“Vision”– Michael Jackson
“Ah, se não fosse Michael Jackson, hoje não existiria videoclipe...” “Ah, Michael Jackson mudou a forma de se filmar um vídeo de música...” “Ah, ‘Thriller’ é o videoclipe mais importante de todos os tempos... “Ah...” Se você concorda com pelo menos uma dessas afirmações que são constantemente publicadas por aí, “Vision”, novo DVD triplo de Michael Jackson, é obrigatório em sua coleção. O finado astro já tinha lançado diversos VHSs, LDs e DVDs com todos esse videoclipes, mas o grande mérito de “Vision” é deixar tudo organizado, em quase cinco horas de som e imagem. No total, são 42 videoclipes, que cobrem a carreira de Michael, desde os The Jacksons (em três videoclipes raros – “Blame it on the boogie”, “Enjoy yourself” e “Can you feel it”) até o inédito “One more chance”. Pena que a fase com o Jackson 5 tenha ficado de fora. Mas, mesmo assim, é uma delícia relembrar pérolas como “Don’t stop ‘til you get enough”, “Rock with you”, “Billie Jean”, “The way you make me feel” e “Man in the mirror”. Quase todas as faixas de “Dangerous” também estão presentes, incluindo o inovador (para a época) vídeo de “Black or white”. Quem quiser relembrar o vídeo de “They don’t care about us”, gravado no Dona Marta, no Rio de Janeiro, também terá a oportunidade de fazê-lo com o DVD. O mais curioso em “Vision” é notar a importância do videoclipe para Michael Jackson. Muitos desses vídeos extrapolam o tempo da música, são verdadeiros curta-metragens, como “Remember the time” e, claro, “Thriller”. Muitos deles são dirigidos por diretores consagrados (John Landis, Martin Scorsese e Andy Morahan), contam com atores conhecidos e possuem até mesmo os créditos no final. Depois tem gente que não reconhece a importância de Michael Jackson para a música e para o show business.
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“The beginning” – The Black Eyed Peas
Após o fim, vem o início, certo? Pelo menos na concepção do The Black Eyed Peas, sim. Tudo bem, a ideia é boa, mas o “fim” do Black Eyed Peas é bem mais interessante. Explico: no ano passado, a banda californiana lançou o bom “The E.N.D.”, e, agora, o fraco “The beginning”. Em “The E.N.D.”, o BEP trilhou um caminho diferente de seus álbuns anteriores. A mistura de hip hop, dance, pop, rap, funk e afins, que fez a fama da banda especialmente em “Elephunk” (2003) e “Monkey business” (2005), deu lugar a um pop eletrônico, que é mantido nesse novo trabalho. O problema é que o que tinha de original em “The E.N.D.” virou repetição em “The beginning”. Tirando alguns poucos bons momentos, o álbum é recheado daqueles batidões clichês que todo mundo está fazendo por aí. Certamente vai vender bastante, mas a impressão que fica é que tudo isso é muito pouco para will.i.am e sua trupe. Até que o começo do álbum é bem interessante, com a faixa “The time (Dirty bit)”, que traz um sample daquela música do filme “Dirty dancing”. Depois dela, o que pode ser ouvido é uma sucessão de faixas tão vazias musicalmente quanto aquele “copo vazio cheio de ar” que o Gilberto Gil canta. Na verdade, basta ouvir umas duas ou três faixas do álbum todo (uma delas pode ser “The best one yet (The boy)”, única música produzida por David Guetta no disco), porque o resto é tudo absolutamente igual. O encarte, repleto de produtores, músicos, compositores, estúdios, dá uma ideia do quanto esse álbum não custou. Como aqueles filmes hollywodianos, tipo “Avatar”, cheio de efeitos especiais, que custam uma fortuna e não dizem nada. Mas as salas de cinema ficam lotadas por meses a fio. Talvez só eu quem esteja errado mesmo.
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“Live in Berlin” – Sting
Quando publiquei a resenha de “Symphonicities”, último álbum de Sting (2010), escrevi aqui que ele seria um ótimo calmante para os insones. Por isso, quando coloquei para rodar “Live in Berlin”, novo DVD e BD do compositor britânico, confesso que não fiquei muito animado. O vídeo apresenta o show da turnê de divulgação de “Symphonicities”, e conta com a Royal Philharmonic Concert Orchestra. Mais um sonífero à vista? Não tanto quando o álbum de estúdio originário, decerto. Em duas horas, Sting soube contrabalançar um ótimo repertório, com canções famosas do The Police e da carreira solo, além de lados B de seu repertório. Tudo bem diferente do chatíssimo “Symphonicities”. Ao mesmo tempo, o registro ao vivo contou com um frescor maior, ao contrário da engessada gravação de estúdio. “Every little thing she does is magic” – logo a segunda do roteiro –, por exemplo, ficou bem mais interessante (e com muito mais punch) do que a gravação de estúdio. Pena que exatamente a melhor faixa de “Symphonicities”, “Next to you” (primeiro sucesso do Police), tenha ficado de fora do DVD/BD. Em compensação, Sting foi generoso com a plateia, ao incluir “King of pain”, “Fragile”, “Every breath you take”, “Why should I cry for you?” e “Desert rose” no repertório. Se “Symphonicities” é Lexotan, esse “Live in Berlin” é um suquinho de maracujá: dá uma moleza boa – e não mata ninguém de sono.
