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24 de out. de 2010

Resenhando: Vanessa da Mata, Neil Young, Adriana Partimpim, Leonard Cohen, Zeca Pagodinho

“Bicicletas, bolos e outras alegrias”– Vanessa da Mata
Sempre quando ouvia algum álbum da Vanessa da Mata, tinha algo que me incomodava. Não sabia exatamente o que era. Certamente não era a sua voz, nem as suas composições, e nem a sonoridade de suas músicas. Então, o que seria? Na primeira audição de “Bicicletas, bolos e outras alegrias”, eu descobri. Faltava punch, se é que vocês me entendem. Em seus trabalhos anteriores, a impressão que eu sempre tinha era que Vanessa poderia ir muito além, mas ficava presa a certos padrões pré-estabelecidos. E isso não acontece em seu novo álbum, que chegou às lojas na semana passada. Resultado? “Bicicletas, bolos e outras alegrias” já é, fácil, fácil, um dos melhores álbuns lançados em 2010. Contando com a produção de Kassin, e com músicos fantásticos como Donatinho (teclados), Gustavo Ruiz, Fernando Catatau (ambos na guitarra) e Stephane San Juan (percussão), o álbum é riquíssimo musicalmente, repleto de referências, como acontece em “Bolsa de grife”, tropicalista até a alma, com uma guitarra a la Lanny Gordin. “Fiu fiu” com a sua levada mais funkeada também é outro belo destaque (saca a letra de Vanessa da Mata: “Nós não nos entendemos como antes / Eles adoram mulheres air bag / E nós emagrecemos para as amigas / Inimigas todas”), assim como a faixa-título. Para terminar, uma parceria da própria Vanessa com Gilberto Gil, “Quando amanhecer”, com a participação do baiano, na voz e no violão. Em suma, um disco que talvez só não seja tão delicioso quanto o “Bolo da Vó Sinhá”, cuja receita está no encarte do CD. Eu provei, e é muito bom.

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“Le noise” – Neil Young
Que Neil Young é chegado a gravar uns álbuns estranhos, isso não é segredo para ninguém. Nos anos 80, a sua gravadora chegou até a processá-lo, por entregar um disco completamente fora dos padrões esperados. “Le noise”, que saiu lá fora há umas duas semanas, entra no rol desses trabalhos estranhos. Esqueça a Crazy Horse ou qualquer outra banda com aqueles amigos de Neil Young. Em “Le noise”, o barulho mesmo só sai da guitarra, do violão e da garganta do compositor canadense. São apenas oito faixas espalhadas em 38 minutos. Mas é o suficiente. Da raivosa faixa de abertura, “Walk with me”, cheia de guitarras distorcidas, até a soturna “Rumblin’”, Neil Young desfia a delicada “Peaceful valley boulevard” (que lembra até as coisas de “Harvest”, de 1972), transborda energia na antológica “Hitchhiker”, e destila o seu veneno em “Love and war”, quando prova que não é necessário berrar tanto para dar mais uma pancada na política belicista norte-americana. Com a produção de Daniel Lanois, Neil Young gravou um de seus álbuns mais estranhos... e mais substanciosos. Certamente a gravadora não terá do que reclamar.

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“Dois é show” – Adriana Partimpim
Adriana Calcanhotto sempre tratou os seus fãs com muito respeito, gravando álbuns sofisticados, e apresentando shows que vão além da ideia do disco originário. E pode-se dizer que Adriana Partimpim segue os mesmos passos de sua “mentora”. Após dois álbuns de estúdio e um DVD, Partimpim chega agora com “Dois é show”, registro audiovisual do show do álbum “Dois” (2010). Exagero lançar um DVD logo agora? Ainda mais repetindo as mesmas músicas dos três trabalhos anteriores (a única exceção é “Um leão está solto nas ruas”, de Rossini Pinto, e que foi sucesso na voz de Roberto Carlos, na época da Jovem Guarda)? Pode parecer que sim, mas não é o caso. Em “Dois é show”, Partimpim vai muito além dos registros anteriores, dando muito mais peso a canções como “Baile Particumdum” (da própria e de Dé Palmeira), que virou um legítimo frevo sensacional. Ou então em “Lig-lig-lig-lé” (Oswaldo Barbosa / Paulo Barbosa), muito mais encorpada que nas duas gravações anteriores. A cenografia do espetáculo merece um comentário a parte. Em um palco decorado cheio de brinquedinhos e instrumentos fofos, Adriana Partimpim se transforma em robô, em bailarina (com uma saia de guarda-chuva bem original, durante “Ciranda de bailarina”, de Chico Buarque e Edu Lobo) e ainda vai embora voando do palco, no melhor estilo Michael Jackson – a comparação foi inevitável, perdoem-me. Não dá nem para notar a ausência do sucesso “Fico assim sem você”, que está apenas nos extras do DVD, fora, portanto, do roteiro original do show. A Samba Filmes, como de costume, foi primorosa na edição do vídeo, com tomadas de imagens de muito bom gosto. E a banda que acompanha Partimpim... Moreno Veloso, Davi Moraes, Alberto Continentino, Rafael Rocha e Domenico Lancellotti dispensam maiores apresentações. Taí, essa menina Partimpim tem futuro.

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“Songs from the road” – Leonard Cohen
Leonard Cohen é daquele tipo de artista genial que não se coça muito para gravar material novo. Quando precisa de uma graninha, sai em turnê com shows que beiram as três horas de duração, canta todos os seus sucessos, e lota as casas de espetáculo e estádios pelos quais passa. Em 2008, ele lançou o CD duplo e DVD “Live in London”, com a íntegra de uma dessas apresentações, na O2 Arena. Cohen deleita a plateia com um punhado de clássicos do nível de “Hallelujah”, “Suzanne”, “I’m your man”, “Sisters of mercy”, “So long, Marianne” etc. etc. etc. Agora é a vez de “Songs from the road”, CD/DVD/BD só lançados lá fora até agora, e que apresentam doze canções apresentadas na mesma turnê. Algumas se repetem no “Live in London”, como “Closing time” e “Bird on the wire”. As execuções das mesmas também é praticamente a mesma nos dois discos. Então, qual a diferença? A principal mesmo é o fato de ser Leonard Cohen. Se isso não for o bastante para você, junte o fato de cada música ter sido gravada em um local diferente, de Israel à Finlândia, passando pela Suécia, Alemanha e Estados Unidos, na já mítica apresentação de Leonard Cohen no Coachella Musica Festival de 2008 (sinta no vídeo a arrepiante interpretação para “Hallelujah”). Acresça a isso as músicas que não fizeram parte de “Live in London”, como “Famous blue raincoat”, “Avalanche”, “The partisan” e uma versão animal de “Waiting for the miracle”. Você continua achando que não vale dar uma olhadinha em “Songs from the road”?

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“Vida da minha vida” – Zeca Pagodinho
Pode ter certeza que, daqui a muitos e muitos anos, quando alguém for eleger o top 5 de Zeca Pagodinho, o álbum “Vida da minha vida” fará parte dele. Desde o estouro do sambista com “Verdade”, lá no finalzinho da década de 90, sinto que os seus álbuns são gravados de forma industrial, seguindo certas fórmulas de mercado que já estavam cansando (com exceção do ótimo “Acústico MTV 2 – Gafieira”, de 2006). “Vida da minha vida” é diferente, como um álbum de samba dos velhos tempos. A voz de Zeca está muito mais bonita (a vida de avô, pelo jeito, tem lhe feito bem), e até mesmo a ideia de gravar um sambão antigo de Gilson (“Poxa”) caiu muito bem. O que poderia sugerir oportunismo acaba se transformando em pura sinceridade nos versos “Poxa / Como foi bacana te encontrar de novo”. “Vida da minha vida”, certamente, apresenta a melhor seleção de sambas já gravados por Zeca Pagodinho. “Hoje sei que te amo”, de Nelson Rufino, é daquele tipo de samba que já nasce clássico: “Vem matar a saudade que está me matando / Ameniza, por Deus, esse meu padecer / Foi preciso perder pra saber que eu te amo / Saber que eu não posso viver sem você”. Letra simplesinha, né? Mas ouça só a música. “Encanto de paisagem” (de Nelson Sargento, e com participação do mesmo) faz uma ode aos morros, e “Quem passa vai parar” (uma espécie da sambossa) conta com a voz de Alcione. Destaque também para “Um real de amor”, de Fagner e Brandão, e que já havia sido gravada pelo cantor cearense junto com Zeca Baleiro, no projeto conjunto dos dois, em 2003. Zeca deu nova vida à canção, que, diga-se de passagem, ficou bem melhor na sua voz. E mesmo apelando para aquele tipo de personagem fanfarrão que sempre aparece em seus discos (agora é a vez de “O garanhão” e de “O puxa-saco”), a peteca não cai em “Vida da minha vida”. “Poxa / Como foi bacana te encontrar de novo...”

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Em seguida, “Bolsa de grife”, a melhor faixa de “Bicicletas, bolos e outras alegrias”, de Vanessa da Mata:

21 de set. de 2010

Schopenhauer, Leonard Cohen, Liam Gallagher, Jaco Pastorius, Green Day, Bill Murray, M.I.A., Djavan, Pavement, Of Montreal

O Of Montreal, que vem ao Brasil para se apresentar no Planeta Terra, no dia 20 de novembro, está apresentando, em alguns de seus shows um medley com músicas de Michael Jackson ("Thriller", "Wanna be startin' somethin'" e "P.Y.T."). Será que rola aqui no Brasil?



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O Pavement foi ontem ao programa "The Colbert Report" e tocou "Gold soundz". Quer ver o vídeo?

http://www.colbertnation.com/



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E que tal o novo videoclipe de Djavan, hein? O vídeo é bacana. Só não dá pra entender a escolha de "Palco", a faixa mais fraca do CD "Ária". Aliás, dá pra entender sim... Afinal, "Palco" é a música mais famosa do CD, né?



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O novo videoclipe de M.I.A., "Story to be told", não é tão polêmico quanto "Born free". Aliás, ele não é nem um pouco polêmico. Aliás, ele é chato pra dedéu... Mas a quem interessar...



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Partindo para o cinema, agora vou falar aqui de Bill Murray, grande ator, que hoje, completa 60 anos redondinhos. Engraçado que o Bill Murray, pelos menos para nós, brasileiros, é aquele tipo de ator que nem é dos mais importantes, mas, se você notar, ele participou de, pelos menos, uns cinco filmes inesquecíveis. Alguns exemplos? "Tootsie" (1982), "Os caça-fantasmas" (1984), "A pequena loja de horrores" (1986), "Nosso quarido Bob" (1991), "Ed Wood" (1994), entre outros. Ele também integrou o elenco do Saturday Night Live, entre 1977 e 1980. Ah, e sabe qual é a honra maior? O Gorillaz fez uma música com o seu nome!



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Uma vez eu escrevi que o Green Day, na minha opinião, é punk de butique. Recebi umas duzentas mensagens, pelo Twitter, me xingando de tudo o que é nome. Bom, mantenho aqui a minha opinião. Punk para mim é Ramones, The Clash e Sex Pistols - apenas para ficar com alguns. Mas o fato de não curtir Green Day não me impede aqui de lembrar que hoje faz seis anos que eles lançaram "American idiot", o álbum mais importante de sua carreira. A faixa-título, "Jesus of Suburbia", "Holiday" e "Wake me up when september ends" foram os principais sucessos do álbum, que vendeu mais de 15 milhões de cópias no mundo todo, desde o seu lançamento. "American idiot" originou o CD/DVD ao vivo "Bullet in a bible" (2005) e um musical na Broadway, que estreou no início desse ano.



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Um dos maiores baixistas de todos os tempos deve ser reverenciado hoje. De comportamento bipolar, Jaco Pastorius foi morto em consequência de uma briga, na Flórida, logo após um show do Santana, no dia 21 de setembro de 1987. Ele ainda ficou dez dias em coma, mas não resistiu. Pastorius gravou bons discos em sua carreira solo (especialmente "Word of mouth", de 1981), e também participou da banda Weather Report (entre 1976 e 1983), além de ter tocado em álbuns de gente como Pat Metheny, Al Di Meola e Herbie Hancock. Definitivamente, faz falta.



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Hoje também temos o aniversário de outra figura bem... digamos... singular na música. Liam Gallagher, ex-Oasis e atual Beady Eye, faz 38 anos hoje. E os fãs ainda não sabem qual é a dele. O Oasis acabou, o Beady Eye é apenas (ou nem é ainda) uma promessa, e Liam Gallagher é um dos maiores frontman da história do rock - os leitores da Q o elegeu o maior de todos os tempos, a frente de Freddie Mercury, uns cinco meses atrás. Não sei se chega a tanto, mas, de qualquer forma, parabéns pra ele.



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Bom dia, pessoal! Nossa, fiquei surpreso quando constatei que hoje faz 150 anos da morte de Arthur Schopenhauer. Não li nada a respeito sobre ele recentemente. E, na rápida folheada que dei nos jornais hoje, também não vi nada. Será que se esqueceram da efeméride?? Bom, pelo menos eu não me esqueci. E também não me esqueci que o grande trovador, cantor, compositor, poeta e músico Leonard Cohen, que completa 76 anos hoje. Compositor de clássicos como "Suzanne", "Bird on the wire", "So long, Marianne" e "Dance me to the end of love" (a minha preferida!), ele andou meio sumidão nos anos 90, mas, de uns quatro anos pra cá, o cara saiu em uma turnê que rodou boa parte do mundo, e originou dois DVDs: "Live in London" (2008) e "Songs from the road" (que saiu lá fora na semana passada, também em BD).



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"A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende."
(Arthur Schopenhauer - 22/02/1788 / 21/09/1860)

21 de jun. de 2010

Nélson Gonçalves, Chediak, Byrds, Cocoon, Platini, Botafogo, Collins, Skank, Green Day, Radiohead, Bono, Beach Boys, Leonard Cohen, Phoenix, Maroon 5

Muito interessante o "MTV Unplugged" do Phoenix. Curto e simples.


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Quem também anuncia novo álbum para o ano que vem é o grande Leonard Cohen. Este será o primeiro álbum de inéditas do compositor canadense. A maioria de suas canções foi composta antes de Leonard sair na grande turnê que aconteceu entre 2008 e 2009, e gerou o CD/DVD "Live in London". O cantor ainda disse ao Guardian que o álbum deverá ter 10 ou 11 canções. O último trabalho de inéditas dele foi "Dear Heather", lançado em 2004. No ano passado, Leonard Cohen chegou a anunciar ao site Spinner que estava se aposentando.

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O Radiohead que me desculpe, mas, para mim, a grande notícia do dia foi dada pelo Las Vegas Sun. O jornal da Califórnia informa que Brian Wilson vai se juntar aos Beach Boys, depois de décadas e décadas de brigas e processos judiciais. A ideia é colocar Wilson, Mike Love e Al Jardine em cima do palco, na turnê comemorativa dos 50 anos da banda.

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Aos interessados, vale a pena dar uma lida na última coluna de Bono para o New York Times. Nela, o compositor fala sobre o "Domingo sangrento" de Dublin, em janeiro de 1972.

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E finalmente parece que o sucessor de "In rainbows" (2007) vem aí em breve. O Radiohead pretende lançar um novo álbum ainda em 2010. O guitarrista Ed O'Brien revelou à BBC que o álbum será "diferente do que fizemos na última vez". O que é que vem, hein?? Como o Radiohead deve lançar o álbum pela internet mesmo, não deve demorar muito para ele estar disponível.

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Quem também deu um show de longa duração no mesmo dia 19 de junho foi o Green Day. O vocalista Billie Joe Armstrong classificou a apresentação da banda como "the biggest show of their fucking lives". No roteiro de 40 (isso mesmo, QUARENTA!) músicas, em duas horas e cinquenta minutos, além dos sucessos e das canções de "21st century breakdown", o Green Day mostrou covers de "Sweet child o' mine" (Guns n' Roses), "Highway to hell" (AC/DC), "Iron man" (Black Sabbath), "(I can't get no) Satisfaction", "Paint it black" (ambas dos Rolling Stones) e "Hey Jude" (Beatles).



