Jornalista, autor do livro "Rock in Rio - A história do maior festival de música do mundo" (Editora Globo), ex-trainee e colaborador da Folha de S.Paulo, ex-colunista e redator da International Magazine, e colaborador do site SRZD.
Muita gente diz que não aguenta mais esse papo de Rock in Rio. Eu confesso que também não. Desde setembro de 2008, quando iniciei o projeto que veio a se transformar no livro "Rock in Rio - A história do maior festival de música do mundo" (Editora Globo), respiro o festival. Quando, já pela televisão, vi a banda cover do Guns n' Roses encerrar essa quarta edição com "Paradise city", jurei a mim mesmo que só voltaria a pensar em Rock in Rio em 2013 - e isso se a minha coluna ainda permitir que eu compareça a um evento desse porte. Mas as pessoas têm me "cobrado" alguma opinião sobre esse Rock in Rio 2011. Então, para encerrar o assunto de vez, vamos lá. Em primeiro lugar, a pergunta mais frequente: "qual a comparação que você faz entre essa edição e as três anteriores que estão presentes em seu livro?" A principal: vivemos em tempos muito chatos.
Não faz nem 11 anos que o Rock in Rio 3 aconteceu, e tudo era muito mais simples. Não existiam os "ônibus especiais", mas sim qualquer ônibus, que a gente pegava na porta da Cidade do Rock, e, em algum momento, acabava chegando ao seu local de destino. Não havia milhares de pessoas na frente do palco com uma câmera fotográfica durante o show inteiro. (Eu juro que um dia quero descobrir a finalidade de as pessoas filmarem um show que está sendo transmitido pela TV e pela internet. Será que querem concorrer ao Oscar??) Também não existia esse número absurdo de celebridades que falam qualquer asneira na TV, e se tornam mais importantes do que todos os artistas que pisaram no palco. Eu também não me lembro de ter ficado mais de dez minutos em uma fila para comprar um cachorro quente, seja na edição de 1991 ou na de 2001. O que aconteceu? As pessoas estão mais famintas hoje? (Uma experiência fantástica que tive na primeira noite: comprei a ficha da pipoca e uma senhora, acho que gerente da loja, disse que eu teria que esperar 20 minutos para a pipoca ficar pronta. Na dúvida se aquele milho ia mesmo estourar, pedi o meu dinheiro de volta. Insistente que sou, uma semana depois, comprei a mesma pipoca em 10 segundos.)
Nas outras edições, também reparei que os artistas curtiam muito mais a vida. Aconteciam festas homéricas em suítes de hotel, artistas frequentavam o La Mole, casais se formavam nas piscinas dos hotéis, músico era preso por se apresentar pelado no palco, telefones eram jogados das janelas dos quartos de hotel... Nessa edição 2011, os dois fatos extra-palco mais impactantes que ouvi falar foram a festa da Rihanna no iate do Eike Batista, e o jantar da Katy Perry em uma churrascaria em Ipanema. Só. A impressão que tenho é que nenhum músico dormiu no Brasil. Foram teletransportados para o palco do Rock in Rio, fizeram o show e se mandaram. Agora, as diferenças musicais. Sinceramente, não vi tantas. A mistura de gêneros musicais que sempre norteou todas as edições do Rock in Rio esteve presente novamente. E quem disse que no Rock in Rio não tinha rock, quebrou a cara. Meus ouvidos doeram nos shows do System Of A Down, do Slipknot e do Sepultura. E eu senti o chão da Cidade do Rock tremer com a porrada sonora do Metallica. Nesse quesito, penso que o Rock in Rio cumpriu a sua função de agradar a todas as tribos.
Os shows no Palco Sunset me decepcionaram um pouco. A começar pelo som. Muito ruim em praticamente todos os momentos. Também houve pouco encontro e muito revezamento entre os artistas, o que desvirtuou a proposta do palco. E quando o encontro de fato aconteceu, não senti muita química (ou seria ensaio?) em algumas apresentações. Sandra de Sá e Bebel Gilberto cantando Cazuza beiraram o constrangedor. Corri para a Rock Street e lá estavam George Israel e Guto Goffi, outros dois amigos do Cazuza, mandando bem melhor. Em compensação, Ed Motta cantando clássicos do rock acompanhado por cinco guitarristas, arrasou. Milton Nascimento e Esperanza Spalding seriam fenomenais se a apresentação tivesse acontecido em uma sala para duzentas pessoas. E o Sepultura mandou bem demais (nenhuma surpresa) ao lado do Tambours du Bronx. (Aliás, a pergunta que não que calar: o que o Sepultura estava fazendo no Sunset, e o Glória no Palco Mundo??) Outros shows que gostei no Sunset foram o dos Titãs com os Xutos e Pontapés e o Baile do Simonal.