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“Ultimate” – Pet Shop Boys
Desde que iniciou a sua carreira, toda década, o Pet Shop Boys lança uma coletânea. Em 1991, foi “Discography: The complete singles collection”; em 2003, “PopArt: The hits”; e, agora é a vez de “Ultimate”. Para quem já tem os álbuns originais da dupla formada por Neil Tennant e Chris Lowe, esse “Ultimate”, a princípio, em pouco acrescenta. Além dos sucessos de sempre (“West End girls”, It’s a sin”, “Domino dancing”, “Being boring”, “Go eest” e “Love etc.”), o CD, com 19 faixas, apresenta a mediana inédita “Together”, bem inferior a qualquer faixa do seu último álbum, o excelente “Yes”, de 2009. Se “Ultimate” viesse apenas com esse CD, talvez só os colecionadores se dariam ao trabalho de comprá-lo. Então, além do CD, o pacote conta com um DVD que é o recheio do bolo. São mais de três horas de imagens, dentre as quais se destacam 27 vídeos gravados para diversos programas da rede britânica BBC, como o Top Of The Pops, o Old Grey Whistle Test e o Wogan. Registrados entre 1985 e 2006, os vídeos traçam a trajetória da dupla de uma forma que nenhuma outra coletânea fizera antes. São sucessos como “Love comes quickly”, “Rent”, “Always on my mind”, “So hard”, “Se a vida é (That’s the way life is)” e “I get along” em versões ao vivo ou em playback. Além disso tudo, ainda tem a apresentação do Pet Shop Boys no festival de Glastonbury, na Inglaterra, nesse ano. O show é o mesmo (com a ausência da dobradinha “Pandemonium” / “Can you forgive her?”) perpetuado no CD/DVD “Pandemonium”, que saiu no início desse ano, mas é interessante ver o Pet Shop Boys em um palco mega como o do festival inglês. Pena que o som, além de um pouco baixo, só esteja disponível no formato estéreo (2.0). Enfim, em “Ultimate”, o que menos interessa é o CD de sucessos. Porque o DVD é o mais interessante da carreira do Pet Shop Boys. Tomara que aqui no Brasil não tenham a “brilhante” ideia de lançar apenas o CD, como aconteceu na coletânea que o Oasis lançou esse ano, "Time flies”.
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“Cauby sings Sinatra” – Cauby Peixoto
No ano passado, Cauby Peixoto colocou nas lojas um álbum somente com canções de Roberto Carlos (“Cauby interpreta Roberto”). Quem pensava que o disco seria aquele mais do mesmo, enganou-se. Se não gravou um álbum tão brilhante quanto os tributos de Maria Bethânia ou de Nara Leão, Cauby soube, ainda que a sua maneira, reinventar as canções de Roberto Carlos. Agora, é a vez de “Cauby sings Sinatra”, espécie de songbook de Frank Sinatra. Produzido pelo mesmo Thiago Marques Luz, o álbum segue a mesma proposta do anterior: um punhado de sucessos com a voz marcante de Cauby. A única diferença desse “Cauby sings Sinatra” é o fato de ter sido gravado ao vivo, o que, no final das contas, ainda dá um frescor maior a gravação. Acompanhado por uma big band de nove músicos, Cauby segue a risca os arranjos das gravações originais do The Voice, com algum floreio aqui, outro ali, na voz. O repertório é um best of sem tirar nem pôr. “I’ve got you under my skin”, “Strangers in the night”, “Let me try again”, “Fly me to the moon”, “Night and day”, “My way”, “Theme from New York, New York”... Está tudo lá nesse “Cauby sings Sinatra”. Mas o melhor mesmo é quando o cantor fluminense foge do lugar comum, casos de “Something” (de George Harrison), com um arranjo mais leve, com fluência maior do quarteto de metais, e “Moon river” (de Johnny Mercer e Henry Mancini), a música mais bonita de todos os tempos na opinião deste que vos escreve. Antes de “Something”, Cauby Peixoto diz que nunca imitou Frank Sinatra, apenas cantava as suas canções. Imitando ou cantando, Cauby, aos 79 anos, ainda tem munição para agradar aos seus fãs.