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O Skank gravou DVD/CD/BD no último sábado, no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Não fui ao show, mas bem que gostaria de ter ido. Considero o Skank a banda mais digna da geração 90 do rock brasileiro, e "Cosmotron" (2003), para mim, é o melhor álbum brasileiro dos anos 00. Como o projeto era retrospectivo, a banda mineira mandou muito bem, ao tocar por três horas, e não deixar (quase) nenhum sucesso de fora. Se o artista estiver divulgando um novo trabalho, com um roteiro alinhavado, tudo bem fazer um show mais coeso. Mas, a partir do momento em que o show é anunciado como retrospectivo, o Skank fez o que tinha que ser feito. Sem frescura. Muito bacana. Tomara que saia tudo no DVD. Se tirarem alguma música, será uma bola fora. O repertório do show, que eu pesquei na internet, foi esse aqui: "Mil acasos", "Um mais um", "É uma partida de futebol", "Esmola", "Pacato cidadão", "Uma canção é pra isso", "É proibido fumar", "Presença", "Amores imperfeitos", "Ainda gosto dela", "Noites de um verão qualquer", "Jackie Tequila", "Balada do amor inabalável", "Acima do sol", "De repente", "Três lados", "Vou deixar", "Garota nacional", "Sutilmente", "Vamos fugir", "Saideira", "Resposta", "Dois rios", "Te ver", "Tanto", "A cerca", "Canção noturna", "O beijo e a reza", "Ali" e "Tão seu". "De repente" e "Presença" são duas parcerias inéditas de Samuel Rosa e Nando Reis. E o Skank divulgou um trechinho dessa primeira nesse vídeo abaixo.



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Também apostando em songbooks no melhor estilo Rod Stewart, Phil Collins divulgou o repertório de seu novo álbum, "Going back" (capa acima), com sucessos da gravadora Motown, que chegará às lojas no dia 13 de setembro. As faixas são as seguintes: "Girl (Why you wanna make me blue)", "(Love is like a) Heatwave", "Uptight (Everything's alright)", "Some of your lovin'", "In my lonely room", "Take me in your arms (Rock me a little while)", "Blame it on the sun", "Papa was a rolling stone", "Never dreamed you'd leave in summer", "Standing in the shadows of love", "Do I love you", "Jimmy Mack", "Something about you", "Love is here and now you're gone", "Loving you is sweeter than ever", "Going to a go-go", "Talkin' about my baby" e "Going back". Alguém leva fé?

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Apesar de todos esses acontecimentos importantes para a seleção brasileira, acho que o dia 21 de junho tem um significado ainda mais importante para os botafoguenses. Isso porque foi no dia 21 de junho de 1989, que o Botafogo saía de uma fila de 21 anos sem título. O gol foi de Maurício, e a escalação completa do Botafogo, nessa partida, foi a seguinte: Ricardo Cruz, Josimar, Wilson Gottardo, Mauro Galvão e Marquinhos; Vítor, Carlos Alberto Santos e Luisinho (substituído por Mazolinha); Maurício, Paulinho Criciúma e Gustavo. No lado do Flamengo (que era comandado por Telê Santana, tinha Bebeto, Zico, Zinho, Leonardo, Aldair, o goleiro Zé Carlos, além de Renato Gaúcho). Eu me lembro que, após o jogo, nem fiquei triste. Peguei o telefone, liguei para o meu avô e dei os parabéns. Tadinho, ele já devia estar com saudades de ver o seu time campeão...



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Exatos 16 anos depois do tri, também no México, foi dia de tristeza para a torcida brasileira. Nas quartas de final, o Brasil foi eliminado pela França. No tempo normal, o jogo foi um a um (gol do Careca para o Brasil, e do aniversariante Platini para a França). Zico ainda perdeu um pênalti durante a partida. Após mais um empate na prorrogação, o Brasil perdeu a vaga na semi-final na disputa por pênaltis. O mais irônico é que em 1998 e em 2006, o Brasil também perdeu para a França, carrasco-mor da nossa seleção. Pelo menos, ao que parece, a França já rodou nessa Copa da África...



