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15 de ago. de 2008

“UM BARZINHO, UM VIOLÃO” DE NOVELAS DOS ANOS 70 CHEGA ÀS LOJAS NA SEMANA QUE VEM

Depois de algum tempo sumido, o projeto “Um Barzinho, Um Violão” retorna com um CD duplo, vendido em dois volumes separados. Todas as 26 canções dos dois álbuns fizeram parte da trilha sonora de alguma novela da década de 70.

Alguns destaques ficam por conta de “Martim Cererê” (da novela “Bandeira 2”), na voz de Zeca Pagodinho, “Como vovó já dizia” (de “Ossos do Barão”), com Lobão, e “Pecado Capital”, faixa de abertura da novela homônima, na interpretação de Jorge Aragão. Já a versão de Caetano Veloso para o sucesso brega de Wando, “Moça”, tem tudo para se transformar em um grande hit na voz do cantor e compositor baiano.

Abaixo segue a relação de faixas dos dois CDs:
Vol. 1:
1) “Carinhoso” - Jessé Sadoc
2) “Pensando Nela” - Papas da Língua
3) “Sonhos” - Paula Toller
4) “Pecado Capital” - Jorge Aragão
5) “Paralelas” - Zélia Duncan
6) “Martin Cererê” - Zeca Pagodinho
7) “Pavão Mysteriozo” - Fernanda Takai
8) “Meu Pai Oxalá” – Moinho
9) “Teletema” - Luiza Possi
10) “Fascinação” - Jorge Vercillo
11) “Enrosca” - Celso Fonseca
12) “Coleção” - Maurício Manieri
13) “Como Vovó Já Dizia” - Lobão

Vol. 2:
1) “Moça” - Caetano Veloso
2) “Broto Legal” - Marjorie Estiano
3) “Pombo Correio” - Elba Ramalho
4) “Você Abusou” - Diogo Nogueira
5) “Eu Preciso Te Esquecer” - Marina Elali
6) “Capitão de Indústria” - Herbert Vianna
7) “Malandragem Dela” - Dudu Nobre
8) “Beijo Partido” - Pedro Mariano
9) “Nuvem Passageira” – Tunai
10) “Um Jeito Estúpido de Amar” - Isabella Taviani
11) “Meu Drama (Senhora Tentação)” – Casuarina
12) “Meu Mundo e Nada Mais” - Alex Cohen
13) “Filho da Bahia” - Margareth Menezes


23 de jun. de 2008

RECEITA PARA UM DVD VENDER MUITO

Como já é de praxe no mercado brasileiro de discos, depois do CD ao vivo é a vez do DVD. (Até mesmo porque se ambos saíssem juntos, dificilmente alguém iria comprar o CD.) Agora é a vez de Dudu Nobre, que, há menos de um mês, colocou nas lojas o CD com o mesmo show constante no DVD agora lançado.

No finalzinho do making of do DVD (aliás, as gravadoras brasileiras precisam aprender urgentemente o que é um making of, pois esse de Dudu Nobre, assim como 99% dos outros que aparecem em extras de DVD estão bem distantes do que seja realmente um making of), Rildo Hora diz: “Dudu é o retrato no Brasil. Porque ele é sambista e o samba é o ritmo que abraça toda a nação brasileira”. Aproveitando a deixa do maestro, após uma olhada neste “Roda de Samba”, podemos afirmar o seguinte: “Esse DVD de Dudu é o retrato do mercado fonográfico brasileiro”.

Além do fato de ter sido lançado logo após o CD ao vivo, como já dito acima, neste “Roda de Samba” é possível identificar toda a receita para se fazer um DVD que venda bastante.

A receita das gravadoras pode ser resumida da seguinte maneira:
1) Pegue um artista popular do seu elenco;
2) Coloque-o para cantar várias canções antigas (suas e de outros compositores);
3) Chame alguns convidados especiais também bastante populares (nesse caso, se o Zeca Pagodinho aceitar o convite, é garantia de umas 30 mil cópias vendidas);
4) Grave ao vivo. Para enxugar o orçamento, de preferência em um local sem custos. Por que não o quintal da própria gravadora?;
5) Arrume um patrocínio e coloque o seu logotipo no fundo do palco. Isso vai ajudar a pagar o chope dos VIPS e o cachê dos músicos;
6) Por falar em VIPS, encha a platéia deles. O pessoal em casa vai adorar reconhecer os artistas e os jogadores de futebol;
7) Três meses depois, na hora do lançamento do projeto, coloque primeiro o CD no mercado;
8) Um mês depois, coloque o DVD. O fã verdadeiro, que já comprou o CD vai ter que dar mais uma graninha para a gravadora na hora de levar o vídeo para casa;
9) O DVD deve ter umas três músicas que não tem no CD. Isso porque, mesmo que o consumidor não goste de DVD, vai ter que comprá-lo só para ouvir as três músicas que ficaram de fora do CD. Se der para deixar de fora um grande sucesso, faça-o. Observação importante: mesmo que essas três músicas caibam no CD (caso deste “Roda de Samba”), não seja maluco de incluí-las.
10) Quando a turnê estiver nos trinques, lotando todos os Halls da vida, faça um outro DVD com o mesmo repertório do anterior.

Impressionante notar como os nove primeiros ingredientes acima foram usados neste “Roda de Samba”. Quanto ao décimo, só o tempo dirá. Se formos julgar pela qualidade, ele está quase que garantido, afinal Dudu Nobre, mesmo quando não lança álbum de inéditas, consegue ser muito bom.

A crítica do CD, que é igual ao DVD, já foi escrita aqui nesse blog há pouco tempo. Quem quiser encontrar maiores detalhes, ela está aqui.

E para dizer que não há nada de diferente no DVD, seguem as três faixas que ficaram de fora do CD (tópico 9 da receita acima): “Feirinha da Pavuna”, “Patrão Prenda Seu Gado” e o medley “Eu Não Fui Convidado / Não Quero Saber Mais Dela”. As duas últimas são pérolas do repertório de Pixinguinha. Provavelmente ficaram de fora do CD porque um artista como ele não vende muito...

Cotação: ***1/2

31 de mai. de 2008

DUDU NOBRE MAIS UMA VEZ DESPERDIÇADO

Uma boa e uma má notícia para o fã de Dudu Nobre. A boa é que “Roda de Samba Ao Vivo” é um belo disco. A ruim é que, como o próprio título denuncia, Dudu reaparece com mais um trabalho ao vivo – e de regravações. Dos sete álbuns do sambista, este lançamento é o terceiro de regravações. Ou seja, quase metade da obra de um dos melhores compositores da nova geração do samba dispensa canções inéditas.

Antes desse, já foram lançados o “Ao Vivo” (2004) e “Os Mais Belos Sambas-Enredo De Todos os Tempos” (2007). O bom “Festa Em Meu Coração” (2005) foi o último trabalho de Dudu com canções inéditas. Para um artista como Dudu Nobre, em quatro discos, lançar apenas um álbum de inéditas chega a ser triste. Lógico que para a gravadora, é sempre mais intere$$ante lançar um trabalho ao vivo cheio de regravações, com participações de Zeca Pagodinho e Martinho da Vila do que um trabalho com faixas inéditas que ninguém conhece. Pobre do artista, que tem que se sujeitar as regras do mercado fonográfico ou correr o risco de não ter como lançar suas canções. Resta saber quem será o Radiohead brasileiro...

Mas, voltando ao disco, como já foi dito, ele é bom. Dudu Nobre prestou uma homenagem ao partido-alto e não fez feio. Muito longe disso. “Roda de Samba Ao Vivo” chega a ter os seus belos momentos, como o medley inicial que junta “Sinhá, Sinhá”, “Gamação” e “Peixeiro Granfino” – todas compostas por Candeia –, a participação de Roberta Sá (cantando cada dia melhor) na batidíssima “Quem É Ela?”, e a animação da ótima “Mini Saia”, de Gabriel Moura, Valmir Ribeiro e Carlos Moura.

Para não dizer que o disco ao vivo não tem nada de inédito, Dudu apresenta “Tinha Cachaça No Meio”, “Seu Gastão Que Vai Bancar” e “Que Mundo É Esse”, três ótimas composições de Dudu, e que dão mais certeza de como um disco de canções inéditas cairia muito bem neste momento.

Mas se “Roda de Samba” tem inéditas, tem muitas regravações também. Algumas já foram citadas acima, mas nada supera mais uma versão de “Vou Botar Teu Nome Na Macumba”, “Posso Até Me Apaixonar” e “Tempo de Don Don”. Ainda que esta última tenha a participação do autor Nei Lopes nos vocais, ela é mais que dispensável. Zeca Pagodinho (em “Velho Ditado”), Martinho da Vila (“Chora, Viola, Chora”) e Almir Guineto (“Viola de Maçaranduba” e “Mocotó Com Pimenta”) são os outros três artistas que certamente vão ajudar Dudu e a gravadora Universal a venderem mais discos.

O show, que teve direção musical de Rildo Hora – uma garantia de excelentes arranjos – e foi gravado no Espaço Universal Up (na própria gravadora), no Rio de Janeiro, terá lançamento em DVD também, provavelmente no mês que vem.

Cotação: ***1/2