Mostrando postagens com marcador R.E.M.. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador R.E.M.. Mostrar todas as postagens

22 de set. de 2011

E agora que o R.E.M. não existe mais...

“Aos nossos fãs e amigos: como R.E.M., e como grandes amigos e colaboradores, decidimos nos separar como banda. Nós nos despedimos com um grande sentimento de gratidão, completude e orgulho de tudo que conquistamos. Espero que nossos fãs entendam que essa não foi uma decisão fácil. Mas todas as coisas precisam acabar, e nós queremos fazer direito, fazer do nosso jeito”.

Hoje poderia estar aqui escrevendo sobre várias coisas bacanas que aconteceram, como a gravação do programa “Sem censura” (meus avós amavam esse programa), o ótimo papo com o Silvio Essinger para o “Segundo Caderno” do jornal O Globo, o chat sobre o Rock in Rio na UOL...
Mas fica difícil desviar o assunto quando a gente toma conhecimento de que uma coisa que você ama não existe mais.
Foi através do Silvio Essinger que recebi a notícia de que o R.E.M. estava se separando. Já escrevi algumas vezes sobre as bandas da minha vida. E elas são quatro (sem ordem de preferência): Beatles, Legião Urbana, Queen e R.E.M..
Foi um grande baque. Praticamente a notícia da morte de alguém que gosto muito.
O R.E.M. embala minha vida já faz alguns anos.

A minha paixão com o R.E.M. começou mesmo com “Document” (1987). Aprendi um pouco de inglês decorando a letra de “It’s the end of the world, as we know it (And I feel fine)”. Até hoje berro “Right!!” mais alto do que o Michael Stipe. Pode apostar!
Depois de “Document”, em uma viagem aos Estados Unidos, comprei o “Green” (1988) e a coletânea “Eponymous”, do mesmo ano.



O “Green” ficou jogado de lado, confesso. Eu chapei com as músicas de início de carreira do R.E.M. presentes no “Eponymous”. “Gardening at night”, “So. central rain”, “Driver 8”, “Fall on me”... Aquilo teve uma importância na minha vida que eu comparo com a primeira vez que ouvi o “Greatest hits” (1981) do Queen, ou uma coletânea dos Beatles, que não me lembro o nome, com 20 sucessos, que ia de “She loves you” a “The long and winding road”, ou ainda o “Dois”, da Legião Urbana.



Naquele álbum, o R.E.M. apresentava um som diferente, que eu nunca tinha escutado antes. Eu me surpreendi. E por isso me apaixonei. Próxima missão: correr para a importadora mais próxima e encomendar “Murmur” (1983), “Reckoning” (1984), “Fables of the reconstruction” (1985) e “Lifes rich pageant” (1986).


Três anos depois, a explosão mundial. Usando duas expressões horrorosas, o R.E.M. deixava de ser indie para integrar o mainstream. Invadiu a MTV e vendeu milhões de cópias daquele álbum de capa amarela e que tem uma música chamada “Losing my religion”. Na entrega do VMA’s, da MTV, Michael Stipe nem conseguia carregar tanto troféu.
Dependendo do ponto de vista, foi a glória.



E eu acho que foi mesmo.
E foi porque o R.E.M. não se vendeu depois do imenso sucesso. Pelo contrário. Quando teve a chance de lotar shows com uma “Out of time tour”, o grupo preferiu se trancar em estúdio para gravar a sua obra-prima, que atende pelo nome de “Automatic for the people” (1992). Aquilo lá podia muito bem ser uma coletânea de sucessos. Ao jeito do R.E.M., diga-se. O primeiro single do álbum, “Drive”, é uma das músicas mais estranhas (e belas) compostas pelo conjunto. E o que dizer de “Everybody hurts”, “Nightswimming” e “Find the river”, certamente as baladas mais bonitas dos anos 90?? Ah, também tinha “Man on the moon”, uma loucura deliciosa que misturava no mesmo saco Andy Kaufman, Mott The Hoople, Charles Darwin e Moisés.



E que tal uma turnê monstruosa para divulgar “Out of time” e “Automatic for the people”?
Lógico que o R.E.M. nem pensou em pisar no palco.
O estúdio era mais aconchegante. E de lá a banda saiu com “Monster” (1994), o seu álbum mais pesado, criticado à época do lançamento, mas hoje considerado “cult”. Mas quem ouviu o disco com atenção, logo que ele foi lançado, já pôde reparar a beleza por trás de pedradas como “Bang and blame” e “Circus envy”. Eu estava nos Estados Unidos quando esse álbum saiu, e o comprei no dia do lançamento. Tinha a esperança de ver algum show da turnê norte-americana, que ia começar alguns meses depois, quando voltaria aos EUA. Mas o baterista Bill Berry sofreu um colapso durante um show na Suíça, consequência de um aneurisma cerebral. Ele acabou deixando o conjunto, e a turnê, tão aguardada, teve que ser adiada por alguns meses. Um parêntese: quem abriu os shows da “Monster tour” foi ninguém menos que o Radiohead.



Os álbuns seguintes foram “New adventures in hi-fi” (1996) e o delicado “Up” (1998). Do primeiro destaco “New test lepper” (dos versos “I can’t say that I love Jesus / That would be a hollow claim”) e “E-bow the letter” (com o luxuoso vocal de Patti Smith). Já “Up” é um capítulo a parte. Provavelmente foi o CD que mais ouvi na minha vida. Eu demorei três dias só para digerir “Airportman” e pular para a segunda faixa. Aquilo lá era coisa muito séria, que atinge o seu esplendor máximo em “Sad professor”, cuja letra retrata, de modo brilhante, a vida de um alcoólatra.
Mas “Up” me deixou com muita raiva. Raiva de nunca ter assistido um show do R.E.M. ao vivo. Aquilo tudo lá ficava restrito aos DVDs, e eu tinha quase que a absoluta certeza que nunca ia assisti-los ao vivo.



No final do ano 2000, a grande alegria: o R.E.M. estava confirmado para fechar a segunda noite do Rock in Rio.
E, como não poderia deixar de ser, a apresentação foi antológica. A turnê de “Up” já havia sido oficialmente encerrada. Então, o R.E.M. aproveitou para fazer um tour de force em seu repertório, apresentando músicas de praticamente quase todos os seus álbuns, incluindo duas inéditas, que viriam a ser lançadas no CD “Reveal” (2001): “She just wants to be” e “The lifting”. A banda chegou com uma semana de antecedência ao Rio e se trancou em um estúdio durante sete dias para ensaiar um grande número de canções, para poder escolher o melhor setlist possível para o show.



E logo no início da apresentação, o R.E.M. já mostrou que o show seria aquilo que os fãs, que nunca haviam visto a banda em cima de um palco anteriormente, queriam: uma verdadeira coletânea de sucessos ao vivo. A primeira canção foi “Finest worksong”, de “Document”. E outras músicas que o público brasileiro nem sonhava ouvir ao vivo estiveram presentes no repertório de 19 canções. Foram os casos de “Fall on me”, “Stand”, “So. central rain”, “Find the river” e “Pop song 89”. Também rolaram sucessos como “What’s the frequency, Kenneth?”, “The one I love” (durante a qual o vocalista Michael Stipe se jogou no meio do público), “Man on the moon”, “Everybody hurts” e, claro, “Losing my religion”. E ainda teve aquele final apoteótico com “It’s the end of the world”, que levantou poeira até quase a altura da Lua, que, diga-se, brilhou lindamente naquela noite.



Além do show, a grande recordação dessa “primeira vez” com o R.E.M. foram os autógrafos que peguei de Michael Stipe, Mike Mills e Peter Buck, na porta do Copacabana Palace.

“Reveal” saiu e, em 2004, foi a vez de “Around the sun”, quase um consenso entre os fãs da banda quando chega a hora de apontar o pior trabalho do R.E.M.. Eu concordo. O álbum não é ruim (não dá para chamar de ruim um disco com faixas como “I wanted to be wrong” e “Boy in the well”), mas, comparativamente, é, de fato, o mais fraco da banda.
A ressurreição veio em “Accelerate” (2008), no qual o R.E.M. retornava às origens, com canções tão curtas quanto um tiro. “Living well is the best revenge” e “I’m gonna DJ” não me deixam mentir.



Daí veio mais uma imensa turnê e que eu tive a sorte de ver quatro vezes. A primeira no dia 19 de junho de 2008, no Madison Square Garden, em Nova York (poster do show abaixo). Era o meu aniversário de 29 anos. E não podia comemorar de forma melhor. Tudo bem, faltou “Imitation of life”, mas teve “Begin the begin”, “These days” e “Disturbance at the heron house”. Johnny Marr ainda subiu ao palco para dar uma canjinha em “Fall on me”. E a abertura coube ao The National, talvez o sucessor do R.E.M..

Depois, vi o show na HSBC Arena, no Rio de Janeiro. E, sim, dessa vez teve “Imitation of life”. E ainda “Exhuming McCarthy”, “Nightswimming” e “Sweetness follows”. Os dois shows na semana seguinte, na Via Funchal, em São Paulo, eu arrisco dizer que foram os dois melhores que já vi (juntamente com “O descobrimento do Brasil”, da Legião Urbana, em outubro de 1994, no Metropolitan, e a apresentação do Paul McCartney, no ano passado, no Gigante da Beira-Rio, em Porto Alegre). Michael Stipe estava com a corda toda. No primeiro show, em “Bad day”, fiquei fazendo sinal para ele me jogar a gaita. Ele apontou em minha direção, jogou e... o cara que estava na minha frente deu um salto mortal e a pegou. Na segunda apresentação, durante “The one I love”, eu estava bem na grade, e, Michael Stipe na minha frente. Sabendo que ele gosta de se jogar no meio da galera durante essa canção, comecei a fazer um sinal como quem diz: “é a hora!”. Pode ser pretensão minha achar que ele se jogou na plateia porque eu “mandei”, mas a verdade é que, dois segundos depois, Stipe estava cuspindo na minha frente, e eu com a mão na careca dele, sem a menor cerimônia. Quando chegou a vez de “Man on the moon”, a derradeira do set list, mal poderia imaginar que aquela ia ser a última vez que via o R.E.M. ao vivo.



No dia 08 de março desse ano, saiu “Collapse into now”. Minha importadora conseguiu que o CD chegasse ao Brasil no exato dia do lançamento lá fora. Como sempre, parei tudo para escutar o álbum. E que discaço! Só a primeira música, “Discoverer” já valia o álbum inteiro. Assim como acontecera em “Accelerate”, o R.E.M. voltava a gravar um álbum cru, com canções rápidas, casos de “All the best” e “Mine smell like honey”. Também tem uma balada que considero a música mais bonita de 2011: “Oh my heart”. E o que dizer de “Blue”, com a participação (mais uma vez) da fenomenal Patti Smith??
Após “Blue”, os primeiros acordes de guitarra de “Discoverer” voltam a soar. Como se mandasse o recado: “escute tudo de novo”.



Lógico que eu escutei.
E continuo escutando.
Até ontem, o R.E.M. era a maior banda de rock do mundo em atividade.
Hoje, ela se junta aos Smiths, aos Beatles, ao Led Zeppelin, ao Police e a tantas outras.
O R.E.M. virou História.
Aliás, quem disse que o R.E.M. já não era História?

“Para aqueles que já se sentiram tocados por nossa música, nosso mais profundo agradecimento.”

E o meu também, Michael, Peter, Mike e Bill.

21 de set. de 2011

RIP R.E.M.

O R.E.M. era a melhor banda de rock do mundo em atividade. Até poucas horas atrás.

Que descanse em paz!

5 de set. de 2011

Os 65 anos do inigualável Freddie Mercury; os 20 da explosão do R.E.M.; o novo álbum do Red Hot; Prince caloteiro?; o novo videoclipe do Foo Fighters.



*****

Eu sei que esse blog andou meio largado nos últimos dias. Mas, acredite, ando sem tempo até de respirar. Muita coisa acontecendo, livro nas lojas, entrevistas de divulgação... Mas hoje arrumei um tempo para tentar colocar alguma ordem nisso aqui. Nesse fim de semana, aproveitei para ver uns DVDs que já estavam cobertos de poeira. Relembrei muita coisa. E o DVD mais marcante que vi foi o “Familiar to millions”, do Oasis. Não colocava esse vídeo para rodar fazia uns, sei lá, quatro, cinco anos... E como ele é bom, viu? Deu até para sentir o cheiro da cerveja naquele estádio de Wembley...

*****

E hoje eu tenho um motivo mais do que especial para não deixar de atualizar o blog. Isso porque nesse dia 05 de setembro, comemoramos os 65 anos do nascimento do Freddie Mercury. Sessenta e cinco! Já parou para pensar se ele estivesse vivo? Será que ainda teria pique para fazer aqueles shows antológicos?? Eu não tenho dúvida que sim. Em um exercício mais louco de imaginação, eu até pensei em um show do Queen nesse novo Rock in Rio, que começa daqui a poucos dias... A impressão que eu tenho é a de que o Freddie Mercury estaria com a mesma cara hoje em dia, cantando do mesmo jeito, e levantando os estádios mundo afora... Ah, que saudade!!



*****

Ah, agora eu vou ter que relembrar o Queen no Rock in Rio... Alguém estava lá??



*****

No dia 05 de setembro de 1991, o R.E.M. atravessava a fronteira entre o indie e o mainstream. Hoje, essa classificação de indie e maistream é praticamente inexistente. Mas em 1991, essa fronteira era imensa. E o R.E.M. alcançou um sucesso sem precedentes com a música “Losing my religion”, presente no álbum “Out of time” (1991). O videoclipe rodou alucinadamente na MTV, e, há exatos 20 anos, o conjunto de Michael Stipe, Mike Mills, Peter Buck e Bill Berry papava seis estatuetas do Video Music Awards, da MTV, incluindo o de melhor vídeo do ano. Bons tempos em que valia a pena ficar na frente da televisão vendo um VMA...



*****

E hoje faz 15 anos que o Jota Quest colocou nas lojas o seu primeiro álbum – excluindo um independente, lançado em 1995. À época, a banda se chamava J. Quest, e o álbum, auto-intitulado, vendeu bastante (hoje acumula 200 mil cópias vendidas), a reboque de sucessos como “As dores do mundo”, “Encontrar alguém” e “Vou pra aí”. Por conta de sua sonoridade, menos pop do que a atual, e mais puxada para o soul, muitos fãs consideram esse álbum o melhor do Jota Quest. Eu estou nesse grupo.



*****

Com um certo atraso, estou ouvindo o ultimo álbum do Red Hot Chili Peppers. A capa de “I’m with you”, certamente, é a mais bacana do ano. Mas e o disco? Bom, em resumo, eu acho que está abaixo da média da banda, mas acima de muita coisa que tem sido lançada nesses últimos anos. Eu fiquei com uma impressão, pelo menos nessa primeira ouvida, que a banda perdeu um pouco da “alegria” que está bem latente em álbuns como “Californication”(1999) e “By the way” (2002). Parece que o grupo ficou mais sério, mais adulto, não sei se por conta da saída do guitarrista John Frusciante. Aliás, que falta ele faz. Para quem pensa que só um vocalista é insubstituível em uma banda, é bom dar uma escutada em “I’m with you”. A sensação é de que está faltando alguma coisa. E está mesmo. “I’m with you” ainda assim é superior ao gorduroso “Stadium arcadium” (2006). O novo álbum segue uma receita comum nos últimos trabalhos do RHCP, com algumas músicas esculpidas para o sucesso, casos de “Police station”, “Happiness loves company” e o primeiro single, “The adventures of rain dance Maggie”. Mas a melhor faixa mesmo é “Goodbye Hooray”, mais pesada, e com um super trabalho do baixista Flea. Acredito que “I’m with you” ainda pode crescer muito no palco, ainda mais ao lado dos sucessos antigos do Red Hot Chili Peppers. Sorte de quem conseguiu comprar ingresso para o próximo dia 24.



*****

DROPS:











*****

Vamos ver as novidades de vídeos que temos por hoje:

O novo videoclipe do Foo Fighters, “Hot buns”:



Eu estava me lembrando da história, que conto no livro do Rock in Rio, que Dave Grohl, quando tocou aqui no Rio de Janeiro em 2001, se hospedou no hotel sob o pseudônimo de Freddie Mercury...


A nova música do Justice, “Audio, vídeo, disco”, em sua versão oficial:



*****

Ah, e vamos finalizar com ele, mais uma vez??


9 de jul. de 2011

São São Paulo; Bon Scott e o “Let there be rock”; os gênios Tom Hanks e Jack White; 31 anos sem Vinicius; o novo do R.E.M.; e o “13” do Megadeth.



*****

Hoje é bom começar o dia com Tom Zé, e esse clássico da cidade de São Paulo. No dia 09 de julho de 1932 houve a Revolução Constitucionalista do Estado de São Paulo, o maior confronto militar do Brasil no século XX.

*****

Se vivo fosse, Bon Scott, ex-vocalista do AC/DC, estaria completando 65 anos hoje. Um dos maiores vocalistas da história do rock, Scott gravou alguns dos principais discos da banda australiana. Sorte que o AC/DC conseguiu encontrar um vocalista a altura. Hoje, fica difícil afirmar quem é melhor, se é Bon Scott ou Brian Johnson. Eu fico com os dois.



*****

E já saiu lá fora (em breve no Brasil), o DVD/BD “Let there be rock”, que traz o show histórico do AC/DC em Paris, e que originou, em 1979, um dos vídeos mais importantes do rock. Aqui no Brasil, o filme foi lançado sob o título “Deixa o rock rolar”. A galera lotava o Circo Voador só para ver esse vídeo. As pessoas dizem que a comoção era tão grande que parecia que Bon Scott e Angus Young estavam no palco do Circo. O BD, que eu vi na semana passada, apresenta o show em Paris na íntegra, com imagem cristalina e som remixado em DTS, além de mais quase duas horas de extras. A latinha (que saiu em edição limitada) ainda traz alguns mimos para os fãs, como um livreto de 32 páginas escrito pelo jornalista Anthony Bozza, palhetas de guitarra e cartões postais.

*****

Jack White, o gênio do White Stripes, Raconteurs e The Dead Weather, também faz aniversário hoje. Trinta e seis anos do último guitar hero surgido no rock.



*****

Tom Hanks, o grande ator, também faz aniversário nesse sábado. Cinquenta e cinco anos. Sou suspeito para escrever sobre Tom Hanks. Qualquer filme no qual ele atue, até mesmo aquelas comédias românticas chatérrimas, eu gosto. A sua interpretação em “Forrest Gump” (1994) foi magnífica, mas nada se compara a sua atuação em “Philadelphia” (1993). A cena abaixo, a da ópera, certamente é uma das coisas mais fortes que já vi. Não tinha como não ganhar o Oscar de melhor ator. O que a Academia não esperava é que, no ano seguinte, ele viria de "Forrest Gump". Resultado: faturou o Oscar de melhor ator por dois anos consecutivos. Não tinha como ser diferente...



*****

Há 31 anos, e também no dia 09 de julho, o poeta Vinicius de Moraes morria. E sabe o que ele está fazendo lá em cima? Transformando o céu em seu bar particular. Assim como ele fazia em cima do palco. Saca só:



*****

Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas
(“Pátria minha” - Vinicius de Moraes)

*****

Dia curto hoje, com poucas novidades… Mas essa aqui é boa: Michael Stipe, vocalista do R.E.M., anunciou que a banda já está em estúdio gravando o sucessor de “Collapse into now” (2011). Como a banda não saiu em turnê para divulgar o seu último trabalho, nada melhor do que o estúdio. “Collapse into now” era o último disco que o grupo devia à gravadora Warner. Stipe disse que ainda não sabe como será o lançamento do novo trabalho. Ao que tudo indica, será algo independente, no estilo do Radiohead e do Nine Inch Nails. Aguardemos.

*****

Boas novas também para os fãs do Megadeth. A banda de Dave Mustaine anunciou que o título do seu próximo álbum será “13”. “Eu comecei a tocar guitarra aos 13, esse é nosso 13º disco, e eu nasci no dia 13”, explicou Mustaine. Recentemente, o Megadeth executou uma das faixas do novo álbum, durante um show em Hamburgo. O vídeo de “Public enemy No. 1” está logo abaixo:

8 de jul. de 2011

Olha o padeiro!; relembrando Moraes, Los Hermanos e Beck; Robbie Williams solo; novidades dos Strokes, Lenny, Vaccines e R.E.M.; e RIP Billy Blanco.



*****

Bom dia, pessoal! Mais uma sexta-feira, hein... Melhor dia da semana... Ainda mais com esse sol que (timidamente) volta a brilhar. E hoje, dia 08 de julho, sabe de quem é dia? Do padeiro!! Isso, do padeiro... Explico: 08 de julho é dia de Santa Isabel, a padroeira dos panificadores. Durante o seu reinado em Portugal, ela distribuía, contra a vontade do rei, pão aos pobres. Acabou virando Santa...

*****

Hoje também é dia de dar os parabéns ao super Moraes Moreira, que completa 64 anos. Então, aproveitando o clima de festas junina, julina e que tais, vamos atacar de...



*****

Isso me lembra que faltam 76 dias para o Rock in Rio... Não vão chamar o Moraes Moreira, não??

*****

E quem fica cinquentão hoje é o grande tecladista do Depeche Mode (e DJ também) Andrew Fletcher. O Depeche Mode é uma das bandas que está, fácil, no meu top 5. Impressionante como ela consegue atualizar e adequar a sua sonoridade com o passar do tempo. Só fico meio irritado com o fato de eles não virem ao Brasil. Na última vez, acho que em 2009, já estava tudo certo e, no final das contas, as apresentações foram canceladas. Uma pena, até mesmo porque eles chegaram a dar um show aqui do lado, em Buenos Aires.



*****

Já que falei de Rock in Rio, lembro aqui de outro maravilhoso artista que tocou na edição 2001. Beck faz 41 anos hoje. O seu show, injustamente, acabou servindo como um longo intervalo entre as apresentações do Foo Fighters e do R.E.M.. Uma pena. O show foi legal. Mas não acho que o palco da Cidade do Rock seja o ideal para uma apresentação do Beck.



*****

Para os fãs saudosos dos Los Hermanos, lembro que hoje faz dez anos que chegava às lojas o álbum “Bloco do eu sozinho”, considerado por muitos o grande trabalho da banda carioca. Eu fico com o “Ventura” (2003). Mas, claro, o “Bloco do eu sozinho” foi o ponto de ruptura da banda. Ele formatou o som dos LH tal qual o conhecemos. Por isso, apesar de não considerá-lo o melhor álbum do conjunto, devo reconhecer que é o seu trabalho mais importante – e certamente um dos mais importantes do rock brasileiro da década de 2000.



*****

A boa notícia para os fãs de Robbie Williams é que o cantor anunciou que, após a turnê com o Take That, voltará a sua carreira solo. Ele não falou nada sobre um álbum de inéditas, mas assegurou, em seu site, que “haverá uma turnê solo”.

