*****
*****
*****
*****
*****
*****
*****
*****

*****
*****
Foram 14 anos longe dos palcos do Rio de Janeiro, mas os cariocas presentes no Teatro Municipal na noite de ontem, lavaram a alma. A alegria da platéia e de João Gilberto era tão grande, que, lá no finalzinho do show, o público cantou “Chega de Saudade” com João Gilberto como se estivesse em qualquer barzinho. E João gostou tanto, a ponto de dizer “agora não quero mais ir embora”.
Mas antes de “Chega de Saudade”, muita água rolou no (já histórico) show de João Gilberto. Com 50 minutos de atraso, João entrou no palco e, de cara, mandou “Você Já Foi à Bahia?”. Ao final, ele falou apenas uma frase: “Dorival Caymmi, vocês sabem, né?”. Após, João simplesmente repetiu a canção em um andamento um pouco mais lento. O tributo ao compositor baiano que faleceu há oito dias continuou nas duas canções seguintes, “Doralice” e “Rosa Morena”.
Após a linda homenagem a um de seus mestres, João Gilberto retomou o roteiro que já havia apresentado nos dois concertos que realizou em São Paulo na semana passada. Assim, seguiram-se “13 de Ouro” (que causou risos na platéia com a sua letra que fala de uma nega macumbeira que tem um 13 de ouro pendurado no pescoço), “Meditação” (a primeira música Bossa Nova propriamente dita do roteiro) e “Preconceito”.
O momento mais aplaudido da noite veio logo em seguida, com “Samba do Avião”. Não se sabe se João Gilberto se enrolou mesmo na letra – o início da música foi praticamente instrumental – ou se ele estava apenas tentando reinventá-la. Mas fato que João repetiu a letra da canção cinco vezes, em uma versão que ultrapassou os seis minutos de duração. Provavelmente foi um pedido de desculpas ao carioca por tantos anos de ausência dos palcos da cidade: “Minha alma canta / Vejo o Rio de Janeiro / Estou morrendo de saudades / ... / Este samba é só porque / Rio, eu gosto de você”.
João deu continuidade a homenagem à Cidade Maravilhosa cantando um medley (como já havia feito em São Paulo) que uniu três canções da “Sinfonia do Rio de Janeiro”, de Billy Blanco e Tom Jobim. Os últimos singelos quatro versos cantados por João Gilberto resumiam a noite no Municipal: “Rio de Janeiro / Que eu sempre hei de amar / Rio de Janeiro / A montanha, o sol e o mar”).
Tom Jobim ainda foi lembrado no roteiro, com as pérolas “Lígia” (mais uma vez, João não cantou o nome da musa da canção), “Caminhos Cruzados” e “Corcovado”. Dizer que esta última foi outra das mais aplaudidas da noite chega a ser desnecessário... Em seguida, foi a vez de “Disse Alguém”, versão que Haroldo Barbosa fez para “All Of Me” (de Seymour Simons e Gerald Marks), e que não tem muito costume de estar presente no repertório dos shows de João.
Mas se o Rio de Janeiro foi homenageado em São Paulo, a recíproca também ocorreu no Teatro Municipal. “Chove Lá Fora” e “O Nosso Olhar”, dos paulistas Tito Madi e Sérgio Ricardo, respectivamente, foram apresentadas em seguida. Ambos os compositores ainda foram homenageados por João, ao final de “O Nosso Olhar”, com uma curta e carinhosa frase: “Grande Tito Madi, grande Sérgio Ricardo, meus grandes amigos”. Após, foi a vez de “Wave”, mais um clássico de Jobim, muito aplaudido pelo público.
“De Conversa Em Conversa”, que João cantou no Carnegie Hall mas deixou de fora no Auditório Ibirapuera, deu continuidade ao espetáculo que, antes do bis, ainda teve uma versão sublime de “Desafinado”, a italiana “Estate” (uma das mais belas interpretações da noite) e “Isso Aqui o Que É”. Curioso notar que esta última foi a única concessão que João Gilberto fez ao repertório de Ary Barroso. “Morena Boca de Ouro” e “Pra Machucar Meu Coração”, que fizeram parte dos shows em São Paulo, ficaram de fora. Denis Brean e a sua “Bahia com H” também não deram as caras no Municipal. E Janet de Almeida, com a sua "Pra Que Discutir com Madame?", ainda não foi lembrado em nenhum dos quatro shows que João realizou esse ano. Certamente foi uma opção de João Gilberto de mostrar que, dessa vez, o grande homenageado da noite seria Dorival Caymmi.
E o mestre baiano foi relembrado mais uma vez no bis. Logo após “Aos Pés da Cruz” e “Da Cor do Pecado”, João Gilberto cantou uma tocante versão de “Você Não Sabe Amar”. Antes, porém, “desculpou-se” com a platéia: “ Com licença, mas vou cantar mais uma do Dorival Caymmi”.
No longo bis, ainda teve espaço para uma homenagem ao grupo vocal Os Cariocas, que, segundo João, são “os professores do vocal”. O violonista ainda citou os nomes de Ismael Neto e Waldir Viviani antes de cantar “Tim Tim Por Tim Tim” imitando o conjunto do Rio de Janeiro. Depois foi a vez de “Chega de Saudade”, com direito à platéia cantando baixinho, no mesmo andamento de João, que sorriu o tempo todo. Ao final, João Gilberto citou o nome de Severino Filho, outro integrante d’Os Cariocas e que ele havia se esquecido anteriormente. Em mais uma homenagem ao grupo vocal, João cantou um trechinho de uma outra canção do conjunto.
Repentinamente, e para surpresa do público, João Gilberto interrompeu a canção e falou: “Eu ouvi um sussurrinho no ‘Vai minha tristeza...’ e gostei muito. Vamos fazer de novo?”. Bem que João tentou cantar a música, mas as vozes das pessoas na platéia calaram o baiano, que se contentou em fazer apenas o acompanhamento no violão e um discreto vocal, como em um karaokê de luxo. Após terminar toda a letra da música, João cantarolou “outra vez”, e aí não teve mais jeito. A platéia explodiu em um aplauso que abriu um raro sorriso de orelha a orelha no rosto de João. (Nesse momento, a única coisa que restava era fechar os olhos e pensar como a Música Popular Brasileira é a música mais linda do mundo.)
Ao final do karaokê, João Gilberto aplaudiu a platéia, que também bateu palmas para o baiano por dois longos minutos. “Agora não quero mais ir embora”, foi a única frase que João Gilberto conseguiu pronunciar após o histórico momento. E seguiu com um convite: “Vamos cantar ‘Garota de Ipanema’?”. Mais uma vez, para deleite de João, o público o acompanhou no coro, embora um pouco mais discreto.
Em seguida, João Gilberto ameaça se levantar, mas falou: “Eu disse que ia, mas não vou”. E foi a vez do ‘grand finale’ com “O Pato”, na qual ainda pediu ajuda ao público (ou melhor, às aves): “Cadê vocês? Quém! Quém! Quém! Quém!”.
Provavelmente, o público está cantando o ‘quém quém’ até agora. Só esperemos que não tenhamos que aguardar por mais 14 anos para assistir novamente a um show de João Gilberto no Rio de Janeiro. Histórico do início ao fim.
Em entrevista concedida neste último fim de semana a Ricardo Schott, do Jornal do Brasil, Lobão criou mais algumas polêmicas. Com a sua sempre afiada língua, dessa vez sobrou para João Gilberto, a Bossa Nova e para o ex-Ministro da Cultura Gilberto Gil. O estilo de vida dos cariocas também não foi poupado.
Quando Schott comentou sobre a gravação feita por João Gilberto da canção “Me Chama” (de autoria de Lobão), o compositor carioca respondeu: “Na verdade ele assassinou a música, né? Cortou até o ‘nem sempre se vê lágrimas no escuro’, porque não entendeu. Tem que dessacralizar esse cara e essa coisa da bossa nova, que não passa de uma punheta que se toca de pau mole. Não tem ninguém que o João Gilberto tenha chamado mais para ir na casa dele do que eu. E eu nunca fui”.
A seguir, discorreu sobre o estilo musical criado por João Gilberto. “Bossa nova é uma língua morta, assim como essas bandas de choro e samba que existem hoje, que ficam tocando naquele lugar sujo que é a Lapa. Tem que parar com essa coisa de ficar lambendo o saco de ‘universotário’ marxista branquelo, essa coisa ‘loser’ manos, petista, que virou maioria no Brasil. Porque o Brasil é o país da culpa católica, um país em que se valorizam as pessoas feias”.
Sobre Gilberto Gil, Lobão também não deixou por menos. “O Gil, cara... isso vem, para mim, antes de ele ser ministro. Ele é falso, vem com aquele discursinho de ‘a rebimboca da parafuseta’ e não fala coisa com coisa. E ficam as pessoas falando ‘Nossa, você viu como ele é culto, como fala bem?’. O Gil não fala nada, enrola todo mundo. O Caetano é que é legal. A gente já brigou muito mas ele vai lá, fala, se defende”.
A entrevista completa pode ser lida no site do Jornal do Brasil.
Antes de o show começar, no saguão do Auditório Ibirapuera só era possível ouvir uma única indagação: “Será que hoje ele atrasa que nem ontem?”. Bom, que nem ontem não atrasou (e, pelo menos, quando as portas do auditório se abriram, o palco, ao contrário da noite anterior, já estava montado), mas o público ainda teve que esperar uma hora exata até João Gilberto subir ao palco. Diferentemente da noite de 5ª feira, a platéia inteira se levantou para aplaudir o violonista de pé. Durante um minuto, João foi ovacionado e permaneceu de cabeça baixa. Ele se sentou na cadeira e, em seguida, se levantou. Puxou a cadeira um pouquinho para trás. Sentou-se novamente.
Quando ameaçou dar o primeiro acorde em seu violão, parou, olhou a platéia e desandou a falar. “Ontem disseram que eu cheguei atrasado porque estava jantando. Eu tenho o maior respeito por São Paulo. Jamais deixaria São Paulo para jantar. Eu nem jantei, engoli”. A platéia não sabia se ria ou ficava em silêncio. Na dúvida, aplaudiu. Em seguida, João falou sobre o grupo Titulares do Ritmo, que fez sucesso na década de 50. “Os Titulares do Ritmo estão aqui. Eles são sensacionais. Vou cantar uma música que eles cantavam”. Provavelmente fora do roteiro original, João Gilberto cantou “Dor de Cotovelo” (“Eu tenho uma dor de cotovelo por você / Eu quero lhe dizer que é a razão do meu sofrer”), canção gravada pelo grupo em 1952. Em seguida, sem nenhum motivo aparente, cantarolou a melodia de “Odeon”, de Ernesto Nazareth, e disse que a canção é “linda”.
Com “Os Pés da Cruz”, o roteiro do show começou a ser delineado de verdade. A canção foi a mesma que iniciou o show da noite anterior. Após uma interpretação perfeita, e sem o barulho dos cliques dos fotógrafos (e nem do computador sendo desligado...), João dobrou a manga de sua camisa e disse que a tinha comprado “hoje”. Em seguida, voltou a falar sobre São Paulo. “São Paulo, I love You. É o amor”. Após, (acredite se quiser!), João tocou o famoso acorde da canção de Zezé di Camargo e Luciano e cantou “É o amor...”, provocando risos na platéia. Pena que a sua interpretação para essa música tenha ficado apenas nesse verso...
Logo depois, foi a vez da rara “13 de Ouro”, também apresentada no show da noite anterior. Ao seu término, João voltou a falar sobre o atraso da noite anterior. “Disseram que eu atrasei porque estava jantando. Quando soube dessa notícia, eu vim correndo e engoli tudo”. Risos na platéia e João deu o assunto por encerrado, emendando “Wave”, “Caminhos Cruzados” e “Doralice”.
Já que não dava mais para falar sobre o atraso, João Gilberto resolveu expressar o seu amor ao Japão (país onde fará três shows em novembro). E – pasmem! – cantou uma canção absolutamente inédita, escrita por ele, em homenagem ao Japão. A letra mistura inglês, francês, japonês e português e a sua melodia é belíssima. João falou que era a primeira vez que a apresentava em público, e que gostaria de tê-la guardado até os shows no Japão, mas não resistiu. Ainda bem... Um momento histórico assim se desenhou no Auditório Ibirapuera.
Em seguida, João retornou o roteiro do show aos trilhos e mandou “Meditação” e “Preconceito”. Depois, inicia mais um diálogo com o público. “Sempre colocam água aqui, mas eu nunca bebi cantando...”, disse para em seguida ameaçar beber a água no gargalo da garrafa.
O concerto teve continuidade com “Disse Alguém”, “O Pato” (“Tão bonitinhos os patinhos”, comentou ao final da canção), “Corcovado” e “Samba do Avião”. E o próximo lugar a ser homenageado pelo violonista baiano foi o Rio de Janeiro (aonde se apresentará no próximo dia 24). “Hino Ao Sol”, “Abertura” e “O Mar”, todas da “Sinfonia do Rio de Janeiro”, composta por Tom Jobim e Billy Blanco, foram lembradas em um medley. A terceira do trio é especialmente bela: “Onde o mar, o mais velho / Habitante da areia / O mais íntimo amigo / De tanta sereia”.
Outras canções que já haviam sido apresentadas na noite de ontem (“Ligia”, “Você Já Foi à Bahia?”, “Rosa Morena”, “Morena Boca de Ouro” e “Desafinado”) deram continuidade ao show. Entretanto, algumas mudanças na ordem do roteiro podiam ser notadas, como “Chove Lá Fora”, “Da Cor do Pecado” e “Bahia com H”, que saíram do bis e fizeram parte do roteiro original da segunda noite.
Mais uma surpresa da apresentação foi a inclusão de “Ave Maria No Morro”, composição de Herivelto Martins, ausente na primeira noite. E, após “Chega de Saudade” (em todas as apresentações, esta canção sempre nos dá a nítida impressão de que, 50 anos depois, João ainda está buscando algo novo nela), foi a vez de uma singela homenagem a cidade de São Paulo. E a canção eleita – na verdade, uma poesia de Vinícius de Moraes – foi “Dobrado de Amor a São Paulo”. A sua letra (“São Paulo quatrocentos anos / E eu coitado, quatrocentos desenganos de amor / Eu daqui não saio mais, de São Paulo / Isto aqui está bom demais, em São Paulo”) emocionou até quem não era paulista.
Após, foi a vez de “Isso Aqui o Que É”, que, assim, como na noite anterior, João Gilberto omitiu o “ôô” após o “isso aqui”. Detalhes, apenas detalhes que dão mais um recheio a viagem de se assistir a um show de João Gilberto.
O violonista se levanta da cadeira, agracede ao público que, mais uma vez, o aplaude de pé. Um minuto depois retorna e ataca com “Samba de Uma Nota Só” e “Guacyra”. Dessa vez, quem ficou esperando por “Garota de Ipanema”, saiu decepcionado. Mas ninguém reclamou.
Abaixo, o roteiro do segundo show de João Gilberto em São Paulo:
1) “Dor de Cotovelo”
2) "Aos Pés da Cruz"
3) "13 de Ouro"
4) "Wave"
5) "Caminhos Cruzados"
6) "Doralice"
7) (Música inédita em homenagem ao Japão)
8) "Meditação"
9) "Preconceito"
10) "Disse Alguém"
11) "O Pato"
12) "Corcovado"
13) "Samba do Avião"
14) “Hino Ao Sol / O Mar”
15) "Lígia"
16) "Você Já Foi à Bahia"
17) "Rosa Morena"
18) "Morena Boca de Ouro"
19) "Desafinado"
20) “Chove Lá Fora”
21) "Estate"
22) “Da Cor Do Pecado”
23) “Bahia Com H”
24) "Não Vou pra Casa"
25) “Ave Maria No Morro”
26) “Pra Machucar Meu Coração”
27) "Chega de Saudade"
27) “Dobrado de Amor a São Paulo”
28) “Isso Aqui o Que É"
29) "Samba de uma Nota Só"
30) "Guacyra"
Cotação: *****
Mais informações:
Resenha do show de Nova York
Resenha do primeiro show em São Paulo
Não bastaram os cinco anos sem um show de João Gilberto em São Paulo, e o público teve que esperar por mais uma hora e quarenta minutos além do horário para ouvir o primeiro acorde de “Aos Pés da Cruz”. Marcado inicialmente para as nove horas da noite, o palco de João Gilberto só começou a ser montado às 22h25. A equipe do técnico de som japonês Ken Kondo subiu ao palco e, em menos de quatro minutos, já estava tudo pronto: um tapete acústico, uma cadeira, um apoio para os pés, dois microfones e uma mesinha com uma garrafa d’água, um copo e uma toalha preta enrolada.
Às 22h30, a terceira companhia soou no Auditório Ibirapuera e o telão com o anúncio da companhia de telefone patrocinadora da casa desceu. Dois minutos depois, o historiador musical (e curador do projeto dos 50 anos de Bossa Nova) Zuza Homem de Mello subiu ao palco para lembrar que fazia 50 anos e 35 dias que João Gilberto tinha gravado “Chega de Saudade” nos estúdios da Odeon, bem como agradecer ao Banco patrocinador do projeto. Aí sim, às 22h35, João Gilberto (“o nosso artista maior”, nas palavras de Zuza) é finalmente anunciado. Segurando o braço do violão, ele entra timidamente no palco e sussurra: “Desculpe o atraso. Não costumo atrasar, mas cheguei ontem de Nova York e atrasei. Desculpem-me”.
A primeira canção do roteiro foi “Aos Pés da Cruz”. Tudo normal, o som muito bom, somente atrapalhado pelos cliques das máquinas de fotografia dos profissionais que cobriam o show. Até que aquele famoso barulhinho que é ouvido quando desligamos nossos computadores estronda nos alto-falantes. O público fica tenso, mas João (parece que) nem reparou. A canção seguinte é uma surpresa. Inédita na voz de João, “13 de Ouro”, de Herivelto Martins e Marino Pinto, deu um gostinho na platéia do tipo ‘bem que poderia sair o CD desse show...’.
“Wave” e “Caminhos Cruzados”, duas pérolas absolutas de Tom Jobim, deram continuidade ao show, para, em seguida, João falar confusamente e agradecer a Henry Maksoud, dono da famosa cadeia de hotéis. A varanda do hotel foi tão elogiada que João parou de falar e começou a bater palmas. Após, disse que somente o progresso é capaz de fazer com que coisas como essa varanda sejam construídas. Ninguém na platéia entendeu direito, mas omo era João falando, muita gente aplaudiu.
Três canções que sempre estão presentes nos shows do violonista baiano deram continuidade ao show: “Doralice”, “Meditação” e “Preconceito”. Em seguida, uma surpresa efusivamente aplaudida. “Disse Alguém”, versão que Haroldo Barbosa fez para “All Of Me” (Seymour Simons e Gerald Marks), raramente é apresentada ao vivo por João e, realmente foi um momento mágico do concerto.
Com a platéia na mão, João emendou “O Pato”. Impressionante notar como absolutamente todas as versões de João Gilberto (seja a de estúdio, as inúmeras ao vivo, ou as apresentadas em seus shows) para essa música são diferentes. Uma canção aparentemente simples e que é sempre desconstruída por João, seja na mudança do andamento musical, seja na mudança da entonação de alguma sílaba da letra. Coisas que só mesmo um gênio é capaz de fazer.
Em seguida, Tom Jobim é relembrado novamente em “Corcovado”, “Samba do Avião” (com a palavra “aterrar” substituída por “chegar”, como já havia sido feito no show do Carnegie Hall, em Nova York, em junho passado) e “Ligia” (que teve, mais uma vez, o seu nome excluído da letra da canção). Nessa música, que talvez tenha sido a mais aplaudida da noite, era visível a alegria de João Gilberto ao tocá-la. A dramaticidade da letra transformou-se em alegria e, em alguns momentos, era possível notar João Gilberto dando um sorriso maroto.