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Abaixo, o videoclipe de “The time (Dirty bit)”, primeiro single de “The beginning”, do Black Eyed Peas:
“Ah, se não fosse Michael Jackson, hoje não existiria videoclipe...” “Ah, Michael Jackson mudou a forma de se filmar um vídeo de música...” “Ah, ‘Thriller’ é o videoclipe mais importante de todos os tempos... “Ah...” Se você concorda com pelo menos uma dessas afirmações que são constantemente publicadas por aí, “Vision”, novo DVD triplo de Michael Jackson, é obrigatório em sua coleção. O finado astro já tinha lançado diversos VHSs, LDs e DVDs com todos esse videoclipes, mas o grande mérito de “Vision” é deixar tudo organizado, em quase cinco horas de som e imagem. No total, são 42 videoclipes, que cobrem a carreira de Michael, desde os The Jacksons (em três videoclipes raros – “Blame it on the boogie”, “Enjoy yourself” e “Can you feel it”) até o inédito “One more chance”. Pena que a fase com o Jackson 5 tenha ficado de fora. Mas, mesmo assim, é uma delícia relembrar pérolas como “Don’t stop ‘til you get enough”, “Rock with you”, “Billie Jean”, “The way you make me feel” e “Man in the mirror”. Quase todas as faixas de “Dangerous” também estão presentes, incluindo o inovador (para a época) vídeo de “Black or white”. Quem quiser relembrar o vídeo de “They don’t care about us”, gravado no Dona Marta, no Rio de Janeiro, também terá a oportunidade de fazê-lo com o DVD. O mais curioso em “Vision” é notar a importância do videoclipe para Michael Jackson. Muitos desses vídeos extrapolam o tempo da música, são verdadeiros curta-metragens, como “Remember the time” e, claro, “Thriller”. Muitos deles são dirigidos por diretores consagrados (John Landis, Martin Scorsese e Andy Morahan), contam com atores conhecidos e possuem até mesmo os créditos no final. Depois tem gente que não reconhece a importância de Michael Jackson para a música e para o show business.
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“The beginning” – The Black Eyed Peas
Após o fim, vem o início, certo? Pelo menos na concepção do The Black Eyed Peas, sim. Tudo bem, a ideia é boa, mas o “fim” do Black Eyed Peas é bem mais interessante. Explico: no ano passado, a banda californiana lançou o bom “The E.N.D.”, e, agora, o fraco “The beginning”. Em “The E.N.D.”, o BEP trilhou um caminho diferente de seus álbuns anteriores. A mistura de hip hop, dance, pop, rap, funk e afins, que fez a fama da banda especialmente em “Elephunk” (2003) e “Monkey business” (2005), deu lugar a um pop eletrônico, que é mantido nesse novo trabalho. O problema é que o que tinha de original em “The E.N.D.” virou repetição em “The beginning”. Tirando alguns poucos bons momentos, o álbum é recheado daqueles batidões clichês que todo mundo está fazendo por aí. Certamente vai vender bastante, mas a impressão que fica é que tudo isso é muito pouco para will.i.am e sua trupe. Até que o começo do álbum é bem interessante, com a faixa “The time (Dirty bit)”, que traz um sample daquela música do filme “Dirty dancing”. Depois dela, o que pode ser ouvido é uma sucessão de faixas tão vazias musicalmente quanto aquele “copo vazio cheio de ar” que o Gilberto Gil canta. Na verdade, basta ouvir umas duas ou três faixas do álbum todo (uma delas pode ser “The best one yet (The boy)”, única música produzida por David Guetta no disco), porque o resto é tudo absolutamente igual. O encarte, repleto de produtores, músicos, compositores, estúdios, dá uma ideia do quanto esse álbum não custou. Como aqueles filmes hollywodianos, tipo “Avatar”, cheio de efeitos especiais, que custam uma fortuna e não dizem nada. Mas as salas de cinema ficam lotadas por meses a fio. Talvez só eu quem esteja errado mesmo.
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“Live in Berlin” – Sting
Quando publiquei a resenha de “Symphonicities”, último álbum de Sting (2010), escrevi aqui que ele seria um ótimo calmante para os insones. Por isso, quando coloquei para rodar “Live in Berlin”, novo DVD e BD do compositor britânico, confesso que não fiquei muito animado. O vídeo apresenta o show da turnê de divulgação de “Symphonicities”, e conta com a Royal Philharmonic Concert Orchestra. Mais um sonífero à vista? Não tanto quando o álbum de estúdio originário, decerto. Em duas horas, Sting soube contrabalançar um ótimo repertório, com canções famosas do The Police e da carreira solo, além de lados B de seu repertório. Tudo bem diferente do chatíssimo “Symphonicities”. Ao mesmo tempo, o registro ao vivo contou com um frescor maior, ao contrário da engessada gravação de estúdio. “Every little thing she does is magic” – logo a segunda do roteiro –, por exemplo, ficou bem mais interessante (e com muito mais punch) do que a gravação de estúdio. Pena que exatamente a melhor faixa de “Symphonicities”, “Next to you” (primeiro sucesso do Police), tenha ficado de fora do DVD/BD. Em compensação, Sting foi generoso com a plateia, ao incluir “King of pain”, “Fragile”, “Every breath you take”, “Why should I cry for you?” e “Desert rose” no repertório. Se “Symphonicities” é Lexotan, esse “Live in Berlin” é um suquinho de maracujá: dá uma moleza boa – e não mata ninguém de sono.
