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13 de jul. de 2011

O dia do rock (e do sertanejo!); INXS em Wembley; os 15 anos de “Rappa Mundi”; Moz e Grohl colocam fãs para correr; o Weezer dá uma de Roberto Carlos.



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Por favor, não estranhe. Hoje eu quis começar esse blog com música sertaneja. Mas música sertaneja de verdade. E ela tem o seu valor. O melhor exemplo é o vídeo acima, dos dois mestres do estilo, Pena Branca & Xavantinho. Hoje, 13 de julho, é o dia nacional dos cantores e compositores sertanejos. E eles merecem a nossa homenagem. Os sertanejos de verdade, repito. Não estou falando aqui de Luan Santana, Daniel e outras atrocidades, por favor.

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E, olha só, além do dia dos compositores sertanejos, hoje também é o dia mundial do rock. Isso porque foi no dia 13 de julho de 1985 que aconteceu o Live Aid, concerto beneficente organizado por Bob Geldof, em Londres e na Filadélfia, e que reuniu gente como Paul McCartney, Bob Dylan, Mick Jagger, U2, Queen e até mesmo uma reunião do Led Zeppelin.



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O show do Led Zeppelin foi tão tosco, que acabou ficando de fora da edição em DVD do Live Aid lançado uns vinte anos depois. Na falta de John Bonham, Phil Collins (?!?) tocou bateria com a banda. Não foi por culpa do Phil, mas, definitivamente, não ficou legal...



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Não é??

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Seis anos após o Live Aid, em 1991, o mesmo estádio de Wembley onde aconteceu o evento, viu uma das apresentações mais impactantes de sua história. O INXS estava lançando o álbum “X” (1990), e, àquela época, era considerada uma das bandas mais importantes do planeta, batendo de frente até mesmo com o todo-poderoso U2. A apresentação em Wembley foi lançada em VHS, LD e, depois, em DVD. Já o CD ao vivo “Live baby live” traz músicas gravadas em vários shows da turnê, inclusive o antológico que aconteceu no Rock in Rio II, em janeiro de 1991, no estádio do Maracanã.



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Voltando um pouco mais no tempo, hoje é dia de João Bosco soprar 65 velinhas. Ontem, entrou no ar a série “O astro”. E a música de abertura da novela original era interpretada por João Bosco. Lembra? Ou você nem era nascido??



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Cá pra nós, o João Bosco tem músicas melhores, não? Essa aqui, por exemplo...



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“Linha de passe” até me lembrou o meu programa predileto, que a ESPN Brasil transmite todas as noites de segunda. Eu não perco um. Tudo pode acontecer nessa mesa redonda... Quer ver??



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Há 15 anos, O Rappa lançava o seu álbum mais importante. “Rappa Mundi” vendeu que nem água (eu ganhei no amigo oculto do mesmo ano!). Não era para menos. Acho que umas cinco, seis músicas fizeram muito sucesso. Ou você não se lembra de “Miséria S/A”??



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E o nosso Morrissey, hein?? Ele tá sempre por aqui, né? Se lembra, faz umas duas semanas, quando ele fez um show com uma camisa que mandava um site de fãs para aquele lugar? Pois é... O dono do site, David Tseng, foi expulso pelos seguranças de Morrissey, durante um show em Copenhagen, Dinamarca, na segunda passada. Segundo Tseng, os seguranças não deram maiores explicações. O fã reclamou o dinheiro do ingresso perante à Live Nation, empresa organizadora da turnê do ex-Smith, mas ela teria informado que Tseng deveria reclamar com o próprio Morrissey.

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Coisa feia né, Moz??

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Coisa feia foi também o que um fã fez anteontem em um show do Foo Fighters em Londres. Eu escrevi ontem que Dave Grohl não fez por menos, xingou o cara e o expulsou da casa de shows. Consegui encontrar o vídeo hoje...



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(Esse é o típico caso de vergonha alheia...)

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Um cruzeiro com o Weezer??



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Sabe o que isso me lembra???



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E saiu uma musiquinha nova do The Drums! Eu sei lá... Às vezes curto, às vezes não... Vamos ver até onde vai chegar esse conjunto. O primeiro disco até que é bom. Mas não é tudo isso que andaram dizendo não... “Portamento”, o segundo álbum, sai no dia 12 de setembro.



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Ah, a capa do disco tá aqui:


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Não poderia encerrar o dia de forma melhor:

17 de out. de 2010

Resenhando: Eric Clapton, Skank, Phil Collins, Paralamas do Sucesso, Jane’s Addiction

“Clapton”– Eric Clapton
De uns quinze anos para cá, a discografia de Eric Clapton transita entre trabalhos extremamente sofisticados (“Me and Mr. Johnson”, de 2004, e “Live from Madison Square Garden”, gravado em parceria com Steve Winwood, em 2009) e outros de gosto bem duvidoso (“Pilgrim”, de 1998, e, especialmente, “Back home”, de 2005). Era difícil encontrar um meio termo. Mas, finalmente, o seu novo álbum, “Clapton” (que conta com participações especiais de J.J. Cale e Sheryl Crow), coloca as coisas em cima dos trilhos. Há muito não se via um álbum tão coeso e com Clapton destilando tanta serenidade – a foto da capa já dá uma prova disso. O repertório também é digno de nota. Transitando entre clássicos, como “How deep is the ocean”, de Irving Berlin, e novidades, caso de “Run back to your side”, de autoria do próprio Clapton (ao lado de Doyle Bramhall II, que toca guitarra em algumas faixas do álbum), esse novo disco apresenta um Eric Clapton dos velhos tempos. Passando por coisas lentas, como a jazzy “Rocking chair” (de Hoagy Carmichael), cheia de slide guitar, e a estupenda versão de “Autumn leaves” (de Joseph Kosma, John Mercer e Andre Prevert) a algo mais encorpado (casos da bluegrass “Travelin’ alone”, de Melvin Jackson, e da própria “Run back to your side”, que lembra muito o guitarrista dos anos 70), “Clapton” apresenta talvez a melhor seleção de faixas do músico britânico desde “From the creadle”, lançado 16 anos atrás. E isso não é pouca coisa.

