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29 de ago. de 2010

Resenhando: Wilson Simonal, Iron Maiden, Martinho da Vila, Brian Wilson, Yoko Ono

“Mexico ‘70” – Wilson Simonal
Quando o sensacional box “Wilson Simonal na Odeon” chegou às lojas, em 2004, um fã do cantor enviou um e-mail para Max de Castro perguntando sobre a ausência do álbum “Mexico ‘70” na caixa. Na ocasião, Max nem sabia da existência do disco. Alguns meses depois, ele descobriu a capa do álbum em uma revista especializada, e foi correr atrás dos fonogramas. “Mexico ‘70”, na verdade, foi gravado entre janeiro e março de 1970, em sessões esparsas. Quando a seleção brasileira de futebol estava no México para disputar a Copa de 70, Wilson Simonal (então o artista mais popular do país) foi se encontrar com os seus amigos jogadores e fez uma temporada de shows que durou três meses naquele país. Na ocasião, aqui no Brasil saiu o compacto duplo com “Aqui é o país do futebol”, e a Odeon mexicana lançou “Mexico ‘70”, logo após a Copa do Mundo vencida pelo Brasil. E, 40 anos depois, logo após o fiasco da seleção do Dunga, “Mexico ‘70” é lançado pela primeira vez no Brasil. No repertório de 12 faixas, é possível ver como Simonal queria porque queria entrar no mercado internacional, com faixas cantadas em italiano (“Ecco Il tipo che io cercavo”) e inglês (na linda versão de “Raindrops keep fallin’ on my head”, “I’ll never fall in love again” e a dobradinha “Aquarius” / Let the sunshine in”, do musical “Hair”). “Aqui é o país do futebol” também está presente em “Mexico ‘70”, assim como boas gravações (inéditas) de “Ave Maria no morro” e “Eu sonhei que tu estavas tão lindas”. No total, são cinco gravações raras e sete inéditas. Uma peça obrigatória nesse intricado quebra-cabeça chamado Wilson Simonal.

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“The final frontier” – Iron Maiden
Que o Iron Maiden vem usando e abusando de faixas longuíssimas, desde o advento do CD, isso não é novidade para ninguém. O seu último CD, “A matter of life and death” (2006), contém 10 faixas em 72 minutos. O novo álbum, “The final frontier”, é bem parecido. São dez faixas em 76 minutos. Mas a grande diferença está em sua sonoridade. Que fique claro, de cara, que ela não está nem pior nem melhor. Mas, sim, bem diferente. O fã que pensou que a turnê “Somewhere back in time” (na qual a Donzela revisitou os seus clássicos) animaria a banda a gravar músicas diretas com caras de hit, se enganou. “The final frontier” é, de longe, o álbum mais difícil do Iron Maiden. A batida tribal-eletrônica de quase três minutos da faixa de abertura “Satellite 15... The final frontier” é um bom indício de que as coisas estão diferentes. Muita gente, inclusive, vem comparando “The final frontier” com “Somewhere in time” (1986). Mas, tirando a estética futurista da capa, não tem nada que ver. Não há nenhuma “Wasted years” em “The final frontier”. Mas há faixas que beiram o progressivo, como “Isle of Avalon”, e o épico, como acontece em “The talisman” e “When the wild wind blows”. O Iron Maiden fica com mais cara de Iron Maiden em poucas faixas, como na direta e rápida “El Dorado” e em “Mother of mercy”, canção que lembra bastante “Ghost of the navigator”, de “Brave new world” (2000). Certamente até a própria banda achou o novo álbum tão difícil, que optou que os shows da nova turnê começassem com uma música de outro álbum – no caso, “The wicker man”, de “Brave new world”. O que é bem raro em se tratando de Iron Maiden, diga-se de passagem.

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“Filosofia de vida” – Martinho da Vila
Para turbinar o lançamento do documentário “Filosofia de vida” (já nas lojas em DVD), de Edu Mansur, Martinho da Vila colocou nas lojas a trilha sonora do filme. Com o mesmo nome do documentário, o CD é, mais ou menos, um best of da carreira do sambista, com oitos sucessos e músicas obscuras regravadas e as outras seis faixas pescadas de álbuns antigos. Com relação às regravações, destacam-se a faixa-título (parceria com Marcelinho Moreira e Fred Camacho), uma das mais lindas de Martinho (“Meu destino eu moldei / Qualquer um pode moldar / Deixo o mundo me rumar / Para onde quero ir / Dor passada não me dói / E nem curto nostalgia / Eu só quero o que preciso / Pra viver meu dia-a-dia”), o clássico “O pequeno burguês” e “Meu Off Rio”. Nas regravações, versões ao vivo de “Madalena do Jucu” e do maior samba-enredo de todos os tempos, “Aquarela brasileira”, de Silas de Oliveira. Vale destacar ainda a versão instrumental do choro “Um a zero”, de Pixinguinha e Benedito Lacerda, com a pianista Maíra Freitas, e a segunda gravação (e que fecha o álbum) de “Filosofia de vida”, nas vozes de Martinho da Vila e de Ana Carolina. Em suma, “Filosofia de vida” funciona como um bom souvenir do documentário. Os fãs vão gostar. Mas para o ouvinte mais eventual de Martinho da Vila, talvez seja mais jogo procurar um outro CD do sambista, como o ao vivo “3.0 Turbinado” (1999) ou o ótimo tributo a Noel Rosa, “Poeta da cidade”, lançado no início desse ano.

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“Reimagines Gershwin” – Brian Wilson
O que Brian Wilson e os irmãos George e Ira Gershwin têm em comum? A genialidade, diriam alguns. Mas agora, há mais outra coisa em comum: o álbum “Reimagines Gershwin”, que o ex-Beach Boy colocou nas lojas no início desse mês. No total, são 14 faixas de autoria dos Gershwin e que Brian Wilson regravou ao seu estilo. Dessas 14 faixas, duas são parcerias mesmo entre George Gershwin e Brian Wilson, eis que não estavam finalizadas, cabendo a Wilson dar os retoques finais. O resultado oscila durante a audição. Comecemos pelas duas parcerias (“The like in I love you” e “Nothing but love”), que configuram dois grandes momentos, que poderiam estar em qualquer álbum clássico dos Beach Boys, com os seus lindos arranjos vocais e melodias naquele velho estilo que fez a fama da banda. Já as quatro faixas pescadas da ópera “Porgy and Bess” (“Summertime”, “I loves you Porgy”, “I got plenty O’ nutin’” e “It ain’t necessarily so”) são as mais fracas de “Reimagines Gershwin”. Talvez pelo fato de o tom formal da ópera não ter combinado muito com o estilo pop de Wilson. As coisas voltam a entrar nos eixos na bossa “’S Wonderful” (será que Brian Wilson anda ouvindo muito o “Amoroso”, de João Gilberto?) e em “They can’t take that away from me” e “I got rhythm”, que trazem o melhor resumo do que seria uma música dos irmãos Gershwin interpretada pelos Beach Boys. Simplesmente fantástico. “Love is here to stay”, “I’ve got a crush on you” e “Someone to watch over me”, por sua vez, poderiam ter ficado mais interessantes. Mas no final das contas, o saldo é (bem) positivo.

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“Mrs. Lennon” – Vários Artistas
Odiada por muitos e amada por poucos, Yoko Ono ficou mais conhecida como “a pessoa que separou os Beatles”. Ela pode até ter tido a sua responsabilidade pelo fato. Mas a verdade é que dificilmente o quarteto de Liverpool prosseguiria junto por muito tempo com a morte de Brian Epstein. Ademais, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr não eram mais apenas “os caras do bar”, e os seus egos já estavam do tamanho do céu. Enfim, uma boa forma de redimir Yoko Ono é ouvir o CD “Mrs. Lennon”, que o selo Discobertas, de Marcelo Fróes, colocou nas lojas. São 16 faixas escritas por Yoko e interpretadas por 16 cantoras brasileiras, da experiente Cida Moreira a novata Hevelyn Costa, passando por Zélia Duncan, Silvia Machete, Kátia B, Angela Ro Ro, entre outras. Como geralmente acontece nesse tipo de projeto, há muitos altos e baixos. Mas, felizmente, os altos superam os baixos. Pra começar, vale destacar a comovente interpretação voz & piano de Cida Moreira para “Mrs. Lennon”. Zélia Duncan enche “Goodbye sadness” de delicadeza, enquanto Marília Barbosa & Pelv’s fazem os alto-falantes berrar em “Move on fast”. Angela Ro Ro deu novas (e boas) luzes a “It happened”, e Kátia B encheu “Walking on thin ice” de bossa. Por sua vez, Voz Del Fuego deixou “Kiss kiss kiss” quase ininteligível com os seus sintetizadores e baterias programadas. A dupla Tetine também pecou com a versão modernosa demais de “Why”. Mas, no fim das contas, “Mrs. Lennon” é uma boa introdução à obra da nem sempre compreendida Yoko Ono.

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Abaixo, a faixa de abertura do álbum “The final frontier”, do Iron Maiden.

22 de mai. de 2010

Wagner, Taupin, Moz, Zé Rodrix, Rambo, Elton John, Artie Shaw, Ro Ro & Cazuza, Stones, Rock in Rio Lisboa, Metallica, Slayer, Anthrax, Megadeth, Roth

Às vezes acontece alguma coisa que eu paro tudo o que estou fazendo. Uma delas é o lançamento de algum livro do Philip Roth. Quando sai alguma coisa nova dele, eu chego até mesmo a parar um outro livro no meio, o que é raríssimo. E isso aconteceu exatamente nessa semana. Ao mesmo tempo em que estava imerso na obra de Nelson Rodrigues, também lia "Invisível", novo romance de Paul Auster. Mas eis que chega "A humilhação", de Philip Roth. Sou fã dele já deve ter uns oito anos, quando li "Pastoral americana". Depois, devo ter lido uns dez livros de sua autoria, sendo que os que mais gostei foram "A marca humana", "Homem comum", "Complô contra a América" e "Indignação". Este último saiu no Brasil no ano passado, e durou só um dia na minha mesa de cabeceira. O mesmo conteceu com "A humilhação". Curtinho (102 páginas), o livro fala sobre um ator de renome que, de repente, "perde" o seu talento. Altamente psicológico, o romance é denso, e não acho que seja o mais apropriado para alguém se iniciar na obra de Philip Roth. Obviamente, não tenho a mínima condição de fazer uma crítica ou resenha de qualquer obra de Roth. E o propósito aqui não é esse. Como já escrevi, eu apenas gosto de compartilhar as minhas leituras semanais com vocês. Quem tiver interesse, pode ler a bela entrevista que Philip Roth concedeu à Folha de S.Paulo. Saiu hoje no jornal, e a íntegra pode ser lida aqui.

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UMA MÚSICA PARA O FINAL DE SEMANA: Em homenagem à Zé Rodrix, "Sobradinho".



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Fãs do Metallica, Slayer, Anthrax e Megadeth podem comemorar. Os quatro gigantes do metal participarão das sete datas do Sonisphere Festival, que rola agora no verão europeu. E o melhor de tudo é que o show em Sofia (Bulgária) será filmado e transmitido em alguns cinemas espalhados pelo mundo, no dia 22 de junho. A notícia ruim (e que não chega a ser novidade) é que o Brasil ficou de fora dessa. Resta torcer pelo DVD. Mais detalhes aqui.



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Deve ser terrível viver num país como esse...

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Quer saber como foi a abertura do Rock in Rio Lisboa ontem? Aqui e aqui.

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Esse documentário sobre o rock de Brasília deve ser duca.

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Será que ainda teremos um álbum de inéditas dos Rolling Stones? Don Was, que produziu alguns álbuns dos Stones, disse ao Spinner que a banda possui mais de 300 horas de material inédito. Ele fez essa descoberta nas pesquisas para a edição de luxo do "Exile on main st.", já lançado no Brasil. Pelo jeito, o baú está recheado. Que isso não desanime a banda a gravar material novo.

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Quer ouvir um show de Angela Ro Ro super-mega-hiper raro com participação especial de Cazuza? Está logo aqui. Foi gravado em 1988, no Morro da Urca. Peguei a dica no blog do Antônio Carlos Miguel.

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E para finalizar, amanhã comemoramos o centenário de um dos grandes jazzistas de todos os tempos. Arnold Jacob Arshawsky, ou simplesmente Artie Shaw, nasceu a 23 de maio de 1910, em Nova York, e se tornou um dos grandes clarinetistas da história do jazz. As suas interpretações para clássicos como “Begin the beguine”, “Stardust”, “Carioca” e “Summertime” são simplesmente antológicas. Todas elas estão no ótimo CD “Highlights from self portrait”, que eu recomendo aqui.



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Voltando para a música, amanhã também comemoramos o aniversário de um dos álbuns mais importantes de Elton John. “Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy” foi lançado no dia 23 de maio de 1975. O repertório do disco é primoroso, veja só: “Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy”, “Tower of babel”, “Bitter fingers”, “Tell me when the whistle blows”, “Someone saved my life tonight”, “(Gotta get a) Meal ticket”, “Better off dead”, “Writing”, “We all fall in love sometimes” e “Curtains”. Tenho aqui uma edição especial desse álbum que vem com um CD com o show dessa turnê no estádio de Wembley. “Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy” é tão bom, que Elton John tocava todas as suas músicas, na ordem, durante os shows da turnê.

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Agora vamos continuar no cinema, mas no dia 23 de maio, quando o filme “O iluminado” completa 30 anos. Não tinha como dar errado mesmo. “O iluminado” foi baseado no livro homônimo de Stephen King, dirigido por Stanley Kubrick e estrelado por Jack Nicholson. Resultado? Um dos filmes mais assustadores que eu já vi.



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Vamos partir agora para o cinema? Bom, se você tem na faixa dos 30/35 anos deve se lembrar muito bem quando “Rambo II” estreou nos cinemas. Na época, era muito mais difícil ir ao cinema. Você não comprava ingresso pela internet, não tinha 2.247 salas à sua disposição, a tela não era tão grande, o som falhava toda hora... Mas eu acho que era muito mais divertido. Hoje faz 25 anos que “Rambo II” estreou. Eu me lembro que assisti no cinema. Só não sei como consegui entrar... Hahaha… Aliás, “what most people call hell, he calls home.”



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Parece que foi ontem, mas hoje completa um ano que Zé Rodrix nos deixou morrendo de saudades. Aquela bola que rolava no tempo dos nossos sonhos continua rolando. Mas com muito menos graça.



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Ah, e como não iria me lembrar do aniversário de Steven Patrick Morrissey? Eu não vou nem gastar tinta aqui com o Moz. Por favor, com o tempo que você perderia lendo as minhas bobagens, ouça a música logo abaixo.



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“Goodbye yellow brick road”, “Philadelphia freedom”, “Sacrifice”, “Don’t let the sun go down on me”, “Your song”, “Tiny dancer”, Rocket man”... Conhece todas essas canções, né? São do Elton John, né? Opa, sim, são. Mas não somente dele. Elton John fez todas essas músicas, mas as letras são de Bernie Taupin. E esse letrista sensacional completa hoje 60 anos. Volta e meia, ele e Elton John brigam, e vai cada um para o seu canto. Mas parece que um não vive sem o outro. Em 2006, Bernie Taupin ainda faturou um Globo de Ouro pela música “A Love that will never grow old” (do filmaço “O segredo de Brokeback Mountain”), na voz de Emmylou Harris.



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Então vamos logo... O que tem de importante nesse dia 22 de maio, hein? Sabe quem nasceu no dia do apicultor? Para começar, o monumental (não encontrei adjetivo mais grandioso) Richard Wagner. Nascido a 22 de maio de 1813, Wagner compôs óperas como “Tristão e Isolda”, “Parsifal”, “Lohengrin” e “Tannhäuser”. E isso sem falar no “Anel do Nibelungo”, cujas 16 horas são divididas em 4 partes. (Ainda tiro um período sabático só para estudar essa ópera mais a fundo.) Ainda não decidi a trilha sonora do meu enterro, mas, certamente, o prelúdio de “Tristão e Isolda” seria uma boa pedida.



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E ae pessoal! Sabadão, hein? Demorou, mas chegou. E sabe qual é a boa de hoje? Jogar botão com o afilhado! Hahaha... E depois ver a final dessa Champions League. Como não tem Barcelona, vou de Bayern de Munique.