A apresentação do Erasmo Carlos com o Arnaldo Antunes eu pouco vi. Não consigo entender como é que marcam esse show no mesmo horário em que Frejat está pisando no Palco Mundo. Não teria sido mais óbvio intercalar as apresentações do Sunset com as do Palco Mundo? E por falar no palco principal do evento, acho que deve ser um consenso quase geral que os dois grandes destaques foram Metallica e Stevie Wonder (ok, ele não precisava ter limado "Ribbon in the sky" do set list para tocar "Garota de Ipanema", mas valeu mesmo assim). O Red Hot Chili Peppers também tirou a má impressão do encerramento do Rock in Rio de 2001 e fez um bom show. Nada como o início de uma turnê para deixar uma banda cheia de tesão. O Coldplay demonstrou maturidade e integridade artística ao arriscar seis músicas novas no show. E o System Of A Down foi tão bom, que deveria ter sido o responsável pelo show de encerramento do festival.
Por outro lado, alguns artistas derraparam no Palco Mundo. Na primeira noite, Elton John bateu ponto no Rock in Rio. Pouca voz e nenhuma vontade. Acredito que ele não deva ter ficado muito surpreso pelo fato de ninguém ter pedido bis. E o que dizer do Jamiroquai? Bom, Paul McCartney nunca deixou de cantar "Hey Jude" e nem os Rolling Stones "(I can't get no) Satisfaction" em seus shows. Mas o Jamiroquai, banda importante que é, se deu ao luxo de deixar cem mil pessoas berrando por "Virtual insanity" ou "Space cowboy". O tributo à Legião Urbana (um dos momentos que eu mais esperava) também poderia ter sido melhor. Faltou um pouco de ensaio, e, no final, quem mandou bem mesmo foi o Marcelo Bonfá cantando "O teatro dos vampiros". Só não consigo entender a necessidade de se repetir duas vezes uma mesma música ("Será") em um show de 50 minutos, levando-se em conta o fato de a Legião ter, pelo menos, uns 40 clássicos.
A Shakira, por sua vez, não tem condições de fechar uma noite de Rock in Rio. Um encerramento com Ivete Sangalo teria sido muito mais digno. E o Guns n' Roses... Bem, parece que foi a segunda banda mais votada no site do festival - só perdeu para o SOAD. Depois de duas horas de espera debaixo de uma chuva de quinto ato do Rigoletto, como dizia Nelson Rodrigues, eis que Axl Rose surgiu no palco para um dos maiores micos da história do Rock in Rio. Quem elogiou o show certamente não é fã do Guns n' Roses. Quem respeita a história da banda sentiu vergonha (e pena) do que viu. Em 2013 a gente volta a falar de Rock in Rio. Combinado?
TOP 5: PARA ESQUECER 5) Claudia Leitte na primeira noite do Rock in Rio 4) O som no Palco Sunset 3) As filas imensas da primeira semana, para entrar na Cidade do Rock e para comprar qualquer coisa 2) Shakira encerrando a antepenúltima noite do festival 1) Banda cover do Guns n' Roses fechando a quarta edição do Rock in Rio
TOP 5: PARA NÃO ESQUECER 5) O Red Hot Chili Peppers se apresentando no exato dia em que seu álbum "Blood Sugar Sex Magik" completou 20 anos 4) A Cidade do Rock, lindíssima 3) A homenagem do Metallica ao baixista Cliff Burton, cuja morte completaria 25 anos dois dias após o show 2) Os headliners que não foram (mas poderiam ter sido): System Of A Down, Slipknot e Sepultura 1) Stevie Wonder deitado no palco solando "How sweet it is (To be loved by you)" na sua keytar
PS. Em homenagem aos fãs e a banda, achei melhor terminar o post com "Paradise city" executada pelo Guns n' Roses no Rock in Rio de 1991.
Essa é a capa de "Sou eu - Ao vivo", DVD de Diogo Nogueira, gravado no Vivo Rio, e que contou com a participação especial de Chico Buarque. Nos extras, Diogo recebe outros convidados, como Ivan Lins ("Lembra de mim") e Alcione ("Amor imperfeito"), além de cantar um medley de sambas enredo da Portela. O repertório do DVD é o seguinte: "Deus é mais", "Força maior", "Deixa eu te amar", "Contando estrelas", "Lembra de mim", "Razão pra sonhar", "Pelo amor de Deus", "Tô te querendo", "Tô fazendo a minha parte", "Feijoada completa", "Baile no Elite", "Malandro é malandro, mané é mané", "Homenagem ao malandro", "Sou eu", "Lama nas ruas", "Amor imperfeito", "Vestibular pra solidão", "Me leva", "Da melhor qualidade", "A vitória demora mais vem", "Conto de areia" / "Aquarela brasileira" / "É hoje", "Além do espelho" e "Pedras que cantam". Nas lojas na primeira semana de novembro.
