“Band of joy”– Robert Plant
Nos tempos atuais, em que uma reunião do Led Zeppelin é, volta e meia, cogitada, é digno de registro o fato de Robert Plant colocar nas lojas um álbum chamado “Band of joy”, nome de sua banda pré-Led Zeppelin. Desde o lançamento do essencial “Raising sand” (gravado em parceria com a cantora Alison Krauss, em 2007), Robert Plant demonstra uma alegria que nunca havia demonstrado com a sua (extremamente irregular) carreira solo. Com “Raising sand”, ele papou algumas estatuetas do Grammy, e se sentiu à vontade para esnobar Jimmy Page, que não para de mendigar o retorno do vocalista louro à banda que lhes trouxe fama e grana. Com o álbum “Band of joy”, Robert Plant dá mais um passo pra frente (ou pra trás, dependendo do seu grau de saudosismo) em sua carreira. Ok, seria muito legal ver os dois reunidos a John Paul Jones novamente. Mas é muito mais legal concluir que um dos maiores vocalistas da história do rock ainda consegue ser relevante, mais de 30 anos após a dissolução do Led Zeppelin. Em “Band of joy”, Robert Plant resgata o bluegrass de “Raising sand”, incorporando-lhe elementos do folk e do blues. E olha que a mistura deu muito certo. Com o apoio de uma banda competente (formada por gente como o guitarrista Buddy Miller e a cantora Patty Griffin), Plant registrou 12 faixas, sendo uma, “Central two-o-nine”, de sua autoria (ao lado de Miller). Mas a grande faixa do álbum é “House of cards” (não, não é a do Radiohead), com vocais fabulosos de Patty Griffin. Ao mesmo tempo, a quase-pop “Harm’s swift way” também merece destaque. Enfim, não é Led Zeppelin. Mas é a Band Of Joy. E para Robert Plant isso deve fazer muito mais sentido.
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“Em boa companhia” – Simone
Depois do CD de estúdio, vem o ao vivo, diz o mercado. E Simone não fez diferente. Após o lançamento do irregular “Na veia” (2009), a cantora ressurge com o CD duplo/DVD “Em boa companhia”. Gravado no Teatro Guararapes, em Recife, o novo trabalho de Simone traz todas as 12 faixas de “Na veia”, além de alguns sucessos de sua carreira. Se é louvável, por um lado, Simone apresentar, no palco, a íntegra do álbum originário do show, por outro, a apresentação perde muito do seu pique, até mesmo porque, “Na veia” não é lá um grande álbum. E, de quebra, as versões ao vivo são idênticas as de estúdio, sem tirar nem pôr. Daí vem a pergunta: por que um CD duplo e não apenas um simples privilegiando as músicas que não estão no álbum de estúdio? Além das “novas” versões de “Ame” (belíssimo samba de Paulinho da Viola e Elton Medeiros), “Na minha veia” (de Martinho da Vila e Zé Catimba) e “Hóstia” (parceria de Erasmo Carlos e Marcos Valle), Simone apresenta algumas coisas antigas que os fãs sempre gostam de recordar. São os casos de “Tô que tô” (da dupla Kleiton & Kledir, e faixa de abertura do espetáculo), “Face a face” (obra prima de Cacaso e Sueli Costa) e “Ive Brussel” (clássico de Jorge Ben, que ganhou uma versão bem interessante). Destaque também para as releituras de “Perigosa” (de Rita Lee, Roberto de Carvalho e Nelson Motta, e que fez sucesso com as Frenéticas), “Lá vem a baiana” (de Dorival Caymmi) e “Ai ai ai” (da dupla Ivan Lins / Vitor Martins, e que caiu muito bem na voz de Simone, como, aliás, caem todas as músicas da dupla). O final, com “Ex amor”, de Martinho da Vila, é a prova de que nem sempre é necessário apelar para “O amanhã”.
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“The Drums” – The Drums
Uma mistura de pós-punk com rock dos anos 60. Dessa forma (um tanto grosseira, é verdade) pode ser definido o som do The Drums, banda formada por Jonathan Pierce (vocais), Jacob Graham (guitarra), Connor Hanwick (bateria) e o dissidente Adam Kessler (guitarra). Embebidos em The Smiths, Joy Division e The Zombies, o quarteto lançou, no mês retrasado, um bom álbum de estreia, que leva o seu nome. Os primeiros acordes da faixa de abertura, “Best friend”, podem dar a entender que “The Drums” é um álbum que poderia ter sido gravado lá no iniciozinho dos anos 80, do outro lado do Pacífico, em alguma cidade acinzentada. Mas talvez o diferencial seja exatamente esse: a sonoridade do The Drums não é tão cinza quanto a de suas influências. “Me and the moon”, por exemplo, está mais para uma new wave de um Duran Duran. Já “Let’s go surfing” promove um inusitado encontro entre o Joy Division e o Beach Boys, enquanto que “Skippin’ town” é The Zombies puro. Bem diferente é a deprimidinha “Down by the water”, primeiro single do álbum, e que não passa muito uma ideia geral do disco. Até mesmo porque, apesar da atmosfera meio deprê e daquele baixão no estilo Peter Hook, o som do The Drums está muito mais para uma Califórnia quente e ensolarada do que para uma Manchester fria e nublada.
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“É com esse que eu vou” – Vários Artistas
Repetindo a fórmula usada em “Sassaricando”, Rosa Maria Araújo e Sérgio Cabral lançaram um novo musical, já em cartaz no Rio de Janeiro. “É com esse que eu vou” agrupa 82 sambas compostos por gente como Herivelto Martins, Ataulfo Alves, Haroldo Lobo, Noel Rosa, Ary Barroso, Roberto Roberti, Wilson Baptista, Roberto Martins, entre outros. Na voz do mesmo elenco de “Sassaricando” (com exceção de Eduardo Dusek), não tinha muito como o resultado dar errado. E também não tinha como dar errado com a excelente banda, liderada pelo arranjador Luís Filipe de Lima, e formada por ótimos músicos como Jorge Helder (baixo), Oscar Bolão (bateria), Henrique Cazes (cavaquinho) e Dirceu Leite (sopros). Realmente não deu. Mas a verdade é que “É com esse que eu vou” dá pistas de um certo esgotamento dessa fórmula. Se em “Sassaricando”, as marchinhas surgiam revigoradas e frescas, em “É com esse que eu vou”, os sambas soam um pouco repetitivos. Ou seja, ficou tudo igual demais a “Sassaricando”. Aliás, até a fórmula de agrupar os sambas em medleys é igual a do musical anterior. Os 82 sambas foram divididos em blocos como “Rico x Pobre” (com sambas como “Com que roupa?”, de Noel Rosa), “Orgia x Trabalho” (“Abre a janela”, de Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr.), “Cidade x Morro” (“Praça Onze”, de Herivelto Martins e Grande Otelo), “Tristeza x Alegria” (“Atire a primeira pedra”, de Mário Lago e Ataulfo Alves), “Solteiro x Casado” (“Nega maluca”, de Evaldo Ruy e Fernando Lobo), “Feminismo x Machismo” (“Não me diga adeus”, de Paquito, Luiz Soberano e João Correa da Silva) “Briga x Paz” (“Mora na filosofia”, de Monsueto e Arnaldo Passos) e “Apologia do samba” (com “Alegria”, de Assis Valente e a faixa-título do musical, composta por Pedro Caetano, em 1947). Apesar de um gostinho de déjà vu, ninguém pode negar que é uma bela aula de samba.
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“Feminina” – Joyce
“Em 1980 minha vida estava mudando. Depois de um período de parada quase total das atividades musicais, por conta do nascimento de minhas filhas, voltei a compor direto, vi minhas músicas serem gravadas pelas mais importantes vozes do Brasil e finalmente fui convidada a gravar um disco meu pela EMI-Odeon. Esse disco se chamaria ‘Feminina’, e seria um marco em meu trabalho e em minha vida.” É dessa forma que Joyce inicia o texto que consta no encarte da edição de 30 anos de “Feminina”, o seu álbum mais importante, e que a EMI agora recoloca nas lojas. Joyce ficou meio que parada durante quase toda a década de 80, mas o seu nome continuava em alta. Artistas como Elis Regina, Maria Bethânia, Milton Nascimento, Nana Caymmi e Quarteto em Cy haviam gravado as suas canções – muitas, inclusive, presentes em “Feminina” –, e boas ideias ainda brotavam, especialmente a música “Clareana”, classificada no Festival MPB-80, e um dos maiores sucessos daquele ano. “Clareana” é uma das dez faixas de “Feminina”, que ainda trazia canções já bem conhecidas, como “Essa mulher” (que havia sido um estrondoso sucesso como faixa-título do álbum lançado por Elis Regina em 1979) e “Da cor brasileira” (gravada por Maria Bethânia em seu disco “Mel”, também de 79, e um dos mais vendidos de sua carreira). Já a faixa-título, “Feminina”, é um daqueles momentos da MPB que pode ser chamado de mágico. A música acabou sendo um dos temas da série “Malu mulher”, que fazia enorme sucesso na Rede Globo. E tudo isso respaldado por um timaço de músicos como Tuti Moreno (bateria e percussão), Mauro Senise (flauta), Fernando Leporace (baixo) e Hélio Delmiro (violão). Com todos esses predicados, “Feminina” foi um marco na carreira de Joyce – e (por que não?) da MPB.
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Em seguida, um preview de “Band of joy”, e uma pequena entrevista com Robert Plant:
Nos tempos atuais, em que uma reunião do Led Zeppelin é, volta e meia, cogitada, é digno de registro o fato de Robert Plant colocar nas lojas um álbum chamado “Band of joy”, nome de sua banda pré-Led Zeppelin. Desde o lançamento do essencial “Raising sand” (gravado em parceria com a cantora Alison Krauss, em 2007), Robert Plant demonstra uma alegria que nunca havia demonstrado com a sua (extremamente irregular) carreira solo. Com “Raising sand”, ele papou algumas estatuetas do Grammy, e se sentiu à vontade para esnobar Jimmy Page, que não para de mendigar o retorno do vocalista louro à banda que lhes trouxe fama e grana. Com o álbum “Band of joy”, Robert Plant dá mais um passo pra frente (ou pra trás, dependendo do seu grau de saudosismo) em sua carreira. Ok, seria muito legal ver os dois reunidos a John Paul Jones novamente. Mas é muito mais legal concluir que um dos maiores vocalistas da história do rock ainda consegue ser relevante, mais de 30 anos após a dissolução do Led Zeppelin. Em “Band of joy”, Robert Plant resgata o bluegrass de “Raising sand”, incorporando-lhe elementos do folk e do blues. E olha que a mistura deu muito certo. Com o apoio de uma banda competente (formada por gente como o guitarrista Buddy Miller e a cantora Patty Griffin), Plant registrou 12 faixas, sendo uma, “Central two-o-nine”, de sua autoria (ao lado de Miller). Mas a grande faixa do álbum é “House of cards” (não, não é a do Radiohead), com vocais fabulosos de Patty Griffin. Ao mesmo tempo, a quase-pop “Harm’s swift way” também merece destaque. Enfim, não é Led Zeppelin. Mas é a Band Of Joy. E para Robert Plant isso deve fazer muito mais sentido.
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“Em boa companhia” – Simone
Depois do CD de estúdio, vem o ao vivo, diz o mercado. E Simone não fez diferente. Após o lançamento do irregular “Na veia” (2009), a cantora ressurge com o CD duplo/DVD “Em boa companhia”. Gravado no Teatro Guararapes, em Recife, o novo trabalho de Simone traz todas as 12 faixas de “Na veia”, além de alguns sucessos de sua carreira. Se é louvável, por um lado, Simone apresentar, no palco, a íntegra do álbum originário do show, por outro, a apresentação perde muito do seu pique, até mesmo porque, “Na veia” não é lá um grande álbum. E, de quebra, as versões ao vivo são idênticas as de estúdio, sem tirar nem pôr. Daí vem a pergunta: por que um CD duplo e não apenas um simples privilegiando as músicas que não estão no álbum de estúdio? Além das “novas” versões de “Ame” (belíssimo samba de Paulinho da Viola e Elton Medeiros), “Na minha veia” (de Martinho da Vila e Zé Catimba) e “Hóstia” (parceria de Erasmo Carlos e Marcos Valle), Simone apresenta algumas coisas antigas que os fãs sempre gostam de recordar. São os casos de “Tô que tô” (da dupla Kleiton & Kledir, e faixa de abertura do espetáculo), “Face a face” (obra prima de Cacaso e Sueli Costa) e “Ive Brussel” (clássico de Jorge Ben, que ganhou uma versão bem interessante). Destaque também para as releituras de “Perigosa” (de Rita Lee, Roberto de Carvalho e Nelson Motta, e que fez sucesso com as Frenéticas), “Lá vem a baiana” (de Dorival Caymmi) e “Ai ai ai” (da dupla Ivan Lins / Vitor Martins, e que caiu muito bem na voz de Simone, como, aliás, caem todas as músicas da dupla). O final, com “Ex amor”, de Martinho da Vila, é a prova de que nem sempre é necessário apelar para “O amanhã”.
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“The Drums” – The Drums
Uma mistura de pós-punk com rock dos anos 60. Dessa forma (um tanto grosseira, é verdade) pode ser definido o som do The Drums, banda formada por Jonathan Pierce (vocais), Jacob Graham (guitarra), Connor Hanwick (bateria) e o dissidente Adam Kessler (guitarra). Embebidos em The Smiths, Joy Division e The Zombies, o quarteto lançou, no mês retrasado, um bom álbum de estreia, que leva o seu nome. Os primeiros acordes da faixa de abertura, “Best friend”, podem dar a entender que “The Drums” é um álbum que poderia ter sido gravado lá no iniciozinho dos anos 80, do outro lado do Pacífico, em alguma cidade acinzentada. Mas talvez o diferencial seja exatamente esse: a sonoridade do The Drums não é tão cinza quanto a de suas influências. “Me and the moon”, por exemplo, está mais para uma new wave de um Duran Duran. Já “Let’s go surfing” promove um inusitado encontro entre o Joy Division e o Beach Boys, enquanto que “Skippin’ town” é The Zombies puro. Bem diferente é a deprimidinha “Down by the water”, primeiro single do álbum, e que não passa muito uma ideia geral do disco. Até mesmo porque, apesar da atmosfera meio deprê e daquele baixão no estilo Peter Hook, o som do The Drums está muito mais para uma Califórnia quente e ensolarada do que para uma Manchester fria e nublada.