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“Multishow ao vivo – Skank no Mineirão” – Skank
Imagina um show de duas horas e meia de duração de sucessos, de uma banda cheia de hits, no maior estádio de futebol (lotado) de sua cidade natal. Tem erro? Pelo menos para os fãs, é claro que não. E a proposta de “Multishow ao vivo – Skank no Mineirão” é exatamente essa: um apanhado na carreira de uma das bandas mais populares do Brasil. E bota popular nisso. Dos barzinhos de Belo Horizonte para o grandioso Mineirão, passaram-se 19 anos, 8 álbuns de estúdio e algumas dezenas de sucessos. E o roteiro da apresentação dá uma boa amostra da grandiosidade de uma banda que sempre manteve um nível de qualidade muito acima da média. Todos os álbuns do Skank são lembrados nesse “Multishow ao vivo”. Do seminal “Skank” (1993), Samuel Rosa e companhia pescaram “Tanto”. Da fase mais popular (dos discos “Calango”, de 94, e “O samba poconé”, do ano seguinte), estão presentes “Jackie Tequila”, “Tão seu”, “Garota nacional”, “É uma partida de futebol”, entre outras. De “Siderado”, o hino dos biriteiros, “Saideira”. E a partir de “Maquinarama” (2000), quando a banda ficou mais adulta, algumas pérolas como “Três lados”, “Acima do sol”, “Amores imperfeitos” (faixa de “Cosmotron”, de 2003, o melhor álbum brasileiro dos anos 00) e “Sutilmente”, do último trabalho de estúdio da banda, “Estandarte” (2008). Além do DVD com o show completo (destaque para a sempre competente direção de Oscar Rodrigues Alves), foi lançado também o CD duplo, com todas as músicas executadas no Mineirão e a inédita “Fotos na estante” – há outras duas inéditas no DVD, “Presença” e “Vamos fugir”. Pena que a ordem das faixas do CD (diferente da ordem do show original, como está no DVD) quebre um pouco a sequência e o clima da apresentação. Vale mencionar também a beleza da capa, com uma imagem do Mineirão clicada por Paulo Albuquerque, no dia da inauguração do estádio, a 05 de setembro de 1965.

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“Going back” – Phil Collins
Quando Phil Collins anunciou que iria lançar um álbum de versões de sucessos da gravadora Motown, não levei muita fé. E, após a primeira audição, continuei não levando muita fé. Mas tive uma certeza: é bem melhor do que eu esperava. Se os álbuns solo de Collins são repletos daquelas baladas açucaradas e sem graça, esse “Going back” foge um pouco do lugar comum. E o mais engraçado: foge do lugar comum pelo fato de Phil Collins não ter arriscado. Ou seja, não espere nada de muito diferente das versões originais. Até mesmo porque o (ex-?)Genesis nunca disse que a sua proposta era soar diferente. Desde o início das gravações, ele afirmou que o álbum era um grande tributo com versões próximas das originais. Não à toa, ele convocou como banda de apoio o Funk Brothers, que participou de muitas das sessões originais da Motown. E “Going back” soa muito bem nas músicas mais agitadas, porque nesses casos é possível ouvir um Phil Collins diferente. Pegue, por exemplo, a deliciosa “(Love is like a) Heatwave”, que ficou bem próxima (e tão gostosa) quanto a versão original de Martha Reeves & The Vandellas. Ou então a famosa “Uptight (Everything’s alright)”, que certamente deve ter deixado Stevie Wonder satisfeito. O único problema é quando o velho Phil Collins dá as caras nas lentinhas “Some of your lovin’” (de Gerry Goffin e Carole King) ou então em “Never dreamed you’d leave in summer”, de Stevie Wonder. Mas tudo bem. Não comprometem.

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“Arquivo 3” – Os Paralamas do Sucesso
De dez em dez anos, desde 1990, os Paralamas do Sucesso dão uma geral em sua carreira com uma coletânea intitulada “Arquivo”. Agora, nada mais natural que “Arquivo 3” veja a luz do dia. Em cada um dos dois primeiros volumes (lançados em 1990 e em 2000, respectivamente), os Paralamas lançaram uma música inédita. O primeiro teve “Caleidoscópio”, e o segundo, “Aonde quer que eu vá”. Duas das melhores músicas dos Paralamas do Sucesso, diga-se. “Arquivo 3”, infelizmente, não traz nenhuma inédita. Mas faz uma boa varredura na carreira do trio, após o acidente de ultraleve que quase vitimou o vocalista e guitarrista Herbert Vianna. Nos últimos dez anos, os Paralamas lançaram três bons álbuns de estúdio (“Longo caminho”, de 2002, “Hoje”, de 2005, e “Brasil afora”, de 2009), todos eles representados nessa coletânea por faixas como “O calibre”, “Cuide bem do seu amor”, “De perto”, “Na pista” e “A lhe esperar”. Fechando o pacote, duas faixas gravadas ao vivo em show no finado Olympia de São Paulo (“Soldado da paz” e “Que país é este”, da Legião Urbana) e um medley que une “Selvagem” a “Polícia”, gravado no encontro ao vivo dos Paralamas com os Titãs, em show na Marina da Glória, em 2008. Que o caminho dos Paralamas do Sucesso, a maior banda de rock em atividade no país, ainda seja muito mais longo, com os “Arquivos” 4, 5, 6, 7...

