“Raw power” – Iggy and The Stooges
O terceiro álbum da banda The Stooges (que já se chamava, à época, Iggy and The Stooges) foi lançado em 1973, mas, até hoje, é essencial em qualquer discoteca que se preze. Não fosse por esse motivo, uma edição especial não estaria sendo lançada agora, 37 anos depois. O CD duplo que ora chega às lojas contém o álbum original remasterizado por David Bowie, o que é uma raridade, eis que, desde o seu relançamento em 1997, Iggy Pop optou pela sua própria remasterização, mais limpa, que tirou toda a sujeira (deliciosa) das músicas. Assim, agora, você poderá ouvir clássicos como “Search and destroy” e “I need somebody” da forma como foram concebidos. O CD 2 traz uma apresentação inédita de Iggy e seus Stooges, em outubro de 1973 (logo após o lançamento do álbum), em Atlanta. O show tem pouco menos de uma hora, e consegue ser melhor que o CD originário. Nele, Iggy toca canções ora recém-lançadas (como uma versão arrasadora de “Raw Power”) e adianta músicas que viriam a fazer parte de “Metallic K.O.” (1976), como “Heavy liquid” e “Head on”. Essencial para entender quase tudo o que surgiu no rock a partir dos anos 70.
O terceiro álbum da banda The Stooges (que já se chamava, à época, Iggy and The Stooges) foi lançado em 1973, mas, até hoje, é essencial em qualquer discoteca que se preze. Não fosse por esse motivo, uma edição especial não estaria sendo lançada agora, 37 anos depois. O CD duplo que ora chega às lojas contém o álbum original remasterizado por David Bowie, o que é uma raridade, eis que, desde o seu relançamento em 1997, Iggy Pop optou pela sua própria remasterização, mais limpa, que tirou toda a sujeira (deliciosa) das músicas. Assim, agora, você poderá ouvir clássicos como “Search and destroy” e “I need somebody” da forma como foram concebidos. O CD 2 traz uma apresentação inédita de Iggy e seus Stooges, em outubro de 1973 (logo após o lançamento do álbum), em Atlanta. O show tem pouco menos de uma hora, e consegue ser melhor que o CD originário. Nele, Iggy toca canções ora recém-lançadas (como uma versão arrasadora de “Raw Power”) e adianta músicas que viriam a fazer parte de “Metallic K.O.” (1976), como “Heavy liquid” e “Head on”. Essencial para entender quase tudo o que surgiu no rock a partir dos anos 70.
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“13 parcerias com Cazuza” – George Israel
Pode até soar oportunista o lançamento de um álbum com regravações de músicas do Cazuza. Mas esse está longe de ser o caso de “13 parcerias com Cazuza”, novo trabalho de George Israel. Em primeiro lugar, porque ele fugiu de um repertório óbvio. E em segundo lugar, e mais importante, todas as canções também levam a assinatura de George. Produzido por Dadi, o CD conta com participações de Elza Soares & Marcelo D2 (“Brasil”), Tico Santa Cruz (“A burguesia”), Ney Matogrosso (“4 letras”), Sandra de Sá (“Solidão, que nada”), entre outros. De quebra, ainda tem a participação do próprio Cazuza, no (delicioso) reggae inédito “Você vai me enganar sempre II” (“Você me deixa orgulhoso/ Gostoso te ouvir jurar/ Mentir com esse olhar guloso/ Pra disfarçar”), que contou com a presença luxuosa de Family Man (The Wailers) e Charlie Lalibe (Alphablondy) no baixo e na bateria, respectivamente. “13 parcerias com Cazuza” é um disco bom e, acima de tudo, honesto. Apesar de sua pouca voz, George Israel não poupou esforços para fazer a mais justa homenagem ao poeta do Baixo Leblon. E ele conseguiu. Que Ney Matogrosso se anime a gravar o seu tão adiado projeto com repertório exclusivo de Cazuza.