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“É com esse que eu vou” – Vários Artistas
Repetindo a fórmula usada em “Sassaricando”, Rosa Maria Araújo e Sérgio Cabral lançaram um novo musical, já em cartaz no Rio de Janeiro. “É com esse que eu vou” agrupa 82 sambas compostos por gente como Herivelto Martins, Ataulfo Alves, Haroldo Lobo, Noel Rosa, Ary Barroso, Roberto Roberti, Wilson Baptista, Roberto Martins, entre outros. Na voz do mesmo elenco de “Sassaricando” (com exceção de Eduardo Dusek), não tinha muito como o resultado dar errado. E também não tinha como dar errado com a excelente banda, liderada pelo arranjador Luís Filipe de Lima, e formada por ótimos músicos como Jorge Helder (baixo), Oscar Bolão (bateria), Henrique Cazes (cavaquinho) e Dirceu Leite (sopros). Realmente não deu. Mas a verdade é que “É com esse que eu vou” dá pistas de um certo esgotamento dessa fórmula. Se em “Sassaricando”, as marchinhas surgiam revigoradas e frescas, em “É com esse que eu vou”, os sambas soam um pouco repetitivos. Ou seja, ficou tudo igual demais a “Sassaricando”. Aliás, até a fórmula de agrupar os sambas em medleys é igual a do musical anterior. Os 82 sambas foram divididos em blocos como “Rico x Pobre” (com sambas como “Com que roupa?”, de Noel Rosa), “Orgia x Trabalho” (“Abre a janela”, de Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr.), “Cidade x Morro” (“Praça Onze”, de Herivelto Martins e Grande Otelo), “Tristeza x Alegria” (“Atire a primeira pedra”, de Mário Lago e Ataulfo Alves), “Solteiro x Casado” (“Nega maluca”, de Evaldo Ruy e Fernando Lobo), “Feminismo x Machismo” (“Não me diga adeus”, de Paquito, Luiz Soberano e João Correa da Silva) “Briga x Paz” (“Mora na filosofia”, de Monsueto e Arnaldo Passos) e “Apologia do samba” (com “Alegria”, de Assis Valente e a faixa-título do musical, composta por Pedro Caetano, em 1947). Apesar de um gostinho de déjà vu, ninguém pode negar que é uma bela aula de samba.
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“Feminina” – Joyce
“Em 1980 minha vida estava mudando. Depois de um período de parada quase total das atividades musicais, por conta do nascimento de minhas filhas, voltei a compor direto, vi minhas músicas serem gravadas pelas mais importantes vozes do Brasil e finalmente fui convidada a gravar um disco meu pela EMI-Odeon. Esse disco se chamaria ‘Feminina’, e seria um marco em meu trabalho e em minha vida.” É dessa forma que Joyce inicia o texto que consta no encarte da edição de 30 anos de “Feminina”, o seu álbum mais importante, e que a EMI agora recoloca nas lojas. Joyce ficou meio que parada durante quase toda a década de 80, mas o seu nome continuava em alta. Artistas como Elis Regina, Maria Bethânia, Milton Nascimento, Nana Caymmi e Quarteto em Cy haviam gravado as suas canções – muitas, inclusive, presentes em “Feminina” –, e boas ideias ainda brotavam, especialmente a música “Clareana”, classificada no Festival MPB-80, e um dos maiores sucessos daquele ano. “Clareana” é uma das dez faixas de “Feminina”, que ainda trazia canções já bem conhecidas, como “Essa mulher” (que havia sido um estrondoso sucesso como faixa-título do álbum lançado por Elis Regina em 1979) e “Da cor brasileira” (gravada por Maria Bethânia em seu disco “Mel”, também de 79, e um dos mais vendidos de sua carreira). Já a faixa-título, “Feminina”, é um daqueles momentos da MPB que pode ser chamado de mágico. A música acabou sendo um dos temas da série “Malu mulher”, que fazia enorme sucesso na Rede Globo. E tudo isso respaldado por um timaço de músicos como Tuti Moreno (bateria e percussão), Mauro Senise (flauta), Fernando Leporace (baixo) e Hélio Delmiro (violão). Com todos esses predicados, “Feminina” foi um marco na carreira de Joyce – e (por que não?) da MPB.
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Em seguida, um preview de “Band of joy”, e uma pequena entrevista com Robert Plant: