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7 de nov. de 2010

Resenhando: Rolling Stones, Nando Reis, David Bowie, Lenine, Dizzy Gillespie & Trio Mocotó

“Ladies & gentlemen”– Rolling Stones
O Rolling Stones é das bandas mais preocupadas em registrar a sua história para a posteridade. Entra turnê, sai turnê, e o que não falta é DVD e CD ao vivo. Os últimos boxes chegavam a conter três, quatro shows da mesma turnê. Exagero? Pelo menos em se tratando de Rolling Stones, claro que não. Mas havia uma lacuna importante nessa história audiovisual da banda: o vídeo que documentava a turnê norte-americana de divulgação do álbum “Exile on main st.”, de 1972. Faltava. Pelo menos lá fora, a ST2 já colocou nas lojas, em DVD e BD, “Ladies & gentlemen”, o tal vídeo que somente passou em algumas salas de cinema em 1974, e que mostra a banda, certamente em seu auge criativo, ao vivo no Texas. O áudio foi remasterizado e está tinindo. A imagem, às vezes, fica um pouco escura. Mas nada que tire o brilho desse documento tão importante. Em quase hora e meia, os Stones apresentam um roteiro de 15 músicas. Bom, 38 anos depois, todas elas já podem ser chamadas de clássicos. E é exatamente isso que deixa o vídeo ainda mais interessante: ver como a banda apresentava músicas, à época, pouco conhecidas, como “Tumbling dice”, “Happy” e “All down the line”, todas elas do recém lançado “Exile on main st.”. O resto do repertório? “Brown sugar” (a primeira do roteiro, em arrebatadora versão), “Midnight rambler”, a lindíssima “Dead flowers”, “Jumpin’ Jack Flash”, “Street fighting man”... Talvez esse “Ladies & gentlemen” seja o vídeo mais tosco, em termos de produção, dos Rolling Stones. Mas, sem dúvida, é o que melhor mostra o que essa banda – preciso dizer que é uma das três mais importantes de todos os tempos?? – fazia (faz) em cima de um palco.

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“Bailão do ruivão” – Nando Reis e Os Infernais
Quem não tem muito conhecimento da carreira de Nando Reis e pega o seu último CD/DVD “Bailão do ruivão”, não terá dúvidas em afirmar: “Nando Reis se vendeu”. Mas quem já foi a algum show do ex-integrante dos Titãs sabe muito bem que Nando Reis sempre gostou de apresentar algumas músicas, inusitadas para o público, mas em total consonância com a sua memória afetiva. Nando está cantando Wando no “Bailão do ruivão”? Ele já fez isso em vários shows da turnê de “A letra A”. Outras rolaram em algumas apresentações do “Drês” também. Aí o crítico mais chato vai indagar: “Ah, mas no ‘Bailão’ são 19 músicas assim, não?”. Sim, por isso que se trata de um projeto especial na carreira do ex-Titã. Projeto este que, é bom já deixar claro, talvez não agrade a todos os seus fãs, ainda mais depois do lançamento de um álbum tão substancioso quanto o “Drês”, de 2009. Gravado ao vivo no Carioca Club, em São Paulo, esse “Bailão do ruivão” pode passar, inicialmente, uma impressão de que Nando Reis escolheu um repertório cafona, como se estivesse querendo ironizar: “Se é isso que faz sucesso hoje em dia, é isso que vou cantar para vender disco”. Bom, apesar de um Calypso (“Chorando se foi”) aqui, um Wando (“Fogo e paixão”) ali, e um Genival Lacerda (“Severina Xique Xique”) acolá, Nando resgata boas canções de Rita Lee (“Agora só falta você”), Edson Trindade (“Gostava tanto de você”, sucesso na voz de Tim Maia), Bob Marley (“Could you be loved?”, com participação da banda Zafenate, do filho de Nando, Theodoro), Zé Ramalho (“Frevo mulher”) e Johnny Nash (“I can see clearly now”). De sua carreira solo, Nando Reis mostra “Do seu lado”, com Zezé di Camargo & Luciano, e ainda resgata “Bichos escrotos”, dos Titãs. Ao final do DVD fica a dúvida: “Será que o tal bailão é pra ser levado a sério?”. Bobagem pensar nisso. O mais importante é que ele diverte. E muito.

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“Station to station” (Edição especial) – David Bowie
Aposto que 90% dos bowiemaníacos não teriam dúvida em afirmar que o álbum “Station to station” (1976) está em qualquer top 5 do compositor britânico. Eu também não teria dúvidas. “Station to station” é um épico. Tem apenas seis músicas. Como se David Bowie quisesse mostrar que não é necessário mais que seis faixas para se fazer um álbum antológico. E ele conseguiu. “Station to station”, como sugere o próprio título, é um álbum de transição na carreira de David Bowie. Depois do rock no clássico “The rise and fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars” (1972), e em “Aladdin Sane” (1973) e “Diamond dogs” (1974), Bowie flertou de maneira forte com o soul em “Young americans” (1975). Quando os fãs imaginavam que Bowie iria descambar para esse lado, “Station to station” veio como uma surpresa. No álbum de 1976, o cantor misturava tantos ritmos como nunca havia feito em trabalho anterior nenhum. Soul (“Stay”), rock (“TVC 15”), pop (“Word on a wing”), disco (“Golden years”), tudo misturado (na faixa-título) de maneira brilhante. Tudo o que o pós-punk apresentou alguns anos depois, saca? Talvez tenha sido em “Station to station” que David Bowie criou o seu estilo de verdade. Assim, não chega a ser surpresa o fato de o cantor ter escolhido exatamente esse álbum para fazer uma edição bem especial. Além de um box exagerado com cinco CDs, três LPs e um DVD, saiu outro mais em conta (que é o que eu tenho), com o disco “Station to station” com a sua masterização analógica original, e um CD duplo com um show da turnê do álbum, gravado ao vivo no Nassau Coliseum, a 23 de março de 1976. O áudio do show estronda, e posso afirmar, com toda certeza, que se trata do melhor álbum ao vivo lançado por Bowie até aqui – e olha que ele tem um tal de “Stage” (1978) no currículo. São 15 músicas espalhadas em pouco mais de 80 minutos que chegam a ser hipnóticos. Músicas do álbum de estúdio recém lançado convivem com clássicos como “Suffragette city”, “Fame”, “Five years”, “Changes”, “Life on Mars?” (que bela versão!!), “Diamond dogs”, Rebel rebel”, “The Jean Genie”... Tudo isso com David Bowie em seu auge. Altamente recomendável para bowiemaníacos e futuro bowiemaníacos.

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“Trilhas” – Lenine
“Lenine.doc / Trilhas surgiu quando percebi que havia criado um repertório significativo de canções, compostas especificamente para determinados personagens em obras de diferentes veículos e criadores. É um projeto que está intimamente ligado ao exercício da composição. São músicas que povoaram trilhas de novelas, seriados, especiais de TV, cinema, dança e publicidade.” É dessa forma que Lenine apresenta o seu novo álbum, “Trilhas”. E é bom registrar que tal apresentação pode dar uma ideia errada do disco. Ainda mais quando nos lembramos daquelas coletâneas “Novelas” que a Som Livre volta e meia coloca nas lojas, com nomes de artistas que vão de Gal Costa a Roupa Nova. Diferentemente dessas coletâneas caça-níqueis, “Trilhas”, de tão hermético que é, pode ser considerado, um álbum de carreira de Lenine. Ele, inclusive, soa até mais sedutor do que “Labiata” (2008), último trabalho de inéditas do compositor pernambucano. “Trilhas” começa exatamente com “Aquilo que dá no coração”, música de abertura da novela “Passione”. Trata-se de uma das melhores composições de Lenine. Por quê? Porque mesmo tocando diariamente na TV, ela fica, a cada dia, mais gostosa de ser ouvida, com o seu arranjo fantástico de metais, obra de Serginho Trombone. Também de novela, “Agora é que são elas”, de 2003, apresenta um Lenine mais funkeado, assim como “Não faz mal a ninguém”, gravada para a novela “Sete pecados” (2007). O samba “Quatro horizontes”, parceria de Lenine com Pedro Luis (e com participação d’A Parede), para o filme “Diabo a quatro”, é uma das gravações mais deliciosas desse “Trilhas”. O coco “Como é bom a gente amar” (de autoria de Lula Queiroga, para o filme “A pessoa é para o que nasce”) também é outro grande momento, da mesma forma que “Diversidade”, feita especialmente para o ótimo especial “A terra dos meninos pelados”, musical infantil originalmente escrito por Graciliano Ramos, e que foi ao ar pela TV Globo no ano de 2003. Como faixa bônus, “Alpinista social”, música composta para a novela “Lua cheia de amor”, em 1990. Como diz Lenine no encarte, o “início de tudo”. Valeu a pena ter insistido.

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“No Brasil com Trio Mocotó” – Dizzy Gillespie & Trio Mocotó
Quando Dizzy Gillespie visitou o Brasil em 1974, gravou uma sessão com o Trio Mocotó no estúdio Eldorado. O álbum não foi lançado à época de sua gravação porque o editor Norman Granz a considerou não comercial. A fita estava perdida até o ano passado. Finalmente encontrada, foi digitalizada e lançada pela Biscoito Fino. Mas o caminho não foi nada fácil. Na fita não havia indicação de nada: data, músicos, nomes das faixas... Depois de um trabalho minucioso, o produtor, amigo e herdeiro de Dizzy, Jacques Muyal, conseguiu reunir todas as informações. Na verdade, a ideia inicial do criador do be-bop era outra: juntar cem ritmistas brasileiros e gravar um disco. Mas a gravadora Phillips considerou inviável colocar tanta gente dentro de um estúdio. Aí, os executivos sugeriram que Dizzy se reunisse com o grupo Os Originais do Samba. Após alguns ensaios, o trompetista acabou se entrosando mais com o Trio Mocotó, formado por Nereu Gargalo, João Parayba e Fritz Escovão. Só que o resultado acabou esquecido. “Ele [Dizzy] nunca mais deu notícia daquele disco. Uma vez nós o encontramos em Montreux, mas nem ele mesmo lembrava mais daquilo. Acho que não gostou”, disse João Parayba ao repórter Jotabê Medeiros em reportagem para o jornal O Estado de S. Paulo, publicada em maio de 2009. Se ele gostou ou não, vai ser difícil a gente descobrir a uma altura dessa. Mas o resultado daquelas longínquas sessões, que pode ser ouvido agora em “Dizzy Gillespie no Brasil com Trio Mocotó”, é, no mínimo, surpreendente. Dizzy e o Trio Mocotó fazem um “sambe-bop” da melhor qualidade, em faixas deliciosas como “Samba” e “Dizzy’s shout / Brazilian improvisation”, essa última com fortes ecos da Bossa Nova. Já “Behind the moonbeam” lembra, de longe, “Samba de uma nota só” misturada a “Samba do avião”, ambas de Antonio Carlos Jobim. Em “Evil gal blues”, vale destacar a participação da cantora Mary Stallings, anunciada nos anos 70, como “uma das prováveis sucessoras” de Ella Fitzgerald. O final, com “Rocking with Mocotó”, é uma verdadeira apoteose ao samba e ao jazz. Certamente nem os cem ritmistas desejados pelo trompetista norte-americano seriam capazes de fazer algo tão brilhante. Uma preciosidade perdida de Dizzy Gillespie. Antes tarde do que nunca.

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Em seguida, a faixa “Chorando se foi”, do DVD “Bailão do ruivão”, de Nando Reis e Os Infernais, com participação especial de Joelma e Chimbinha, da Banda Calypso:

9 de out. de 2010

John Lennon, Sean Lennon, Taiguara, Lobão, Meirelles, Arca de Noé, Christopher Reeve, Rush, Lenine, Roupa Nova, Legião Urbana, Wilco, Dave Matthews

E vamos terminar o post de hoje com John Lennon?? Claro, né...