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“Ultimate” – Pet Shop Boys
Desde que iniciou a sua carreira, toda década, o Pet Shop Boys lança uma coletânea. Em 1991, foi “Discography: The complete singles collection”; em 2003, “PopArt: The hits”; e, agora é a vez de “Ultimate”. Para quem já tem os álbuns originais da dupla formada por Neil Tennant e Chris Lowe, esse “Ultimate”, a princípio, em pouco acrescenta. Além dos sucessos de sempre (“West End girls”, It’s a sin”, “Domino dancing”, “Being boring”, “Go eest” e “Love etc.”), o CD, com 19 faixas, apresenta a mediana inédita “Together”, bem inferior a qualquer faixa do seu último álbum, o excelente “Yes”, de 2009. Se “Ultimate” viesse apenas com esse CD, talvez só os colecionadores se dariam ao trabalho de comprá-lo. Então, além do CD, o pacote conta com um DVD que é o recheio do bolo. São mais de três horas de imagens, dentre as quais se destacam 27 vídeos gravados para diversos programas da rede britânica BBC, como o Top Of The Pops, o Old Grey Whistle Test e o Wogan. Registrados entre 1985 e 2006, os vídeos traçam a trajetória da dupla de uma forma que nenhuma outra coletânea fizera antes. São sucessos como “Love comes quickly”, “Rent”, “Always on my mind”, “So hard”, “Se a vida é (That’s the way life is)” e “I get along” em versões ao vivo ou em playback. Além disso tudo, ainda tem a apresentação do Pet Shop Boys no festival de Glastonbury, na Inglaterra, nesse ano. O show é o mesmo (com a ausência da dobradinha “Pandemonium” / “Can you forgive her?”) perpetuado no CD/DVD “Pandemonium”, que saiu no início desse ano, mas é interessante ver o Pet Shop Boys em um palco mega como o do festival inglês. Pena que o som, além de um pouco baixo, só esteja disponível no formato estéreo (2.0). Enfim, em “Ultimate”, o que menos interessa é o CD de sucessos. Porque o DVD é o mais interessante da carreira do Pet Shop Boys. Tomara que aqui no Brasil não tenham a “brilhante” ideia de lançar apenas o CD, como aconteceu na coletânea que o Oasis lançou esse ano, "Time flies”.
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“Cauby sings Sinatra” – Cauby Peixoto
No ano passado, Cauby Peixoto colocou nas lojas um álbum somente com canções de Roberto Carlos (“Cauby interpreta Roberto”). Quem pensava que o disco seria aquele mais do mesmo, enganou-se. Se não gravou um álbum tão brilhante quanto os tributos de Maria Bethânia ou de Nara Leão, Cauby soube, ainda que a sua maneira, reinventar as canções de Roberto Carlos. Agora, é a vez de “Cauby sings Sinatra”, espécie de songbook de Frank Sinatra. Produzido pelo mesmo Thiago Marques Luz, o álbum segue a mesma proposta do anterior: um punhado de sucessos com a voz marcante de Cauby. A única diferença desse “Cauby sings Sinatra” é o fato de ter sido gravado ao vivo, o que, no final das contas, ainda dá um frescor maior a gravação. Acompanhado por uma big band de nove músicos, Cauby segue a risca os arranjos das gravações originais do The Voice, com algum floreio aqui, outro ali, na voz. O repertório é um best of sem tirar nem pôr. “I’ve got you under my skin”, “Strangers in the night”, “Let me try again”, “Fly me to the moon”, “Night and day”, “My way”, “Theme from New York, New York”... Está tudo lá nesse “Cauby sings Sinatra”. Mas o melhor mesmo é quando o cantor fluminense foge do lugar comum, casos de “Something” (de George Harrison), com um arranjo mais leve, com fluência maior do quarteto de metais, e “Moon river” (de Johnny Mercer e Henry Mancini), a música mais bonita de todos os tempos na opinião deste que vos escreve. Antes de “Something”, Cauby Peixoto diz que nunca imitou Frank Sinatra, apenas cantava as suas canções. Imitando ou cantando, Cauby, aos 79 anos, ainda tem munição para agradar aos seus fãs.
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Abaixo, o videoclipe de “The time (Dirty bit)”, primeiro single de “The beginning”, do Black Eyed Peas: