11 de jul. de 2010

Resenhando: Ozzy Osbourne, O Rappa, Foals, Skank, The Police

“Scream” – Ozzy Osbourne
Bom, o que esperar de um novo álbum de Ozzy Osbourne? Hum, acho que nada de muito diferente, certo? Certo. “Scream”, primeiro álbum de inéditas do ex-Black Sabbath em três anos, traz aquele mais do mesmo a que os fãs estão mais do que acostumados a ouvir. Ou, como disse o crítico Antonio Carlos Miguel, de O Globo, “óbvzzzyo” demais. Mas, vamos por partes. Apesar da repetição dos velhos clichês (criados pelo próprio Ozzy e pela sua antiga banda), “Scream” é o melhor álbum da carreira do cantor desde “No more tears” (1991). Ele é encorpado, tem um som poderoso e conta com ótimas canções. Bem diferente dos, de certa forma, anêmicos “Down to Earth” (2001) e “Black rain” (2007). Por exemplo, a música de trabalho, “Let me hear you scream” traz um Ozzy em ótima forma. (Dá até para imaginar a loucura que será essa canção em seus shows.) E “Scream” não para por aí. “Life won’t wait”, no melhor estilo “Mama I’m coming home”, é uma das melhores baladas de Ozzy. E “Soul sucker” é uma pedrada que faz lembrar os melhores momentos do Black Sabbath. A cavernosa “Latimer’s mercy” é outro bom momento, assim como “I want it more”, na qual se destaca a poderosa guitarra de Gus G., capaz de deixar os fãs de Ozzy com um pouco menos de saudade de Zakk Wylde.

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“Ao vivo” – O Rappa
Uma das bandas que mais enche os seus shows Brasil afora, O Rappa não dá mole e coloca na loja CD e DVD com o registro de sua última turnê, quando divulgou o mediano álbum “7 vezes” (2008). Os shows d'O Rappa passam perto da catarse coletiva em alguns momentos, e isso ficou muito bem registrado no CD (dois volumes simples ou um duplo) e especialmente no DVD, filmado na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, e dirigido por Heron Domingues. O público canta todas as músicas, inclusive as mais novas, e não para de pular. Poucas bandas conseguem isso no Brasil. Por isso que o lançamento de um trabalho ao vivo d'O Rappa não pode ser chamado de caça-níqueis, mas um presente para os fãs. Até mesmo porque, tirando o “Acústico MTV” (2005), em 17 anos de carreira, O Rappa só havia lançado um CD ao vivo, “Instinto coletivo” (2001). Nesse “Ao vivo”, a banda de Marcelo Falcão dá uma geral na carreira com músicas de todos os álbuns da banda, além das novidades de “7 vezes”. O repertório é bem balanceado, e o show resulta explosivo do início ao fim. E você ainda pode ver que os fãs d'O Rappa cantam músicas como “Meu mundo é o barro” e “Hóstia”, tão alto quanto “Minha alma (A paz que eu não quero)”, “Pescador de ilusões”, “Me deixa” e “Hei Joe”. E a versão da (quase) imbatível “Lado B lado A” ainda consegue ser melhor do que a do álbum original, lançado em 1999.

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“Total life forever” – Foals
Se eu tivesse uma banda, acho que teria pesadelos com a “síndrome do segundo álbum”. Imagina: você compôs um bando de música durante uns quatro anos, escolhe as melhores, grava o primeiro álbum, ele é bem elogiado, começa a turnê, não há mais tempo para nada e, quando você vai ver, tem que entrar em estúdio para entregar um novo álbum à gravadora. Tenso, não? A banda Foals passou por isso agora. O seu primeiro álbum, “Antidotes” (2008), foi bastante elogiado pela crítica, com um rock simples e direto que lembrava um pouco o Franz Ferdinand. Nesse segundo álbum ficou a impressão que a banda de Oxford quis correr atrás de uma sonoridade própria, até mais adulta. Se não soa tão vibrante quanto “Antidotes”, “Total life forever” tem a vantagem de apresentar uma banda, para o bem e para o mal, mais original. Para o bem, porque o Foals mostra algumas canções bem interessantes e que soam diferentes das outras bandas que surgem a rodo por aí. Exemplos? A viajante “This orient”, de longe a melhor do álbum, ou então a abertura com “Blue blood”, melodicamente rica, e com uma guitarra esperta de Yannis Philippakis, ou ainda “After glow”, cheia de variações rítmicas, que mostram que a banda amadureceu. Por outro lado, a banda peca em algumas canções que acabaram ficando, hum, talvez adultas demais. Nesse quesito entram “Spanish Sahara”, que beira à pretensão, e “Alabaster”, um tipo de música que poderia até estar em um álbum do Muse, mas não do Foals. Enfim, a banda passou no teste do segundo álbum. Mas terá que passar por outro no terceiro.

