos integrantes do Oasis acerca de cada música. Um CD gravado ao vivo no “iTunes Live: London Festival”, no dia 21 de julho de 2009 fecha o pacote. O bacana dessa apresentação é que ela foi a última gravada da história da banda. O roteiro (que conta com sucessos como “Lyla”, “Rock ‘n roll star”, “Slide away” e “Champagne supernova”) é bem parecido com o dos shows no Brasil no ano passado. Um pacote e tanto para os órfãos dos irmãos Liam e Noel Gallagher. E, ao final de mais de seis horas de música, só resta uma indagação: por que parou?

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“Música de brinquedo” – Pato Fu
No cada vez mais imbecilizado mercado fonográfico brasileiro, às vezes ainda é possível ter boas surpresas. E uma delas é o novo álbum do Pato Fu, “Música de brinquedo”. Só os mal humorados não enxergam que o Pato Fu é uma das bandas mais inteligentes do cenário pop brasileiro, e, dessa vez, o conjunto mineiro deu mais munição para os fãs o adorarem mais e para os mal humorados o odiarem mais. O repertório do novo álbum, somente de covers, pode dar a impressão que o Pato Fu está andando para trás. Mas não é verdade. Ouça, de cara, a versão para “Live and let die”, de Paul McCartney. Aposto que você nunca ouviu nada muito parecido. Isso porque os instrumentos usados são todos de brinquedo: a bateria, o baixo, o pianinho... E isso sem contar com mais algumas dezenas de bugigangas que tiram toda a sorte de barulhinhos, como bichos de pelúcia, teclado-calculadora, e até mesmo um lápis com um circuito de teremim, que faz um som quando encostado no papel. É nesse estilo que saem as outras 11 faixas de “Música de brinquedo”, de “Primavera (Vai chuva)” (de Cassiano e Silvio Rochael, e que fez sucesso na voz de Tim Maia) a “Love me tender” (de Elvis Presley e Vera Matson). O Pato Fu e os seus brinquedinhos ainda passeiam pelas obras de Roberto e Erasmo Carlos (“Todos estão surdos), Titãs (“Sonífera ilha”), Zé Ramalho (“Frevo mulher”) e Paralamas do Sucesso (“Ska”). Melhor que o CD parece que só mesmo o show (que ainda não tive oportunidade de assistir, mas já me falaram mil maravilhas). Tomara que saia o DVD.

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“Memphis Blues” – Cyndi Lauper
Pode parecer incrível hoje, mas lá pelos anos 80, Cyndi Lauper disputava pau a pau com Madonna, o posto de grande cantora pop. Se Madonna tinha “Holiday”, “Like a virgin” e “Papa don’t preach”, Cyndi Lauper não ficava atrás com “Girls Just want to have fun”, “Time after time” e “True colors”. Só que Cyndi Lauper, lá pelo finalzinho dos anos 80, acabou ficando para trás. E, desde então, vem lançando álbuns irregulares, com canções natalinas (“Merry Christmas... Have a nice life”, de 1998), standards do cancioneiro norte-americano (“At last”, de 2003) e no formato acústico (“The body achoustic”, lançado em 2005). Quando as coisas pareciam ter entrado no eixo, com o lançamento de “Bring ya to the brink” (2008) – no qual Lauper, ao seu jeito, voltava a um estilo mais dançante –, eis que agora chega às lojas “Memphis blues”, repleto de clássicos do blues e de participações especiais de gente pra lá de importante. “Memphis blues” traz uma Cyndi Lauper muito mais contida, em 13 músicas, que vão de “Crossroads” (de Robert Johnson, com participação do guitarrista Johnny Lang) a “Rollin’ and tumblin’” (de Muddy Waters). Destaque ainda para “Early in the mornin’”, com direito a Allen Toussaint e B.B. King, e a linda “Just your fool” (faixa de abertura do álbum, com direito à gaita de Charlie Musselwhite). Na edição brasileira, ainda há uma faixa extra, “I don’t want to cry”, com o saxofone de Leo Gandelman. “Memphis blues” pode até ser mais um projeto fora de rota (leia-se “irregular”) de Cyndi Lauper, mas, sem dúvidas, é o melhor deles.

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“Só danço samba” – Emílio Santiago
Emílio Santiago foi outro artista que teve alguns desvios de rota em sua carreira. Lançou discos classudos nos anos 70, e depois partiu para o projeto “Aquarela carioca” que teve sete volumes entre 1988 e 1995, repleto de músicas populares. As vendas aumentaram, mas a crítica não gostou da tal popularização. As coisas voltaram a entrar, mais ou menos, nos eixos, a partir de 1996, com o lançamento de “Perdido de amor”, disco com canções que fizeram sucesso na voz de Dick Farney. O seu último álbum, “Só danço samba”, é dedicado a Ed Lincoln, maestro de cuja banda Emílio foi crooner antes de fazer sucesso. O repertório e os arranjos das músicas são primorosos, o que garantem a “Só danço samba” o posto de um dos melhores discos de MPB lançados em 2010. Além da voz perfeita, Emílio Santiago é acompanhado por alguns dos nossos grandes músicos, como Jorge Helder (baixo), Paulo Braga (bateria), Jessé Sadoc (trompete), Jorjão Barreto (piano) e Dirceu Leite (saxofone). Produzido por José Milton, “Só danço samba” foge do óbvio em um repertório que vai de Tom Jobim e Vinicius de Moraes (a faixa-título) a Jorge Aragão e Dona Ivone Lara (a deliciosa “Tendência”), passando por Antônio Adolfo (“A cada dia que passa”), João Donato (“Sambou... Sambou”), Durval Ferreira e Orlandivo (“Falaram tanto de você” e “Zum zum zum”) e Mart’nália e Mombaça (“Chega”). Claro que Ed Lincoln também está presente nas faixas “Olhou pra mim” e na sincopada “Deix’isso pra lá”. Que Emílio Santiago permaneça na mesma rota.

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“Symphonicities” – Sting
Um dos maiores compositores da música pop, Sting deve um bom álbum faz muito tempo. Desde 1999, quando lançou “Brand new day”, o ex-Police vem patinando em trabalhos irregulares e muito (mas muito) chatos. “Symphonicities” não foge muito da encheção de saco. Depois de dois álbuns soníferos com o selo da Deutsche Gramophon – “Songs from the labyrinth” (2006) e “If on a winter’s night” (2009) –, Sting insiste na parceria e se junta a orquestras sinfônicas (incluindo aí a imponente Royal Philarmonic Concert Orchestra) para recriar canções de sua carreira solo e do The Police. As músicas escolhidas até que são boas, mas, após a primeira audição, a gente fica doidinho para ouvir as versões originais. “Next to you”, primeiro single do The Police, por exemplo, com as suas cordas atacando, ficou forçada demais. “When we dance” e “Roxanne” ficaram muito parecidas com as versões light gravadas no acústico ao vivo “...All this time” (2001), e “I burn for you” pode ter efeito parecido com o de um Lexotan. Para dizer que nada ficou interessante, sobram “Every little thing she does is magic” e “Englisman in New York”, que ficaram bacaninhas com os arranjos sinfônicos. Mas mesmo assim, ainda é pouco para Sting. E muito pouco para quem deve um bom álbum há mais de uma década.

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Abaixo, o vídeo divertidíssimo de “Live and let die”, uma das canções presentes em “Música de brinquedo”, do Pato Fu.