Pode até soar oportunista o lançamento de um álbum com regravações de músicas do Cazuza. Mas esse está longe de ser o caso de “13 parcerias com Cazuza”, novo trabalho de George Israel. Em primeiro lugar, porque ele fugiu de um repertório óbvio. E em segundo lugar, e mais importante, todas as canções também levam a assinatura de George. Produzido por Dadi, o CD conta com participações de Elza Soares & Marcelo D2 (“Brasil”), Tico Santa Cruz (“A burguesia”), Ney Matogrosso (“4 letras”), Sandra de Sá (“Solidão, que nada”), entre outros. De quebra, ainda tem a participação do próprio Cazuza, no (delicioso) reggae inédito “Você vai me enganar sempre II” (“Você me deixa orgulhoso/ Gostoso te ouvir jurar/ Mentir com esse olhar guloso/ Pra disfarçar”), que contou com a presença luxuosa de Family Man (The Wailers) e Charlie Lalibe (Alphablondy) no baixo e na bateria, respectivamente. “13 parcerias com Cazuza” é um disco bom e, acima de tudo, honesto. Apesar de sua pouca voz, George Israel não poupou esforços para fazer a mais justa homenagem ao poeta do Baixo Leblon. E ele conseguiu. Que Ney Matogrosso se anime a gravar o seu tão adiado projeto com repertório exclusivo de Cazuza.
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“Que de-lindo” – Caetano Veloso
Finalmente Caetano Veloso lançou o último volume de seu box “Quarenta anos Caetanos” – agora já são 43 anos de carreira –, com direito ao CD bônus “Que de-lindo”. Como o disco agrega músicas que não fazem parte dos álbuns oficiais do artista baiano entre 1995 e 2007, há poucas raridades de verdade no pacote. A verdade é que quem consome discos nos últimos anos, certamente terá a maior parte das faixas espalhadas em sua discoteca. Não há nenhuma raridade de verdade, como sobra de estúdio ou alguma canção ao vivo jamais lançada. É uma pena, porque o baú de Caetano não deve ser pequeno. De qualquer forma, o produtor Rodrigo Faour se esforçou para juntar boas canções há muito fora de catálogo, como a versão para “O calhambeque”, que faz parte do pacote “30 anos de Jovem Guarda”, lançado em 1995. Ou então a lindíssima “Merica, Merica”, música composta por Caetano em italiano, e presente na trilha sonora do filmaço “O quatrilho”. Outras nem tão raras assim fecham o pacote, como “A luz de Tieta” (do filme “Tieta”, de 1996, em dueto com Gal Costa), “Céu de Santo Amaro” (lançada originalmente no álbum “Por que não tínhamos bicicleta?”, de Flávio Venturini) e “Maluco beleza”, do CD “Uma homenagem a Raul Seixas – O baú do Raul” (2004). Enfim, “Que de-lindo” consegue, com êxito, organizar um pouco a obra esparsa de Caetano. Mas a gente ainda fica esperando, por exemplo, o registro integral do show “Circuladô”, de 1992/93.
Finalmente Caetano Veloso lançou o último volume de seu box “Quarenta anos Caetanos” – agora já são 43 anos de carreira –, com direito ao CD bônus “Que de-lindo”. Como o disco agrega músicas que não fazem parte dos álbuns oficiais do artista baiano entre 1995 e 2007, há poucas raridades de verdade no pacote. A verdade é que quem consome discos nos últimos anos, certamente terá a maior parte das faixas espalhadas em sua discoteca. Não há nenhuma raridade de verdade, como sobra de estúdio ou alguma canção ao vivo jamais lançada. É uma pena, porque o baú de Caetano não deve ser pequeno. De qualquer forma, o produtor Rodrigo Faour se esforçou para juntar boas canções há muito fora de catálogo, como a versão para “O calhambeque”, que faz parte do pacote “30 anos de Jovem Guarda”, lançado em 1995. Ou então a lindíssima “Merica, Merica”, música composta por Caetano em italiano, e presente na trilha sonora do filmaço “O quatrilho”. Outras nem tão raras assim fecham o pacote, como “A luz de Tieta” (do filme “Tieta”, de 1996, em dueto com Gal Costa), “Céu de Santo Amaro” (lançada originalmente no álbum “Por que não tínhamos bicicleta?”, de Flávio Venturini) e “Maluco beleza”, do CD “Uma homenagem a Raul Seixas – O baú do Raul” (2004). Enfim, “Que de-lindo” consegue, com êxito, organizar um pouco a obra esparsa de Caetano. Mas a gente ainda fica esperando, por exemplo, o registro integral do show “Circuladô”, de 1992/93.
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“The complete Reprise recordings” – Frank Sinatra & Tom Jobim
Difícil dizer para quem foi mais importante o encontro de Frank Sinatra com Antonio Carlos Jobim. Se o álbum “Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim” abriu as portas dos Estados Unidos para Tom, ele também foi importante para que Sinatra se reinventasse e vendesse milhões e milhões de cópias. Depois desse álbum gravado em dupla no ano de 1967, foram lançados “Sinatra-Jobim” (1970) e “Sinatra & Company” (1971), que tinham uma faixa ou outra interpretada pela dupla. Agora, para dar uma organizada geral, chegou às lojas (por enquanto lá fora – depois ainda falavam mal do Tom porque ele se dedicava tanto ao mercado norte-americano) o CD “The complete Reprise recordings”, que em 20 faixas rebobina todas as parcerias dos dois artistas – só “Fly me to the moon”, que saiu no “Duets II” (1994), de Sinatra, ficou de fora. Em mais de 60 minutos, Sinatra e Tom nos entregam pepita atrás de pepita: “The girl from Ipanema”, “Quite night of quite stars”, “Triste”, “One note samba”, “Desafinado”, entre outras. Um CD para separar o melhor uísque, apagar a luz e esquecer a vida.
Difícil dizer para quem foi mais importante o encontro de Frank Sinatra com Antonio Carlos Jobim. Se o álbum “Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim” abriu as portas dos Estados Unidos para Tom, ele também foi importante para que Sinatra se reinventasse e vendesse milhões e milhões de cópias. Depois desse álbum gravado em dupla no ano de 1967, foram lançados “Sinatra-Jobim” (1970) e “Sinatra & Company” (1971), que tinham uma faixa ou outra interpretada pela dupla. Agora, para dar uma organizada geral, chegou às lojas (por enquanto lá fora – depois ainda falavam mal do Tom porque ele se dedicava tanto ao mercado norte-americano) o CD “The complete Reprise recordings”, que em 20 faixas rebobina todas as parcerias dos dois artistas – só “Fly me to the moon”, que saiu no “Duets II” (1994), de Sinatra, ficou de fora. Em mais de 60 minutos, Sinatra e Tom nos entregam pepita atrás de pepita: “The girl from Ipanema”, “Quite night of quite stars”, “Triste”, “One note samba”, “Desafinado”, entre outras. Um CD para separar o melhor uísque, apagar a luz e esquecer a vida.
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“Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro” – Zé Ramalho
Zé Ramalho já havia gravado algumas canções compostas por (ou que haviam feito sucesso na voz de) Jackson do Pandeiro. Para organizar tudo, ele e o produtor Marcelo Fróes juntaram as faixas no CD “Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro”, não sem antes gravar seis novas canções. Ao lado de músicas mais do que conhecidas, como “”Chiclete com banana” (com participação especial de Waldonys), “Cantiga do sapo” (aqui na versão constante no álbum “Estação Brasil”, de 2003) e “Um a um”, Zé Ramalho ainda relembra coisas bem raras, como “Ela disse” e “Lá vem a boiada”, essa última em gravação inédita. Uma homenagem merecida de um dos grandes artistas brasileiros da atualidade para um dos grandes artistas de todos os tempos. Tomara que o álbum tenha a divulgação merecida. Todos merecem conhecer a obra de Jackson do Pandeiro.
Zé Ramalho já havia gravado algumas canções compostas por (ou que haviam feito sucesso na voz de) Jackson do Pandeiro. Para organizar tudo, ele e o produtor Marcelo Fróes juntaram as faixas no CD “Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro”, não sem antes gravar seis novas canções. Ao lado de músicas mais do que conhecidas, como “”Chiclete com banana” (com participação especial de Waldonys), “Cantiga do sapo” (aqui na versão constante no álbum “Estação Brasil”, de 2003) e “Um a um”, Zé Ramalho ainda relembra coisas bem raras, como “Ela disse” e “Lá vem a boiada”, essa última em gravação inédita. Uma homenagem merecida de um dos grandes artistas brasileiros da atualidade para um dos grandes artistas de todos os tempos. Tomara que o álbum tenha a divulgação merecida. Todos merecem conhecer a obra de Jackson do Pandeiro.
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Abaixo, a versão de Caetano Veloso para “Maluco beleza”, de Raul Seixas, uma das “raridades” de “Que de-lindo”, CD bônus incluído no box “Quarenta anos Caetanos – 95/07”.
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