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UMA MÚSICA PRO FINAL DE SEMANA: "Giz", da Legião Urbana, ao vivo no Metropolitan/RJ, em outubro de 1994. Um dos grandes shows que já vi. Pena que ninguém lança isso em DVD... Seria bem mais interessante do que reembalar os mesmos discos pela décima vez.
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O baterista do Pink Floyd, Nick Mason, disse que a banda pode voltar a se reunir para shows de caridade. Ele afirmou à BBC News que David Gilmour e Roger Waters estão receptivos com a ideia. "Acho que seria um modo muito bom para a banda se aposentar", disse o baterista. A última vez que a banda se apresentou foi no "Live 8", em 2005. À época, o tecladista Richard Wright estava vivo. Em julho passado, Waters e Gilmour se apresentaram juntos em um evento de caridade.
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E amanhã é dia de dar os parabéns para o grande Castrinho, um dos grandes humoristas brasileiros. "Meu garoto"... "Meu pai, pai"... Hahaha... Alguém se lembra disso? O garoto, amanhã, completa 70 anos.
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Agora vou lembrar de um outro álbum bem bacana. "The return of the space cowboy", do Jamiroquai, chegou às lojas no dia 17 de outubro. Tive a oportunidade de assistir a alguns shows do Jamiroquai, e fico impressionado como o bom gosto da banda foi caindo, caindo, caindo... Esse álbum de 1994, por exemplo, cheio de referências da Motown, é fantástico. Depois, a banda foi escorregando para um lado meio eletrônico demais, que não me agradou. Não estarei no show do Jamiroquai em São Paulo hoje, mas torço para que a banda toque coisas desse tipo...
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Foi no dia 16 de agosto de 1990 que Paul Simon lançou um de seus melhores álbuns. "The rhythm of the saints" aprofundava a viagem do músico norte-americano em novos ritmos. Se o anterior "Graceland" (1986) estava encharcado de referências africanas, o álbum de 1990 ia ao encontro dos ritmos brasileiros. A começar pela introdução da faixa de abertura ("The obvious child"), gravada no Pelourinho pelo grupo baiano Olodum. A lista de brasileiros na ficha técnica de "The rhythm of the saints" é extensa: Raphael Rabello, Naná Vasconcelos, Armandinho, Mingo Araujo, Sidinho Moreira e Milton Nascimento. Marco Mazzola foi um dos produtores do álbum, que chegou ao 4º posto da parada de discos da Billboard.
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E sabe quem vai apagar 50 velas hoje? Hein? Leila Pinheiro, uma das maiores vozes do Brasil. Para mim, o grande álbum de Leila Pinheiro (tipo imbatível mesmo) é "Catavento e girassol" (1996), somente com faixas compostas por Guinga e Aldir Blanc. Considero esse disco um dos melhores lançados no Brasil na década de 90. Uma verdadeira aula de canto e de bom gosto. Recentemente, Leila Pinheiro lançou "Meu segredo mais sincero" (2010), todo com canções escritas por Renato Russo. Já resenhei esse CD aqui no blog, e tive lá as minhas restrições. Mas ainda assim é um bom álbum, e a sua interretação para "Quando você voltar" é de arrepiar. Pensei em colocar esse vídeo aqui para homenagear a cantora. Mas achei um mais interessante. Olha só ela novinha, novinha...
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O dia 16 de outubro não é lá um dos mais felizes para os bateristas. Além da morte de Art Blakey, esse mesmo dia (no ano de 1973) viu a morte de outro gigante do jazz: Gene Krupa. Ele começou a sua carreira na big band de Benny Goodman - participou, inclusive, daquele famoso concerto no Carnegie Hall, em 1938 -, mas não demorou muito para liderar a sua própria banda, a Gene Krupa Big Band.
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Agora é hora de falar de jazz. E jazz do bom, viu? Há vinte anos, o maior baterista da história do jazz partia dessa pra melhor. Art Blakey era um músico tão respeitado, que, mesmo sendo baterista, era o líder de uma banda de jazz: Art Blakey and the Jazz Messengers. Veja bem, quando digo "mesmo sendo baterista", não estou querendo subestimar os especialistas das baquetas, pelo contrário. Mas como o baterista geralmente fica lá atrás, escondidão, não é lá muito comum, ele liderar uma banda. Mas Art Blakey liderava. E uma das mais importantes da história do jazz. Com mais de 130 álbuns gravados, Art Blakey é um dos imortais do jazz.
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Quando era moleque, não tinha erro. Todo dia 16 de outubro tinha que apresentar um trabalho para o tal Dia da Ciência. Como não tenho mais esse tipo de trabalho para fazer, fica aqui a minha lembrança do dia com Gilberto Gil...
Mesmo em hiato, o Stereolab anunciou um novo álbum para o dia 16 de novembro. "Not music" (capa acima) foi gravado em 2008 e traz 13 faixas. Enquanto isso, Laetitia Sadier disse que o seu álbum solo, "The trip", chegará às lojas em 21 de setembro. As faixas de "Not music" são as seguintes: "Everybody's weird except me", "Supha Jaianto", "So is cardboard clouds", "Equivalences", "Lelekato sugar", "Silver sands", "Two finger symphony", "Delugeoisie", "Laserblast", "Sun demon", "Aelita", "Pop molecules (Molecular Pop 2)" e "Neon beanbag (Atlas Sound Mix).
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Só para dar água na boca, um trechinho de "I want the world to stop", faixa que fará parte do oitavo álbum do Belle And Sebastian, "Write about love", que sairá no dia 11 de outubro.
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"Eu me sinto desleal. É como se estivesse traindo a minha esposa." (Brandon Flowers em entrevista ao The Sun, falando sobre o hiato do The Killers e a sua carreira solo)
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A turnê que reuniu Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax, chamada de "Big Four", sairá em DVD e em blu-ray no dia 11 de outubro. "The Big Four: Live from Sonisphere 2010" deve trazer a apresentação das bandas na Bulgária, que passou em cinemas ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Pelo que pesquisei, haverá duas versões: uma simples, com os melhores momentos, e outras com dois DVDs e cinco CDs, poster e palheta das bandas.
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Aquele showzinho que Roger Waters e David Gilmour fizeram juntos, no mês passado, foi, enfim, disponibilizado. No total, são 27 minutos, e você pode assistir logo aí abaixo. A qualidade de som e imagem é de médio pra cima.
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O Jamiroquai anunciou que vai lançar um álbum de inéditas em novembro. O disco, que vai se chamar "Rock, dust, light, star", será o primeiro da banda desde "Dynamite" (2005). Segundo o site oficial do conjunto, o novo álbum foi gravado ao vivo em estúdio.
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Julian Casablancas, dos Strokes, disse à Rolling Stone, que seria "um sonho" produzir uma canção do Pearl Jam.
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E o novo videoclipe da Katy Perry (para a música "Teenage dream")? Sexy, não?
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Depois do Planeta Terra e do Scissor Sisters, é a vez de Jeff Beck anunciar show no Brasil. E detalhe: tudo na mesma semana! Haja grana, hein? O guitarrista britânico se apresenta no dia 24 de novembro no Vivo Rio (Rio de Janeiro), e, no dia seguinte, na Via Funchal (São Paulo). Os ingressos para as duas apresentações começam a ser vendidos já a partir do dia 25 de agosto. O seu último disco foi o mediano "Emotion & commotion", que traz até a ária "Nessun dorma", da ópera "Turandot", de Puccini. Os preços no Rio variam entre 200 e 400 reais, e em São Paulo, 200 e 300. Estudante paga meia. Ah, eu vi a apresentação do Jeff Beck no Free Jazz de 1998 (acho!), e se essa apresentação for metade do que foi aquela, já vai valer a pena, pode ter certeza.
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Outra figura bem polêmica também sopra velinhas hoje. Nelson Piquet, um dos maiores vencedores da história do automobilismo, está completando 58 anos. Eu também prefiro analisar o Piquet sob o ponto de vista profissional. E acho que os seus três títulos mundiais (mesmo número de Ayrton Senna), em 1981, 83 e 87, são o suficiente para que tenhamos todo o respeito para com Nelson Piquet. O resto, a gente deixa pra lá.
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Agora eu quero falar um pouco de cinema. Sabe quem faz 50 anos hoje? O ator Sean Penn. Bom, não conheço muito meio-termo com Sean Penn. Ou você adora ou odeia. Os fanáticos pela Madonna, por exemplo, o odeiam. Eu já prefiro analisar sobre outro ponto de vista. E acho que Sean Penn fez grandes papéis. Os meus prediletos? Nos filmes "Os últimos passos de um homem", "Além da linha vermelha", "Sobre meninos e lobos", "Milk" e, principalmente, "Uma lição de amor" (o título original em inglês é "I am Sam"), no qual Penn interpreta um deficiente mental que vê a sua filha de sete anos ultrapassá-lo intelectualmente. É um filme bem especial, e que, de quebra, traz em sua excelente trilha sonora, apenas canções dos Beatles interpretadas por gente como Eddie Vedder, Rufus Wainwright, Nick Cave e Ben Harper.
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No dia 17 de agosto de 1983, morreu um dos grandes letristas de todos os tempos. Ira Gershwin (que fazia dupla com o seu irmão George Gershwin) compôs clássicos como "I got rhythm", "Embraceable you", "They can't take that away from me", "The man I love" e "Someone to Watch Over Me". Ele também fez o libreto da ópera "Porgy and Bess". Meio mundo gravou as suas composições. Exemplos? Vamos lá: Louis Armstrong, Frank Sinatra, Janis Joplin, John Coltrane, Billie Holiday, Miles Davis, Herbie Hancock, Judy Garland, Barbra Streisand, Natalie Cole, Nina Simone, Ella Fitzgerald (o seu songbook é fantástico!), Sting, Renato Russo, Caetano Veloso, entre vários outros.
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Hoje também é dia de lembrar outro grande cantor e instrumentista - e que faz aniversário no mesmo dia de João Donato, lembremos. Ed Motta nasceu a 17 de agosto de 1971, e eu me lembro bem quando saiu o seu primeiro disco, com a Conexão Japeri, em 1988. Eu adorava aquela parte de "Manuel", que era cantada com sotaque americanizado: "se eu fosse americano, minha vida não seria assim". Por via das dúvidas, comprei o meu bolachão nas Lojas Americanas mesmo. Eu queria pedir vênia para contar duas historinhas aqui sobre o Ed Motta. A primeira aconteceu acho que em 2005. Eu estava hospedado no mesmo hotel que ele em Amsterdã. Tomava café da manhã todo dia na mesa ao lado da dele. E uma coisa me impressionou: o respeito com o qual ele era tratado. Verdadeiro popstar (ou jazzstar, se preferir). Bacana ver um brasileiro ser tão bem tratado pelos europeus. E a gente que, muitas vezes, trata tão mal os nossos próprios artistas... A segunda história foi na última edição do Tim Festival (2008?). Uma mocinha que limpava o banheiro parou o Ed Motta para dizer que gostava muito das suas músicas. Eu vou dizer que pouca vezes vi um artista ser tão atencioso com um fã. Acho legal contar essas duas histórias aqui. A imprensa também pode falar bem dos artistas, viu Ed? Hehehe...
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E quem nasceu no dia 17 de agosto de 1951 foi a cantora Elba Ramalho. Nossa, acho que desde bem pequeno assisto aos shows da Elba. As suas músicas acabam grudando na cabeça de um moleque que cresce nos anos 80, não sei se por causa das novelas. Afinal, você pode até se esquecer da história de Roque Santeiro, mas não se esquece de que a sua música-tema era "De volta pro aconchego". Elba também foi das poucas artistas que participou das três edições brasileiras do Rock in Rio. Eu me lembro que na terceira edição, em 2001, ela fez um show explosivo com Zé Ramalho. Nunca vi tanta poeira subir na minha vida. O mais engraçado foi que, no dia seguinte, encontro com uma amiga minha na Cidade do Rock, e ela manda: "você dança forró muito bem". "Eu????". "Sim, você apareceu na TV uns dois minutos dançando no show da Elba". Nossa mãe, o que que eu bebi naquele dia??
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Agora é a vez do samba. E agora é a vez de homenagear Candeia, que estaria completando 75 anos. Grande mestre do partido alto, Candeia compôs clássicos como "Pintura sem arte" (abaixo), "Preciso me encontrar", "Anjo moreno", "Eterna paz", "Filosofia do samba", "De qualquer maneira" e "Não tem vencedor". Suas músicas foram regravadas por gente como Martinho da Vila, Ney Matogrosso, Marisa Monte e Paulinho da Viola. Candeia morreu no dia 16 de novembro de 1978.
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No dia em que comemoramos os 27 anos da morte do grande poeta Carlos Drummond de Andrade, devemos nos lembrar também de outro grande da música. João Donato nasceu a 17 de agosto de 1934, e começou a sua carreira, veja só, tocando acordeão. Tem um álbum fantástico dele, que o Charles Gavin lançou em CD deve ter uns sete anos, que se chama "Chá dançante" (1956), creditado a "Donato e seu conjunto". Esse foi o seu primeiro LP, que ainda teve o repertório escolhido por Antonio Carlos Jobim (dizem que o maestro também tocou em algumas canções, apesar de não ter sido creditado no encarte). E olha que é difícil indicar os melhores álbuns do Donato, porque a quantidade é imensa. Mas arrisco alguns: "A bossa muito moderna de Donato e seu trio" (1963), "Muito à vontade" (62), "A bad Donato" (70) e "Quem é quem" (73).
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"João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história." ("Quadrilha" - Carlos Drummond de Andrade - 31/10/1902 / 17/08/1987)
Bom, como já tem muita gente reclamando, anuncio que na próxima segunda-feira esse blog volta ao normal. Não sei se isso é bom ou ruim, mas, de qualquer forma, fico feliz com as mensagens que tenho recebido de pessoas que dizem estar com "saudades" das postagens. Mas hoje o jogo é rápido. Quero falar aqui sobre as atrações de dois festivais que acontecerão em São Paulo nesse segundo semestre. Os ingressos para o Planeta Terra, que vai rolar no dia 20 de novembro, no Playcenter, estão vendendo bem, e os dois primeiros lotes já foram esgotados em dois dias - o terceiro lote já está à venda, com ingressos a 200 paus (100 para estudante). O line-up fica, a cada dia que passa, mais interessante. Agora, olha só quem confirmou presença: Mika, Passion Pit e Empire Of The Sun. Anteriormente, já haviam confirmado presença as seguintes bandas: Smashing Pumpkins, Pavement, Girl Talk 3rd Band, Yeasayer, Of Montreal, Hot Chip e Phoenix. As atrações nacionais serão anunciadas nos próximos dias, segundo a produção do Planeta Terra. Para mim, um dos melhores elencos de festival dos últimos anos. Pelo que li lá fora, os Smashing Pumpkins estão mandando muito bem nessa nova turnê, tocando músicas velhas sem frescura. O Hot Chip lançou (talvez) o melhor álbum desse ano até agora. Phoenix e Of Montreal são garantia de diversão. Mika... bem, eu adoro o Mika. Apesar de o seu segundo álbum não chegar aos pés do primeiro. Respeito o Yeasayer, e estou louco para ver o Passion Pit ao vivo. Tomara que algumas dessas atrações pintem aqui pelo Rio também. Os ingressos estão sendo vendidos no telefone 4003-5588 e nos pontos de venda listados aqui.
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Já o elenco do festival Natura Nós, que acontecerá nos dias 16 e 17 de outubro, na Chácara do Jockey (Putz!) em São Paulo, é um pouco mais modesto. Mas, mesmo assim, tem coisas interessantes. Jamiroquai (é né?), AIR (aí sim!), Snow Patrol (vi ao vivo abrindo para o U2 em 2005, e não sei como está agora), Bajofondo, Vanessa da Mata, Céu, Cidadão Instigado, Móveis Coloniais de Acaju, Adriana Partimpim, Palavra Cantada e Pato Fu já confirmaram presença. Os ingressos começam a ser vendidos na segunda-feira, dia 09 de agosto (pista a 190 paus e premium a 500 paus no dia 16, e 60 paus no dia 17, estudante paga metade). A ordem dos shows é a seguinte: Sábado (dia 16/10) - Marcelo Jeneci, Cidadão Instigado, Karina Buhr, Vanessa da Mata, Céu, Air, Bajofondo, Snow Patrol, Móveis Coloniais de Acaju e Jamiroquai; Domingo (dia 17/10) - Pequeno Cidadão, Palavra Cantada, Pato Fu e Adriana Partimpim. No sábado, os shows serão distribuídos em dois palcos e em horários alternados. Mais informações aqui.
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Outro dia falei aqui no blog sobre os 25 anos da estreia da novela "Roque Santeiro". Relembrei Sinhozinho Malta, Viúva Porcina, Dona Pombinha, Cego Jeremias, Zé das Medalhas, o Lobisomem e alguns outros personagens dessa novela que eu considero inesquecível. E a boa nova é que a Som Livre lança nos próximos dias um box com 16 DVDs com um compacto da novela. Não sei como ficou essa edição (algumas edições estragaram alguns DVDs de boas minisséries, como "Anos dourados" e "Anos rebeldes"), mas como é o primeiro projeto de novela em DVD da Rede Globo, acredito que deve ter ficado caprichada. No total são 50 horas, que certamente me farão perder algumas horas de sono.
No mesmo dia em que o novo álbum do Interpol chegar às lojas (lá fora, claro), "Lisbon", novo trabalho da banda indie de Nova York, The Walkmen, também será lançado. Gravado entre Nova York e a Filadélfia, o sucessor de "You & Me" trará canções que foram compostas na cidade de Lisboa, e será lançado em 14 de setembro. O álbum, que terá 11 faixas, foi produzido por John Congleton.
O Interpol anunciou que o seu quarto álbum será lançado no dia 14 de setembro. Intitulado com o próprio nome da banda, o disco é o último trabalho do Interpol a contar com o baixista Carlos Dengler, que abandonou o barco no início desse ano. "Interpol" foi gravado no Electric Lady Studios, em Nova York, e foi mixado por Alan Moulder.
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TRIBUTO PARA DIO: O Heaven & Hell fará uma homenagem ao seu vocalista no próximo dia 24 de julho, em um show no festival High Voltage, em Londres. Os integrantes da banda (da qual Dio era vocalista), Tony Iommi, Geezer Butler e Vinny Appice, dividirão o palco com Glenn Hughes (ex-vocalista do Deep Purple e do Black Sabbath) e Jorn Lande (Masterplan).
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Incubus, Pixies, Dave Matthews Band e Linkin Park já estão confirmados para o SWU Music Arts 2010 (o "antigo" Woodstock), que acontecerá em Itu (São Paulo), no mês de outubro. A proposta é fazer algo parecido com Glastonbury, em um local mais afastado dos grandes centros urbanos. Ficamos no aguardo dos nomes das outras atrações. Cadê o Rage Against The Machine?
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Sério... Esse videoclipe de "Bang bang bang", do Mark Ronson é um dos mais bacanas que vi recentemente. Vale a pena parar por cinco minutinhos.
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"Airbag", "Paranoid android", "Subterranean homesick alien", "Exit music (For a film)", "Let down", "Karma police", "Fitter happier", "Electioneering", "Climbing up the walls", "No surprises", "Lucky" e "The tourist". Conhece bem esse repertório, né? "Ok computer" é considerado pela maioria dos fãs a obra-prima do Radiohead (eu fico com "The bends", de 1995). Mas, sei lá, discutir o sexo dos anjos é meio chato. Então, podemos ficar com os dois. Mas ainda acho "The bends" um álbum mais coeso e interessante. "Ok computer" foi o prelúdio da ópera (às vezes um pouco controversa - tem um amigo meu que diz que gostava de Radiohead até ela se tornar "essa banda progressiva chata de hoje") que o Radiohead estrelaria, para o bem e/ou para o mal, a partir de "Kid A" (2000). E hoje faz 13 anos que "Ok computer" chegou às lojas - e o pior é que me lembro bem da semana do lançamento, quando fui até à falecida Gramophone, aqui na Gávea, apanhar a minha cópia, que, aliás, tocará hoje novamente no CD-player.
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De repente, você nem era nascido (eu não era), mas tenho certeza que você conhece aquela cena do chuveiro de "Psicose". Ela é tão famosa que, mesmo que você nunca tenha assistido ao filme, conhece a cena. Dirigido por Alfred Hitchcock, "Psicose" conta com Janet Leigh e Anthony Perkins nos papéis principais. E, hoje, completam-se 50 anos da estreia de "Psicose". E vou dizer o seguinte: depois de ver esse filme, parar em um hotelzinho de beira de estrada nunca mais foi a mesma coisa.
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Eu aposto que você conhece pelos menos uns quatro clássicos do Lamartine Babo. Se você for carioca e torcer pelo Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo ou América, então, aí eu não tenho dúvidas. Além dos hinos dos principais times do Rio de Janeiro, Lamartine Babo ainda compôs marchinhas de carnaval importantes, como "O teu cabelo não nega". Por tudo isso que, hoje, dia 16 de junho, de 2010, devemos nos lembrar dos 47 anos da morte desse gênio. E o hino abaixo vai em homenagem ao grande jornalista José Trajano.
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E vocês sabem quem nasceu cinco anos antes de o Estádio do Maracanã ser inaugurado? Hein? O grande compositor, músico, arranjados, cantor (e o que mais?) Ivan Lins. Ele nasceu no Rio de Janeiro em 1945 e, hoje, completa 65 anos. Em comum com ele, eu tenho a química. Sim, a química! Ivan Lins formou-se em engenharia química. E eu, apaixonado por química no colégio, acabei prestando vestibular para a mesma área. Acabou que me formei em Direito e em Jornalismo. Hehe... E o Ivan Lins se transformou em um dos principais compositores do país. Vida estranha, não? Aliás, ainda bem que ela é assim.
