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26 de set. de 2010

Resenhando: Zeca Baleiro, Band Of Horses, Gaslight Anthem, Jónsi, RPA & The United Nations Of Sound

“Concerto” / “Trilhas”– Zeca Baleiro
Como já havia feito anteriormente, em seu “O coração do homem bomba” (2008), Zeca Baleiro chega às lojas em dose dupla. Estreando o seu selo Saravá Discos, o compositor maranhense lançou, na semana passada, “Concerto” e “Trilhas – Música para cinema e dança”, álbuns com conceitos tão diferentes, mas que não deixam de ser complementares. “Concerto” é uma espécie de show acústico (só os violões de Zeca, Swami Jr e Tuco Marcondes, além de Evaldo Moura, nos “efeitos e texturas”, como diz o encarte), mas com um repertório bem diferenciado. Ao invés de velhos sucessos, Zeca optou por inéditas e covers, que foram escolhidas pelo público através de votação no site do artista. Dentre as inéditas, se destacam “A depender de mim” (na qual Zeca destila a sua típica ironia: “A depender de mim / Os psicanalistas estão fritos / Eu mesmo é que resolvo os meus conflitos / Com aspirina, amor ou com cachaça”) e “Canção pra ninar um neguim”, escrita no ano de 1993 (mas só gravada agora), em homenagem a Michael Jackson. Dentre as regravações, vale citar “Eu não matei Joana d’Arc” (do Camisa de Vênus) e “Autonomia” (Cartola). Já “Trilhas” é um CD essencialmente autoral. Das 12 faixas, apenas “Cunhataiporã” (Geraldo Espíndola) não foi assinada por Baleiro. As outras 11, apesar de terem sido compostas para espetáculos distintos, soam herméticas, fazendo de “Trilhas” um “álbum de carreira de verdade” e não uma “mera coletânea”. “Carmo” (composta para o filme “Carmo”) é uma das letras mais fortes de Baleiro, enquanto a sonoridade resvala em um delicioso pop adornado pelo violoncelo de Jonas Moncaio. Já “Quem não samba chora” (do espetáculo “Geraldas e Avencas”) e “Samba do balacobaco” (do espetáculo “Cubo”) são duas das composições mais divertidas de Baleiro. Para o fã, a dificuldade mesmo será escolher qual é o melhor: “Concerto” ou “Trilhas”?

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“Infinite arms” – Band Of Horses
Formada em Seattle, berço do grunge, no ano de 2094, a Band Of Horses chega agora ao seu terceiro álbum, “Infinite arms”. Os dois primeiros – “Everything all the time” (2006) e “Cease to Begin (2007) –, apesar de não terem acontecido, fizeram com que a banda ganhasse um merecido respeito. Ambos foram lançados pelo selo Sub Pop, o mesmo que lançou o Nirvana. “Infinite arms”, por sua vez, saiu por uma grande gravadora (a Columbia), e, por conta disso, algumas mudanças já são mais perceptíveis. Não que tenham sido para pior, mas é possível notar que o som do Band Of Horses ficou um pouquinho mais comercial. Mas não foi só isso que definiu a mudança de sonoridade. O conjunto passou por algumas mudanças em sua formação, sendo que a mais sensível foi a saída de Matt Brooke, um de seus principais compositores. “Infinite dreams” é, essencialmente, um conjunto de músicas que mistura um rock com cores épicas a uma pitada de folk, além de harmonias viajantes, bem parecidas com as do Fleet Foxes. Não dá para dizer que o som seja lá muito original. Mas algumas canções se deram bem nessa misturada toda, como a pra lá de pop “Laredo”, a legalzinha “Dilly” (com um gostinho de Beach Boys, tanto na melodia marcante, como nos backing vocals) e “For Annabelle”, uma canção que deixaria uma dupla como Simon & Garfunkel bem (mais bem mesmo) orgulhosa. Vale a pena dar uma escutada.

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“American slang” – Gaslight Anthem
Assim como o Band Of Horses, o Gaslight Anthem também chega ao seu terceiro álbum. “American slang” (lançado apenas lá fora) sucede a “Sink or swim” (2007) e “The ‘59 sound” (2008), e, assim como “Infinite dreams” (do Band Of Horses) marca uma mudança (ainda que não tão visível) de sonoridade na banda de Brian Fallon. O estilo mais puxado para o punk ficou um pouco de lado para dar lugar a um rock mais tradicional, no melhor estilo... hum... Bruce Springsteen, não por acaso, um dos heróis de Fallon. Se as rapidinhas “Stay lucky” e “Boxer” ainda fazem lembrar o som do Gaslight Anthem nos álbuns anteriores, o que predomina mesmo é uma sonoridade, digamos, mais madura (odeio essa palavra), como na faixa “Old haunts” e na deliciosa “The diamond church street choir”. “The queen of lower Chelsea” é mais lenta e cheia de guitarra slide. Mas a melhor mesmo é a faixa-título, na qual o Gaslight Anthem consegue aliar, sem esbarrar nos clichês, um pop-rock chiclete e viciante, com uma letra bacana pacas. Se você fechar os olhos, dá até para imaginar Bruce Springsteen cantando a música. “American slang” não vai salvar o rock. Mas a verdade é que, na atual era da “melhor banda de todos os tempos da última semana”, o Gaslight Anthem faz música de qualidade – e divertida. Bem diferente de 95% do que tem surgido por aí na hypação das NMEs e afins.

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“Go” – Jónsi
Os fãs do Sigur Rós não precisam reclamar do hiato anunciado pela banda no início do ano. Isso porque Jónsi, o seu vocalista e principal letrista, lançou um álbum solo. E “Go” já merece duas observações de cara: 1) é bem parecido com os trabalhos anteriores do Sigur Rós e; 2) consegue ser melhor do que eles. As rebuscadas texturas sonoras do Sigur Rós estão em “Go”. Tudo bem, talvez elas estejam um pouquinho mais pesadas. Mas quer saber? Ficou melhor assim. O último álbum da banda islandesa, o bom “Með suð í eyrum við spilum endalaust” (2008), em alguns momentos soou megalomaníaco demais, com o uso de grandes orquestras e tal. “Go” é mais discreto, mais elegante, enfim, mais agradável de ouvir. A faixa de abertura, “Go do”, com o típico falsete da voz de Jónsi, é uma de suas melhores músicas. Mesmo com todas aquelas texturas sonoras típicas do Sigur Rós, “Go do” soa muito mais hermética. Como se tivesse sido mais bem acabada. A rapidinha “Animal arithmetic” diverte, enquanto “Singing friendships”, com o seu belo arranjo vocal envolto a uma sonoridade quase etérea é um dos momentos mais brilhantes do álbum. “Grow till tall” segue o mesmo estilo, dando até para imaginar um bando de anjinhos descansando em cima de felpudas nuvens imaginárias. Se você achou tudo isso um pouco difícil demais para os seus ouvidos, coloque para tocar “Boy lilikoy”, um pop bem doce que dificilmente vai sair da sua cabeça por umas 24 horas. E, ao final das nove faixas, a certeza que fica é que o Sigur Rós nem faz tanta falta assim.

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“RPA & The United Nations Of Sound” – RPA & The United Nations Of Sound
Se você está precisando de uma dica de um álbum bem chato, anota aí: o trabalho de estreia do RPA & The United Nations Of Sound. O tal RPA significa Richard Paul Ashcroft, ex-cabeça do The Verve (uma das bandas mais importantes do britpop, ao lado do Oasis e do Blur), e que escreveu “Bittersweet symphony”, uma das músicas pop mais belas de todos os tempos. Já a tal United Nations Of Sound é a banda que acompanha Ashcroft. Ou seja, ele desfez o The Verve para seguir uma carreira solo meio que disfarçada. E, a julgar por esse primeiro álbum, certamente, ele deve estar bem arrependido. São 12 faixas que não dizem muita coisa. A sonoridade delas é bem diversificada. E, decididamente, não formaram um conjunto – ou um álbum, se preferir. O abuso de elementos eletrônicos é outro ponto que deixou o álbum bem cansativo. Por que explodir o Verve para gravar coisas como a enjoada “Born again”, que mais parece uma música nova do Bon Jovi? Por que explodir o Verve para gravar “Life can be so beautiful”, certamente, a letra mais constrangedora do ano? Por que explodir o Verve para gravar “Beatitudes”, que mais parece Britney Spears tentando fazer rock? Tudo bem, “Good lovin’” (no melhor estilo The Verve) e “Glory” se salvam. Mas desconfio que já seja tarde demais. Tomara que Liam e Noel Gallagher, em seus novos projetos, não façam nada parecido.

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Abaixo, a canção “Laredo”, da Band Of Horses, gravada ao vivo no programa de David Letterman.

24 de set. de 2010

Paul McCartney, Rolling Stones, Megadeth, Red Hot, Almodóvar, Canhoteiro, Radiohead, Suede, Bruce Springsteen, Pavement

O Pavement fez uma curiosa participação ontem no programa "Late Night With Jimmy Fallon". Curiosa porque, há umas duas semanas, a banda idealizou uma competição entre fãs, sendo que o vencedor ganharia o direito de tocar guitarra com o Pavement no programa. Steve Goss foi o vencedor e tocou com a banda. Veja o resultado:



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Foi liberado o trailer de "The promise: The making of Darkness on the edge of town", que documenta a gtravação do álbum de Bruce Springsteen. Tá logo aí embaixo. O DVD sairá em um box, no mês de novembro.



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O Suede programou para o dia 01º de novembro o lançamento da coletânea "The best of", que trará, em dois CDs, os seus maiores sucessos, como "Animal nitrate" e "Trash". Outras músicas são "Wild ones", "We are the pigs", "Can't get enough", "Sleeping pills" e "Pantomime horse". As faixas foram remasterizadas por Chris Potter. Entre novembro e dezembro, o Suede se reunirá novamente para shows na Grã-Bretanha.

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O baterista do Radiohead, Phil Selway, afirmou que a banda poderá lançar um novo álbum a qualquer momento. O Radiohead vai voltar ao estúdio na próxima segunda-feira para finalizar o trabalho no sucessor de "In rainbows" (2007). "Estamos retornando ao estúdio com os ouvidos frescos", disse o baterista, que também não sabe de qual forma as novas canções serão lançadas.

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Garrincha jogava muito e virou uma lenda. Canhoteiro jogava muito e não virou uma lenda. Dizem por aí que Canhoteiro fazia a mesma coisa que Garrincha, só que pelo lado esquerdo do campo. E dizem também que Canhoteiro era capaz de fazer embaixadinhas com uma moeda, e colocá-la dentro do bolso. Ah, e Pelé também disse que Canhoteiro era um de seus ídolos. Canhoteiro, que jogou no Paysandu e no São Paulo, nasceu em 24 de setembro de 1932. Morreu cedo, aos 41 anos. Mas ficou eternizado em duas das canções mais lindas sobre futebol.





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Quem entende de cinema tem alguma opinião formada sobre Pedro Almodóvar. E certamente essa opinião não vai variar muito. Ou ele é "gênio" ou é "um saco". Como não entendo de nada, e muito menos de cinema, prefiro não emitir opinião. Só sei que acho alguns de seus filmes muito bacanas. Os meus prediletos são "Carne trêmula", "Fale com ela", "Tudo sobre minha mãe" e "Má educação". Pedro Almodóvar nasceu em Calzada de Calatrava, na Espanha, no dia 24 de setembro de 1949. Ah, e depois me diga o que você acha dele: "um gênio" ou "um saco".



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Mais um disco? Só mais um. No dia 24 de setembro de 1991, chegava às lojas "Blood sugar sex magik", do Red Hot Chili Peppers. Um bom álbum, é verdade, e que marcou, para o bem e para o mal, a transição do indie para o mainstream do Red Hot Chili Peppers. Ninguém aguentava ouvir mais "Give it away" nas rádios em 1991. Depois foi a vez de "Under the bridge". E "Give it away" e "Under the bridge", para mim, são, talvez, as duas faixas mais fracas do álbum. Boas mesmo são "If you have to ask", "Suck my kiss" e "My lovely man". Nessas faixas, o RHCP mostrava aquele som funkeado bacana, sem concessões radiofônicas. "Blood sugar sex magik" foi o último grande álbum do Red Hot Chili Peppers.



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Hoje é um dia de grandes álbuns mesmo. Veja só que há 20 anos, o Megadeth lançava "Rust in peace", o seu grande álbum, e que tem que estar em qualquer top 5 sério de discos de trash metal. Fiquei fã do Megadeth por conta desse álbum. Apesar de ter sido pouco falado, o show do Megadeth no Rock in Rio II (quando eles estavam divulgando o disco), foi um dos melhores do festival. No dia da apresentação, Dave Mustaine machucou o braço enquanto surfava, e quase que o show foi cancelado. Agora, saiu um DVD com um show do Megadeth, no qual é recriado o álbum original. Ainda não vi. Mas posso recomendar aqui o box "Warchest", que tem um CD gravado ao vivo no Estádio de Wembley, em outubro de 1990. Fenomenal!



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Há muito tempo atrás, numa galáxia distante, algumas bandas lançavam álbuns diferentes no mercado internacional. Os primeiros discos dos Beatles, por exemplo, tinham versões britânica e norte-americana. As músicas variavam um pouco e a capa era sempre diferente. Os Rolling Stones também faziam isso com os seus primeiros álbuns. E hoje faz 45 anos que "Out of our heads", terceiro álbum da banda, foi lançado nos Estados Unidos. E ele é de grande importância para o sucesso dos Stones na terra do Tio Sam. Nesse álbum, a banda incluiu "(I can't get no) Satisfaction". Aí, já viu, né? O curioso é que a música não foi lançada na versão britânica, mas, tão somente, em formato de single. A relação de músicas de "Out of our heads" (versão americana) é a seguinte: "Mercy, mercy", "Hitch hike", "The last time", "That's how strong my love is", "Good times", "I'm all right", "(I can't get no) Satisfaction", "Cry to me", "The under assistant west coast promotion man", "Play with fire", "The spider and the fly" e "One more try".



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Ah, boa tarde, pessoal. Confesso que perdi a hora hoje... Ontem tive que fazer um trabalho imenso, fui dormir às seis da manhã, hora que eu tenho acordado ultimamente... Mas, vamos lá. Comecei a nossa história de hoje aqui com Paul McCartney. "No more lonely nights" é meio baba, né? Nem o Paul se lembra de tocá-la ao vivo. Mas fica a lembrança aqui dessa música lançada no dia 24 de setembro de 1984.

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31 de ago. de 2010

Van Morrison, Neil Young, Perlman, Schenker, Michael Jackson, Stones, Baleiro, Rory Gallagher, Ozzy, Lady Gaga, Jay-Z+Coldplay, Walkmen, Green Day, JB



Rip JB!

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O Green Day anunciou que está gravando álbum ao vivo da turnê "21st century breakdown". E, durante show em Denver, na última sexta-feira, a banda apresentou uma música inédita chamada "Cigarettes and valentines", que está logo aí embaixo.



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Como assim?: Noel Gallagher agora é baterista do Paul Weller?? Hein??

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Duas novidades para os fãs do The Walkmen: 1) o seu novo álbum, "Lisbon", já está disponível para audição na internet. Gostei do pouco que ouvi; 2) uma versão de "Driver 8", pérola do álbum "Fables of the reconstruction" (1985), do R.E.M., também já está na internet. É quase uma heresia, mas a versão pode até estar melhor do que a original...

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Quem também lançou música nova foi Jay-Z. Em parceria com Chris Martin, do Coldplay. O problema é que "Most kingz" é mais Jay-Z do que Coldplay...



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A quem interessar possa, Lady Gaga apresentou música inédita durante show ontem em Minnesota. O nome da música é "Living on the radio".