*****

Alguns artistas aproveitaram o dia para lançar novos videoclipes, músicas... O primeiro é o The Strokes, que colocou na rede um vídeo bacaníssimo de “Taken for a fool”, a melhor faixa, disparado, de seu último e, hum, fraco (??) álbum “Angles”. Olha lá:



*****

A banda The Vaccines, novo hype da New Musical Express, e que deve durar uns dois ou três verões, também lançou videoclipe novo hoje. O nome da música é “Norgaard”, e está presente no álbum de estreia da banda, lançado no início do ano, “What did you expect from The Vaccines?”.



*****

Lenny Kravitz, por sua vez, lançou a nova música “Rock star city life”. Bom, vinte segundos são o suficiente para chegar à conclusão de que essa “nova” música é igual a todas as outras que ele já gravou.



Né?

*****

Na semana que vem, o R.E.M. lança uma edição especialíssima do álbum “Lifes rich pageant”, de 1986. A nova versão será dupla, com o álbum original remasterizado, e um CD bônus com as “Athens demos”, 19 faixas inéditas em disco, gravadas em março de 1986, antes de a banda iniciar as gravações de “Lifes rich pageant”. O mais interessante é poder escutar as versões cruas de canções que, mais tarde, se transformariam em clássicos, como “Fall on me”, “Cuyahoga” e “Begin the begin”. A íntegra do álbum duplo está aqui.

*****



*****

RIP Billy Blanco!

16 de dez. de 2010

Parem as máquinas...

Dando um tempinho no livro só para uma notícia extraordinária...

Olha isso:



Ouça isso:



"Collapse into now", novo CD do R.E.M., a maior banda de rock do mundo em atividade (lógico que é! ou você acha que é o U2 ou o Radiohead??), chega às lojas no dia 08 de março. Agora tenho um bom motivo para comprar uma agenda para 2011.

27 de nov. de 2010

Top 5: Unplugged MTV

Ontem, o Unplugged MTV, uma das principais franquias musicais da televisão, completou 21 anos. Nesse dia, o Squeeze, certamente, não imaginava estar escrevendo um capítulo importante para a música, ao gravar o primeiro programa da série. Afinal de contas, quem viveu nos tempos pré-internet, sabe muito bem a importância da MTV e de alguns de seus programas mais importantes – como o “Unplugged”, claro.

Depois do Squeeze, mais de uma centena de artistas passou por estúdios entre os Estados Unidos e o Reino Unido para gravar os seus “Acústicos”. Inclusive, diversos artistas da América Latina (como a banda Los Tres e o cantor Charly Garcia) foram aos Estados Unidos para registrar as suas participações na série. Já os brasileiros gravaram os seus por aqui mesmo. E os artistas brasileiros que participaram da série “Acústico MTV” não deixaram por menos. Os Titãs, por exemplo, além de venderem mais de um milhão de cópias do CD, tiveram a carreira ressuscitada. Já os Paralamas do Sucesso investiram em lados B, e gravaram, talvez, o melhor programa da série brasileira. Quando eu trabalhava no SRZD, fiz um apanhado dos melhores momentos dos “Acústicos” brasileiros, aqui.

No top 5 de hoje, vou apresentar os meus “Unpluggeds” (internacionais) prediletos. A seleção, como sempre, foi difícil. E, caso você discorde, já sabe, é só apitar no twitter.

******

5) Eric Clapton
Em um top 5 dos “Unpluggeds” não tem como não citar o de Eric Clapton. Gravado em 1992, o especial acabou se transformando em CD e VHS (depois DVD), e foi o que mais vendeu de toda a série, na história. Produzido por Russ Titelman, o álbum faturou seis prêmios Grammy e trouxe Clapton de volta aos holofotes, com o sucesso da regravação de “Tears in heaven”. O álbum acabou ficando marcado por essa música, mas vale relembrar aqui pérolas como “Running on faith”, “Hey hey”, “Malted milk” e a arrasadora versão acústica de “Layla”.



*****

4) R.E.M.
Quando a MTV comemorou os dez anos de seu primeiro “Unplugged”, quem ela chamou para fazer o programa comemorativo? O R.E.M. Por quê? Porque a banda de Michael Stipe havia gravado um dos programas mais bacanas, logo que lançou o multiplatinado “Out of time” (1991). Nenhum dos dois acústicos do R.E.M. foi lançado oficialmente (um DVD com os dois seria tão legal..), mas é molinho encontrá-los na internet. Difícil mesmo é dizer qual foi o melhor.



*****

3) Pearl Jam
De todos os “Unpluggeds” que tive a oportunidade de assistir em vídeo, não tenho dúvidas em afirmar que o do Pearl Jam é o mais enérgico. Banquinho e violão para Eddie Vedder? Esqueça. Ele prefere ficar em cima da cadeira. O Pearl Jam gravou o seu programa acústico em 1992, a reboque do álbum “Ten” (de 91) e da explosão do movimento grunge. O programa foi curtinho (tem só umas sete músicas) e foi lançado em 2008, na edição especial de “Ten”.



*****

2) Tony Bennett
Tony Bennet não chegou a subir na cadeira, mas também arrebentou na gravação de seu “Unplugged MTV”, em 1994. Uma nova geração pôde conhecer coisas como “It had to be you”, “I left my heart in San Francisco”, “A foggy day” e “Body and soul”. E ainda teve as participações especiais de Elvis Costello e de k.d. lang. Coisa muito fina mesmo.



*****

1) Bob Dylan
Tenho certeza que vocês vão estranhar, mas o meu “Unplugged” predileto ever é o de Bob Dylan. O repertório é irretocável, a banda está afiadíssima e Dylan faz aquela velha brincadeirinha com o seu público de mudar tanto os arranjos de suas canções, a ponto de deixar clássicos como “The times they are a-changing”, “All along the watchtower” e “Like a rolling stone” (todos presentes no CD e no DVD) praticamente irreconhecíveis. Como não deu para incorporar o vídeo ao blog, veja “Knockin’ on heaven’s door” aqui.

25 de nov. de 2010

Guns n' Roses, Elton John+Lady Gaga, Eric Clapton, Jeff Beck, R.E.M.

O R.E.M. anunciou hoje a relação de faixas do álbum "Collapse into now", que será lançado no primeiro trimestre de 2011. O 15º álbum de estúdio da banda foi produzido por Jacknife Lee, responsável pela produção de "Accelerate" (2008). Eddie Vedder (Pearl Jam), Patti Smith e Peaches participam do álbum, que foi gravado nas cidades de Portland, New Orleans, Nashville e Berlin. As faixas de "Collapse into now" são as seguintes: "Discoverer", "All the best", "Uberlin", "Oh my heart", "It happened today", "Every day is yours to win", "Alligator aviator autopilot antimatter", "Walk it back", "Mine smell like honey", "That someone is you", "Me, Marlon Brando, Marlon Brando and I" e "Blue".

*****

Por falar em grandes guitarristas, ontem vi o show do Jeff Beck aqui no Vivo Rio. Há 12 anos, quando se apresentou no Free Jazz, Beck teve que fazer sessão extra a tarde, por conta da grande procura de ingressos. Ontem, o Vivo Rio estava bem vazio, tipo 30% de sua lotação, provavelmente por conta da guerra no Rio. Uma lástima para um dos guitarristas mais importantes de todos os tempos. Apesar da pouca lotação, Jeff Beck fez um show, no mínimo, sensacional, baseado em seu último álbum, o mediano "Emotion & commotion" (2010). O show intercalou momentos mais tranquilos, especialmente nas faixas desse último álbum, calcado em teclados, como a ária "Nessun dorma", da ópera "Turandot", de Giacommo Puccini, e "Over the rainbow", do filme "O mágico de Oz". Mas Jeff Beck também mostrou algumas velharias, como "You never know" (do "There and back", de 1980), "Led boots" (do "Wired", de 1976), "Big block" (do "Guitar shop", de 1989) e a linda "People get ready", gravada em estúdio com Rod Stewart, e que, no show, ganhou uma versão instrumental sublime (vídeo abaixo). E ainda teve uma inspirada versão de "A day in the life", que deixou mais saudades dos shows do Paul McCartney. Um showzaço. Pena que tenha sido para poucos.



*****

Guitarristas da Grã-Bretanha elegeram Eric Clapton o melhor guitarrista de todos os tempos. A Allianz Musical Insurance, que organizou a pesquisa, ouviu cerca de mil guitarristas. O top 5 foi o seguinte: 1) Eric Clapton, 2) Jimi Hendrix, 3) Jimmy Page, 4) Jeff Beck e 5) Chuck Berry. Além dos guitarristas, a pesquisa procurou saber quais as guitarras mais emblemáticas de todos os tempos. Clapton faturou mais essa. Olha só: 1) Blackie Stratocaster (Eric Clapton), 2) Double neck Gibson (Jimmy Page), 3) Number one strat (Stevie Ray Vaughan), 4) Les Paul (Les Paul) e 5) Red Special (Brian May). Olha só Mr. Clapton com a sua blackie...



*****

"Ela é como a filha bastarda do Elton John, sim. Se tivesse uma filha, seria a GaGa. Ela é fantástica. Tem influências de muita gente." (Elton John sobre Lady GaGa)

*****

Para quem ainda tem esperança em ver uma reunião de Axl Rose e Slash, um balde de água fria. O líder do Guns n' Roses etá processando a Activision, produtora do Guitar Hero, em 20 milhões de dólares. O motivo é singelo. Axl ficou indignado com a aparição de Slash no Guitar Hero III. O cantor diz que havia feito um acordo com a Activision no sentido de que não haveria no game nenhuma referência a Slash e nem ao Velvet Revolver. Nos autos do processo, Axl Rose alega que só autorizou a inclusão de "Welcome to the jungle" no GH III, se fosse cumprida a tal condição. Será que ele leva a grana?

21 de nov. de 2010

Resenhando: Rock & Roll Hall of Fame, Legião Urbana, R.E.M., Roupa Nova, Weezer

“The 25th Anniversary – Rock & Roll Hall of Fame Concerts”– Vários Artistas
Assistir a um concerto reunindo nomes como Simon & Garfunkel, U2, Mick Jagger, Bruce Springsteen, Metallica, Aretha Franklin, Jeff Beck, Sting, entre outros, pode parecer um sonho. E deve ser mesmo. Esse concerto (na verdade dois, em dias seguidos) aconteceu no Madison Square Garden, em Nova York, no primeiro semestre desse ano para comemorar os 25 anos de existência do Rock & Roll Hall of Fame. Um amigo meu que assistiu ao segundo show tentou me descrever a sensação de ver o U2 com o Mick Jagger em cima do palco, a cinco metros de distância. Consegui imaginar, mais ou menos, como foi. Mas o DVD (também em blu-ray e CD) que chegou às lojas (lá de fora) no início do mês fez o resto do trabalho. De fato, são quase seis horas de ótima música e de encontros sensacionais. Exemplos? São numerosos, mas vamos lá: Metallica + Ozzy Osbourne (em uma versão absurda de “Iron man” / “Paranoid”), U2 + Mick Jagger, Bruce Springsteen + Billy Joel, Stevie Wonder + B.B. King (“The thrill is gone” ficou arrepiante), Paul Simon + David Crosby, Aretha Franklin + Annie Lennox, Jeff Beck + Buddy Guy (em “Let me love you baby”)... Tá bom? Nesse tipo de show, as apresentações, às vezes, tendem a ficar um pouco burocráticas. Decerto, esse “The 25th Anniversary...” não foge à regra em determinados momentos (Crosby, Stills & Nash, é verdade, chega a cansar um pouco). Mas, em sua maior parte, o DVD chega mesmo a arrepiar. Até mesmo com a Fergie grasnando e estragando “Gimme shelter”, ao lado de Bono e de Mick Jagger.

*****

“Legião Urbana” – Legião Urbana
O dever do ofício me faz escrever sobre o relançamento da obra completa da Legião Urbana em CD (vendidos avulsos ou em luxuoso box) e em LP com gramatura 180 – adiantei o meu presente de Natal me dando a coleção completa em vinil. Bom, falar o quê da obra da Legião? Como diz aquele famoso jornalista lulista, até o mundo mineral conhece a obra de Renato Russo e companhia. Do seminal “Legião Urbana” (1985), com vários cuspes na cara de vocês, como “Será” e “O reggae”, ao póstumo “Uma outra estação” (1997), o da clássica “Clarisse” (a garota que está trancada no banheiro e quer se suicidar), a obra da banda de Brasília prima pela coerência e pela alta qualidade. Disco ruim da Legião? Desculpe-me, mas não existe. Pode até ter aquele que você considera mais fraco, mas ruim? Não. E não se esqueça que o ruim de hoje pode ser o seu predileto de amanhã. Considerei “V” (1991) durante muito tempo um álbum muito difícil. Ouvia pouco. Bom, ele continua sendo difícil. Até ainda mais, atualmente. Mas, hoje, é o meu mantra. Quando “As quatro estações” (1989) foi lançado, os roqueiros mais radicais não entenderam porque Renato Russo estava cantando “Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo” ou então “Ainda que eu falasse a língua dos anjos”. Hoje, acho que todo mundo entende. Outro aspecto que impressiona quando a gente ouve novamente a obra completa da Legião Urbana é observar a sua atemporalidade. Nossa mãe, tem bandinha por aí que fez música ontem, e hoje já soa datada, tanto na sonoridade quanto na letra. Isso não acontece com nenhuma (eu disse NENHUMA!) música da Legião, posso garantir. Se encontrar alguma, por favor, me avise. Agora, eu vou dar uma dica: se você for muito fã da Legião, tiver um toca-discos e alguma grana sobrando, compre a edição dupla em vinil de “A tempestade”. Renato Russo sempre dizia que “até segunda ordem, todo álbum da Legião é duplo”. Na hora H, ele mudava de ideia para o disco não ficar muito caro. Assim, “A tempestade” é o primeiro vinil duplo (de canções inéditas, ressalte-se, ou seja, o “Música para acampamentos” não vale) da história da Legião Urbana. Demorou, mas Renato Russo deve ter ficado feliz.

*****

“Live from Austin TX” – R.E.M.
O R.E.M. já anunciou que o seu novo álbum de inéditas, “Collapse into now” sairá em breve. No ano passado, chegou às lojas o fantástico CD duplo “Live at the Olympia in Dublin”, com 39 faixas gravadas durante os ensaios abertos para a gravação do álbum “Accelerate” (2008). Um álbum ao vivo, é verdade, mas que não tinha muita coisa a ver com a turnê, que passou pelo Brasil em três memoráveis apresentações em novembro de 2008. Então, a “Accelerate tour” iria passar em branco, logo por uma banda que sempre faz questão de deixar registrado oficialmente algum show da turnê? Mais ou menos. “Live from Austin TX”, novo DVD da banda Michael Stipe, Mike Mills e Peter Buck, não é exatamente um show da turnê do álbum. A apresentação foi gravada para o programa de televisão “Austin City Limits”, no dia 13 de março de 2008, poucos dias antes de “Accelerate” chegar às lojas. Não se tratava de um ensaio, mas de um especial com 75 minutos de duração. Nesse DVD, as canções do álbum surgem da mesma forma que estão registradas no trabalho de estúdio, além de sucessos que viriam a fazer parte da turnê. Mas, caso você tenha ido a algum show do R.E.M. em 2008, esqueça toda a animação e energia da banda. Esse “Live from Austin TX” é frio como um focinho de cachorro quando acorda no inverno. A preocupação em acertar as músicas novas deixa a apresentação muito sem graça – e isso sem contar com o áudio do DVD, que está baixo demais. Mas é lógico que também não dá pra desprezar o lançamento. Afinal, não é sempre que o R.E.M. junta em um mesmo setlist preciosidades como “Drive”, “So. Central rain” e “Fall on me”. E também não é qualquer banda que pode tocar músicas como “Losing my religion”, “Man on the moon” e “Imitation of life” sem jamais cansar o ouvinte. E tem mais: as músicas do “Accelerate” ficam melhores a cada dia que passa. Duvida? Então ouça “Until the Day is done” e “Man-sized wreath”. Pensando bem “Live from Austin TX” é um grande DVD. Realmente, o R.E.M. não consegue fazer nada mal feito.