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“Live voodoo” – Jane’s Addiction
Uma das bandas mais bacanas surgidas no final dos anos 80 – e enquanto não decide se vai lançar algo inédito –, o Jane’s Addiction dá um refresco para os fãs com o lançamento do DVD e Blu-ray “Vodoo live”, gravado no festival Voodoo Experience, em Nova Orleans, na noite de Halloween do ano passado. Em um setlist sem novidades, a banda se limita a apresentar os sucessos de seus dois últimos álbuns de estúdio (“Ritual de lo habitual”, de 1990, e “Strays”, de 2003). Infelizmente “Nothing’s shocking”, o trabalho de estreia, de 1988, ficou de fora. E tome pedradas como “Ocean size”, “Stop!”, “Jane says”, “Whores”, e, claro “Been caught stealing”, uma das músicas mais executadas na MTV quando a emissora se instalou no Brasil, em 1990. Ah, e vale frisar que “Live voodoo” traz a formação clássica do Jane’s Addiction, com Perry Farrell (vocal), Stephen Perkins (bateria), Eric Avery (baixo) e Dave Navarro (guitarra). Coisa que dificilmente se repetirá. Pois é, taí uma banda que faz (muita) falta.

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Ouça abaixo a magnífica versão de “Autumn leaves”, por Eric Clapton:

21 de jun. de 2010

Nélson Gonçalves, Chediak, Byrds, Cocoon, Platini, Botafogo, Collins, Skank, Green Day, Radiohead, Bono, Beach Boys, Leonard Cohen, Phoenix, Maroon 5

Muito interessante o "MTV Unplugged" do Phoenix. Curto e simples.


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Quem também anuncia novo álbum para o ano que vem é o grande Leonard Cohen. Este será o primeiro álbum de inéditas do compositor canadense. A maioria de suas canções foi composta antes de Leonard sair na grande turnê que aconteceu entre 2008 e 2009, e gerou o CD/DVD "Live in London". O cantor ainda disse ao Guardian que o álbum deverá ter 10 ou 11 canções. O último trabalho de inéditas dele foi "Dear Heather", lançado em 2004. No ano passado, Leonard Cohen chegou a anunciar ao site Spinner que estava se aposentando.

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O Radiohead que me desculpe, mas, para mim, a grande notícia do dia foi dada pelo Las Vegas Sun. O jornal da Califórnia informa que Brian Wilson vai se juntar aos Beach Boys, depois de décadas e décadas de brigas e processos judiciais. A ideia é colocar Wilson, Mike Love e Al Jardine em cima do palco, na turnê comemorativa dos 50 anos da banda.

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Aos interessados, vale a pena dar uma lida na última coluna de Bono para o New York Times. Nela, o compositor fala sobre o "Domingo sangrento" de Dublin, em janeiro de 1972.

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E finalmente parece que o sucessor de "In rainbows" (2007) vem aí em breve. O Radiohead pretende lançar um novo álbum ainda em 2010. O guitarrista Ed O'Brien revelou à BBC que o álbum será "diferente do que fizemos na última vez". O que é que vem, hein?? Como o Radiohead deve lançar o álbum pela internet mesmo, não deve demorar muito para ele estar disponível.

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Quem também deu um show de longa duração no mesmo dia 19 de junho foi o Green Day. O vocalista Billie Joe Armstrong classificou a apresentação da banda como "the biggest show of their fucking lives". No roteiro de 40 (isso mesmo, QUARENTA!) músicas, em duas horas e cinquenta minutos, além dos sucessos e das canções de "21st century breakdown", o Green Day mostrou covers de "Sweet child o' mine" (Guns n' Roses), "Highway to hell" (AC/DC), "Iron man" (Black Sabbath), "(I can't get no) Satisfaction", "Paint it black" (ambas dos Rolling Stones) e "Hey Jude" (Beatles).



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O Skank gravou DVD/CD/BD no último sábado, no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Não fui ao show, mas bem que gostaria de ter ido. Considero o Skank a banda mais digna da geração 90 do rock brasileiro, e "Cosmotron" (2003), para mim, é o melhor álbum brasileiro dos anos 00. Como o projeto era retrospectivo, a banda mineira mandou muito bem, ao tocar por três horas, e não deixar (quase) nenhum sucesso de fora. Se o artista estiver divulgando um novo trabalho, com um roteiro alinhavado, tudo bem fazer um show mais coeso. Mas, a partir do momento em que o show é anunciado como retrospectivo, o Skank fez o que tinha que ser feito. Sem frescura. Muito bacana. Tomara que saia tudo no DVD. Se tirarem alguma música, será uma bola fora. O repertório do show, que eu pesquei na internet, foi esse aqui: "Mil acasos", "Um mais um", "É uma partida de futebol", "Esmola", "Pacato cidadão", "Uma canção é pra isso", "É proibido fumar", "Presença", "Amores imperfeitos", "Ainda gosto dela", "Noites de um verão qualquer", "Jackie Tequila", "Balada do amor inabalável", "Acima do sol", "De repente", "Três lados", "Vou deixar", "Garota nacional", "Sutilmente", "Vamos fugir", "Saideira", "Resposta", "Dois rios", "Te ver", "Tanto", "A cerca", "Canção noturna", "O beijo e a reza", "Ali" e "Tão seu". "De repente" e "Presença" são duas parcerias inéditas de Samuel Rosa e Nando Reis. E o Skank divulgou um trechinho dessa primeira nesse vídeo abaixo.



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Também apostando em songbooks no melhor estilo Rod Stewart, Phil Collins divulgou o repertório de seu novo álbum, "Going back" (capa acima), com sucessos da gravadora Motown, que chegará às lojas no dia 13 de setembro. As faixas são as seguintes: "Girl (Why you wanna make me blue)", "(Love is like a) Heatwave", "Uptight (Everything's alright)", "Some of your lovin'", "In my lonely room", "Take me in your arms (Rock me a little while)", "Blame it on the sun", "Papa was a rolling stone", "Never dreamed you'd leave in summer", "Standing in the shadows of love", "Do I love you", "Jimmy Mack", "Something about you", "Love is here and now you're gone", "Loving you is sweeter than ever", "Going to a go-go", "Talkin' about my baby" e "Going back". Alguém leva fé?

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Apesar de todos esses acontecimentos importantes para a seleção brasileira, acho que o dia 21 de junho tem um significado ainda mais importante para os botafoguenses. Isso porque foi no dia 21 de junho de 1989, que o Botafogo saía de uma fila de 21 anos sem título. O gol foi de Maurício, e a escalação completa do Botafogo, nessa partida, foi a seguinte: Ricardo Cruz, Josimar, Wilson Gottardo, Mauro Galvão e Marquinhos; Vítor, Carlos Alberto Santos e Luisinho (substituído por Mazolinha); Maurício, Paulinho Criciúma e Gustavo. No lado do Flamengo (que era comandado por Telê Santana, tinha Bebeto, Zico, Zinho, Leonardo, Aldair, o goleiro Zé Carlos, além de Renato Gaúcho). Eu me lembro que, após o jogo, nem fiquei triste. Peguei o telefone, liguei para o meu avô e dei os parabéns. Tadinho, ele já devia estar com saudades de ver o seu time campeão...



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Exatos 16 anos depois do tri, também no México, foi dia de tristeza para a torcida brasileira. Nas quartas de final, o Brasil foi eliminado pela França. No tempo normal, o jogo foi um a um (gol do Careca para o Brasil, e do aniversariante Platini para a França). Zico ainda perdeu um pênalti durante a partida. Após mais um empate na prorrogação, o Brasil perdeu a vaga na semi-final na disputa por pênaltis. O mais irônico é que em 1998 e em 2006, o Brasil também perdeu para a França, carrasco-mor da nossa seleção. Pelo menos, ao que parece, a França já rodou nessa Copa da África...



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Mas se o Platini não ganhou a Copa, outros tiveram melhor sorte. E no dia 21 de junho de 1970, portanto há 40 anos, era a vez de Calos Alberto Torres levantar a taça Jules Rimet pelo tricampeonato do Brasil. Outro dia, vendo o filme oficial dessa Copa no México, fiquei impressionado com a sua alta qualidade (bem diferente dessa Copa xôxa da África do Sul). Acho que nela aconteceram os dois melhores jogos de todos os Mundiais: a final que o Brasil ganhou de quatro a um da Itália, e a antológica semi-final, na qual a Alemanha Ocidental foi derrotada por quatro a três pela Itália. Saca só o time do Brasil na final de 40 anos atrás: Félix, Carlos Alberto Torres, Brito, Piazza e Everaldo; Gérson e Clodoaldo; Pelé, Rivelino, Tostão e Jairzinho. Tá bom pra você?



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Agora vamos falar de que? Copa do Mundo, hehe... Tinha que ser, né... E, olha, o dia 21 de junho é cheio de coisas interessantes. Pra começar, em 1955 nascia um daqueles grandes craques, que está na galeria dos maiores de todos os tempos: Michel Platini. Líder de uma geração vitoriosa nos anos 80, Platini faturou a Eurocopa de 1984, e defendeu a França nas Copas do Mundo de 1978 (eliminada na primeira fase), 1982 (4ª colocação) e de 1986 (3ª). Zidane fez justiça à geração de 80 na Copa de 1998, ao levantar a taça Copa do Mundo. Infelizmente, Platini não pôde fazer o mesmo. Azar da Copa do Mundo.



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Nós sempre elegemos alguns filmes que, mesmo que esteja passando pela trigésima vez na televisão, acabamos arrumando um jeito de assistir, ainda que seja só um pouquinho. São aqueles filmes que não cansam. E, por incrível que pareça, mesmo na décima vez que a gente assiste, é capaz de descobrir coisas novas. Um filme que entra nesse grupo, para mim, é "Cocoon", dirigido por Ron Howard. Não me canso de ver e rever aqueles velhinhos do asilo que ficam mais novos por conta da água da piscina. O roteirista teve imaginação. E o filme vingou. Tanto que, 25 anos após a sua estreia - que aconteceu no dia 21 de junho de 1985 - estamos aqui falando dele.



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Os fãs do The Byrds têm bons motivos para tirar a poeira do velho vinil e colocar para rodar hoje. E melhor ainda se esse velho vinil for "Mr. Tambourine Man", álbum de estreia da banda, e que, hoje, completa 45 anos. Na época, quem dominava as paradas de discos e singles eram os Beatles e os Rolling Stones. Mas eis que surgiu o The Byrds, que, já nessa sua estreia, deixou as duas bandas para trás, alcançando o topo dos mais vendidos da Billboard. A relação de faixas de "Mr. Tambourine Man" é a seguinte: "Mr. Tambourine Man", "I'll feel a whole lot better", "Spanish Harlem incident", "You won't have to cry", "Here without you", "The bells of Rhymney", "All I really want to do", "I knew I'd want you", "It's no use", "Don't doubt yourself, babe", "Chimes of freedom" e "We'll meet again".

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Se tivesse que fazer uma lista com, sei lá, as dez pessoas mais importantes para a divulgação da Música Popular Brasileira, não teria dívidas em incluir o nome de Almir Chediak nela. Além de grande violonista, Chediak editou songbooks dos principais artistas da MPB. No início, eram bonitos livros com as partituras das principais canções de gente como Tom Jobim, Caetano Veloso e Ary Barroso. Depois, além do livro, Almir Chediak começou a convidar diversos músicos para gravar o repertório do artista homenageado. Assim, por exemplo, foram lançados CDs com as obras de Noel, Chico Buarque, Tom, Edu, Djavan, Caymmi, tudo na voz de gente como Gal Costa, Maria Bethânia, Renato Russo, Tom Jobim, entre outros. Coisa fina mesmo. Por isso que fica aqui a nossa homenagem ao grande produtor, que, se vivo fosse, estaria completando 60 anos. Almir Chediak foi morto estupidamente em 2003. E, infelizmente, a sua ideia não foi levada adiante.

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E o que que tem para esse 21 de junho, hein? Para começar, vamos falar de uma das figuras mais interessantes da nossa música. Há 91 anos nascia Nélson Gonçalves, que imortalizou "A volta do boêmio", e foi o segundo cantor que mais vendeu disco no Brasil, ficando atrás apenas de Roberto Carlos. A história de Nelson Gonçalves daria um filme bem interessante. Tivesse nascido lá fora, certamente isso já teria acontecido. Nélson Gonçalves tem dois bons DVDs lançados, e que apresentam um bom aperitivo dessa figura tão única: "Ensaio" (gravado em estúdio, com direito a uma boa entrevista do cantor) e "Eternamente Nélson", com trechos de vários programas dos quais o artista participou na Rede Globo. Nélson Gonçalves morreu aos 78 anos, no dia 18 de abril de 1998.



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Opa! Bom dia pessoal. E como vamos nesse início de semana, hein? Hoje o tempinho ficou meia-bomba, bem diferente do fim de semana. Para animar, só a goleada de Portugal mesmo, que efz o que o Brasil deveria ter feito contra a Coreia do Norte na estreia. Mas, tudo bem, na sexta, a gente tira a prova dos nove. E acho que o Brasil ainda leva a melhor. Dureza só vai ser a Espanha nas oitavas. Agora, ao que parece, a Copa está começando a ficar divertida de verdade. E eu continuo na minha torcida para a Argentina. Sorry.

23 de mai. de 2010

Resenhando: Keane, Knebworth, Guns n’ Roses, Martinho da Vila, Hole

“Night train” – Keane
Confesso que quando o Keane lançou “Perfect symmetry”, em 2008, fiquei surpreso. O Keane não era das minhas bandas prediletas. Imitação por imitação, ficava com o Coldplay, que, por sua vez, imita outras bandas que imitam outras, e por aí vai, afinal nada se cria, tudo se copia, mesmo. Nada contra a banda seguir o estilo da moda, mas achei bem interessante a guinada do Keane para algo mais dançante em seu álbum de 2008. E o que é que “Night train”, novo álbum (na verdade, um EP com oito faixas) poderia apresentar de bom? Infelizmente, muito pouco. “Night train” é um passo para trás na carreira do Keane. Esqueça canções bacanas como “Lovers are losing” ou “Spiralling”. Em “Night train”, você vai ouvir uma vinheta sem graça (“House lights”), rap – sim!!! rap!!! – em “Stop for a minute” e “Looking back” (ambas com a participação do canadense K’Naan) e uma balada sem inspiração como “My shadow”. Para não dizer que nada se salva, “Back in time” e “Your love” ainda trazem um eco do bom Keane, assim como “Clear skies”, uma canção pop honesta, mas, nada mais do que isso. Tomara que “Night train” tenha sido apenas um pequeno desvio de rota.

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“Live at Knebworth” – Vários
Eu devia ter uns 11 anos de idade, quando ganhei o LP duplo “Live at Knebworth”, comprado no Carrefour pela minha mãe. Naquele tempo, em que eu nem sonhava em baixar o que quisesse na internet, um disco com sucessos de Dire Straits, Robert Plant, Eric Clapton, Elton John, Paul McCartney, Pink Floyd e Genesis era tudo o que mais queria. Ouvi o disco até gastar. Gastar mesmo. O LP trazia os melhores momentos do festival anual que acontecia em Knebworth. A edição registrada no álbum tinha acontecido em 1990, e foi especial porque juntou a maior parte dos artistas que já havia faturado o prêmio Silver Clef. Esse mesmo show que tinha saído em LP ganhou, mais tarde, edição em VHS e, ainda mais tarde, em DVD. Mas agora chegou às lojas o CD duplo. Lógico que o DVD é mais vantajoso. Mas o CD tem um valor especial para esse carinha que escreve essas mal traçadas. Durante anos e anos, ele ouviu esse disco imaginando como foram esses shows. E talvez eles tenham sido mais legais na cabeça dele do que no DVD. Por isso, ele ainda com o CD.

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“In New York – Live at the Ritz 1988” – Guns n’ Roses
Esse show também tem um valor sentimental para mim. Eu me lembro que, às vésperas do Rock in Rio II (em 1991), quando a MTV brasileira ainda engatinhava, essa apresentação do Guns n’ Roses em Nova York passava umas cinco vezes por dia. Era Axl Rose, Slash & Cia. em sua melhor forma, logo após o lançamento do animalesco “Appetite for destruction”. O DVD mostra uma banda em seu auge, no ano de 1988, com toda a fome de palco do mundo – bem diferente do Sr. Axl de hoje. O repertório é paulada atrás de paulada: “It’s so easy”, “Mr. Brownstone”, “Welcome to the jungle”, “Paradise city” e “Knockin’ on heaven’s door”, que, mais tarde, seria definitivamente gravada pela banda no álbum “Use your illusion II” (1991). Pena que a imagem do DVD não seja lá essas coisas. Tomara que o Guns n’ Roses, um dia, ainda lance esse show de forma oficial. Merece. E é bem melhor do que qualquer um que Axl Rose e sua nova banda fizeram nos últimos 15 anos.

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“Poeta da cidade – Martinho canta Noel” – Martinho da Vila
Martinho da Vila, Rildo Hora, Elifas Andreato, Mart’nália, músicos como Beto Cazes, Cristóvão Bastos, e canções de... Noel Rosa. Tinha como dar errado? Claro que não. “Poeta da Cidade – Martinho canta Noel” já é um dos melhores álbuns da rica discografia de Martinho da Vila. O maior mérito do trabalho foi não ter caído na obviedade de escolher os maiores sucessos de Noel Rosa para o repertório. Lógico que “Último desejo” (com a voz um pouco empostada demais de Maira Freitas), “Fita amarela” (com ótima intervenção de Aline Calixto) e “Três apitos” (com a dispensável participação de Patricia Hora) fazem parte do álbum. Por outro lado, podemos relembrar (ou conhecer) pérolas não muito conhecidas de Noel, como “Seja breve” (talvez a melhor faixa do álbum), “Minha viola” (brejeira com a participação de Mart’nália, que também colocou voz em “Rapaz folgado”) e “Cidade mulher”, faixa perfeita para o encerramento de um álbum quase perfeito.

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“Nobody’s daughter” – Hole
Tem umas bandas que acabam e quase ninguém sente falta. O melhor mesmo seria que elas ficassem enterradas para sempre. Mas algumas insistem. E o Hole é uma delas. Liderada por Courtney Love, viúva de Kurt Cobain, a banda não apresenta absolutamente nada de novo em “Nobody’s daughter”, primeiro álbum do Hole desde 1998. Tivesse Courtney se preocupado mais em compor coisas interessantes nesses 12 anos de hiato, o álbum poderia ser melhor. Mas não. Ocupada em fazer cagadas com a imagem de seu falecido marido, ela continua apresentando canções que mais parecem sobras do último álbum do Hole. Caso tivesse sido lançado dez anos atrás, “Nobody’s daughter” poderia ainda ter alguma relevância, mas, hoje, quase nada se salva nesse álbum, como a faixa-título e “For once in my life”, que ainda trazem algo –ainda que pouco – de novo. E o pior é que, no fundo, no fundo, a própria Courtney Love desse saber disso.

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Em seguida, o videoclipe de “Clear skies”, faixa do álbum “Night train”, do Keane.

15 de abr. de 2010

United Natons of Sound, Joey Ramone, Amplexos, Glastonbury, "Unknown Pleasures", Ozzy, Amy Winehouse, The Drums, Lady Gaga, Phil Collins

#medo: Não tenho nada contra o Phil Collins (acima, em versão "negão"). Na frente do Genesis, o cara sempre mandou bem, e na sua carreira solo, compôs algumas das canções pop mais chicletes de todos os tempos - algumas boas, outras péssimas. Mas essa ideia de lançar um novo disco somente com hits da Motown tá me cheirando a... hum... deixa pra lá. Será que Mr. Collins resolveu seguir os passos de Rod Stewart rumo à decadên$$$ia?

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Vamos dar uma força ao vídeo mais assistido de todos os tempos no Youtube?



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O PROVÁVEL ÁLBUM DE 2010...: ...será lançado no dia 07 de junho. E, como todo bom álbum de estreia, levará o nome da banda. "The Drums" será precedido pelo single "Forever and ever amen", que estará disponível a partir do dia 31 de maio. Os nomes das faixas do disco: "Best friend", "Me and the moon", "Let's go surfing", "Book of stories", "Skippin' town", "Forever and ever amen", "Down by the water", "It will all end in tears", "We tried", "I need fun in my life", "I'll never drop my sword" e "The future".

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PIADA PRONTA: Amy Winehouse comprou um estúdio ao lado de uma penitenciária.

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"SCREAM": Vem aí o novo álbum do nosso mais querido devorador de morcegos. "Scream" chegará às lojas no dia 15 de junho, e o seu primeiro single já foi confirmado. Um trechinho de "Let me hear you scream", que estreou ontem no programa "CSI: NY", pode ser ouvido abaixo.



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PRAZER DESCONHECIDO?: E o Peter Hook com essa turnê recriando o "Unknown Pleasures", do Joy Division, hein? O álbum é um dos melhores de todos os tempos. A banda também. Mas como será que Hook se sairá? Apesar de ter todo o moral do mundo - Hook foi baixista do Joy Division - a missão de recriar um álbum como esse não será nada fácil.

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GLASTONBURY: O line-up do festival, que acontecerá entre os dias 25 e 27 de junho, foi divulgado hoje. Os três headliners serão Stevie Wonder, Muse e U2. Os organizadores, nessa edição, escolheram artistas bem rodados e pra lá de populares. Não houve maiores apostas. Entre as outras atrações que dividirão os 11 palcos do evento estão Willie Nelson, Snoop Dogg, Vampire Weekend, Hot Chip, Flaming Lips, New Model Army e Scissor Sisters.

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AMPLEXOS: Após o bom disco virtual lançado em 2008, a banda carioca Amplexos anuncia que vai gravar o seu segundo trabalho nesse ano. Para dar um gostinho, o grupo regravou a faixa "A atriz", já presente em seu álbum de estreia. A versão ficou bacana e pode ser baixada aqui.

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ARE YOU READY?: A United Nations of Sound, novo projeto de Richard Ashcroft (ex?-Verve), anunciou as primeiras datas da sua turnê em junho, nos dias 05 (Ancona, Itália), 15 (Manchester) e 16 (Londres). Achei legal esse projeto chegar aos palcos. Mas como brit-pop-romântico, estou com saudades do Verve.



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JOEY RAMONE: Nove anos sem esse cara...



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E ae pessoal! Dormiram bem?

1 de ago. de 2008

RÁPIDAS – PHIL COLLINS, DUFFY, BLACK CROWES, RAMONES, CANSEI DE SER SEXY, CAETANO VELOSO, SNOOP DOGG, LEGIÃO URBANA, BLITZ, NEY MATOGROSSO



Phil Collins alcançou o topo da parada de discos da… Nova Zelândia. E o mais bizarro é que a música que ocupa o primeiro posto é “In The Air Tonight” (vídeo acima), lançado em 1981. A música está sendo usada no país em uma forte campanha publicitária de uma fábrica de chocolates. Ao que tudo indica, Collins recebeu um milhão de dólares para liberar a canção.

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A cantora Duffy agendou para o dia 01º de setembro o lançamento de mais um single de “Rockferry”. A faixa escolhida foi “Stepping Stone”, escrita por Duffy e Steve Booker. O single será lançado nos formatos CD, vinil de sete polegadas e digitalmente via iTunes.

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A banda The Black Crowes afirmou que teve a sua canção “Jealous Again” plagiada pela cantora Gretchen Wilson. Os Crowes alegam que “Work Hard, Play Harder”, de Wilson, e que é tema de um programa de televisão da rede TNT, é muito parecida com “Jealous Again”, que foi gravada no primeiro disco da banda, “Shake Your Money Maker”, de 1990.

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Howard Stern vai produzir um remake do filme “Rock N’ Roll High School”. Na versão original, de 1979, os integrantes do Ramones participaram do filme durante uma rebelião de alunos contra o diretor de um colégio. O longa ainda está em fase de pré-produção e ainda não há previsão de início das filmagens.

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“Donkey”, o novo álbum do Cansei de Der Sexy, já foi ouvido por mais de 500 mil pessoas no site Myspace. O número foi divulgado pelo próprio site de relacionamentos. O primeiro single do álbum é “Rat Is Dead (Rage)”. “Donkey” chega em CD ao Brasil na semana que vem.

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Na revista Downbeat, especializada em jazz e blues, Caetano Veloso só ficou atrás do Radiohead. Na escolha anual dos críticos no quesito “Beyond” (ou seja, tudo que não for jazz ou blues), o baiano ficou em segundo lugar, por uma diferença de apenas dois votos.

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Dois membros da equipe de Snoop Dogg foram presos por posse de drogas. O ônibus que levava a equipe do rapper foi parado ontem pela polícia nas proximidades de Dallas. Os tiras pararam o ônibus devido “ao forte cheiro que emanava do veículo”. Ethan Calhoun e Kevin Barkey podem ser condenados a seis meses de prisão e multa não inferior a dois mil dólares.

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Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e os herdeiros de Renato Russo chegaram a um acordo com a gravadora EMI para digitalizar o acervo da Legião Urbana para telefones celulares. O contrato permite a distribuição de qualquer material da banda, como músicas, clipes, shows e entrevistas.

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Depois de alcançar relativo sucesso com o CD e DVD “Ao Vivo e a Cores”, a banda Blitz se prepara para entrar em estúdio para gravar um álbum de inéditas. E a Ediouro prometeu lançar a biografia da banda, de autoria do jornalista Rodrigo Rodrigues, ainda esse ano. “As Aventuras da Blitz” sairá no estilo ‘almanaque’ e terá dezenas de fotos inéditas.

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E hoje, Ney Matogrosso, o camaleão da Música Popular Brasileira, sopra 67 velinhas. Em cartaz com “Inclassificáveis”, um dos melhores shows da nossa música nos últimos anos, Ney permanece em invejável atividade. E como um bom vinho, está melhor a cada ano que passa. A sua turnê retorna ao Rio de Janeiro e a São Paulo em agosto e setembro. E, aqui, vai nossa homenagem a Ney Matogrosso...

22 de mai. de 2008

PRESTES A LANÇAR DVD GRAVADO EM ROMA, GENESIS FALA SOBRE O SEU FUTURO

A banda inglesa Genesis se prepara para o lançamento do DVD “When In Rome”, que traz o concerto completo realizado no Circo Massimo para mais de meio milhão de pessoas. O DVD triplo ainda contém um documentário sobre a turnê – “Come Rain Or Come Shine” –, com duas horas de duração, que a retrata do seu início ao final. O vídeo tem previsão de chegar aqui no Brasil na primeira semana de junho. Nos Estados Unidos, sairá no dia 10 de junho, com venda exclusiva nas lojas Wal-Mart.
A banda também está estudando a possibilidade de lançar registros de shows antigos em seu site. Mas já está confirmado que sai ainda esse ano a terceira caixa com os discos antigos do Genesis remasterizados. O box vai trazer os álbuns do início de carreira da banda inglesa, de “Trespass” (1970) até “The Lamb Lies Down On Broadway” (1974). Todos os CDs virão com um DVD bônus com imagens da época.
Phil Collins, Tony Banks e Mike Rutheford concederam uma entrevista à Rolling Stone, cuja íntegra você lê abaixo.

A turnê foi um imenso sucesso, mas existia algo dentro de você que dizia que as coisas não poderiam correr bem pelo fato de vocês não estarem muito presentes na mídia?
Tony Banks: Nós estávamos com muito medo disso. Quando tivemos a idéia da turnê sabíamos que na Europa ia ser bom, mas não tínhamos noção do formato, se os shows seriam em teatros ou algo do tipo. Finalmente o nosso ‘promoter’ disse que poderíamos fazer uma turnê em grandes estádios. Ele estava muito confiante e fez algumas pesquisas de que isso poderia ser o caminho. Colocamos os ingressos a venda e eles foram vendidos muito rapidamente.

No documentário que consta no DVD, você ensaiaram “In Too Deep”, mas decidiram não executá-la nos shows. Existem outras canções que vocês ensaiaram mas não entraram no show?
Phil Collins: Nós tentamos várias, mas tínhamos que ver como o ritmo do show ia funcionar. Uma vez que a turnê não era muito grande, quando você encontra esse ritmo certo, é normal que você acabe abrindo mão de algumas coisas. Apesar de termos ensaiado outras canções, inclusive tivemos a intenção de tocar “In Too Deep” na perna norte-americana, nós decidimos continuar o mesmo roteiro da Europa, já que ele estava funcionando tão bem.

Por que vocês não levaram a turnê para a América do Sul ou para o Japão?
Phil Collins: Seria legal a gente fazer a América do Sul e o Japão ao invés de Europa e Estados Unidos [risos]. Foi algo pessoal mesmo. Eu tentei travar um pouco a coisa simplesmente porque, sem entrar em maiores detalhes, eu tenho duas crianças e não queria ficar longe delas. Na Europa era mais fácil porque eles podiam me visitar a cada duas semanas.

Por que vocês escolheram o show de Roma para o DVD?
Tony Banks: Foi um show realmente muito especial para nós. O concerto foi gratuito no Circo Massimo, que é um local internacionalmente conhecido, com meio milhão de pessoas assistindo. O tempo estava maravilhoso, sem claridade. Nós decidimos assim porque foi um show único na turnê. Algumas das tomadas dos vídeos, quando você vê o horizonte de Roma, é fantástico. Querendo ou não, toda a cidade de Roma ouviu o show, porque estávamos bem no meio da cidade.

Eu li alguns anos atrás que quando vocês conversaram com Peter Gabriel acerca da possibilidade de uma turnê que teria uma espécie de telão projetando imagens computadorizadas de vocês mais jovens. A tecnologia iria imitar todos os movimentos corporais e as expressões faciais quando vocês executassem “The Lamb Lies Down On Broadway”. Vocês poderiam falar mais sobre o conceito dessa provável turnê de reunião?
Mike Rutherford: Nós tivemos um encontro há quatro anos e veio essa idéia de fazer uma versão do “The Lamb Lies Down On Broadway”, com o Peter Gabriel e o Steve Hackett. Somente alguns shows. “The Lamb…” é um álbum muito visual e como poderíamos fazer muita coisa com esses telões, a gente pensou em algo muito especial. A dúvida era, a partir do momento em que “The Lamb…” é sobre um rapaz porto-riquenho e Peter Gabriel é um senhor inglês, seria difícil fazer essa montagem. Uma idéia que tivemos foi tentar trabalhar com a tecnologia, em que os movimentos de Gabriel no palco seriam sincronizados no telão, com um rosto mais jovem.
Tony Banks: Não me recordo desses detalhes todos. Nós estávamos abertos à idéia mesmo antes de iniciarmos nossa última turnê. É algo que, quem sabe, poderia acontecer sim. Se Peter Gabriel tivesse realmente vontade de fazer, certamente conversaríamos sobre isso. Ele é um homem muito ocupado, ultimamente. Ele esteve entre os cem principais ‘Homens do Ano’ da revista ‘Time’. Ele tem várias outras coisas para fazer no momento. Um espetáculo do “The Lamb Lies Down On Broadway”, 35 anos depois, certamente não é uma de suas prioridades.

Quais seriam as chances reais de uma turnê com Peter Gabriel e Steve Hackett acontecer nos próximos cinco ou dez anos?
Tony Banks: Acho que teria uns 23,5% de chances de ela acontecer.
Mike Rutherford: Eu não tenho idéia. Minha linha é “nunca diga nunca”.
Phil Collins: Considerando que há quatro anos tivemos essa conversa e desde então, ele não lançou álbum algum e nem saiu em turnê, eu penso que os dez anos seriam o tempo mínimo em termos reais. Eu não penso que faremos isso nos próximos dez anos. Se fizermos, estaremos todos em cima do palco, com os rostos de jovens porto-riquenhos [risos].

Existe alguma possibilidade de vocês três comporem músicas inéditas novamente?
Mike Rutherford: Não há nada planejado. Nunca digo nunca. Nós discutimos a idéia e gostamos do nosso processo de composição. É muito excitante o jeito que o Genesis escreve suas canções, começando sem música alguma, apenas fazendo ‘jams’. Um álbum é uma estrada que você pega e não pode parar. Quem sabe?

Existe a possibilidade de novos shows do Genesis, com vocês três?
Mike Rutherford: Nunca digo nunca, mas não há nada planejado.

Eu estava entrevistando Braan Dailer, da banda de metal Mastodon e ele me disse que o Genesis era a sua banda predileta e que Phil Collins era uma de suas maiores influências, além de sempre se inspirar na bateria de “The Lamb…” para as canções do Mastodon. Você conhece essa banda?
Phil Collins: Não, mas vou me informar. Existem pessoas em várias bandas que você jamais vai dizer que eles têm o Gensis como influência. Isto porque eles cresceram ouvindo a gente e acabam se envolvendo com outro tipo de música quando ficam mais velhos, mas as influências originais, de qualquer forma, estarão lá, o que é muito legal. Eu vou ouvir esse grupo.

Phil, eu li que Akon e Pharrell Williams gostariam de trabalhar contigo. Você está aberto para essa idéia?
Phil Collins: Sim, estou ciente disso. Se eu fizer algo, obviamente gostaria de tê-los envolvidos, ao menos para ver o que acontece. Mas, atualmente, não estou fazendo nada. Eu detesto começar a ‘rolar uma bola’ e não ter ninguém para pegá-la. Eu fico lisonjeado que eles tenha expressado esse interesse publicamente, arriscando suas carreiras [risos]. Tudo é possível e certamente vou pensar nisso, se eu pensar em gravar algo.

Vocês podem nos dizer quais os planos para o futuro?
Mike Rutherford: Não tenho muita coisa planejada neste momento. Eu trabalhei com o ‘Mike and the Mechanics’ durante muito tempo. Mas não há realmente nada planejado.
Tony Banks: Quatro anos atrás eu gravei um disco orquestral com a Filarmônica de Londres. Eu realmente gostei muito disso. E recentemente, eu me encontrei escrevendo coisas nessa área novamente. É o que quero fazer: um outro trabalho orquestral. Eu aprendi muito sobre isso ultimamente.

Phil, existe a possibilidade de um novo disco solo?
Phil Collins: Não em um futuro previsível. No momento estou envolvido em construção de modelos de estradas para as crianças. Ou para mim… Estou construindo um modelo de estrada no porão de minha casa. Parece-me que é uma obsessão. Realmente não existe um único quarto para música no momento, em minha casa. Tenho certeza que quando as estradas já estiverem quase prontas, eu irei para o meu pequeno estúdio. Eu tenho uma ou duas coisas terminadas e uma ou duas coisas que estão sendo cozinhadas, mas nada que ainda possa ser considerado um álbum.

Eu li que você está colecionando artefatos do “Alamo”. Qual é a coisa mais legal que você possui nessa coleção?
Phil Collins: Eu tenho todos os tipos de coisas. Tenho rifles, balas de canhão. Eu adquiri um machado outro dia, e alguns documentos. Agora estou fazendo algumas coisas, não eu propriamente… Correndo atrás de outros materiais. É uma coisa da minha infância que eu posso fazer na minha vida adulta porque tenho dinheiro para isso. É tudo muito caro.