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Mas se o Platini não ganhou a Copa, outros tiveram melhor sorte. E no dia 21 de junho de 1970, portanto há 40 anos, era a vez de Calos Alberto Torres levantar a taça Jules Rimet pelo tricampeonato do Brasil. Outro dia, vendo o filme oficial dessa Copa no México, fiquei impressionado com a sua alta qualidade (bem diferente dessa Copa xôxa da África do Sul). Acho que nela aconteceram os dois melhores jogos de todos os Mundiais: a final que o Brasil ganhou de quatro a um da Itália, e a antológica semi-final, na qual a Alemanha Ocidental foi derrotada por quatro a três pela Itália. Saca só o time do Brasil na final de 40 anos atrás: Félix, Carlos Alberto Torres, Brito, Piazza e Everaldo; Gérson e Clodoaldo; Pelé, Rivelino, Tostão e Jairzinho. Tá bom pra você?



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Agora vamos falar de que? Copa do Mundo, hehe... Tinha que ser, né... E, olha, o dia 21 de junho é cheio de coisas interessantes. Pra começar, em 1955 nascia um daqueles grandes craques, que está na galeria dos maiores de todos os tempos: Michel Platini. Líder de uma geração vitoriosa nos anos 80, Platini faturou a Eurocopa de 1984, e defendeu a França nas Copas do Mundo de 1978 (eliminada na primeira fase), 1982 (4ª colocação) e de 1986 (3ª). Zidane fez justiça à geração de 80 na Copa de 1998, ao levantar a taça Copa do Mundo. Infelizmente, Platini não pôde fazer o mesmo. Azar da Copa do Mundo.



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Nós sempre elegemos alguns filmes que, mesmo que esteja passando pela trigésima vez na televisão, acabamos arrumando um jeito de assistir, ainda que seja só um pouquinho. São aqueles filmes que não cansam. E, por incrível que pareça, mesmo na décima vez que a gente assiste, é capaz de descobrir coisas novas. Um filme que entra nesse grupo, para mim, é "Cocoon", dirigido por Ron Howard. Não me canso de ver e rever aqueles velhinhos do asilo que ficam mais novos por conta da água da piscina. O roteirista teve imaginação. E o filme vingou. Tanto que, 25 anos após a sua estreia - que aconteceu no dia 21 de junho de 1985 - estamos aqui falando dele.



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Os fãs do The Byrds têm bons motivos para tirar a poeira do velho vinil e colocar para rodar hoje. E melhor ainda se esse velho vinil for "Mr. Tambourine Man", álbum de estreia da banda, e que, hoje, completa 45 anos. Na época, quem dominava as paradas de discos e singles eram os Beatles e os Rolling Stones. Mas eis que surgiu o The Byrds, que, já nessa sua estreia, deixou as duas bandas para trás, alcançando o topo dos mais vendidos da Billboard. A relação de faixas de "Mr. Tambourine Man" é a seguinte: "Mr. Tambourine Man", "I'll feel a whole lot better", "Spanish Harlem incident", "You won't have to cry", "Here without you", "The bells of Rhymney", "All I really want to do", "I knew I'd want you", "It's no use", "Don't doubt yourself, babe", "Chimes of freedom" e "We'll meet again".

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Se tivesse que fazer uma lista com, sei lá, as dez pessoas mais importantes para a divulgação da Música Popular Brasileira, não teria dívidas em incluir o nome de Almir Chediak nela. Além de grande violonista, Chediak editou songbooks dos principais artistas da MPB. No início, eram bonitos livros com as partituras das principais canções de gente como Tom Jobim, Caetano Veloso e Ary Barroso. Depois, além do livro, Almir Chediak começou a convidar diversos músicos para gravar o repertório do artista homenageado. Assim, por exemplo, foram lançados CDs com as obras de Noel, Chico Buarque, Tom, Edu, Djavan, Caymmi, tudo na voz de gente como Gal Costa, Maria Bethânia, Renato Russo, Tom Jobim, entre outros. Coisa fina mesmo. Por isso que fica aqui a nossa homenagem ao grande produtor, que, se vivo fosse, estaria completando 60 anos. Almir Chediak foi morto estupidamente em 2003. E, infelizmente, a sua ideia não foi levada adiante.

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E o que que tem para esse 21 de junho, hein? Para começar, vamos falar de uma das figuras mais interessantes da nossa música. Há 91 anos nascia Nélson Gonçalves, que imortalizou "A volta do boêmio", e foi o segundo cantor que mais vendeu disco no Brasil, ficando atrás apenas de Roberto Carlos. A história de Nelson Gonçalves daria um filme bem interessante. Tivesse nascido lá fora, certamente isso já teria acontecido. Nélson Gonçalves tem dois bons DVDs lançados, e que apresentam um bom aperitivo dessa figura tão única: "Ensaio" (gravado em estúdio, com direito a uma boa entrevista do cantor) e "Eternamente Nélson", com trechos de vários programas dos quais o artista participou na Rede Globo. Nélson Gonçalves morreu aos 78 anos, no dia 18 de abril de 1998.



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Opa! Bom dia pessoal. E como vamos nesse início de semana, hein? Hoje o tempinho ficou meia-bomba, bem diferente do fim de semana. Para animar, só a goleada de Portugal mesmo, que efz o que o Brasil deveria ter feito contra a Coreia do Norte na estreia. Mas, tudo bem, na sexta, a gente tira a prova dos nove. E acho que o Brasil ainda leva a melhor. Dureza só vai ser a Espanha nas oitavas. Agora, ao que parece, a Copa está começando a ficar divertida de verdade. E eu continuo na minha torcida para a Argentina. Sorry.

30 de jun. de 2008

THE VERVE, LEONARD COHEN, GOLDFRAPP, THE ZUTONS E NEIL DIAMOND SÃO OS DESTAQUES DA TERCEIRA NOITE DE GLASTONBURY

O festival de música pop mais importante da Europa foi encerrado ontem com um show considerado antológico da banda The Verve. Mas antes da banda headliner do Pyramid Stage, principal palco do festival, vários outros artistas pisaram nos diferentes palcos de Glastonbury. O veterano cantor Leonard Cohen emocionou o público, assim como Neil Diamond, outro veterano que, recentemente, chegou ao primeiro lugar das paradas britânica e norte-americana, com o seu disco “Home After Dark”. As bandas Goldfrapp e The Zutons foram outras que surpreenderam.




O The Verve aproveitou o seu show para mostrar algumas canções novas de “Forth”, novo álbum da banda, previsto para sair em agosto. Durante o espetáculo, o vocalista Richard Ashcroft relembrou o show de Jay-Z na noite anterior: “Um grito para Jay-Z pelo bom espetáculo, mas hoje a noite é de rock n’ roll!”. Entre as canções inéditas, o The Verve tocou “Sit And Wonder” e "Love Is Noise". Antigos sucessos, como “History”, “Drugs Don't Work”, “Lucky Man” e “Bitter Sweet Symphony (vídeo acima)” também estiveram presentes no roteiro.

Durante a apresentação, o vocalista agradeceu aos organizadores do festival pela chance de sua banda encerrar a noite. “Eu gostaria de agradecer a Emily Eavis por ter nos convidado para tocar em Glastonbury. Eu espero que o seu pai [Michael Eavis, principal organizador do festival] agora tenha compreendido porque ela nos chamou. Eu acho que Michael estava com um pouco de medo, porque não somos tão bons quanto o Keane”, ironizou Ashcroft.

O repertório do show foi o seguinte:
1) “This Is Music”
2) “Sonnet”
3) “Space And Time”
4) “Sit And Wonder”
5) “History”
6) “Life's An Ocean”
7) “Velvet Morning”
8) “Rolling People”
9) “Drugs Don't Work”
10) “Lucky Man”
11) “Bitter Sweet Symphony”
12) “Love Is Noise”




Poucos momentos antes do Verve, o cantor Leonard Cohen protagonizou um show emocionante no mesmo Pyramid Stage. O cantor de 73 anos, que não permitiu que a BBC gravasse o seu show (sob o argumento de que ficaria nervoso), cantou, entre 16 canções, “Hallelujah”, o seu principal sucesso (vídeo amador acima). Durante a execução do mesmo, o sol estava se pondo, proporcionando um belo visual em Glastonbury. Em certo momento, Cohen alterou a letra original da canção (“I told the truth / I didn't come here to fool ya”) para “I told the truth / I didn't come to Glastonbury to fool ya”. Outros sucessos do compositor canadense também tiveram a sua vez, entre eles, “Who By Fire”, “Suzanne” e “So Long, Marianne”.

O set-list da apresentação foi o seguinte:
1) “Dance Me To The End Of Love”
2) “The Future”
3) “Ain't No Cure For Love”
4) “Bird On A Wire”
5) “Everybody Knows”
6) “Who By Fire”
7) “Hey, That's No Way To Say Goodbye”
8) “So Long, Marianne”
9) “Tower Of Song”
10) “Suzanne”
11) “Hallelujah”
12) “Democracy”
13) “I'm Your Man”
14) “Closing Time”
15) “Anthem”
16) “First We Take Manhattan”



A banda Goldfrapp também fez uma boa apresentação no Pyramid Stage, na noite de ontem (foto acima). A excêntrica formação da banda (um harpista, três backing-vocals, um violinista, guitarristas, tecladista e percussionista) agradou ao público, que respondeu bem a canções como “A&E” e “Happiness”, as duas primeiras do repertório. Durante a música “Little Bird”, duas dançarinas subiram ao palco com uma dança bastante sensual. Em “Happiness”, quatro dançarinos fizeram o mesmo. O encerramento do set do Goldfrapp ocorreu com a canção “Strict Machine”.

Eis o repertório do show:
1) “Utopia”
2) “A&E”
3) “You Never Know”
4) “The Goodwill”
5) “Clowns”
6) “Little Bird”
7) “Number One”
8) “Happiness”
9) “Ooh La La”
10) “Caravan Girl”
11) “Deep Honey”
12) “Strict Machine”




Já no Other Stage, o principal destaque foi a banda The Zutons, que contou com a participação especial de Mark Ronson durante o show. O produtor tocou guitarra na canção “Valerie”, composta pela banda e que já fez enorme sucesso na voz de Amy Winehouse. Antes de cantar a música, o líder do conjunto, Dave McCabe, perguntou: “Alguém aqui conhece Amy Winehouse?”. Após o efusivo aplauso da platéia, McCabe disse: “Para tocar essa canção conosco, o cara que fez essa música ser o que é, Mark Ronson”.

O The Zutons também dedicou uma canção ao grupo The Raconteurs, que já havia tocado em Glastonbury, na noite anterior. “Alguém assistiu ao The Raconteurs ontem? Nosso baterista aprecia muito o Jack White. Então esta é para ele”, disse antes de cantar “You Will You Won’t Live” (vídeo acima).




Assim como Leonard Cohen, o veterano cantor Neil Diamond também agradou à platéia, em sua maioria jovem, do Pyramid Stage. Apesar dos problemas técnicos que ocorreram durante o seu show, Diamond soube contorná-los com a sua experiência. Tanto que a canção “Sweet Caroline” proporcionou o maior coro do festival (vídeo acima).

O maior problema aconteceu durante a execução da música “Done Too Soon”, durante a qual o som desapareceu completamente. Entretanto, a platéia não parou de gritar “Neil!Neil! Neil!”, durante o momento de silêncio. Pouco antes, o cantor disse que faria o seu melhor no palco, porque gostaria de ser chamado para outras edições de Glastonbury. Além de velhos sucessos como “Forever In Blue Jeans”, “I'm A Believer” e “America”, Neil Diamond também cantou a faixa-título de seu mais recente trabalho, “Home After Dark”.

O roteiro do show segue abaixo:
1) “Cracklin' Rosie”
2) “Holly Holy”
3) “Beautiful Noise”
4) “Cherry, Cherry”
5) “Thank The Lord For The Night Time”
6) “Red Red Wine”
7) “You Got To Me”
8) “Home After Dark”
9) “Pretty Amazing Grace”
10) “Crunchy Granola Suite”
11) “Done Too Soon”
12) “Forever In Blue Jeans”
13) “I'm A Believer”
14) “America”
15) “Sweet Caroline”