*****

“30 anos – Ao vivo” – Roupa Nova
Ninguém pode dizer que o Roupa Nova só vive do passado, afinal, não tem muito tempo, eles colocaram nas lojas o mediano “Roupa Nova em Londres” (2009). Mas muita gente pode dizer que o Roupa Nova tem vivido muito do passado ultimamente. Veja só: “RoupAcústico” (2004), “RoupAcústico 2” (2006) e, agora, “30 anos – Ao vivo”. Por mais que o Roupa Nova seja uma das instituições da MPB com um enorme número de sucessos, não tem como não soar repetitivo. Os dois primeiros discos citados são acústicos, certo, mas esse terceiro não foge muito do esquema. Embora seja notável a preocupação da banda em fazer arranjos um pouco diferentes, no final das contas, não tem muito para onde correr. Entretanto, quem é que está muito interessado em ficar ouvindo material novo, a não ser os críticos rabugentos? A julgar pela empolgação dos fãs do Roupa Nova nesse novo DVD (que também sai em CD com faixas muito mal selecionadas, diga-se de passagem), a banda carioca está fazendo a coisa certa. Do início, com a linda “Sapato velho” até o final, com “Canção de verão” (o seu primeiro sucesso), o Roupa Nova joga pra galera, literalmente. Não tem uma música que a plateia que lotou o Credicard Hall, em julho, não saiba de cor (e cante aos berros). E tome “Linda demais”, “Volta pra mim”, “A força do amor”, “Dona”, “Coração pirata”, “Seguindo no trem azul”, “Clarear”, “Meu universo é você”, “Whisky a gogo”... No CD e no DVD, o Roupa Nova também recebe convidados especiais como Milton Nascimento (“Nos bailes da vida”), Sandy (“Chuva de prata”), Padre Fábio de Mello (em “A paz”, jura que precisava disso??) e Fresno (“Show de rock ‘n roll”). Stanley Netto e Daniel Musy engrossam o caldo nos metais, e a Orquestra Sinfônica Villa-Lobos faz bonito, ainda que a sua participação seja reduzida. As letras do Roupa Nova, às vezes, são de gosto bem duvidoso. Mas, musicalmente, vamos combinar, a banda é perfeita.

*****

“Death to false metal” / “Pinkerton” (Edição especial) – Weezer
O Weezer está fazendo um bom pé-de-meia nesse fim de ano. Depois do lançamento do álbum de inéditas “Hurley”, dois meses atrás, agora é a vez de dois (na verdade três, porque um é duplo) CDs em uma tacada só. Vamos começar pela edição especial do clássico “Pinkerton”, lançado originalmente em 1996. Até hoje, os fãs do Weezer dizem que a banda nunca lançou nada igual. E eles têm razão. Ouvindo “Pinkerton” novamente, 14 anos após, fica nítida a sua qualidade. É aquele tipo de álbum que a gente pode afirma que não envelhece. “Tired of sex”, “Across the sea”, “Pink triangle” e “The good life” continuam deliciosas. Além disso tudo, quem comprar essa edição luxuosa de “Pinkerton” (óbvio que só saiu lá fora), ainda vai ter 25 faixas raras ou inéditas, como lados B de singles, muita gravação ao vivo de faixas do álbum (a versão acústica de “El scorcho” é especialmente divertida), takes alternativos de gravação (“Butterfly”, ainda mais crua, ficou ainda mais bonita), além da absolutamente inédita “Tragic girl”. Partindo para “Death to false metal”, trata-se de uma compilação de gravações inéditas do Weezer, “que não entraram nos sete primeiros álbuns da banda porque estávamos ou estranhos demais, ou pop demais, ou metal demais ou punk demais”, conforme Rivers Cuomo explicou ao Toronto Sun, no mês passado. Apesar de as músicas serem, em sua maioria, antigas, o álbum mais parece um novo trabalho da banda. Com todos os senões que isso acarreta, até mesmo porque, todos sabemos que os últimos álbuns do Weezer estão mais pra lá do que pra cá. Por exemplo, a versão para “Unbreak my heart”, aquela mesmo da Toni Braxton, chega a ser risível – o que a banda quis com essa faixa? “Turning up the radio”, a faixa de abertura, lembra o rock adolescente que o Weezer anda fazendo ultimamente, e “Losing my mind” soa pretensiosamente chata. Mas tudo bem, ainda tem algumas coisas que a gente possa se lembrar do Weezer dos velhos tempos, como “The odd couple” e “Blowin’ my stack”. Mas nada que justifique o lançamento de “Death to false metal”, indicado somente para os mais fanáticos.

*****

Em seguida, veja o encontro de Mick Jagger com o U2, em “Stuck in a moment you can’t get out of”, presente no DVD “The 25th Anniversary – Rock & Roll Hall of Fame Concerts”:

4 de nov. de 2010

Monsueto, Ramones, The Clash, Ira!, R.E.M., Bon Jovi, Bruce Springsteen, Cee-Lo+Kings Of Leon, Britney Spears, Tom Waits, David Bowie

Até sábado!

*****

Eu fiquei tão preocupado em escrever sobre álbuns bacanas hoje, que quase me esqueci de um dos mais importantes. Mas ainda bem que vi a tempo na minha agenda de efemérides. Hoje faz 40 anos que David Bowie lançou um de seus álbuns mais importantes: "The man who sold the world". Muito se fala sobre esse disco... O glam-rock nasceu com "The man who sold the world"? Era o álbum de cabeceira de Kurt Cobain? É o melhor trabalho da carreira de Bowie? Bom, eu realmente não sei. Só sei que alguns clássicos nasceram nesse álbum, como a faixa-título, "The width of a circle", "She shook me cold", "The supermen"... Hoje à noite, eu vou preparar o dry martini e colocar "The man who sold the world" para rodar. Pena que aquele meu velho vinil não exista mais.



Ah, não deu pra resistir...



*****

Tom Waits vai relançar os seus quatro primeiros álbuns em vinil de 180 gramas. "Closing time" (1973), "The heart of saturday night" (1974), "Nighthawks at the diner" (1975) e "Small change" (1976) chegarão às lojas no dia 21 de dezembro, em edição limitada a mil cópias cada um, e em vinil vermelho (?!?).

*****


O novo álbum de Britney Spears sai no início do ano que vem. No momento, a cantora está trabalhando no sucessor de "Circus" (2008), com os produtores Dr Luke e Max Martin. A informação foi dada pelo próprio Dr Luke, em entrevista ao Hollywood Reporter.

*****


Já ouviram a versão de Cee-Lo Green para "Radioactive", do Kings Of Leon?? Achou melhor do que o original?





*****

Bruce Springsteen postou na internet o vídeo de "Save my love", faixa que fará parte da edição especial repleta de raridades de "Darkness on the edge of town", lançado originalmente em 1978. A edição especial, cujos detalhes já foram adiantados aqui no blog há alguns meses, chega às lojas no dia 15 de novembro.





*****


Quer escolher o repertório do próximo show do Bon Jovi?? Ele acontecerá no dia 10 de novembro, no Best Buy Theater, em Nova York, e será transmitido ao vivo pelo www.youtube.com/bonjovi. Nesse canal, você pode ver como faz para escolher uma música para o roteiro da apresentação.





*****


Novidades sobre o novo álbum do R.E.M., "Collapse into now", que sai no início do ano que vem. Mike Mills, em entrevista à Spin, disse que os fãs podem esperar por um som mais "expansivo" do que "Accelerate" (2008), com participações especiais de Eddie Vedder, Patti Smith e Peaches. "Em 'Accelerate', nós tentamos fazer as músicas de forma mais curta e rápida possível. Nesse novo álbum, a gente queria ser mais expansivo, variando mais, e não nos limitando a nenhum tipo de música. Há algumas canções realmente lentas e bonitas, outras no meio termo, e umas três ou quatro bem puxadas para o rock", disse Mills. No total, serão 12 faixas. O tecladista e baixista também disse que as letras politizadas foram deixadas de lado nesse novo álbum. "É algo mais pessoal, humano. Não só para o Michael Stipe, mas pessoal e humano pelo modo de narrativa das músicas e dos protagonistas das canções." Algumas faixas do álbum produzido por Jacknife Lee já estão com nomes definidos: uma das mais rápidas se chamará "All the best", e a última faixa, que conta com Patti Smith foi intitulada "Blue". A faixa com a participação de Eddie Vedder, por sua vez, se chamará "It happened today".

*****


Falando agora de rock brasileiro, o blog do Paulo Marchetti lembra que hoje faz dez anos que o álbum "MTV - Ao vivo", do Ira!, chegou às lojas. Depois de alguns discos que não venderam muito (como "Você não sabe quem eu sou", de 1998, e "Isso é amor", do ano seguinte), o trabalho ao vivo chancelado pela MTV serviu para o Ira! renovar o seu público, da mesma forma que o Capital Inicial fizera poucos meses antes, com o seu "Acústico MTV" (2000). E o ao vivo do Ira! não deixou por menos: são 20 músicas, varrendo toda a discografia da banda, e ainda inéditas, como a ótima "Inundação de amor". Até os velhos fãs redescobriram (e voltaram a berrar nos shows) coisas como "Dias de lutas", "Núscleo base", "Flores em você", "Pobre paulista", "Envelheço na cidade"... Taí uma banda que faz falta!





*****


Hoje faz 25 anos que a segunda banda punk mais bacana de todos os tempos lançou o seu último álbum de estúdio. "Cut the crap", que chegou às lojas no dia 04 de novembro de 1985, foi o canto do cisne do The Clash. Topper Headon e Mick Jones já não faziam parte da banda, e, bem..., sabe quando a mágica é desfeita? "Cut the crap", que é considerado por muitos fãs como um trabalho solo de Joe Strummer, é, mais ou menos, assim. Até a própria banda parece renegar um pouco esse álbum. A impressão que fica é a de que a única faixa que existiu nesse disco foi "This is England".





*****


Vamos falar de álbuns legais agora? Hoje eu separei três MUITO legais. E eu vou começar por "Rocket to Russia", terceiro álbum de estúdio do Ramones, e que foi lançado no dia 04 de novembro de 1977. Ouvindo hoje, dá até para pensar que "Rocket to Russia" é um "greatest hits" da banda punk mais bacana de todos os tempos. Veja só: "Cretin hop", "Rockaway beach", "Sheena is a punk rocker", "We're a happy family", "Teenage lobotomy", a versão absurda de "Do you wanna dance?", "Surfin' bird"... Na boa, bom pra cacete, não? É aquele tipo de disco que eu desconfio que nunca vai ter igual novamente. Seja pela atitude da banda, pelas músicas em si, pela sonoridade...





*****


Opa! Bom dia, pessoal! Dia bonito, não? Parece que o céu está até sorrindo para a chegada de Paul McCartney... Então, vamos ver logo o que é que tem pra hoje, né? E hoje é dia de lembrar do grande Monsueto, que nasceu a 04 de novembro de 1924. Pintor nas horas vagas, Monsueto também chegou a trabalhar no cinema e na televisão - seu personagem mais importante foi o Comandante, na TV Rio. São dele clássicos do samba como "Mora na filosofia" e "Me deixa em paz". Uma das gravações mais memoráveis de Monsueto foi "A tonga da mironga do kabuletê", em 1970, ao lado de Toquinho e Vinicius de Moraes. Ele também foi gravado por Alaíde Costa e Milton Nascimento, no disco "Clube da Esquina" (1972), e por Caetano Veloso ("Mora na filosofia", em "Transa", também de 72). Monsueto morreu no dia 17 de março de 1973.



2 de nov. de 2010

R.E.M., Police, Raimundos, Jovelina, Secos & Molhados, Elza Soares, Joy Division, Cuomo, Franz, Gaga, McCartney, Yes, Amy, Iron, Beady Eye, Garbage

Chega às lojas na semana que vem o DVD "Uma noite em 67". O documentário faz um apanhado do 3º Festival da MPB da TV Record, vencido por Edu Lobo e a sua "Ponteio". No mesmo festival concorreram Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil (com os Mutantes), Roberto Carlos e Sérgio Ricardo (que quebrou o seu violão e o arremessou ao público). O DVD vem com extras, como músicas não incluídas na edição final do filme e entrevistas com Chico Buarque, Caetano Veloso, Marília Medalha, Ferreira Gullar, Sérgio Ricardo e Johnny Alf.

*****

Só digo uma coisa: Lou Reed no mesmo dia do Planeta Terra e do show do Paul McCartney é muita sacanagem.

*****

Agora é oficial. O Garbage está gravando um novo álbum. A vocalista Shirley Manson confirmou ao The Herald que o sucessor de "Bleed like me" (2005) não deve demorar muito para chegar às lojas. "Estou trabalhando em um disco com a banda. Já gravamos muita coisa, mas é difícil precisar a quantidade", disse. Manson afirmou ainda que a banda pretende sair em turnê no ano que vem.

*****

A nova banda de Liam Gallagher (ex-Oasis) já filmou o primeiro videoclipe de sua carreira. A dançarina Georgia Amodu, que trabalhou na produção, postou a informação em sua conta no Twitter. O blog de fãs Stop Crying Your Heart Out, por sua vez, afirmou que o vídeo foi dirigido por Richard Ayoade, que já trabalhou com o Arctic Monkeys. O beady Eye está em estúdio gravando o seu álbum de estreia, com produção de Steve Lillywhite. AInda não há previsão de lançamento.

*****

A notícia boa para os fãs do Iron Maiden: a banda britânica confirmou, em seu site oficial, seis apresentações da sua "Final frontier world tour", no Brasil, ano que vem. Anote aí as datas:
26/03/2011 - Estádio do Morumbi, São Paulo
27/03/2011 - HSBC Arena, Rio de Janeiro
30/03/2011 - Autódromo Nelson Piquet, Brasília
01/04/2011 - Parque de Exposições, Belém
03/04/2011 - Parque de Exposições, Recife
05/04/2011 - Expotrade, Curitiba

Quando tiver mais detalhes, eu posto aqui no blog.

*****

Hum, gostei muito da nova música da Amy Winehouse, hein? "It's my party"...



*****

O Yes está em estúdio gravando o 20º álbum de sua carreira. A atual formação da banda conta com Chris Squire (baixo), Steve Howe (guitarra), Alan White (bateria), Oliver Wakeman (teclados) e o vocalista novato Benoit David, substituindo (ao que parece, em definitivo) Jon Anderson. A previsão de lançamento é para o segundo semestre de 2011. O último trabalho do Yes, "Magnification", saiu em 2001.

*****

Essa revelação do Paul MCartney aqui me surpreendeu... Ele disse que todas as demos do "Band on the run" (1973) foram roubadas antes da gravação do disco. Em entrevista especial a Tom Meighan, do Kasabian, para a New Musical Express, o ex-integrante dos Beatles disse que o roubo aconteceu na Nigéria. "Eram uns quatro caras, e um pequeno que tinha uma faca. Eu disse que tinha somente as minhas demos, e eles levaram tudo. Tive que lembrar todas as músicas novamente na hora de gravar o disco. A sorte é que eu consegui", disse Paul McCartney. Então, não se surpreenda se um dia você ouvir falar que estão rolando gravações raras de "Band on the run" por alguma tribo na África...

Ah, e por falar em Paul, viu a entrevista dele para o Fantástico no domingo??

*****

Se você quiser virar especialista em Gagalogia, já tem como. A Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos tem uma cadeira chamada "Lady Gaga e a sociologia da fama", com uma abordagem "sociológica" (segundo o professor) da obra da cantora. O professor Mathieu Deflem disse que teve a ideia depois de assistir a 30 shows de Lady Gaga. Ele também possui mais de 300 gravações da cantora, e criou o site de fãs Gagafrontrow.net. Aos interessados, o programa pode ser lido aqui.

*****

A banda The Decemberists anunciou a data de lançamento e o nome de seu novo álbum. "The king is dead" chega às lojas no dia 11 de janeiro do ano que vem (eu já deveria ter comprado uma agenda de 2011), com 10 faixas. O sexto trabalho de estúdio da banda conta com a participação de Peter Buck, do R.E.M. e do Tired Pony. A relação de faixas é a seguinte: "Don't carry it all", "Calamity song", "Rise to me", "Rox in the box", "January hymn", "Down by the water", "All arise!", "June hymn", "This is why we fight" e "Dear Avery".

*****

O Franz Ferdinand anunciou que vai voltar a se apresentar no próximo mês de novembro. Serão três shows em cidades espanholas: Barcelona, San Sebastian e Málaga, nos dias 04, 06 e 08, respectivamente. Os shows serão secretos, então os locais só serão divulgados poucas horas antes das apresentações. Será que rola material novo? Será que rola material bom, depois do modorrento "Tonight: Franz Ferdinand" (2009)??

*****

"Eu posso me ver cantando pelos próximos vinte anos. Alguém terá que me expulsar do palco." (Rivers Cuomo, vocalista do Weezer, ao Nola.com, tirando a esperança de qualquer fã que tenha assinado a petição para que a banda se separasse)

*****

Falando em vinil, o Joy Division também vai lançar uma caixa com dez discos de sete polegadas (o bom e velho single). "+-" (esse é o nome do box) trará alguns disquinhos inéditos, criados exatamente para essa caixa, que terá edição limitada a cinco mil cópias. As faixas são as seguintes: 1) "Warsaw" / "Leaders of men"; 2) "No love lost" / "Failures"; 3) "Digital" / "Glass"; 4) "Autosuggestion" / "From safety to where"; 5) "Transmission" / "Novelty"; 6) "Atmosphere" / "Dead souls"; 7) "Komakino" / "Incubation" / "As you said"; 8) "Love will tear us apart" / "These days"; 9) "She's lost control" / "Love will tear us apart 2"; 10) "Isolation" / "Heart and soul". O design do box foi assinado pelo velho colaborador da banda, Peter Saville.

*****

O selo Discobertas, do Marcelo Fróes, está colocando nas lojas seis álbuns (vendidos separadamente) da Elza Soares: "Elza Soares" (1974), "Nos braços do samba" (1975), "Lição de vida" (1976), "Pilão + raça = Elza" (1977), "Somos todos iguais" (1985) e "Voltei" (1988). Para os colecionadores, o grande destaque do pacote é o disco de 1985, que nunca havia saído em CD. Os outros estão presentes no fabuloso box (também produzido por Marcelo Fróes) que a EMI lançou faz uns sete anos, e já está fora de catálogo. "Somos todos iguais" traz canções como "Osso, pele e pano" (Jorge Aragão), "Daquele amor nem me fale" (João Donato e Martinho da Vila) e o clássico samba "Heróis da liberdade" (Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira). Destaque também para a gravação de "Milagres", letra do grande amigo de Elza, Cazuza, e o dueto com Caetano Veloso em "Sophisticated lady", de Duke Ellington. Todos os relançamentos vêm com faixas bônus.

*****

Ainda nesse mês de novembro, a Polysom lança mais quatro álbuns nacionais em edição vinil de 180 gramas. São eles: "Aqui, ali, em qualquer lugar" (Rita Lee), "Cabeça dinossauro" (Titãs), "Estudando o samba" (Tom Zé) e o primeiro disco do Secos & Molhados. O preço médio varia entre aquilo mesmo: 90 e 100 reais. Só não deu pra entender a escolha desse álbum da Rita Lee, um dos mais sem graça de sua carreira. Certamente a EMI (gravadora do período áureo da cantora) não liberou que a Polysom lançasse coisas como "Fruto proibido" (1975). Pena. Tomara que ela o faça um dia.

*****

Vai um sambinha pra animar? Tem gente que é tão especial que escolhe para morrer no Dia de Finados. Foi o caso da magnífica Jovelina Pérola Negra, que partiu dessa pra melhor em 1998. Fico muito feliz quando, em um show do Zeca Pagodinho, vejo a galera cantando coisas como "Bagaço da laranja", "Luz do repente" ou "Feirinha na Pavuna". Nesses momentos, a Pérola Negra deve abrir uma cerveja lá com os anjos e abrir aquele seu sorriso.



*****

Opa, peraí caceta... Eu falei do "MTV - Ao vivo", dos Raimundos, outro dia aqui no blog. Mas vou falar de novo sobre a banda. Em 02 de novembro de 1995, chegava às lojas o segundo álbum dela: "Lavô tá novo". Sim, foi um dos discos que mais ouvi na minha insuportavelmente chata adolescência. Já gostava muito do primeiro álbum, mas esse segundo, pra mim, superou. Mesmo dentro de uma grande gravadora, a banda soube manter a sua integridade. Tudo bem que o fã mais radical vai perguntar: "ah, e 'I saw you saying'?". Bom, pra mim, foi uma puta de uma ironia. Ainda mais porque, um pouquinho antes, você podia ouvir "Eu quero ver o oco" ou "Esporrei na manivela". Grande banda. Se tivesse por aí até hoje com todos os seus integrantes originais, seria uma das melhores do país. (Obrigado, mais uma vez, a Paulo Marchetti)



*****

Então chega de papo furado porque hoje faz 32 anos que "Outlandos d'Amour", álbum de estreia do The Police, chegou às lojas. Ah, foi uma bela estreia desse que foi um dos melhores trios da história do rock, não é verdade? A identidade sonora da banda já estava toda presente nesse álbum: um rock com pitada de reggae, dub, a bateria animal do gênio Stewart Copeland... Ou seja, a banda já entrou em campo pra golear - metáfora futebolística é muito cafona, mas estou ressacado demais para pensar em algo melhor... E, cá pra nós, são poucas as bandas que lançam um primeiro disco com clássicos como "Roxanne", "Can't stand losing you", "So lonely" e "Next to you", né não?



*****

Nossa, falando assim, parece que fiquei um ano sem aparecer por aqui. Foram só dois dias. E no domingo vocês leram minhas resenhas, né? Não sei se foi a bebedeira ontem - é, ontem, eu bebi muito - mas tive um sonho déjà vú total nessa noite. Foi como se eu estivesse revivendo a cena novamente. Igualzinha como ela foi. Pode parecer sacanagem, mas até o cheiro eu conseguia sentir. Sabe qual foi o momento? Esse aqui:



*****

Salve! Salve! Hoje acordei meio Pedro Bial, saca? Olha, foi mal a ausência no sábado e na segunda. Não foi vagabundagem, não. É que ainda estava (estou) com a mão esquerda ferrada por conta daquele acidente. Tá muito ruim digitar assim. Mas prometi que de hoje não passava. Tipo, ou eu voltava para o blog hoje ou me matava. Achei melhor voltar. E já que não me matei, acho que o Dia dos Mortos é um bom dia para a volta, não?