22 de mai. de 2008

PRESTES A LANÇAR DVD GRAVADO EM ROMA, GENESIS FALA SOBRE O SEU FUTURO

A banda inglesa Genesis se prepara para o lançamento do DVD “When In Rome”, que traz o concerto completo realizado no Circo Massimo para mais de meio milhão de pessoas. O DVD triplo ainda contém um documentário sobre a turnê – “Come Rain Or Come Shine” –, com duas horas de duração, que a retrata do seu início ao final. O vídeo tem previsão de chegar aqui no Brasil na primeira semana de junho. Nos Estados Unidos, sairá no dia 10 de junho, com venda exclusiva nas lojas Wal-Mart.
A banda também está estudando a possibilidade de lançar registros de shows antigos em seu site. Mas já está confirmado que sai ainda esse ano a terceira caixa com os discos antigos do Genesis remasterizados. O box vai trazer os álbuns do início de carreira da banda inglesa, de “Trespass” (1970) até “The Lamb Lies Down On Broadway” (1974). Todos os CDs virão com um DVD bônus com imagens da época.
Phil Collins, Tony Banks e Mike Rutheford concederam uma entrevista à Rolling Stone, cuja íntegra você lê abaixo.

A turnê foi um imenso sucesso, mas existia algo dentro de você que dizia que as coisas não poderiam correr bem pelo fato de vocês não estarem muito presentes na mídia?
Tony Banks: Nós estávamos com muito medo disso. Quando tivemos a idéia da turnê sabíamos que na Europa ia ser bom, mas não tínhamos noção do formato, se os shows seriam em teatros ou algo do tipo. Finalmente o nosso ‘promoter’ disse que poderíamos fazer uma turnê em grandes estádios. Ele estava muito confiante e fez algumas pesquisas de que isso poderia ser o caminho. Colocamos os ingressos a venda e eles foram vendidos muito rapidamente.

No documentário que consta no DVD, você ensaiaram “In Too Deep”, mas decidiram não executá-la nos shows. Existem outras canções que vocês ensaiaram mas não entraram no show?
Phil Collins: Nós tentamos várias, mas tínhamos que ver como o ritmo do show ia funcionar. Uma vez que a turnê não era muito grande, quando você encontra esse ritmo certo, é normal que você acabe abrindo mão de algumas coisas. Apesar de termos ensaiado outras canções, inclusive tivemos a intenção de tocar “In Too Deep” na perna norte-americana, nós decidimos continuar o mesmo roteiro da Europa, já que ele estava funcionando tão bem.

Por que vocês não levaram a turnê para a América do Sul ou para o Japão?
Phil Collins: Seria legal a gente fazer a América do Sul e o Japão ao invés de Europa e Estados Unidos [risos]. Foi algo pessoal mesmo. Eu tentei travar um pouco a coisa simplesmente porque, sem entrar em maiores detalhes, eu tenho duas crianças e não queria ficar longe delas. Na Europa era mais fácil porque eles podiam me visitar a cada duas semanas.

Por que vocês escolheram o show de Roma para o DVD?
Tony Banks: Foi um show realmente muito especial para nós. O concerto foi gratuito no Circo Massimo, que é um local internacionalmente conhecido, com meio milhão de pessoas assistindo. O tempo estava maravilhoso, sem claridade. Nós decidimos assim porque foi um show único na turnê. Algumas das tomadas dos vídeos, quando você vê o horizonte de Roma, é fantástico. Querendo ou não, toda a cidade de Roma ouviu o show, porque estávamos bem no meio da cidade.

Eu li alguns anos atrás que quando vocês conversaram com Peter Gabriel acerca da possibilidade de uma turnê que teria uma espécie de telão projetando imagens computadorizadas de vocês mais jovens. A tecnologia iria imitar todos os movimentos corporais e as expressões faciais quando vocês executassem “The Lamb Lies Down On Broadway”. Vocês poderiam falar mais sobre o conceito dessa provável turnê de reunião?
Mike Rutherford: Nós tivemos um encontro há quatro anos e veio essa idéia de fazer uma versão do “The Lamb Lies Down On Broadway”, com o Peter Gabriel e o Steve Hackett. Somente alguns shows. “The Lamb…” é um álbum muito visual e como poderíamos fazer muita coisa com esses telões, a gente pensou em algo muito especial. A dúvida era, a partir do momento em que “The Lamb…” é sobre um rapaz porto-riquenho e Peter Gabriel é um senhor inglês, seria difícil fazer essa montagem. Uma idéia que tivemos foi tentar trabalhar com a tecnologia, em que os movimentos de Gabriel no palco seriam sincronizados no telão, com um rosto mais jovem.
Tony Banks: Não me recordo desses detalhes todos. Nós estávamos abertos à idéia mesmo antes de iniciarmos nossa última turnê. É algo que, quem sabe, poderia acontecer sim. Se Peter Gabriel tivesse realmente vontade de fazer, certamente conversaríamos sobre isso. Ele é um homem muito ocupado, ultimamente. Ele esteve entre os cem principais ‘Homens do Ano’ da revista ‘Time’. Ele tem várias outras coisas para fazer no momento. Um espetáculo do “The Lamb Lies Down On Broadway”, 35 anos depois, certamente não é uma de suas prioridades.

Quais seriam as chances reais de uma turnê com Peter Gabriel e Steve Hackett acontecer nos próximos cinco ou dez anos?
Tony Banks: Acho que teria uns 23,5% de chances de ela acontecer.
Mike Rutherford: Eu não tenho idéia. Minha linha é “nunca diga nunca”.
Phil Collins: Considerando que há quatro anos tivemos essa conversa e desde então, ele não lançou álbum algum e nem saiu em turnê, eu penso que os dez anos seriam o tempo mínimo em termos reais. Eu não penso que faremos isso nos próximos dez anos. Se fizermos, estaremos todos em cima do palco, com os rostos de jovens porto-riquenhos [risos].

Existe alguma possibilidade de vocês três comporem músicas inéditas novamente?
Mike Rutherford: Não há nada planejado. Nunca digo nunca. Nós discutimos a idéia e gostamos do nosso processo de composição. É muito excitante o jeito que o Genesis escreve suas canções, começando sem música alguma, apenas fazendo ‘jams’. Um álbum é uma estrada que você pega e não pode parar. Quem sabe?

Existe a possibilidade de novos shows do Genesis, com vocês três?
Mike Rutherford: Nunca digo nunca, mas não há nada planejado.

Eu estava entrevistando Braan Dailer, da banda de metal Mastodon e ele me disse que o Genesis era a sua banda predileta e que Phil Collins era uma de suas maiores influências, além de sempre se inspirar na bateria de “The Lamb…” para as canções do Mastodon. Você conhece essa banda?
Phil Collins: Não, mas vou me informar. Existem pessoas em várias bandas que você jamais vai dizer que eles têm o Gensis como influência. Isto porque eles cresceram ouvindo a gente e acabam se envolvendo com outro tipo de música quando ficam mais velhos, mas as influências originais, de qualquer forma, estarão lá, o que é muito legal. Eu vou ouvir esse grupo.

Phil, eu li que Akon e Pharrell Williams gostariam de trabalhar contigo. Você está aberto para essa idéia?
Phil Collins: Sim, estou ciente disso. Se eu fizer algo, obviamente gostaria de tê-los envolvidos, ao menos para ver o que acontece. Mas, atualmente, não estou fazendo nada. Eu detesto começar a ‘rolar uma bola’ e não ter ninguém para pegá-la. Eu fico lisonjeado que eles tenha expressado esse interesse publicamente, arriscando suas carreiras [risos]. Tudo é possível e certamente vou pensar nisso, se eu pensar em gravar algo.

Vocês podem nos dizer quais os planos para o futuro?
Mike Rutherford: Não tenho muita coisa planejada neste momento. Eu trabalhei com o ‘Mike and the Mechanics’ durante muito tempo. Mas não há realmente nada planejado.
Tony Banks: Quatro anos atrás eu gravei um disco orquestral com a Filarmônica de Londres. Eu realmente gostei muito disso. E recentemente, eu me encontrei escrevendo coisas nessa área novamente. É o que quero fazer: um outro trabalho orquestral. Eu aprendi muito sobre isso ultimamente.

Phil, existe a possibilidade de um novo disco solo?
Phil Collins: Não em um futuro previsível. No momento estou envolvido em construção de modelos de estradas para as crianças. Ou para mim… Estou construindo um modelo de estrada no porão de minha casa. Parece-me que é uma obsessão. Realmente não existe um único quarto para música no momento, em minha casa. Tenho certeza que quando as estradas já estiverem quase prontas, eu irei para o meu pequeno estúdio. Eu tenho uma ou duas coisas terminadas e uma ou duas coisas que estão sendo cozinhadas, mas nada que ainda possa ser considerado um álbum.

Eu li que você está colecionando artefatos do “Alamo”. Qual é a coisa mais legal que você possui nessa coleção?
Phil Collins: Eu tenho todos os tipos de coisas. Tenho rifles, balas de canhão. Eu adquiri um machado outro dia, e alguns documentos. Agora estou fazendo algumas coisas, não eu propriamente… Correndo atrás de outros materiais. É uma coisa da minha infância que eu posso fazer na minha vida adulta porque tenho dinheiro para isso. É tudo muito caro.

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