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Dois meses após o lançamento de "Scream", Ozzy Osbourne anunciou que vai lançar uma edição expandida do álbum, com um CD a mais contando com sete músicas. Das sete novas faixas, três são inéditas, e sobraram das sessões de "Scream". As outras quatro faixas foram gravadas ao vivo durante a turnê do álbum, em Folkestone e Birmingham. Além das faixas em áudio, há o videoclipe de "Let me hear you scream", o making of do vídeo e da gravação do álbum também. O lançamento ocorre no dia 13 de setembro, e as faixas extras são as seguintes: "Hand of the enemy", "One more time", "Jump the moon", "Bark at the moon" (ao vivo), "Let me hear you scream" (ao vivo), "No more tears" (ao vivo) e "Fairies wear boots" (ao vivo).

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Os fãs do Rory Gallagher podem preparar os bolsos. Sai no dia 13 de setembro um pacote com CD e DVD cheio de raridades do guitarrista. O DVD duplo "Ghost blues" contará com um documentário sobre a carreira de Rory, repleto de depoimentos de gente como Bob Geldof, The Edge, Cameron Crowe, Slash, Johnny Marr e Bill Wyman. Além do documentário, o DVD trará 90 minutos de um show inédito do guitarrista, no programa da televisão alemã "Beat Club". Sairá também uma versão reduzida desse show no CD "The Beat Club sessions". O repertório dessa apresentação foi o seguinte: "Laundromat", "Hands up", "Sinnerboy", "Just the smile", "Used to be", "In your town", "Should've learned my lesson", "Crest of a wave", "Tore down", "Pistol slapper blues", "I don't know where I'm going", "Going to my hometown", "I could've had religion", "McAvoy boogie", "Hoodoo man" e "Messin' with the kid".

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"Vocês vão ter que me engolir". Esse é o nome do pacote que Zeca Baleiro está colocando nas lojas. Após o término de seu contrato com a MZA Music (gravadora que o lançou), Baleiro lança, pelo seu próprio selo (Saravá Discos), dois novos CDs. O primeiro é "Concerto", gravado ao vivo no Teatro Fecap, em São Paulo, no mês de março deste ano. No repertório, o maranhense toca canções de seu repertório (como "Canção para ninar um neguim", em homenagem a Michael Jackson), além de covers como "Eu não matei Joana D'Arc" (do Camisa de Vênus), "Autonomia" (Cartola) e "Best of you" (Foo Fighters). O outro título, "Trilhas", é composto por músicas escritas para filmes e espetáculos de dança. Além dos álbuns, Baleiro prepara o lançamento dos livros "Bala na agulha (Reflexões de boteco, pastéis de memória e outras frituras)" e "Vida é um souvenir made in Hong Kong – Livro de canções", bem como do espetáculo infantil "Quem tem medo de Curupira?".

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Quando os Rolling Stones encerraram a sua turnê do álbum "Tattoo you", em julho de 1982, parecia que eles nunca mais voltariam aos palcos. Lançaram dois discos (em 1983 e em 86), e nada de turnê. Em 1989, foi a vez de "Steel Wheels", e, para surpresa de todo mundo, a banda anunciou que faria uma turnê. Foram quase oito anos sem shows. Hoje, esse tempo pode até ser considerado normal. Mas, naquela época, não. A impressão era que Mick Jagger, Keith Richards e companhia nunca voltariam a dividir um palco. Toda a dúvida acabou pra valer no dia 31 de agosto de 1989, quando os Stones (ainda com Bill Wyman no baixo) subiram no palco do Veterans Stadium, na Filadélfia. Foram 115 apresentações no total. Bandas como Living Colour e Guns n' Roses foram as responsáveis pela abertura dos shows. Chique, não? Em 1990, a Fox transmitiu uma das apresentações da turnê em 3-D. Mais tarde, o mesmo show foi lançado em VHS e LD, no formato IMAX. No ano seguinte, foi lançado o álbum "Flashpoint", com algumas músicas gravadas durante a turnê. E, finalmente, nesse ano, saiu a nova versão em DVD e BD.



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Vou continuar falando de discos, embora muita gente mais nova não saiba o que é isso. Bom, quando Neil Young lançou "After the gold rush", eu nem sonhava em nascer. Mas me lembro muito bem do dia em que comprei "Bad", de Michael Jackson, pouco depois de seu lançamento. Foi no supermercado Freeway (existe ainda?) com a minha mãe. Quando eu tinha meus sete, oito anos, sempre que rolava, eu comprava um disco (de vinil, claro). Aí, um mês depois, eu ganhava outro. E assim ia levando... E o que eu fazia nesse intervalo de um mês? Ouvia o mesmo disco, claro. Ou então uma rádio para dar uma variada. Hahaha... Talvez esse seja o motivo de alguns álbuns terem marcado tanto a minha vida. Hoje é diferente, podemos baixar a discografia toda do Michael Jackson em cinco minutos. E nunca ouvir!! (Pra quê ouvir, não? Basta ter no HD...) Bom, ainda bem que eu ouvi muito "Bad". É um bom álbum, ainda que não seja tão legal quanto "Thriller" (1982). E "Bad" foi lançado no dia 31 de agosto de 1987.



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Quando um artista lança um álbum histórico em um ano, já fica marcado. "Pô, ouviu o disco que o fulano lançou em 1968??" Agora, imagina o cara que lança dois álbuns históricos em um mesmo ano? Foi o caso de Neil Young. Em março de 1970, Neil Young, em companhia de Crosby, Stills e Nash, lançou "Déjà vu", e, cinco meses depois, mas precisamente no dia 31 de agosto de 1970, o canadense colocou nas lojas "After the gold rush", que contou, no acompanhamento, com a Crazy Horse, e com Stephen Stills novamente. Ah, quer conhecer o álbum? Ouça a música abaixo. E também "Only love can break your heart", "Southern man", "Till the morning comes", "Don't let it bring you down", "Birds"...



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Do clássico para o rock agora. Hoje também lembro que um grande guitarrista faz aniversário. Rudolf Schenker, que nasceu em Hildesheim (Alemanha), faz 62 anos. Para quem ainda não ligou o nome à pessoa, Rudolf é um dos fundadores do Scorpions. Tudo bem, a banda não é sombra do que já foi, mas temos que reconhecer que os solos de "Wind of change", "Still loving you", "Big city nights", entre outros, são bem bacanas, né?



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Opa! Bom dia, pessoal. Bom, vocês já viram, né? Hoje o dia começou com Van Morrison, que faz 65 anos. Já separei o "Astral weeks" (1968) aqui para ouvir mais tarde. Hehehe... Ah, parabéns também para os nutricionistas pelo dia de hoje. (Parabéns, mãe, você que fez com a Nutrição o mesmo que eu fiz com o Direito!) Voltando à música, agora vou falar de um dos gênios do violino: Itzhak Perlman, que nasceu em Israel, no dia 31 de agosto de 1945. Acho que devo ter aqui uns dez DVDs dele, e é impressionante a variedade de artistas interpretados por Perlman. Mendelssohn, Beethoven, e qualquer compositor russo se transformam em magia com o seu violino. Em tempo: você já viu algum violino falar??



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30 de ago. de 2008

CD: “O CORAÇÃO DO HOMEM BOMBA – VOLUME 1” (ZECA BALEIRO) – MAIS UM BAILÃO DO BALEIRO

Desde o ano passado, Zeca Baleiro vem rodando algumas cidades do Brasil, com o show “Baile do Baleiro”, um show bastante animado, com antigos sucessos, canções novas e composições de terceiros. E depois de três anos sem lançar um álbum de inéditas, parece que esse show fez muito bem para o músico maranhense, que compôs quase 30 canções em apenas 15 dias. Metade dessa produção está disponível no CD “O Coração do Homem Bomba – Volume 1” (produzido pelo próprio Baleiro e por Evaldo Luna) já nas lojas via MZA.

No release distribuído a imprensa, Baleiro afirma: “Antes que me perguntem, este não é um disco ‘conceitual’. É um amontoado de canções acumuladas ao longo de alguns anos – umas novíssimas, outras nem tanto e algumas ainda tiradas do baú e recicladas”. E a idéia do novo trabalho é exatamente essa. Nas suas 10 faixas (e mais três vinhetas), Baleiro faz um verdadeiro bailão, com músicas pra lá de animadas e cheia de metais, sem maiores pretensões ou “conceitos”. Inclusive, a banda que acompanhou o compositor (Os Bombásticos) é a mesma do show, formada por Adriano Magoo (teclados e acordeon), Fernando Nunes (baixo), Tuco Marcondes (violão e guitarra), Kuki Stolarski (bateria e percussão), além de mais uma metaleira da pesada.

A sonoridade do disco é bastante diversificada, ora transitando entre o rock e o samba-funk, ora entre o forró e a rumba, ora entre o pop e o reggae. E o compositor maranhense também continua com a sua veia poética azeitada, com letras que variam do grotesco ao romântico.

Um exemplo que resume bem a proposta de “O Coração do Homem Bomba – Volume 1” é “Você Não Liga Pra Mim”, um pop-reggae-ska (com um quê de Los Hermanos), com metais em brasa e uma letra brega-romântica que deixaria qualquer Waldick Soriano com inveja: “Que que eu posso fazer / Pra você me notar / Você não crê em amor nem paixão / Faz pouco caso do meu coração / Você quer ver o meu fim”.

Outro destaque do CD é “Vai de Madureira”, um samba-funk escrito por Baleiro para a volta das Frenéticas, em 2001, com uma letra engraçadíssima (“Se não tem água Perrier eu não vou me aperrear / Se tiver o que comer não precisa caviar / Se faltar molho rosé, no dendê vou me acabar / Se não tem Moet Chandon, cachaça vai apanhar”).

Outra que segue o mesmo estilo é “Elas Por Elas”, um “regaton canastrão de acento latino”, nas palavras de Baleiro, com uma letra que cita o nome de diversas mulheres com rimas esdrúxulas como “Com Letícia a vida era uma delícia” ou então “Pra Lúcia eu era um bicho de pelúcia”. No primeiro single do álbum, “Toca Raul”, Baleiro apresenta mais uma letra hilária: “Mal eu subo num palco / Um mala um maluco já grita de lá / - Toca Raul! / A vontade que me dar é de mandar / O cara tomar naquele lugar”.

Mas além das letras, Baleiro mostra que, mesmo sem pretensão, musicalmente, as faixas de “O Coração do Homem Bomba – Volume 1”, também estão entre as melhores de sua carreira. Exemplos disso são a jazzy “Você é Má” e a balada cheia de climas “Geraldo Vandré”, parceria com Chico César, cuja letra é um diálogo com o enigmático compositor (“Geraldo Vandré / Diga aí como é que é / Vamos tomar um café / Os jornalistas querem saber / Os urubus querem carniça”).

“Ela Falou Malandro”, parceria de Zeca Baleiro com Zé Geraldo com uma sonoridade que mistura “rock, brega e Jovem Guarda com trompetes mariachi dando o tom”, nas palavras de Baleiro, também é uma das melhores faixas do disco.

Como já havia feito no “Baile do Baleiro”, o músico maranhense abre espaço para composições de terceiros nesse novo trabalho. “Alma Não Tem Cor”, de André Abujamra (ex-Karnak) mistura rumba com forró. E em “Bola Dividida”, de Luiz Ayrão, Baleiro transforma o hit brega em um “pop bósnio” (definição do próprio), com destaque para o acordeon de Magoo.

Lá no finalzinho do release do disco, Baleiro escreveu: “Este disco não tem ‘conceito’. É um disco de música popular, a boa e velha música popular brasileira. Espero que baste”. Bastou! E que venha o segundo volume!

A partir do dia 17 de setembro, o trailer do Volume 2 de “O Coração do Homem Bomba” já estará disponível no site oficial do cantor. Segundo Baleiro, diferentemente do primeiro volume, o segundo terá canções mais lentas e introspectivas.

Abaixo, o videoclipe da faixa “Toca Raul”, presente em “O Coração do Homem Bomba – Volume 1”.

PS. E para quem estranhou o encarte de papelão, segundo Zeca, a opção foi apenas para deixar o produto mais barato.

Cotação: ****