14 de abr. de 2008

UMA AULA (RAZOÁVEL) DE SAMBA

O Carnaval passou há tempos e um bom lançamento da gravadora Biscoito Fino acabou meio que perdida nas lojas de disco. Entre tanta coisa dispensável, “Aula de Samba – A História do Brasil Através do Samba-Enredo”, de fato, é um disco que, apesar de seus altos e baixos, está longe de ser dispensável. Como o próprio título diz, foram gravados vários sambas antigos que contam um pouco a história do País. (Está certo que alguns são bem duvidosos, como “O Grande Presidente”, que fala de Getúlio Vargas, e que foi enredo da Mangueira, em 1956. Mas a grande interpretação de Alcione compensa a letra.)
Entre os destaques, “Exaltação a Tiradentes”, samba do Império Serrano, de 1949, e defendida aqui por Chico Buarque. Outro do Império que está entre os grandes momentos do CD é “Heróis da Liberdade” (1969), na qual Maria Rita mostra que o seu disco de sambas fez muito bem a ela. Zélia Duncan também dá o seu recado em “Benfeitores do Universo”, samba da Cartolinhas de Caxias, de 1953.
Por outro lado, as decepções ficaram com Simone que deixou o clássico “Aquarela Brasileira” (mais um do Império Serrano, de 1964) bem chata. Fernanda Abreu também não conseguiu encontrar o tom correto no lindo “Os Sertões”, samba de 1973, da Em Cima da Hora.
De toda a sorte, a idéia de Martinho Filho foi muito legal. Só o fato de resgatar velhos sambas é ótimo. Nas vozes de grandes cantores então, fica melhor ainda.

Cotação: ***