Mas se o maestro Jobim teve seu espaço no show, João também não deixou de pagar tributo a outro de seus grandes mestres. Dorival Caymmi foi lembrado com mais dois clássicos de seu repertório, “Você Já Foi à Bahia?” (outro momento da noite que pôde ser chamado de mágico) e “Rosa Morena”. E, claro, Ary Barroso também foi lembrado, com a sua brilhante “Morena Boca de Ouro”, em uma versão curtíssima.
Aliás, curioso notar que, diferentemente dos shows que fazia no início dessa década, João primou pela economia. Quem teve a oportunidade de assistir ao concerto que ele fez em São Paulo no extinto Tom Brasil da Vila Olímpia, no ano 2000 – durante o qual ele repetia incansavelmente as letras das canções –, com certeza se lembra da versão de 12 minutos de duração para “Saudosa Maloca”. Ou então de “Bolinha de Papel”, que tinha a sua letra repetida, no mínimo, seis vezes. Mas, dessa vez, as canções não duraram mais do que dois minutos e meio. João limitou-se a cantar somente uma vez a letra de cada música.
“Desafinado”, no entanto, foi uma exceção. João Gilberto repetiu a sua letra duas vezes. E o público não se importaria se ele a repetisse quinze vezes, sempre em busca da versão perfeita. A italiana “Estate” deu continuidade ao show, sendo certo que esta foi a única canção do roteiro cantada em língua estrangeira. “Não Vou Pra Casa” foi a deixa para que o público notasse que o espetáculo estava chegando ao fim. E, após “Chega de Saudade” e “Isso Aqui o Que É”, João se levantou com o seu violão e foi embora.
Foram 20 canções em 57 minutos de show. Lógico que, no caso de João, o tempo não tem importância, mas o público queria mais. E menos de um minuto depois, João retornou ao palco. O bis fez relembrar os antológicos shows da turnê “Paratodos”, de Chico Buarque, quando ninguém sabia a que horas ia para casa.
Pensando bem, o bis de João Gilberto nem pode ser chamado de bis. Foram nove canções em mais 30 minutos de show. Praticamente um novo show... E a primeira apresentada é logo uma surpresa. “Chove Lá Fora” é uma verdadeira raridade na voz de João Gilberto. E a canção ainda foi repetida após o elogio de João ao seu autor Tito Madi. Em seguida, foi a vez de o baiano rasgar seda para outro compositor. Sérgio Ricardo (chamado por João de ‘anjo’) foi lembrado com “O Nosso Olhar”, outra que, provavelmente, João nunca tinha cantado em público (favor me corrijam se eu estiver errado).
Outro amigo de João foi homenageado em seguida. A frase “Denis Brean, meu amigo que já foi pro céu” foi a introdução de “Bahia com H”, uma das músicas mais bonitas do cancioneiro brasileiro (“Ah! Já disse um poeta / Que terra mais linda não há / Isso é velho e do tempo que a gente escrevia Bahía com H”). Nesse momento, João falou que conheceu Brean nos estúdios da TV Excelsior. Foi correndo até ele e disse que achava linda a música. A resposta foi curta e grossa: “Nunca fui à Bahia”. João Gilberto falou no show que Brean tinha medo de viajar. Canção devidamente repetida após os comentários e João Gilberto finalizou enfático: “Denis Brean é paulista de Campinas”.
Muito falante, João continuou o papo com a platéia e, dessa vez, resolveu elogiar o seu médico de voz. “Quando se perde a voz, o problema não é só cantar. A gente não consegue nem fazer ‘hum’. Se perguntarem se o filme foi bom, não dá para responder ‘hum hum’”. Risos da platéia e João emenda com outro clássico de seu repertório. “Da Cor do Pecado” foi composta por Bororó, mas, na verdade, já foi devidamente apropriada por João há décadas. E Bororó certamente está orgulhoso.
“Retrato Em Branco e Preto” e “Samba de Uma Nota Só” relembraram Tom Jobim mais uma vez, e “Guacyra”, com a sua letra falando em despedida (“Eu vou-me embora / Mas eu volto outro dia / Virgem Maria / Tudo há de permitir / E se ele não quiser / Eu vou morrer cheio de fé”) fez o público imaginar que seria o fecho de ouro do espetáculo. Mas João ainda pescou mais outra preciosidade do fundo de seu baú. “Pra Machucar Meu Coração” foi outro momento marcante da noite, e o encerramento com “Garota de Ipanema” fez todo mundo do Auditório Ibirapuera imaginar que aquilo que estava acontecendo era apenas uma sonho.
E era sonho de verdade.
Abaixo, o roteiro do primeiro show de João Gilberto em São Paulo:
1) "Aos Pés da Cruz"
2) "13 de Ouro"
3) "Wave"
4) "Caminhos Cruzados"
5) "Doralice"
6) "Meditação"
7) "Preconceito"
8) "Disse Alguém"
9) "O Pato"
10) "Corcovado"
11) "Samba do Avião"
12) "Lígia"
13) "Você Já Foi à Bahia"
14) "Rosa Morena"
15) "Morena Boca de Ouro"
16) "Desafinado"
17) "Estate"
18) "Não Vou pra Casa"
19) "Chega de Saudade"
20) “Isso Aqui o que É"
21) "Chove Lá Fora"
22) "O Nosso Olhar"
23) "Bahia com H"
24) "Da Cor do Pecado"
25) "Retrato em Branco e Preto"
26) "Samba de uma Nota Só"
27) "Guacyra"
28) "Pra Machucar Meu Coração"
29) "Garota de Ipanema"
Cotação: *****
Mais informações:
Resenha do show de Nova York
Resenha do segundo show em São Paulo
Os pesquisadores sobre determinado assunto costumam ter um certo fetiche por datas. Com relação à Bossa Nova, gênero musical que revolucionou a Música Popular Brasileira no final dos anos 50, não poderia ser diferente. E já que muitos entendidos no assunto, apesar de muitas controvérsias, resolveram estipular o ano de 1958 como marco zero da Bossa Nova – foi nesse ano que Elizete Cardoso lançou o álbum “Canção do Amor Demais”, que tinha duas faixas com o violão de João Gilberto, inclusive a seminal “Chega de Saudade” –, estamos aqui, em 2008, comemorando os 50 anos desse gênero musical que faz tanto sucesso nos quatro cantos do planeta.
E faz tanto sucesso, que no domingo, dia 22/06, João Gilberto lotou o mítico Carnegie Hall (foto acima), em Nova York, para um show em que o público – na maior parte, norte-americano – comungou durante uma hora e cinqüenta e cinco minutos ao som de grandes clássicos do cancioneiro brasileiro (incluindo, obviamente, as canções que fizeram a história da Bossa Nova) juntamente com o seu criador.
Apesar de muita gente ter duvidado de que João Gilberto iria mesmo subir ao palco do Carnegie Hall, com apenas cinco minutos de atraso, o violonista foi ovacionado de pé pelo público por mais três minutos. A primeira canção, “Doralice”, foi uma pequena introdução que mais serviu para que o som (questão sempre problemática nos shows de João) fosse ajustado. No início da canção, quase nada se ouvia do que saía do palco. Assim, em “Chega de Saudade”, a segunda do roteiro, o som já estava bem melhor. Mas mesmo assim, era impossível se mexer nas poltronas do imponente teatro sem que o rangido das mesmas não atrapalhasse o espetáculo.
Mas João Gilberto estava, definitivamente, em uma ótima noite. Outras canções se seguiram (como “Corcovado”, “O Pato”, “Aos Pés Da Cruz”, “Caminhos Cruzados”, “Samba De Uma Nota Só”, “Estate”) até que João reclamou de “um ventinho na cabeça” que o estava deixando “um pouco afônico”. Como a reclamação foi em português, a platéia não entendeu o que estava realmente ocorrendo, mas mesmo assim ficou apreensiva com receio de algum rompante mais imprevisível de João Gilberto.
Como costuma fazer em seus shows, João mesclou canções da Bossa Nova (mais especificamente de Tom e Vinícius) com sambas antigos de Ary Barroso (“Morena Boca de Ouro”), Dorival Caymmi (“Você Já Foi à Bahia?”) e Haroldo Barbosa (“De Conversa Em Conversa”) e sambas-canções de Marino Pinto (“Aos Pés Da Cruz”) e novamente Ary Barroso (na comovente “Pra Machucar Meu Coração”). Duas canções em língua estrangeira também estiveram presentes no roteiro: “Eclipse”, em espanhol, e a italiana “Estate”.
Mas como não poderia deixar de ser, o show, cujo título era “50 Years Of Bossa Nova”, ficou mesmo centrado nas canções de Antonio Carlos Jobim, Vinícius de Moraes e Newton Mendonça. Grande parte das emblemáticas canções da Bossa Nova, como “Chega de Saudade”, “Corcovado”, “Desafinado” (a última do roteiro antes do bis) e “Garota de Ipanema”, foi interpretada por João Gilberto. O público, claro, não se mexia na cadeira e absorvia cada verso e cada batida de violão, como em um verdadeiro concerto de música clássica. Outras canções de Tom, como “Lígia”, “Samba do Avião”, “Este Seu Olhar” e “Wave” também foram executadas. Em algumas delas, João operou pequenas modificações, ora no andamento (em “Chega de Saudade”, chegou até a dar a impressão de que ele queria que o público cantasse com ele), ora nas letras (em “Lígia”, o nome da musa inspiradora não foi citado, e em “Samba do Avião”, o verbo “aterrar”, que às vezes é trocado por “pousar”, foi modificado novamente, dessa vez para “chegar”).
