Jornalista, autor do livro "Rock in Rio - A história do maior festival de música do mundo" (Editora Globo), ex-trainee e colaborador da Folha de S.Paulo, ex-colunista e redator da International Magazine, e colaborador do site SRZD.
Bom dia! Início do mês significa dinheiro no bolso, né? Pelo menos para vocês... Segundona começando, e hoje comemoramos o Dia do Selo. Isso mesmo. Duvido que você sabia que existia um Dia do Selo... Em 01º de agosto de 1843, foram emitidos os primeiros selos brasileiros. Agora você nunca mais se esquece, né?? A não ser que, um dia (será??) a gente não precise mais de cartas...
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Como eu não apareci por aqui ontem – um dia de descanso eu mereço –, vou falar de uma grande atriz, uma das mais engraçadas que eu já vi atuar, que teria feito 110 anos de idade. Henriqueta Brieba nasceu em Barcelona, no dia 31 de julho de 1901. Viveu bem, e morreu aos 94 anos, no Rio de Janeiro. Olha só ela fazendo papel de “mãe” do Jô Soares, com o engraçadíssimo quadro da Bô Francineide... Antológico!
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E o que tem pra hoje, gente? Bom, foi no dia 01º de agosto de 1981 que a MTV foi ao ar pela primeira vez nos Estados Unidos. Época boa, em que a MTV ainda tocava música. “Video killed the radio star”, da banda The Buggles, foi o primeiro videoclipe a ir ao ar na emissora.
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E atenção!! Hoje, o maior cantor do Brasil sopra 70 velinhas. Quem é? Lógico que é o Ney Matogrosso. Caramba, 70 anos chega a ser inacreditável... Setenta anos com um corpinho de 25, é verdade. Ney Matogrosso é o cara. Ele consegue transitar em qualquer estilo musical. Canta de tudo: Cartola, Ângela Maria, Cazuza, Eduardo Dussek, Antonio Carlos Jobim... Os seus shows são sempre deslumbrantes. Não sei quais são os melhores. Se aqueles nos quais ele se fantasia, e faz o diabo a quatro no palco, ou aqueles em que se apresenta com figurinos sóbrios, apresentando um repertório mais, hum, antigo... Eu gosto de qualquer jeito. Já devo ter assistido a uns 30 shows do Ney. E nunca, nunca, nunca me decepcionei.
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Ah, mais uma do Ney... Ele merece!
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Os torcedores do Vasco da Gama também têm os seus motivos para comemorar hoje. Há 37 anos, o clube da cruz de malta sagrou-se campeão brasileiro, ao vencer o Cruzeiro por dois a um, no estádio do Maracanã. Ademir e Jorginho Cavoeiro marcaram pelo Vasco, Nelinho, do Cruzeiro, descontou.
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Ah, e que bom que o Vasco da Gama voltou a ser um clube de conquistas. Como nunca deveria deixar de ser.
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Eu tive o grande prazer de receber, recentemente, o CD da banda The Cleaners, formada por Rodrigo “Milk” (vocais e guitarra), José Filho (guitarra), Rodrigo Lima (baixo) e Duca Olimazzi (bateria). “Behind the truth” é uma prova de que pode haver vida inteligente no rock brasileiro – ainda que cantado em inglês. São 12 faixas que nos remetem diretamente a bandas que ainda carregam o rótulo de “indie”, como os Strokes, uma das influências mais visíveis da banda de Mauá. Os destaques de “Behind the truth” são “The daily round” e “Let music be music”. Mais informações da banda no site oficial e no perfil no Myspace.
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E quais são as novidades de hoje, hein?? Vamos começar pela superbanda Chickenfoot – aquela que tem Sammy Hagar, Joe Satriani, Michael Anthony e Chad Smith. O novo álbum do grupo, “Chickenfoot III”, só está agendado para o dia 27 de setembro. Enquanto isso, o primeiro single do disco, “Big foot”, foi liberado ontem. A relação de faixas de “Chickenfoot III” é a seguinte: “Last temptation”, “Alright, alright”, “Different devil”, “Up next”, “Lighten up”, “Come closer”, “Three and a half letters”, “Big foot”, “Dubai blues” e “Something going wrong”.
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Quem também vai lançar algo em breve é o onipresente Damon Albarn. No momento, ele se encontra na República Democrática do Congo, gravando um novo disco, com uma série de participações especiais de músicos locais. A ideia é gravar o álbum em apenas uma semana. A faixa, “Halo”, já finalizada, foi disponibilizada por Albarn. Um pouquinho estranha, verdade. Mas, a julgar pelos últimos trabalhos do Gorillaz, é melhor não chegar a um veredicto precipitadamente.
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O guitarrista Slash é outro que deve surgir com novidades em breve. Um DVD foi gravado na semana passada durante um show no Victoria Hall, em Stoke, na sua cidade-natal de Hampstead, na Inglaterra. Após o show, o guitarrista tuitou: “Stoke foi um fuckin’ blast!! Muita vibração e energia. Será um puta DVD.” O set list do show foi o seguinte: “Been there lately”, “Nightrain”, “Ghost”, “Mean bone”, “Back from Cali”, “Rocket queen”, “Civil war”, “Nothing to say”, “Promise”, “Starlight”, “Doctor Alibi”, “Speed parade”, “Watch this”, “Beggars & hangers-on”, “Patience”, “Godfather Theme”, “Sweet child o’ mine”, “Slither”, “By the sword”, “Mr. Brownstone” e “Paradise city”.
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Nesse fim de semana, o U2 finalmente encerrou a sua “360º tour”. O ultimo dos 110 shows aconteceu no ultimo sábado, em Moncton, Canadá. Foi a maior turnê de todos os tempos. O faturamento chegou a 736 milhões de dólares, e mais de sete milhões e duzentas mil pessoas presenciaram os shows. O U2 quebrou o recorde que pertencia aos Rolling Stones, no dia 10 de abril, na segunda apresentação que a banda irlandesa realizou em São Paulo, quando o faturamento da turnê alcançou 558 milhões de dólares.
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E sabe como o U2 se despediu da “360º tour”?? Assim:
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Depois da polêmica gerada por algumas declarações, segundo as quais, os ataques na Noruega “não foram nada”, comparados com o abate de animais pelas redes de fast food, Morrissey emitiu um comunicado em seu site oficial. Não, ele não se desculpou. Pelo contrário, manteve firme a sua posição. Olha só o que ele escreveu: “As mortes recentes na Noruega foram horríveis. Como é habitual nestes casos, a imprensa dá ao assassino exatamente aquilo que ele quer: fama mundial. Ninguém cita os nomes das vítimas, como se não fossem importantes. Não deviam dizer o nome dele [do assassino], nem fotografá-lo, e levá-lo para longe. O comentário que fiz em Varsóvia pode ser explicado assim: todos os dias, milhões são assassinados de forma rotineira para gerar lucros para a McDonalds e a KFCruelty, mas como estes assassinatos são protegidos por leis, pedem-nos que lhes sejamos indiferentes e não os questionemos. Se, com toda a razão, se sentem horrorizados pelas mortes na Noruega, é natural que também se sintam horrorizados pelo assassinato de qualquer ser inocente. Não podem ignorar o sofrimento animal só porque os animais ‘não somos nós’”.
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Pelo menos ninguém pode acusar Morrissey de incoerência...
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O Radiohead lançou virtualmente três faixas remixadas do álbum “The king of limbs”. São elas: “Feral” (Lone RMX), “Morning Mr. Magpie” (Pearson Sound Scavenger RMX) e “Seperator” (Four Tet RMX). É só clicar aí embaixo…
A versão física do EP (em vinil, inclusive) será lançada hoje, com mais três faixas remixadas: “Give up the ghost”, “Little by little” e “Codex”.
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A versão de “While my guitar gently weeps”, composta por George Harrison, e gravada por Zé Ramalho, estreou no YouTube ontem. O álbum “Zé Ramalho canta Beatles” (capa acima) chega às lojas na semana que vem. O cantor paraibano já homenageou Raul Seixas, Bob Dylan, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, em trabalhos anteriores.
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Gilberto Gil também reaparece com um novo álbum. “Gil+10” foi gravado no Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico, em 13 de outubro do ano passado, para comemorar os 10 anos de uma emissora de rádio. O baiano recebeu 10 convidados de peso, como Os Paralamas do Sucesso, Lenine e Milton Nascimento. As faixas do CD “Gil+10” são: “Palco”, “A linha e o linho” (com Lenine), “Aquele abraço” (com Zeca Pagodinho), “Extra II, O rock do segurança” (com Erasmo Carlos), “Torpedo” (com Ana Carolina), “Andar com fé” / “Vida” (com Preta Gil), “Cálice” (com Milton Nascimento), “Lamento sertanejo” (com Milton Nascimento e Maria Gadú), “Acreditar”, “Alguém me avisou” (ambas com Dona Ivone Lara), “Deixar você” (com Mart’nália), “A novidade” (com Os Paralamas do Sucesso) e “Essa é pra tocar no rádio”.
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Também chegou ao mercado nacional, o CD+DVD “The Best of The BBC Vaults”, de Ella Fitzgerald. Sã mais de duas horas de imagens e vídeos da cantora, resgatadas dos arquivos da BBC, em quatro apresentações distribuídas no DVD. O CD traz algumas músicas do DVD, que se divide em quatro partes: “Show of the week: Ella Fitzgerald swings” (gravado para um programa de televisão de 1965), “Ella Fitzgerald sings” (um dos shows mais conhecidos pelos fãs da cantora por já ter sido exibido na programação da BBC diversas vezes), “Ella Fitzgerald at Ronnie Scott’s” (de 1974, exibido pela BBC em 1996, após a morte da cantora) e “Jazz From Montreux” (filmado em 1977). O show no Ronnie Scott’s está logo aí abaixo.
A Livraria Cultura e o pesquisador musical (e ex-baterista dos Titãs) Charles Gavin se juntaram para uma missão louvável: relançar dez álbuns importantes e raros, sendo oito de música brasileira. Eu digo que a missão é louvável porque, com o mercado fonográfico cada dia mais atrofiado, é muito bom ter uma pessoa (e, principalmente, uma grande empresa) que se preocupe em resgatar discos raros. Alguns já haviam sido lançados em CD, mas estavam fora de catálogo havia séculos. No total, foram dez títulos lançados: “A peleja do diabo com o homem do sol” (Zé Ramalho), “Som sangue e raça” (Dom Salvador e Abolição), “À vontade mesmo” (Raul de Souza), “What’s new” (Sonny Rollins), “Bossa Nova USA” (The Dave Brubeck Quartet), além dos cinco títulos resenhados abaixo. Eu escolhi os cinco mais interessantes (na minha opinião, claro), para falar um pouquinho mais. Não faço jabá aqui para as pessoas comprarem discos. Eu que compro sempre os álbuns resenhados nesse blog. Só escrevo sobre o que gosto, graças a Deus. E vou repetir que a iniciativa do Charles Gavin e da Livraria Cultura foi louvável. Espero que permaneça firme e forte.
“Os Ipanemas” – Os Ipanemas Vou começar por “Os Ipanemas”, para mim, o álbum mais interessante desse pacote. O quinteto tinha em sua formação Astor Silva, Wilson das Neves, Néco, Rubens Bassini e Marinho. Eles lançaram esse único álbum, em 1964, e que se transformou em uma verdadeira raridade. Explico: à época, a gravadora CBS achou a sonoridade do quinteto muito prafrentex, e acabou vetando o seu lançamento. Só que algumas pouquíssimas cópias já tinham sido liberadas para determinadas lojas. Em resumo: quem viu e comprou, se deu bem. Quem deu mole, deve se arrepender até hoje. Seja pelo fato de ter perdido a oportunidade de ter um excelente álbum ou por ter perdido a chance de ganhar algumas centenas de dólares no ebay. O que eu mais gostei n'Os Ipanemas é que eles faziam um som diferente de tudo o que já ouvi de samba-jazz. Na verdade, eles iam além do estilo que misturava samba, jazz, gafieira e bossa nova, incorporando elementos afro-cubanos, com a adição de um berimbau (presente em quase todas as faixas) tocado pelo grande Wilson das Neves. O repertório mistura clássicos da MPB, como “Garota de Ipanema” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), “Consolação” (Baden Powell e Vinicius) e “Nanã” (Moacir Santos e Mario Telles) à composições dos próprios integrantes do grupo, como “Java” e “Zulu’s” (ambas de Astor Silva e Néco).
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“É samba novo” – Edison Machado O meu álbum predileto do pacote é “Os Ipanemas”. Mas o grande clássico, acho que ninguém tem dúvidas. E ele atende pelo nome de “É samba novo”, de Edison Machado, um ex-cabo do exército que trocou as armas de verdade para se transformar na maior metralhadora giratória da bateria no Brasil. No bom sentido, claro. Edison Machado foi o inventor do “samba no prato”. E ele surgiu no Beco das Garrafas, no início dos anos 60, tocando no Bossa Três, ao lado do pianista Luiz Carlos Vinhas e do baixista Tião Netto. “É samba novo” foi o seu primeiro álbum solo. Solo?? Certamente não. Olha só o time de feras que acompanhou o baterista na gravação: Moacir Santos, J. T. Meirelles, Paulo Moura, Maciel, Raul de Souza, Pedro Paulo, Tenório Jr. e Tião Netto. Pouco bom, né? Nas 11 faixas do disco, uma mistura de bossa-nova, jazz, gafieira e algumas outras coisas que ainda não descobri. As suas versões de “Nanã” (Moacir Santos e Mario Telles) e “Quintessência” (J.T. Meirelles) são absolutamente marcantes. E, para mim, a capa de “É samba novo” é uma das mais sensacionais da MPB. No ano passado, publiquei um texto no SRZD falando um pouco mais sobre esse álbum. Caso você tenha interesse, é só clicar aqui. Ah, e quer saber o que é samba no prato? Como escreveu Charles Gavin no encarte do CD, “ouça e redescubra o porquê”. Ou descubra, se for o caso.
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“Karma” – Karma Em uma aula básica sobre o rock brasileiro, você vai aprender que o primeiro rock gravado no Brasil foi “Rock around the clock”, de Bill Haley & His Comets, por Nora Ney, em 1955. Dois anos depois, Cauby Peixoto gravou o primeiro rock original em português (“Rock and roll em Copacabana”, de Miguel Gustavo). Aí, veio a Jovem Guarda, Tropicália, Raul Seixas e a explosão do BRock, certo? Certo. Mas, antes do BRock explodir nos anos 80, há uma fase um pouco obscura na história do rock brasileiro. Ela está situada, mais ou menos, no início dos anos 70, quando surgiram por aqui bandas influenciadas pelo rock progressivo britânico. As mais famosas foram O Terço, Mutantes (que, no pós-Tropicália, acabou virando progressivo) e Karma, que era formada Jorge Amiden (egresso d’O Terço), Alen Terra e Luiz Junior. O som, com ênfase na tritarra (guitarra com três braços) de Amiden misturava o progressivo com o folk. O álbum ora relançado marcou a estreia e a dissolução da banda. “Karma”, gravado em 1972, com arranjos de Arthur Verocai, foi o único registro dessa banda, que acabou se dissolvendo após a turnê de lançamento do disco. Uma pena. Pelo menos, agora temos o CD para preencher essa lacuna na história do rock brasileiro.
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“Embalo Trio” – Embalo Trio Entre as bandas de música instrumental brasileira surgidas nos anos 60, e que tiveram carreira curta, encontra-se o Embalo Trio. Mas por que tanto trio surgiu e desapareceu nos anos 60? Certamente, o fenômeno foi bem parecido com as diversas bandas que surgiram e duraram pouco na época do Rock Brasil dos anos 80. Charles Gavin explica melhor: “Essa fase extraordinária da música brasileira possibilitou a contratação de inúmeros trios, quartetos e quintetos – fato que resultou na produção de excelentes álbuns de música instrumental. Porém, a maioria desses grupos gravou apenas um disco e depois desapareceu do mapa”. E esse foi o caso do Embalo Trio, que gravou um único álbum em 1965, e depois sumiu. Formado por Mancilha (pianista de 16 anos à época da gravação), Faud (baterista, 17 anos) e Carioca (o baixista, “velhinho” de 19 anos, como diz o texto original de apresentação do álbum, assinado por Ramalho Neto), o Embalo Trio seguiu a típica receita da época, ao gravar diversas canções de Tom Jobim, Carlos Lyra e Baden Powell. A diferença é que o Embalo Trio já enxergava a genialidade do (também) jovem Edu Lobo, que teve cinco músicas gravadas (metade do álbum), incluindo uma versão bem interessante de “Canção da terra”. Luiz Carlos Sá, que surgiu exatamente em 1965, ano de lançamento desse álbum, e que mais tarde formaria um trio com Guarabyra e Zé Rodrix, por sua vez, foi lembrado com “Giramundo”, faixa de encerramento do álbum. Embora não tenha a consistência de outros conjuntos como Os Ipanemas, Bossa Três, Rio 65 Trio, entre outros, vale a pena conhecer o som do Embalo Trio.
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“Vela aberta” – Walter Franco Um dos álbuns que mais ouvi na minha infância foi “A arca de Noé” (1980), com canções compostas por Vinicius de Moraes e Toquinho, e interpretadas pela nata da Música Popular Brasileira. E a música que eu mais gostava era “O relógio”. O seu intérprete era um cara chamado Walter Franco. Muitos anos depois, fui conhecer a obra dele, um tanto polêmica, experimental, maldita, mas extremamente original. Isso ficou claro em seu álbum de estreia (“Ou não”, de 1973) e nos dois seguintes. Aí, em 1979, com o sucesso (ou não...) da música “Canalha” no Festival da Canção da TV Tupi, Walter Franco entrou em estúdio para deixar a sua sonoridade mais palatável e acessível. E, dessa experiência, saiu “Vela aberta”, álbum ora relançado, e que conta com grandes músicos no acompanhamento, como o baixista Pedro Ivo e o guitarrista Sérgio Hinds. A pesadíssima “Canalha” acabou entrando no álbum, assim como mais dez composições próprias de Walter Franco, dentre as quais se destacam a viajante e soturna “Tire os pés do chão” (não, nada a ver com Ivete Sangalo, por favor) e “Me deixe mudo”, esta última, uma crítica à censura imposta pela ditadura militar, e que já havia sido gravada por Chico Buarque (no álbum “Sinal fechado”, de 1974), e pelo próprio Walter Franco, em seu clássico “Revolver”, de 1975.
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Em seguida, você pode escutar a faixa “Kenya” (Astor Silva / Rubens Bassini), uma das preciosidades de “Os Ipanemas”.
“360º at the Rose Bowl” – U2 Se o U2 está perdendo milhões e milhões com o cancelamento da perna norte-americana da turnê “360º”, um pouco do prejuízo – tanto por parte dos fãs como por parte da banda – pode ser compensado com o DVD/BD “U2 360º at the Rose Bowl”. O vídeo traz o registro completo do show que aconteceu em outubro do ano passado no estádio em Pasadena. O que impressiona mesmo é o tamanho do palco. Certamente ninguém nunca fará algo parecido. Já o repertório é aquele que o U2 apresenta em seus shows turnê atrás de turnê, ou seja, muitos sucessos (“Beautiful Day”, “Vertigo”, “Sunday bloody Sunday”, “One”, “Where the streets have no name”) e canções do mediano último álbum (“No line on the horizon”, “Magnificent” e “Moment of surrender”). Não tem como o fã reclamar. A edição do vídeo, em alguns momentos, peca um pouco por seus excessos. Não precisava de tanto. O palco e a iluminação já dariam conta do recado. O áudio é a verdadeira bola fora. Pelo menos no blu-ray, o som fica estourando nas frequências mais graves. Uma falha realmente grave no primeiro BD do U2. Tanto o BD quanto o DVD duplo apresentam mais umas duas horas de extras (além das mais de duas horas de show), incluindo a primeira música do show (“Breathe”), inexplicavelmente cortada da edição final, um documentário razoável sobre a criação da turnê, bem como videoclipes das músicas novas e os respectivos making ofs. Apesar dos deslizes e das repetições no repertório, “U2 360º at the Rose Bowl” é diversão garantida.
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“Disintegration” – The Cure Outro dia me perguntaram quais eram os meus cinco álbuns prediletos. Eu respondi: “os cinco eu tenho que pensar, mas tenho certeza que ‘Disintegration’, do The Cure, está entre eles.” Na tristeza ou na alegria, não abro mão dessa obra-prima que Robert Smith e companhia lançaram em 1989, e que tem em “Plainsong” uma das melhores aberturas de um disco de rock em todos os tempos. E a edição de luxo que saiu agora lá fora está a altura do álbum. Para comemorar (atrasado) os 20 anos de “Disintegration”, o Cure colocou nas lojas uma edição tripla para fã nenhum reclamar. O primeiro CD traz o álbum original remasterizado. O som ganhou mais corpo e ficou melhor. Já o CD 2 traz sobras de estúdio do álbum, como versões instrumentais das faixas do CD original (gravadas na casa de Robert Smith ou no estúdio) e a voz-guia de Smith em músicas como “Plainsong” e “Lullaby”. Além de novas versões para faixas que estão no álbum, este CD ainda traz raridades que não entraram no disco, como “Fear of ghosts” e “Delirious night”. O terceiro disco do pacote foi o que mais gostei. Trata-se de uma apresentação ao vivo na Wembley Arena, em 1989, com a íntegra do álbum. Não é melhor do que o de estúdio (e empata pau a pau com a apresentação em Berlim, presente no DVD/BD “Trilogy”), mas é ótimo para ver como eles transpuseram o álbum para o palco na época do lançamento. Essa edição de luxo de “Disintegration” certamente não sairá no Brasil. Por isso, os fãs devem guardar algum para encomendar a edição importada. Vale a pena.
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“O Bem Amado” – Vários Metade dos filmes brasileiros (pelo menos os que não se repetem na mesmice drogas / polícia) deve ter música interpretada por Caetano Veloso em sua trilha sonora. Essa parece ser a regra. E em “O Bem Amado”, a situação não é diferente. O filme estrelado por Marco Nanini ganhou um CD com dez faixas incluindo “Esta Terra”, composta por José Almino e Caetano Veloso, e cantada pelo segundo. A faixa é interessante, e não esbarra no populacho de “Você não me ensinou a te esquecer”. Zélia Duncan também engrossa o caldo da trilha, com “A vida é ruim”, composta por Caetano. A canção (de estética propositadamente brega) ficou um pouco over com o excesso de cordas. Já Zé Ramalho tenta atualizar “Carcará” com aquele seu jeitão típico, e acaba não acrescentando nada à música de João do Valle e José Cândido. Mallu Magalhães deixa “Nossa canção” (Luiz Ayrão) agradável, cheia de ukuleles, violões havaianos e escaletas. Mas a grande sacada de “O Bem Amado” acaba sendo “A bandeira do meu partido”, composta e interpretada por um debochado Jorge Mautner. As vinhetas “Jingle de Odorico” (com Thalma de Freitas, Nina Becker e Cecília Spyer) e “Boogie sem nome” (com Leo Jaime, Selvagem Big Abreu, Bob Gallo e Leandro Verdeal) devem cair bem dentro do filme, mas, no CD acabam perdendo o propósito. Melhor ficar com “O Bem Amado” original, com canções compostas por Toquinho e Vinicius de Moraes, e arranjos de Rogério Duprat. Esse sim é obrigatório.
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“Alchemy” – Dire Straits Na hora de citar aqueles discos clássicos ao vivo da história do rock, “Alchemy”, do Dire Straits, constantemente aparece nas listas. Não é para menos. Eu mesmo, na época, em que nem sabia o que era rock, já tinha o K7 duplo. Gravado em 1983 (e lançado no ano seguinte), “Alchemy” traz uma apresentação da banda britânica no Hammersmith Odeon, em Londres. Na época, Mark Knopfler e seus colegas estavam divulgando o álbum “Love over gold”. A banda já tinha quatro discos na bagagem, e acumulava sucessos como “Sultans of swing”, “Tunnel of love”, “Romeo and Juliet” e “Private investigations”. Todas essas canções estão presentes, em versões longas e turbinadíssimas, nesse “Alchemy”, que, agora, ganha a sua primeira versão em DVD e em BD. O som estronda nos alto-falantes, e a imagem também foi restaurada. Lógico que não dá para esperar aquela imagem cristalina no BD, mas posso garantir que está bem melhor do que no velho VHS ou LD. Além do show completo, o vídeo traz um documentário produzido pela BBC, quando do lançamento do segundo álbum da banda (“Communiqué”, de 1979), além de versões alternativas de “Sultans of swing” e “Tunnel of Love”, gravadas no The Old Grey Whistle Test. A única coisa que não deu para entender foi a omissão de “Love over gold”, já que a gravação da música nesse mesmo show no Hammersmith Odeon existe em outros DVDs da banda.
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“Wake up the nation” – Paul Weller Sempre que sai um novo álbum do Paul Weller, aquelas revistas britânicas saem correndo para decretar que é o melhor álbum solo do ex-líder do The Jam. Mas, dessa vez, eu tive que concordar. “Wake up the nation”, na minha opinião, é mesmo o melhor álbum de Paul Weller. Talvez até melhor do que os gravados com o The Jam. Diferentemente do gordurosíssimo (e bastante elogiado pelos britânicos, à época do lançamento) “22 dreams”, em “Wake up the nation”, Weller apresenta 16 canções coesas, curtas e secas. O início, com “Moonshine” já dá uma boa amostra que o cantor e compositor está em grande forma. Em “Fast car / Slow traffic”, Paul Weller tem um de seus grandes momentos, para qualquer fã do The Jam delirar. Ainda mais quando tomar conhecimento que Bruce Foxton (ex-The Jam) toca baixo nessa faixa. Outras músicas que merecem destaque são as lentas “No tears to cry” e “Andromeda”, bem como a épica “Find the torch, burn the plans”, e a instrumental viajante “Whatever next”. “Wake up the nation” nos deixa com mais vontade de assistir um show de Paul Weller, depois do cancelamento de sua apresentação no Tim Festival de 2008. Quem sabe agora, já que temos tantos festivais em São Paulo no final do ano...
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Logo abaixo, a faixa “Fast car / Slow traffic”, do álbum “Wake up the nation”, do Paul Weller.
“Raw power” – Iggy and The Stooges O terceiro álbum da banda The Stooges (que já se chamava, à época, Iggy and The Stooges) foi lançado em 1973, mas, até hoje, é essencial em qualquer discoteca que se preze. Não fosse por esse motivo, uma edição especial não estaria sendo lançada agora, 37 anos depois. O CD duplo que ora chega às lojas contém o álbum original remasterizado por David Bowie, o que é uma raridade, eis que, desde o seu relançamento em 1997, Iggy Pop optou pela sua própria remasterização, mais limpa, que tirou toda a sujeira (deliciosa) das músicas. Assim, agora, você poderá ouvir clássicos como “Search and destroy” e “I need somebody” da forma como foram concebidos. O CD 2 traz uma apresentação inédita de Iggy e seus Stooges, em outubro de 1973 (logo após o lançamento do álbum), em Atlanta. O show tem pouco menos de uma hora, e consegue ser melhor que o CD originário. Nele, Iggy toca canções ora recém-lançadas (como uma versão arrasadora de “Raw Power”) e adianta músicas que viriam a fazer parte de “Metallic K.O.” (1976), como “Heavy liquid” e “Head on”. Essencial para entender quase tudo o que surgiu no rock a partir dos anos 70.
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“13 parcerias com Cazuza” – George Israel Pode até soar oportunista o lançamento de um álbum com regravações de músicas do Cazuza. Mas esse está longe de ser o caso de “13 parcerias com Cazuza”, novo trabalho de George Israel. Em primeiro lugar, porque ele fugiu de um repertório óbvio. E em segundo lugar, e mais importante, todas as canções também levam a assinatura de George. Produzido por Dadi, o CD conta com participações de Elza Soares & Marcelo D2 (“Brasil”), Tico Santa Cruz (“A burguesia”), Ney Matogrosso (“4 letras”), Sandra de Sá (“Solidão, que nada”), entre outros. De quebra, ainda tem a participação do próprio Cazuza, no (delicioso) reggae inédito “Você vai me enganar sempre II” (“Você me deixa orgulhoso/ Gostoso te ouvir jurar/ Mentir com esse olhar guloso/ Pra disfarçar”), que contou com a presença luxuosa de Family Man (The Wailers) e Charlie Lalibe (Alphablondy) no baixo e na bateria, respectivamente. “13 parcerias com Cazuza” é um disco bom e, acima de tudo, honesto. Apesar de sua pouca voz, George Israel não poupou esforços para fazer a mais justa homenagem ao poeta do Baixo Leblon. E ele conseguiu. Que Ney Matogrosso se anime a gravar o seu tão adiado projeto com repertório exclusivo de Cazuza.
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“Que de-lindo” – Caetano Veloso Finalmente Caetano Veloso lançou o último volume de seu box “Quarenta anos Caetanos” – agora já são 43 anos de carreira –, com direito ao CD bônus “Que de-lindo”. Como o disco agrega músicas que não fazem parte dos álbuns oficiais do artista baiano entre 1995 e 2007, há poucas raridades de verdade no pacote. A verdade é que quem consome discos nos últimos anos, certamente terá a maior parte das faixas espalhadas em sua discoteca. Não há nenhuma raridade de verdade, como sobra de estúdio ou alguma canção ao vivo jamais lançada. É uma pena, porque o baú de Caetano não deve ser pequeno. De qualquer forma, o produtor Rodrigo Faour se esforçou para juntar boas canções há muito fora de catálogo, como a versão para “O calhambeque”, que faz parte do pacote “30 anos de Jovem Guarda”, lançado em 1995. Ou então a lindíssima “Merica, Merica”, música composta por Caetano em italiano, e presente na trilha sonora do filmaço “O quatrilho”. Outras nem tão raras assim fecham o pacote, como “A luz de Tieta” (do filme “Tieta”, de 1996, em dueto com Gal Costa), “Céu de Santo Amaro” (lançada originalmente no álbum “Por que não tínhamos bicicleta?”, de Flávio Venturini) e “Maluco beleza”, do CD “Uma homenagem a Raul Seixas – O baú do Raul” (2004). Enfim, “Que de-lindo” consegue, com êxito, organizar um pouco a obra esparsa de Caetano. Mas a gente ainda fica esperando, por exemplo, o registro integral do show “Circuladô”, de 1992/93.
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“The complete Reprise recordings” – Frank Sinatra & Tom Jobim Difícil dizer para quem foi mais importante o encontro de Frank Sinatra com Antonio Carlos Jobim. Se o álbum “Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim” abriu as portas dos Estados Unidos para Tom, ele também foi importante para que Sinatra se reinventasse e vendesse milhões e milhões de cópias. Depois desse álbum gravado em dupla no ano de 1967, foram lançados “Sinatra-Jobim” (1970) e “Sinatra & Company” (1971), que tinham uma faixa ou outra interpretada pela dupla. Agora, para dar uma organizada geral, chegou às lojas (por enquanto lá fora – depois ainda falavam mal do Tom porque ele se dedicava tanto ao mercado norte-americano) o CD “The complete Reprise recordings”, que em 20 faixas rebobina todas as parcerias dos dois artistas – só “Fly me to the moon”, que saiu no “Duets II” (1994), de Sinatra, ficou de fora. Em mais de 60 minutos, Sinatra e Tom nos entregam pepita atrás de pepita: “The girl from Ipanema”, “Quite night of quite stars”, “Triste”, “One note samba”, “Desafinado”, entre outras. Um CD para separar o melhor uísque, apagar a luz e esquecer a vida.
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“Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro” – Zé Ramalho Zé Ramalho já havia gravado algumas canções compostas por (ou que haviam feito sucesso na voz de) Jackson do Pandeiro. Para organizar tudo, ele e o produtor Marcelo Fróes juntaram as faixas no CD “Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro”, não sem antes gravar seis novas canções. Ao lado de músicas mais do que conhecidas, como “”Chiclete com banana” (com participação especial de Waldonys), “Cantiga do sapo” (aqui na versão constante no álbum “Estação Brasil”, de 2003) e “Um a um”, Zé Ramalho ainda relembra coisas bem raras, como “Ela disse” e “Lá vem a boiada”, essa última em gravação inédita. Uma homenagem merecida de um dos grandes artistas brasileiros da atualidade para um dos grandes artistas de todos os tempos. Tomara que o álbum tenha a divulgação merecida. Todos merecem conhecer a obra de Jackson do Pandeiro.
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Abaixo, a versão de Caetano Veloso para “Maluco beleza”, de Raul Seixas, uma das “raridades” de “Que de-lindo”, CD bônus incluído no box “Quarenta anos Caetanos – 95/07”.
Há 40 anos, um dos álbuns mais importantes da história da música chegava às lojas. “The Beatles”, mais conhecido como “White Album” (ou, aqui no Brasil, “Álbum Branco”), foi lançado em novembro de 1968. O nono álbum oficial da banda inglesa é considerado por muitos como o melhor disco de rock de todos os tempos. Além disso, “White Album” é o trabalho mais vendido dos Beatles, e também é o disco que mais encontrou compradores nos Estados Unidos, desde o seu lançamento.
A maior parte das canções do álbum foram compostas durante uma viagem dos Beatles à Índia. E a influência pode ser notada em várias faixas do álbum, que possui, de um modo geral, uma sonoridade imitada por diversas bandas até hoje – se tiver alguma dúvida, basta colocar para rodar “Dig Out Your Soul”, último CD do Oasis, lançado na semana passada. Inclusive, com relação às composições, John Lennon chegou a dizer, como pode ser lido em “Anthology”, que escreveu algumas de suas melhores canções para este disco.
Mas “White Album” não é famoso ‘somente’ por isso. Durante as suas sessões, Yoko Ono foi apresentada à banda. E Eric Clapton participou com um solo de guitarra histórico na faixa “While My Guitar Gently Weeps”, de autoria de George Harrison. Aliás, neste álbum, além de contar com várias composições de Harrison, Ringo Starr contribuiu pela primeira vez, com uma canção de seu próprio punho (“Don’t Pass Me By”) para um álbum dos Beatles.
Como se tudo isso não bastasse, o mítico disco marcou a transição por parte do quarteto de Liverpool das gravações feitas em quatro canais para oito canais. Ademais, “White Album” foi o primeiro álbum dos Beatles a ter mais de 14 faixas e o último de sua discografia a ser lançado em som mono.
Aqui no Brasil, os 40 anos do clássico disco dos Beatles foi lembrado com o CD duplo “Álbum Branco”, que reproduz a íntegra do disco (com as faixas na mesma ordem) interpretado por vários artistas brasileiros, alguns consagrados, outros independentes. Da mistureba de Zé Ramalho com Tantra, Márcio Greyck com Pato Fu, Celso Fonseca com Autoramas e os Britos com Jerry Adriani, até que o resultado soou mais coeso do que o esperado.
Como já era provável, muitos artistas participaram do projeto de forma contida, como se não quisessem “desrespeitar” a obra dos Beatles. Entre esses músicos, estão Rodrigo Santos & George Israel (que abrem o disco com uma versão bacana para “Back In The U.S.S.R”), Os Britos (com “Ob-La-Di, Ob-La-Da”), Sylvinha Araújo (que se despediu dos estúdios com uma bonita versão para “Blackbird”), Tantra (que fez uma honesta gravação de “Revolution 1”) e Jerry Adriani, que encerra o álbum com uma comovente “Good Night”.
Outros cantores saíram pela tangente e desconstruíram as clássicas canções dos Beatles. Tais versões são exatamente o diferencial desse “Álbum Branco”. Zé Ramalho, por exemplo, levou o Nordeste à Índia e revitalizou “Dear Prudence”. O Pato Fu, como de costume, também fez muito bonito com uma moderna versão para “Birthday”. Já o Manfred, se não fugiu muito do original de “While My Guitar Gently Weeps”, fez bonito com uma versão honesta do clássico de Harrison. Rogério Skylab, por sua vez, deixa “Revolution 9” (aquela que o New Musical Express classificou como um “pretensioso exemplo de imaturidade idiota”) mais estranha ainda.
Enfim, se não chega a ser um disco essencial, “Álbum Branco” serve para aguçar a curiosidade do fã, que, certamente vai correr e ouvir o disco original do Beatles. E méritos para o selo Discobertas, de Marcelo Fróes, que tornou viável o ambicioso projeto. A indústria fonográfica brasileira ficaria bem mais interessante com trabalhos dessa grandeza.
Abaixo, a música “Revolution 9”, interpretada por Rogério Skylab e presente nesse “Álbum Branco”.
Desde o ano passado, o produtor musical Marcelo Fróes está preparando um projeto que agrupa diversos artistas brasileiros (tanto consagrados, quanto independentes) para regravar o clássico “White Album”, dos Beatles. A idéia foi pegar todas as faixas do disco do quarteto inglês e regrava-las exatamente na mesma ordem do álbum original. Após quase um ano de produção, o CD duplo chegará às lojas na primeira semana de setembro.
Dentre os destaques do projeto, estão as participações de artistas consagrados, como Zé Ramalho, Pato Fu, Celso Fonseca, Flavio Venturini e Jerry Adraiani. Uma curiosidade é a faixa “Rocky Raccoon”, que marca a estréia de Carmen Manfredini, irmã de Renato Russo.
Abaixo, as músicas e os artistas que participaram do projeto: CD 1: 1) “Back In the USSR” - Rodrigo Santos & George Israel 2) “Dear Prudence” - Zé Ramalho 3) “Glass Onion” - Cachorro Grande 4) “Ob-la-di, Ob-la-da” - Os Britos 5) “Wild Honey Pie” - Bacalhau 6) “The Continuing Story of Bungalow Bill” - Daniel Tendler 7) “While My Guitar Gently Weeps” - Manfred 8) “Happiness Is a Warm Gun” - Marthav & Mariana Davies 9) “Martha My Dear” - Márcio Greyck 10) “I’m So Tired” - Dissonantes 11) “Blackbird” - Sylvinha Araújo 12) “Piggies” - Twiggy & Andreas Kisser's Lostapes 13) “Rocky Raccoon” - Carmem Manfredini 14) “Don’t Pass Me By” - Ayrton Mugnaini Jr. 15) “Why Don’t We do It In the Road” - Surfadelica 16) “I Will” - Érika Martins 17) “Julia” - Celso Fonseca
CD 2: 1) “Birthday” - Pato Fu 2) “Yer Blues” - Sérgio Vid & Big Gilson 3) “Mother Nature’s Son” - Reino Fungi 4) “Everybody’s Got Something To Hide Except Me And My Monkey” - Dr. Sin 5) “Sexy Sadie” - Metalmorphose 6) “Helter Skelter” - Andreas Kisser´s Lostapes 7) “Long Long Long” - Milke 8) “Revolution 1” - Tantra 9) “Honey Pie” - Flávio Venturini & Aggeu Marques 10) “Savoy Truffle” - Os Canibais com Renato Rocha 11) “Cry Baby Cry” - Autoramas 12) “Revolution 9” - Rogério Skylab 13) “Good Night” - Jerry Adriani & Tantra