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Bom dia pessoal! Como vamos, hein? Olha, não vou nem falar daquela pelada de ontem, hein... Aliás, nessa Copa, só teve pelada até agora. Até o jogo da Alemanha foi ruim. A Austrália se mostrou tão ruim quanto a Coreia do Norte. A diferença é que os alemães aproveitaram. Tomara que a Espanha possa mostrar um futebol parecido com o da Argentina, até agora, o melhor da Copa. Mas, esqueça a Copa. Hoje, dia 16 de junho de 2010, o Estádio do Maracanã - que deve sediar a final do Mundial de 2014, se o Ricardo Teixeira deixar - completa 60 anos de idade. Ele foi inaugurado no dia 16 de junho de 1950, com o jogo Seleção Paulista 3 x 1 Seleção Carioca. Didi, que jogava na Seleção Carioca, fez o primeiro gol no Maraca. A partir de 1966, o Estádio do Maracanã passou a se chamar Estádio Jornalista Mário Filho, em homenagem ao cronista esportivo (irmão de Nelson Rodrigues) que tanto incentivou eventos esportivos na cidade do Rio de Janeiro, a partir dos anos 40.
Mais uma listinha publicada para causar bastante polêmica... A MTV britânica realizou uma pesquisa junto aos seus telespectadores para eleger o melhor videoclipe da história.
E em primeiro lugar ficou a banda Duran Duran, com o clipe da música “Rio” (acima), de 1982. O vídeo, que pode ser visto logo acima, foi dirigido por Russell Mulcahy, em maio de 1982.
Outros artistas como A-HA, Michael Jackson, Nirvana e Radiohead também ficaram entre os dez mais.
Abaixo, a classificação: 1) Duran Duran – “Rio” 2) Bjork – “All Is Full Of Love” 3) A-HA – “Take On Me” 4) Michael Jackson – “Thriller” 5) Nirvana – “Smells Like Teen Spirit” 6) Sigur Rós – “Svefn-g-Englar” 7) Radiohead – “Just” 8) Jamiroquai – “Virtual Insanity” 9) Madonna – “Like A Prayer” 10) Ok Go – “Here It Goes Again”
PS. Só para tirar qualquer dúvida: não, o videoclipe de “Rio” não foi filmado no Rio de Janeiro. As cenas em uma paradisíaca praia foram registradas na ilha de Antígua, no Caribe.
Na noite de ontem teve início a segunda semana de Rock In Rio – Madrid, com as apresentações de Stereophonics, Amy Winehouse, Jamiroquai e Shakira. O festival ainda acontece na noite de hoje, tendo o The Police como principal atração, antes de se encerrar amanhã ao som de ninguém menos do que Bob Dylan.
Diferentemente da semana passada, quando apenas 40 mil pessoas compareceram a cada noite, ontem, 75 mil pagantes foram a Arganda Del Rey. Segundo a imprensa espanhola, a noite teve dois destaques. O primeiro, obviamente, foi Amy Winehouse, que, apesar de ter feito um show considerado morno pelo público (já a imprensa elogiou), com menos de uma hora de duração, pouca voz e muito vinho, sempre acaba sendo notícia. O outro destaque foi a cantora Shakira, que levantou o público madrileno, com os seus hits dançantes.
Os organizadores do festival estavam apreensivos quanto à chegada de Amy Winehouse. Mas às 20h, a cantora britânica pousou em Madrid e iniciou o seu show às 21h, com “Just Friends”. Após, trocar o sapato de salto alto por um outro mais confortável, Amy atacou com os seus sucessos, como “Rehab”, “Valerie”, “Cupid” (vídeo abaixo) e “Some Unholy War”. O jornal El País, o principal da Espanha, teceu elogios ao show: “A herdeira de Keith Richards não falhou. Uma escolta consistente de uma banda em seu perfeito funcionamento, cheia de alma e reggae”. O show terminou às 21h55, e às 23h, Amy Winehouse já estava dentro do avião para retornar a Londres.
O Jamiroquai, como de costume, colocou o público para dançar, ao som de grandes hits como “Deeper Underground” (vídeo abaixo), “Hight Times” e “Cosmic Girl”. O El País noticiou: “A mesma coisa [empolgação] aconteceu com Jamiroquai, apesar de alguns quilos a mais, e de não estar em seu melhor momento”.
Mas o melhor momento da noite, segundo público e imprensa, veio mesmo com o show de Shakira, que, de pés descalços, encerrou a noite de ontem em grande estilo. Segundo o El País, “Shakira é o “protótipo perfeito de arista de Rock In Rio”. No repertório do show da cantora colombiana, sucessos em espanhol, como “Pies Descalzos” (vídeo abaixo), “Si Te Vas” e “Hay Amores”, e em inglês, como “Whenever” e o encerramento com “Hips Don’t Lie.