Já no bis, João Gilberto surpreendeu o público ao pedir licença para apresentar uma música que ele gostava muito de cantar quando era criança. Tratava-se da versão em português que João de Barro fez para o clássico norte-americano “God Bless America”, de Irving Berlin. A beleza da letra e da melodia emocionou tanto a brasileiros como a norte-americanos: “Deus salve a América / Terra de amor / Verdes mares / Florestas / Lindos campos cobertos de flor / Berço amigo / Da bonança / Da esperança / Do altar / Deus salve a América / Meu lar, meu lar”. A segunda canção do bis, e que encerrou o espetáculo, não poderia ser outra que não “Garota de Ipanema”. O público ainda tentou insistir que João voltasse ao palco, mas o anúncio de encerramento pelos alto falantes acabaram com a esperança.
Foram quase duas horas de um grande ritual. Se João cantasse por mais outras duas horas, com certeza ninguém iria reclamar. Até mesmo porque alguns clássicos de seu repertório, como “Isto Aqui o Que É?”, “Pra Que Discutir Com Madame?”, “Meditação”, “Bolinha de Papel” e “Aquarela do Brasil” acabaram ficando de fora.
Entre agosto e setembro, João Gilberto vai se apresentar no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Será uma grande oportunidade para os fãs brasileiros chegarem a mesma conclusão (cantada por Caetano Veloso na canção “Pra Ninguém”) dos norte-americanos que lotaram o Carnegie Hall: “melhor do que o silêncio só João”.
Abaixo, segue o roteiro completo do show apresentado por João Gilberto no Carnegie Hall:
1) “Doralice”
2) “Chega de Saudade”
3) “Corcovado”
4) “Morena Boca de Ouro”
5) “Preconceito”
6) “O Pato”
7) “Aos Pés da Cruz”
8) “Caminhos Cruzados”
9) “Samba de Uma Nota Só”
10) “Estate”
11) “Wave”
12) “Você Já Foi à Bahia?”
13) “Eclipse”
14) “Pra Machucar Meu Coração”
15) “Brigas, Nunca Mais”
16) “Bahia com H”
17) “Rosa Morena”
18) “Ligia”
19) “Este Seu Olhar”
20) “Samba do Avião”
21) “De Conversa em Conversa”
22) “Desafinado”
23) “Deus Salve a América” (“God Bless America”)
24) “Garota de Ipanema”
Cotação: *****
Roberto Medina pretende trazer o festival Rock In Rio novamente ao Brasil. Mas dessa vez em... São Paulo. O evento poderá ocorrer já no ano de 2010 no Parque Villa-Lobos, mesmo local onde foi apresentado o Cirque du Soleil. Medina afirma que já tem um forte grupo empresarial paulistano interessado em patrocinar o Rock In Rio – São Paulo.
+++++
Foram divulgadas as datas de início das vendas para os shows de João Gilberto em São Paulo. As vendas para os shows dos dias 14 e 15 de agosto, começam no dia 05 de agosto, pelo site da Ticketmaster. O encontro de Caetano Veloso e Roberto Carlos, no Rio de Janeiro (também no dia 15 de agosto) terá os ingressos vendidos a partir do mesmo dia 05 de agosto, só que pelo site da Ticketronics. Já os ingressos para o show de Caetano e Roberto em São Paulo começam a ser vendidos dia 14 de agosto, mas o site de vendas ainda não foi divulgado. Quanto aos ingressos para o show de João Gilberto no Rio de Janeiro, ainda não foram disponibilizadas maiores informações.
+++++
O novo CD do Rappa será lançado em agosto. O título do álbum ainda não foi revelado, mas o primeiro single, “Monstro invisível” já começa a tocar nas rádios na próxima 3ª feira.
+++++
A cantora Sheryl Crow anunciou que vai lançar no final do ano, um disco com canções natalinas. O álbum fará parte da série da gráfica Hallmark que, a cada ano, lança um CD de Natal interpretado por algum artista. James Taylor, Barry Manilow e George Strait foram os cantores que já emprestaram suas vozes para os clássicos de Natal da Hallmark.
+++++
A cantora Beyonce receberá 500 mil libras por um show. A apresentação será no festival de música da ilha de Bermuda. O cachê será de 250 mil libras, e a outra metade do valor total servirá para cobrir as despesas da artista. Além de Beyonce, Alicia Keys e UB40 participarão do festival.
+++++
O festival de Roskield, na Dinamarca, dará a sua largada hoje. Para a edição desse ano, estão prometidos os shows de Radiohead, Neil Young, Judas Priest, Slayer, Chemical Brothers e Jay-Z. Os brasileiros Orquestra Imperial e Spokfrevo Orquestra também se apresentarão no festival, que acontece entre hoje e domingo.
+++++
No dia 13 de julho, chegará às lojas o álbum “O Trovador Solitário” (capa abaixo). O disco traz registros solo de Renato Russo para futuros sucessos da Legião Urbana, como “Faroeste caboclo”, “Eduardo e Mônica”, “Que País É Este?” e “Eu Sei”.
O Cansei de Ser Sexy explicou o título de seu próximo álbum, “Donkey”, que será lançado no dia 21 de julho. A banda disse que a escolha do nome é uma referência a seu antigo empresário, que os obrigou a fazer uma turnê. “É uma expressão brasileira... Tipo ‘você é um idiota’. Tipo ‘nós temos um novo empresário, não somos mais idiotas’”, disse Adriano Cintra ao Observer. Após o término da última turnê do CSS, a banda brigou com o seu empresário e constituiu outros.
+++++
A banda Pearl Jam fechou a segunda noite do festival de Bonnaroo de um modo bastante diferente. Ao invés de tocar os seus grandes sucessos, como fazem as bandas que costumam se apresentar em festivais, o Pearl Jam aproveitou para mostrar raridades, lados B e versões para canções de outros artistas. Por exemplo, a primeira música do roteiro foi “Hard to Imagine”, uma balada que a banda praticamente não apresenta ao vivo. “W.M.A.” (vídeo abaixo) foi outra raridade do repertório, e que não era executada pela banda havia 13 anos. O Pearl Jam ainda apresentou dois covers: “Love Reign O’er Me” (The Who) e “All Along the Watchtower” (Bob Dylan). Vedder – que havia participado do show de Jack Johnson, na mesma noite, durante a canção “Constellations” —, como de costume, falou bastante de política, sobretudo a questão do aumento da gasolina, desde que George Bush foi eleito presidente dos Estados Unidos. E como não poderia deixar de ser, a banda também aproveitou para apresentar alguns sucessos, como “Black”, “Even Flow”, “Betterman” e “Corduroy”.
+++++
Depois de lançar, com grande sucesso, o CD e DVD “Amigo é Casa”, as cantoras Simone e Zélia Duncan vão fazer uma pequena turnê nacional. Os cariocas terão a oportunidade de ver o bom show das cantoras entre os dias 01º e 03 de agosto, no Canecão. Os ingressos já estão a venda, com valores de R$ 20,00 a R$ 120,00.
+++++
A edição do New York Times de hoje dedicou uma grande reportagem a João Gilberto. O jornal falou sobre os 50 anos da bossa-nova e, principalmente, sobre a questão judicial que impede o lançamento dos três primeiros discos de João Gilberto – “Chega de Saudade”, “O Amor, o Sorriso e a Flor” e “João Gilberto” – em CD. Pelo que se pode concluir da reportagem, o problema, infelizmente, está muito longe de ser resolvido. E, dessa forma, as pessoas ficam impossibilitadas de adquirir três dos discos mais importantes da história da música mundial. João Gilberto fará show em Nova York, no próximo domingo, no Carnegie Hall.
+++++
Paul McCartney fez um show na noite de ontem para um dos maiores públicos de sua carreira. Trezentas e cinqüenta mil pessoas foram assistir ao show do ex-Beatle, em Kiev, capital da Ucrânia. O concerto foi o maior da história do país, apesar da tempestade que caiu durante o show, que foi televisionado para toda a Ucrânia. No roteiro da apresentação, velhos sucessos como “Back In The USSR”, “Drive My Car”, “Penny Lane”, “Hey Jude”, “Let It Be” e “Live And Let Die” (vídeo abaixo). Artistas como Elton John e Rolling Stones já haviam se apresentado antes em Kiev, mas com públicos menores que o de McCartney.
+++++
A banda punk Sex Pistols encerrou ontem a segunda noite do festival Isle Of Wight. Durante o show, Lydon, como de costume, ameaçou matar o público, chamou a banda The Police de ‘cuzão’, bebeu licor na garrafa e homenageou o cantor Iggy Pop (com uma versão da canção “No Fun”) e o jogador de futebol Paul Gascoigne. A apresentação durou uma hora e meia, durante a qual a banda tocou sucessos como “God Save The Queen”, “Anarchy In The UK” e “Pretty Vacant”, que começou de forma mais pop e terminou como a versão original (vídeo abaixo). A edição 2008 do festival de Isle Of Wight termina hoje, com shows de bandas como Starsailor, The Kooks e The Police.
+++++
Chester Bennington, líder do Linkin Park desmentiu os boatos de que estaria indo para o Velvet Revolver. “Sou amigo de todos os caras do Velvet Revolver e toquei com todos eles antes. Eu também sou amigo do Scott Weiland [vocalista que foi expulso da banda]. Eu acho que esse boato aconteceu porque o Slash me perguntou se eu poderia participar de um show deles em Las Vegas, no mesmo momento em que Scott saiu da banda. Algumas pessoas acharam que esse convite significava que eu estava deixando o Linkin Park”, disse Bennington em entrevista à revista Kerrang!.
+++++
A banda The Offspring mostrou três novas canções que farão parte de seu próximo álbum, “Rise And Fall, Rage And Grace”, durante show na noite de ontem, no festival Download. As canções, que se chamam “Hammerhead”, “You’re Gonna Go Far Kid” e “Half Truism”, foram misturadas a velhos sucessos, como “Hit That”, “The Kids Aren’t Alright” e “Self Esteem”, em um repertório de 20 músicas. Abaixo, um podcast que a banda fez momentos antes do show, para a revista Kerrang!.