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Ontem fui ver o show da Dave Matthews Band na HSBC Arena, aqui no Rio. Em primeiro lugar, o show foi um pouco menor do que o do Vivo Rio em 2008. O show de ontem "só" teve três horas de duração. Com ingressos esgotados (apesar de o setor das arquibancadas superiores não ter sido posta à venda), a Dave Matthews Band mostrou um repertório um pouco diferenciado dos shows da recente turnê de verão nos Estados Unidos. O início do show com "Seek up" e "Pig" foi o anúncio de que teríamos algumas surpresas no decorrer da noite. E tivemos mesmo. A começar por algo inusitado. Acredito que, pela primeira vez na história, "Pantala naga pampa" não tenha sido seguida por "Rapunzel" (que só foi apresentada no final da noite). E também acredito que não seja muito comum a banda deixar de fora a segunda parte de "Lie in our graves", emendando-a direto com "Bartender" (que, aliás, foi a primeira música do show do Vivo Rio). Outras músicas foram repetidas nas duas apresentações, como "#41" (mais um grande momento, que ganhou a adesão dos convidados Carlos Malta e Gabriel Grossi), "Crush" e "Ants marching", este última, certamente, a mais cantada pela plateia. Eu senti que a DMB não teve uma grande preocupação em cantar os seus maiores sucessos, como na apresentação de dois anos atrás. Achei isso legal, ainda mais pelo fato de a banda ter incluído várias músicas do "Big Whiskey and the GrooGrux King" (2009), como "Funny the way it is", "Seven" e "Why I am". E isso sem contar com a versão acústica de "Some devil" (somente com Dave) que abriu o bis, uma "Dancing nancies" cheia de improvisos, e a rara "So right", do álbum "Everyday", e que eu nunca tinha visto ao vivo. Quando o último acorde de "Rapunzel" foi executado, já passava das duas e meia da manhã. Tudo muito bom o suficiente para o público nem se importar com o adiantado da hora.

O setlist completo da apresentação foi o seguinte: "Seek up", "Pig", "Shake me like a monkey", "Lying in the hands of god", "Funny the way it is", "Pantala naga pampa", "Grey street", "#41", "So right", "Seven", "Dancing nancies", "Crush", "Lie in our graves", "Bartender", "Why I am", "Crash into me", "Ants marching", "Some devil", "You & me" e "Rapunzel".

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Boas novas para os fãs do Wilco. O guitarrista Pat Sansone disse ao Los Angeles Times que a banda entra em estúdio até o final do mês para gravar um novo álbum. "Estamos tirando algumas semanas de folga. No final do mês vamos voltar a trabalhar juntos, começando pelo processo de composição das músicas", disse. O último álbum do Wilco saiu em 2009.

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Mais John Lennon!



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Já que não lança nada inédito (apesar de ter material suficiente), a Legião Urbana requenta os seus antigos álbuns. Até o final do mês, chega às lojas mais um box (acima) com os oito álbuns de estúdio da banda: "Legião Urbana" (1985), "Dois" (1986), "Que país é este" (1987), "As quatro estações" (1989), "V" (1991), "O descobrimento do Brasil" (1993), "A tempestade" (1996) e "Uma outra estação" (1997). Os discos também serão lançados de forma avulsa. Ao que parece (não tenho certeza), todos eles foram remasterizados. Tomara que estejam melhores do que a edição masterizada em Abbey Road, que tirou a sujeira da banda. Também no final do mês, os oito álbuns chegam às lojas em vinil. "A tempestade" e "Uma outra estação" nunca haviam sido lançados nesse formato.

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Quem também lança álbum novo até o final desse mês é o Roupa Nova. Trata-se de "30 anos - Ao Vivo", que traz o registro de uma apresentação da banda no Credicard Hall, em São Paulo, no início de julho. O pacote CD/DVD conta com as participações de Milton Nascimento, Sandy, Pe. Fabio de Melo e Fresno. O repertório é um best of da banda, que, não tem muito tempo, lançou dois volumes de discos acústicos ao vivo. Segue o roteiro do DVD: "Video Game", "Sapato Velho", "Linda Demais", "A Viagem", "Nos Bailes da Vida", "Volta Pra Mim", "A Força do Amor", "Cantar Faz Feliz O Coração", "Seguindo No Trem Azul" / "Anjo" / "Princesa" / "Amar É" / "Amo Em Silêncio" / "Começo, Meio E Fim", "Felicidade" / "Clarear" / "Rap", "A Paz", "Coração Pirata", "Sábado" / "Lumiar" / "Maria Maria", "Chuva de Prata", "Todas Elas", "Dona", "Meu Universo É Você", "Medley Vinhetas", "Show De Rock 'n Roll", "Whisky A Go Go", "Lembranças", "Canção de Verão", "De Ninguém" e o mecley final com "Sweet Child O' Mine" / "Have You Ever Seen The Rain?" / "Staying Alive" / "Twist and Shout" / "Another Brick in The Wall" / "Satisfaction" / "Hotel California" / "Every Little Thing She Does Is Magic" / "We Will Rock You" / "Rock And Roll All Nite" / "We Are The Champions".

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Sai na semana que vem o novo álbum de Lenine, "Trilhas" (capa acima). Não se trata de um álbum de inéditas, mas sim de uma coletânea de músicas compostas para novelas, filmes e minisséries. O CD inclui "Aquilo que dá no coração", música de abertura da novela "Passione". O repertório completo é esse: "Aquilo que dá no coração", "De sabugo a visconde", "Quatro horizontes", "Agora é que são elas", "Minha cidade / Menina dos olhos do mar", "A mula sem cabeça", "Não faz mal a ninguém", "Como é bom a gente amar", "Sob o mesmo céu", "Diversidade", "Violenta" e "Alpinista social".

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UMA MÚSICA PARA O FINAL DE SEMANA: "YYZ", do Rush. Espero que amanhã, na Praça da Apoteose, o público "cante" essa música da mesma forma de oito anos atrás...



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Vamos de mais John Lennon??



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E amanhã já vai fazer seis anos que o eterno Super-Homem Christopher Reeve partiu dessa pra melhor. Fica aqui a lembrança!



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Ontem mesmo falei aqui sobre os musicais infantis que a Rede Globo passava no iniciozinho dos anos 80. Foram vários: "Casa de brinquedos", "Plunct Plact Zuuum...", "Pirlimpimpim, "A era do Halley" e... "A arca de Noé", o primeiro de todos, e que estreou na televisão no dia 10 de outubro de 1980. Contando com músicas compostas por Vinicius de Moraes e Toquinho, o musical tinha um timaço de intérpretes: Elis Regina, Alceu Valença, Ney Matogrosso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Bebel Gilberto, MPB 4... Putz, você imagina, atualmente, um moleque que tenha a oportunidade de crescer ouvindo isso?? Cada geração tem o que merece...



Por que uma obra-prima dessa não é lançada em DVD, hein??

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Bom, agora vamos partir para as efemérides de amanhã? Então vou começar com um dos grandes músicos brasileiros ever. João Theodoro Meirelles, ou simplesmente J.T. Meirelles, nasceu a 10 de outubro de 1940, no Rio de Janeiro. Meirelles iniciou a sua carreira no conjunto de João Donato. Mas depois de arranjar algumas músicas para "Samba esquema novo", de Jorge Ben, Meirelles virou estrela, gravando discos e fazendo muitos shows. Destaco o álbum "O som" (1964), gravado com o Copa 5, grupo formado por Meirelles, Luiz Carlos Vinhas, Dom Um Romão, Manoel Gusmão e Pedro Paulo. (Uma história meio nada a ver: na minha época de advogado, tinha um estagiário vidrado pelo J. T. Meirelles. Aì, no amigo oculto, ele pediu "O som", que tinha acabado de ganhar uma edição em CD. Só que o cara que tirou o nome do meu estagiário deu um CD do... Ivo Meireles! Fantástico, né??)



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Vamos com mais John Lennon??



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O utilíssimo blog do Paulo Marchetti me lembra que hoje faz 15 anos que "Nostalgia da modernidade", um dos grandes álbuns de Lobão, chegou às lojas. Esse álbum foi importante para a carreira do velho "Lobo Mau", porque foi uma espécie de transição entre o seu rock tradicional e a incorporação de novos elementos em seu som. "Nostalgia da modernidade" trazia até samba. Já ouvi muita gente falar que Lobão começou a ficar chato a partir desse disco. Não acho que Lobão tenha ficado chato. Mas que os seus primeiros álbuns eram bem mais bacanas, ah, isso eram... (Como não achei nenhuma música desse álbum em versão original no YouTube, reproduzo abaixo o grande sucesso de "Nostalgia da modernidade", "A queda", só que na versão do "Acústico MTV").



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Taiguara faz parte daquele time de artista que, em determinado momento da carreira, faz um sucesso absurdo, para depois desaparecer nas brumas do ostracismo. Nos anos 70, Taiguara compôs algumas das músicas mais executadas do período: "Hoje", "Universo do teu corpo", "Amanda", "Viagem", "Teu sonho não acabou", entre várias outras. Taiguara nasceu no Uruguai, durante uma temporada de apresentações de seu pai, o maestro Ubirajara Silva. Mas, na essência, era brasileiro mesmo. Taiguara nasceu no dia 09 de outubro de 1945 e morreu aos 50 anos.



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Hoje é dia de homenagear John Lennon, certo? Com certeza você já leu em pelo menos dez lugares diferentes que hoje ele estaria completando 70 anos de idade e coisa e tal. Hoje vou fazer algo diferente... Ao longo do dia, vou colocar vídeos de algumas das suas músicas que eu mais gosto - vou me restringir à carreira solo. A minha preferida é essa aí que eu já postei: "Working class hero". E olha só que curioso: hoje é aniversário do filho de John, Sean Lennon, que faz 35 anos. É que nem aqui em casa: minha mãe e meu irmão fazem aniversário no mesmo dia.



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25 de set. de 2008

CD: “LABIATA” (LENINE) – MUITO POUCO PARA SEIS ANOS SEM LENINE

O último álbum de músicas inéditas de Lenine foi “Falange Canibal”, lançado em 2002. Nesses seis anos, o músico pernambucano gravou dois bons discos ao vivo (“In Cite”, de 2004 e “Acústico MTV”, de 2006). Obviamente, o mínimo que se podia esperar, depois de tanto tempo sem lançar um trabalho de inéditas, é que Lenine, como ótimo compositor que é, fosse apresentar um grande disco. Mas, infelizmente, não foi o que aconteceu.

Lenine explicou que a composição das canções de “Labiata” seguiu um processo diferente. Todas as 11 faixas do álbum foram feitas a toque de caixa, em apenas 15 dias. Segundo Lenine, “as músicas foram amadurecendo no fazer”. Mas, com tanto pouco tempo, o previsível aconteceu. “Labiata” é apenas um disco mediano, ou seja, tijolo menor na obra do compositor pernambucano.

Dessa forma, uma sensação de “déjà vu” é inevitável na audição do álbum. Os primeiros acordes de “É Fogo”, por exemplo, dão a impressão de que Lenine vai começar a cantar “Jack Soul Brasileiro”. E “É o Que Me Interessa” remete logo à “Paciência”, uma das mais belas composições de Lenine. Tudo bem que a lindíssima letra da nova canção (“A sombra do passado / Assombraram a paisagem / Quem vai virar o jogo / E transformar a perda / Em nossa recompensa”), feita em parceria com Dudu Falcão é um ponto alto do disco. Mas é muito pouco para uma espera de seis anos. E, voltando à “É Fogo”, o seu arranjo de metais, elaborado por Serginho Trombone, também é interessante. Mas, repita-se, muito pouco para tanta espera.

Essa canção teve a participação de Pedro Luis e a Parede (Mário Moura, C.A. Ferrari, Sidon Silva, Celso Alvim e Léo Saad), assim como “A Mancha”, parceria com Lula Queiroga. Tal faixa é a mais pop de “Labiata”, no estilo de álbuns anteriores, como “Na Pressão” (1999). A ótima intervenção do PLAP – que à época da gravação encontrava-se em estúdio sendo produzido pelo próprio Lenine – é sempre bem-vinda. E talvez esse seja o motivo de as duas canções serem, musicalmente, as duas melhores do CD.

Um ponto bem notável nesse novo álbum é a quantidade de parceiros de Lenine. Parceiros, diga-se de passagem, com quem Lenine trabalha já há algum tempo, o que fez com que ele definisse “Labiata” como “um disco de intimidades”.

“Samba e Leveza” é uma letra de Chico Science, musicada recentemente por Lenine. A letra, verdade seja dita, não é das melhores do falecido compositor, mas os “barulhinhos” de Kassin, que co-produziu a faixa, fazem da mesma um dos destaques de “Labiata”. Com Arnaldo Antunes, por sua vez, Lenine compôs duas canções: “O Céu É Muito” e “Excesso Exceto”. Não por acaso, são, de longe, as duas mais roqueiras do álbum, lembrando bastante as músicas de início de carreira-solo do ex-Titã.

Na primeira, apesar de estar mais próximo do universo de Arnaldo, tanto musicalmente quanto poeticamente (“O céu é muito / Para o sol / Alcança só / O que gravita / O tempo é longo pra quem fica / A terra gira pra nós dois”), Lenine se sai muito bem. A faixa conta com um final pesadíssimo, com JR Tostoi mandando ver na guitarra e Pantico Rocha idem na bateria. “Excesso Exceto” segue o mesmo caminho com a participação especial de China nos vocais.

Com Ivan Santos, Lenine arriscou a concretista “Magra”, e com Bráulio Tavares, o compositor pernambucano fez “Lá Vem a Cidade”, com uma letra longuíssima e um andamento melódico mais lento. Rodrigo Campello tocou violão, baixo e cavaquinho, além de ter co-produzido a faixa, ao lado de Lenine e JR Tostoi (responsáveis pela produção de “Labiata”).

Mas a participação especial que realmente deu mais resultado no álbum foi a do Quinteto da Paraíba, que, com suas lindas cordas, faz de “Ciranda Praieira” uma espécie de cantiga de roda impressionista, que depois se transforma em algo mais pop-rock moderno recheado de efeitos eletrônicos. Musicalmente, outro ponto alto do disco. E em “Martelo Bigorna”, primeira faixa de “Labiata”, o Quinteto volta a atacar com as cordas fazendo um belo contraste ao som sujo de guitarra de Tostoi.

O próprio Lenine afirmou que “Martelo Bigorna” é uma canção autobiográfica – sintomaticamente, é uma das duas faixas que Lenine compôs sozinho –, e a sua letra não deixa maiores dúvidas: “Muito do que eu faço / Não penso, nem lanço compromisso / Vou no meu compasso / Danço, não canso a ninguém cobiço / É por tudo que fiz e sei que mereço”. A outra faixa exclusiva do Lenine compositor é a última, “Continuação”. Interessante notar como ambas se complementam. Na primeira, Lenine já deixa clara a sua proposta de uma “falta de compromisso”. Na última, a impressão que fica é que Lenine não tinha mais nada a dizer. Mas que pelo menos fique claro na cabeça dos fãs que a “continuação” não demorará mais seis anos.

Abaixo, um rápido e interessante making of da gravação de “Labiata”, dirigido por Rodrigo Pinto.

Cotação: ***

28 de ago. de 2008

LENINE ANUNCIA DETALHES DE “LABIATA”

“Labiata” será o primeiro álbum de Lenine pela gravadora Universal. Após seis anos sem lançar um trabalho de inéditas, o músico pernambucano apresenta 11 composições próprias com parceiros como Arnaldo Antunes, Dudu Falcão, Paulo César Pinheiro e Bráulio Tavares.

O disco, que foi mixado no estúdio de Peter Gabriel, na Inglaterra, tem como principal destaque a faixa “Samba e Leveza”, parceria inédita de Lenine com o saudoso Chico Science.

Abaixo segue a relação de faixas de “Labiata”:
1) “Martelo Bigorna”
2) “Magra”
3) “Samba e Leveza”
4) “A Mancha”
5) “Lá Vem a Cidade”
6) “O Céu É Muito”
7) “É Fogo”
8) “É o Que Me Interessa”
9) “Ciranda Praieira”
10) “Excesso Exceto”
11) “Continuação”