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“Calango – 15 anos” – Skank
Muito comum lá fora, edições comemorativas de álbuns históricos são algo raro aqui no Brasil. Aliás, raro não. Inexistente. Aproveitando os 15 anos (atrasado) do lançamento de “Calango” (1994), o Skank explora esse terreno até então inédito e coloca nas lojas uma edição especial do álbum que catapultou a banda mineira para o estrelato, com clássicos do rock brasileiro dos anos 90, como “Jackie Tequila”, “Esmola”, “Pacato cidadão” e “É proibido fumar”. Todas as músicas do álbum original aparecem remasterizadas nessa edição de aniversário, além de oito faixas raras, como as versões em espanhol para “Amolação” e “É proibido fumar”, remixes de “Te ver” e “A cerca”, e demos de “Estivador”, “O beijo e a reza”, “Jackie Tequila” e “Te ver”. No encarte, um ótimo texto do jornalista Ricardo Alexandre contextualiza o disco. “E a história do álbum ‘Calango’ é a história de como esses quatro amigos mineiros começaram um ano como um bem-sucedido grupinho de dance-hall de branco e o terminaram como um dos maiores fenômenos pop nacional de todos os tempos”, escreveu o jornalista. O resto é história. Tomara que outras bandas se animem a lançar CDs comemorativos de seus trabalhos mais importantes. É uma forma de vender disco e de agradar os fãs. Ao mesmo tempo.

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“In concert – Live at Tokyo Dome” – The Police
A gravadora Coqueiro Verde tem investido no lançamento de CDs/DVDs com shows de bandas como Pearl Jam, Duran Duran, Guns n' Roses e, agora, The Police. “In concert – Live at Tokyo Dome” traz uma apresentação da banda de Sting, Stewart Copeland e Andy Summers na capital japonesa, nos dias 13 e 14 de fevereiro de 2008, ou seja, dois meses após a turnê pela América do Sul, que passou pelo Rio de Janeiro e por Buenos Aires, onde, aliás, gravou o CD/DVD/BD “oficial” da turnê, “Certifiable”. Em tempos de internet, um lançamento como esse show em Tóquio teria que se justificar muito. E não é o caso. Os discos trazem o mesmo repertório do DVD “Certifiable”, com o diferencial de deixar de fora a última música do show, “Next to you”. Além do mais, o áudio (mixado apenas em 2.0) não está lá grande coisa. E a imagem, idem, com baixa resolução, que mais parece um show baixado na internet. Em suma, apesar de ser sempre agradável ouvir clássicos como “Message in a bottle”, “Can’t stand losing you”, “King of pain” e “Every little thing she does is magic”, “In concert – Live at Tokyo Dome” não se justifica nem para um colecionador. Melhor ficar com “Certifiable”, esse sim com imagem límpida, repertório completo e áudio estrondoso.

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Abaixo, um trecho de “Minha alma (A paz que eu não quero)”, extraída do DVD “Ao vivo”, d'O Rappa.

10 de jul. de 2010

Neil Tennant, Coldplay, Dancin' Days, Fred Zero Quatro, Paolo Rossi, DMB, Paulo Moura, R.E.M., Queens Of The Stone Age, Kasabian, Milton, Torres

UMA MÚSICA PRO FINAL DE SEMANA: Bom, amanhã é a final da Copa do Mundo 2010. E a única música que poderia colocar aqui hoje é "Um cafuné na cabeça, malandro, eu quero até de macaco", parceria de Milton Nascimento e Leila Diniz. "Brigam Espanha e Holanda pelos direitos do mar..." Amanhã, os dois países brigarão pela Copa do Mundo. Acho que se a Espanha ganhar, será feita a justiça nessa Copa, porque ela mostrou o futebol mais bonito (junto com a Alemanha) nesse último mês. Se a Holanda vencer, acho que será reparada uma injustiça histórica. Os laranjas já deveriam ter ganho uma Copa do Mundo há muito tempo, não? Pena que, em 1974, a Alemanha tinha um time tão bom quanto o da Holanda. E em 1978, ninguém ganharia mesmo da ditadura argentina do general Jorge Rafael Videla. Enfim, que vença o melhor amanhã. Mas eu sou Espanha e não abro. E ainda tenho esperança que Fernando Torres marque o gol do título.



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"O Kasabian levou a Espanha a final da Copa do Mundo". Quem disse essa frase foi Fernando Torres, o craque-artilheiro(devedor) do Liverpool e da seleção espanhola. Torres disse ao The Sun que a música "Club foot", da banda britânica tem inspirado o time antes de cada jogo da Copa. E tem mais: ele já garantiu que a seleção vai escutar a música antes da final amanhã contra a Holanda. "Se a gente ganhar a Copa, gostaria de presentear a banda com uma camisa autografada por todos nós, porque a música serviu de inspiração para nós, antes dos jogos, no vestiário", afirmou. Então, essa aqui vai para o Fernando Torres se inspirar amanhã...



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A banda Queens Of The Stone Age está pensando em fazer uma série de shows para apresentar todos os seus cinco álbuns na íntegra. "Outro dia, nós conversamos sobre o quanto gostamos de ver o Cheap Trick apresentar os seus três primeiros álbuns, e pensamos em fazer cinco shows, um para cada disco que a gente gravou", disse Josh Homme à Rolling Stone. O QOTSA será um dos headliners dos festivais de Reading e de Leeds, na Inglaterra.

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Na terça-feira sai lá fora a super-ultra-mega edição de 25 anos do super-ultra-mega disco "Fables of the reconstruction", do R.E.M. E, para já preparar os ouvidos dos fãs, a banda de Michael Stipe liberou, em seu site oficial, a faixa "Throw those trolls away", que fará parte do CD bônus, "The Athens demos". Quer ouvir? Clica aqui.

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Força Paulo Moura!

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A notícia já é meio velha, mas não posso deixar de compartilhar a minha alegria com vocês ao saber que a Dave Matthews Band fará uma show no Rio de Janeiro, antes do Itustock. A apresentação acontecerá na HSBC Arena (quem foi ao show deles em 2008 sabe que o Vivo Rio ficou pequeno para a banda), no dia 08 de outubro. E olha que beleza: o show cai numa sexta-feira! Com show da DMB no dia 08, e do Rush no dia 10, quero que se dane o Itustock, com o seu line-up meia-bomba, os preços extorsivos e a palhaçada da pista VIP. Só fico com pena por causa dos Pixies, mas... quem sabe eles não resolvem tocar no Rio... ou em Buenos Aires... A data de início das vendas e os preços do show da DMB no Rio ainda não foram divulgados. Então, só para ir esquentando, a música deles que eu mais gosto...



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Posso falar de Copa do Mundo mais uma vez?? Ah, deixa... Eu prometo que está acabando, tá? Olha, outro dia lembrei aqui da "tragédia do Sarriá", quando o Paolo Rossi despachou o Brasil pra casa. Bom, e amanhã, dia da final da Copa de 2010, fará 28 anos que a Itália venceu a Copa da Espanha. Na final, a seleção italiana derrotou a Alemanha Ocidental por três a um. E pelo menos uma pessoa ficou feliz com a eliminação do Brasil: o juiz Arnaldo Cezar Coelho, que, assim, pôde apitar a final - e dar o seu showzinho levantando a bola ao apito final. Dizem que o Brasil foi o "campeão moral" dessa Copa. Tinha sim um grande time à época, mas a Itália também não era de se jogar fora. Olha só a escalação da final: Zoff, Graziani, Bergomi, Scirea, Collovati, Gentile, Conti, Paolo Rossi, Oriali, Cabrini e Tardelli. Altobelli entrou no lugar de Graziani, e marcou o derradeiro gol italiano.



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Agora chega de falar do dia 10 de julho, e vamos ver o que tem de bom no dia 11 de julho. Até mesmo porque, amanhã é dia de descansar essa lombar podre com quatro hérnias de disco... Quem faz 45 anos amanhã é o compositor e cantor Fred Zero Quatro, do Mundo Livre S/A, banda que foi, ao lado de Chico Science & Nação Zumbi, a principal expoente do mangue beat. E se você tiver a fim de ouvir uma obra-prima, experimente "Samba esquema noise", álbum que o Mundo Livre S/A lançou em 1994.



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Olha, eu nem era nascido, mas todo mundo fala tanto dessa novela, que fiquei com vontade de lembrar aqui da sua estreia. O primeiro capítulo de "Dancin' days", do grande Gilberto Braga, foi ao ar no dia 10 de julho de 1978. A novela contava a história de Júlia de Souza Matos, uma ex-presidiária, que matou o seu marido de forma acidental, e, após 11 anos, tenta se reaproximar da filha, que foi morar com uma tia ricaça. Uma trama, aliás, parecida demais com a de "A favorita", de João Emmanuel Carneiro. No elenco, só fera, veja: Sônia Braga, Joana Fomm, Antônio Fagundes, Glória Pires, Reginaldo Faria, José Lewgoy, Cláudio Corrêa e Castro, Milton Moraes, Ary Fontoura, Beatriz Segall, Yara Amaral, Mário Lago, Mauro Mendonça... Ufa! Saudades do tempo em que atores de verdade atuavam em novelas, e não esses modelinhos bestas que só sabem aparecem nas revistas de celebridades... Ah, se você quiser relembrar a abertura da novela, ela está aqui.



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Eu não sei se estou ficando velho rápido demais, ou se o tempo não passa mais como antigamente. Mas fiquei impressionado ao abrir a minha agenda de efemérides e me deparar com a lembrança de que hoje faz 10 anos que o Coldplay lançou o seu primeiro álbum, "Parachutes". Logo que ele saiu, passou meio batido por aqui. Um tio meu estava nos Estados Unidos na semana de lançamento de "Parachutes" e o trouxe para mim. Quando ouvi, nenhuma música fazia sucesso no Brasil. Mas, pouco tempo depois, as rádios (sim, na época, as pessoas ainda ouviam rádio) começaram a tocar "Shiver", "Sparks", "Yellow", "Trouble" e "Everything's not lost". Analisando dez anos depois, dá pra chegar à conclusão de que foi uma bela estreia. Se você quiser relembrar um bom momento de "Parachutes", clique aqui.

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Tá bom, já falei de pizza, e agora quero falar sobre um dos caras mais elegantes da música. Tem gente que adora falar mal do Pet Shop Boys. "Ultrapassados, chatos, velhos, e sei lá mais o quê..." Mas essa mesma gente que fala mal adora ouvir "Go west", "Being boring", "Always on my mind", "It's a sin", "Rent", "West End girls"... E vou te dizer uma coisa: pegue qualquer DVD do Pet Shop Boys e repare na classe e elegância de Neil Tennant. É um artista sensacional em todos os sentidos. Por isso que fica aqui a minha lembrança pelos seus 56 anos comemorados hoje.



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Hum, já ficou com fome é? Bom, essa pizza aí em cima não é para deixar ninguém com água na boca não, mas, tão somente, para lembrar que hoje é o Dia da Pizza! Não, não foi em algum 10 de julho da vida que alguma CPI foi engavetada. Até mesmo porque, nesse caso, todo dia seria dia da pizza no Brasil. Na verdade, há duas explicações para hoje ser o dia da pizza. A primeira é que foi no dia 10 de julho de 1889, que teria sido criada uma pizza com as cores da bandeira da Itália (vermelho do tomate, branco do queijo e verde do manjericão) para ser servida à rainha Margherita. A segunda explicação está relacionada à cidade de São Paulo, pois no dia 10 de julho de 1985, 5.500 restaurantes serviram pizza em seus cardápios. O então secretário de turismo da cidade, Caio Luís de Carvalho, nesse dia, fez um concurso na cidade para eleger a melhor receita que levasse mussarela e margherita. A data então foi escolhida para festejar a pizza. Simples assim.

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Ôpa! Muitíssimo bom dia pessoal. Como andam as coisas, hein? :)) Nossa, os dias estão tão bonitos. Que vontade de correr. Mas falta tempo. E ontem ainda arrebentei o meu pé brincando com o Jimi Hendrix. Nada de corrida, então... Aliás, já vou avisando que viajo no dia 15 e vou passar 20 dias fora. Prometo levar o laptop para, dentro do possível, atualizar esse blog. Mas não esperem essa assiduidade toda. Quando voltar de viagem, aí sim tudo fica como antes. Mas enquanto estiver por lá, será bem light...

9 de jul. de 2010

Vinicius de Moraes, Bon Scott, Gavin, Jack White, Zidane, Hendrix, Johnny Winter, Lady Gaga, SSSC, Stone Sour, Linkin Park, She & Him, Arcade Fire

"Há dias que eu não sei o que me passa
Eu abro o meu Neruda e apago o sol
Misturo poesia com cachaça
E acabo discutindo futebol
Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão"

("Cotidiano nº 2" - Vinicius de Moraes / Toquinho)

VINICIUS DE MORAES - 19/10/1913 - 09/07/1980



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We are the Pet Shop Kids!



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"É uma mistura de Depeche Mode com Neil Young." (Win Butler, líder do Arcade Fire, falando sobre o novo álbum da banda, "The suburbs", que será lançado no dia 03 de agosto)

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Aos interessados, um vídeo do filme "Harry Potter e as relíquias da morte", que foi liberado hoje. O vídeo traz cenas do filme e dos bastidores.



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Lindíssimo o videoclipe de "Thieves", do She & Him...



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O Linkin Park anunciou hoje a data de lançamento de seu próximo álbum. "A thousand suns", quarto trabalho de estúdio do grupo, chegará às lojas no dia 13 de setembro. O álbum foi produzido por Rick Rubin e Mike Shinoda, e o primeiro single, "The catalyst", será lançado a 02 de agosto. O último trabalho do Linkin Park, "Minutes to midnight", foi lançado em 2007.

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Essa é a capa do terceiro álbum do Stone Sour, "Audio secrecy", a ser lançado no dia 06 de setembro. O Stone Sour é o projeto paralelo de Jim Root e Corey Taylor, ambos do Slipknot. Root disse há pouco tempo que ia trabalhar dois anos em cima desse álbum para depois decidir o futuro do Slipknot, que está em suspenso, por conta da morte trágica de Paul Gray, no primeiro semestre. "Será um processo longo de cicatrização, que deverá acontecer antes de a gente pensar se o Slipknot vai continuar", disse Jim Root à Kerrang no mês passado.

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"Você que só ganha pra juntar
O que é que há, diz pra mim, o que é que há?
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar

Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irrnão!

(Pois é, amigo, como se dizia antigamente, o buraco é mais embaixo... E você com todo o seu baú, vai ficar por lá na mais total solidão, pensando à beça que não levou nada do que juntou: só seu terno de cerimônia. Que fossa, hein, meu chapa, que fossa...)

Você que não pára pra pensar
Que o tempo é curto e não pára de passar
Você vai ver um dia, que remorso!

Como é bom parar
Ver um sol se pôr
Ou ver um sol raiar
E desligar, e desligar

(Mas você, que esperança... Bolsa, títulos, capital de giro, public relations (e tome gravata!), protocolos, comendas, caviar, champanhe (e tome gravata!), o amor sem paixão, o corpo sem alma, o pensamento sem espírito (e tome gravata!) e lá um belo dia, o enfarte; ou, pior ainda, o psiquiatra)

Você que só faz usufruir
E tem mulher pra usar ou pra exibir
Você vai ver um dia
Em que toca você foi bulir!
A mulher foi feita
Pro amor e pro perdão
Cai nessa não, cai nessa não

(Você, por exemplo, está aí com a boneca do seu lado, linda e chiquérrima, crente que é o amo e senhor do material. É, amigo, mas ela anda longe, perdida num mundo lírico e confuso, cheio de canções, aventura e magia. E você nem sequer toca a sua alma. É, as mulheres são muito estranhas, muito estranhas)

Você que não gosta de gostar
Pra não sofrer, não sorrir e não chorar
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar!

Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irmão!"

("Testamento" - Vinicius de Moraes / Toquinho)



EU SIGO OS CONSELHOS DO POETA.

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A banda Street Sweeper Social Club, que conta com o guitarrista do Rage Against The Machine, Tom Morello, anunciou os detalhes de seu novo álbum (na verdade, um EP), que será lançado no dia 16 de agosto - apenas por download; a cópia física chega às lojas em 06 de setembro. O álbum terá quatro músicas compostas pela banda, além de covers de "Paper planes" (M.I.A.) e "Mama said knock you out" (LL Cool J). Em agosto, a banda excursionará pelos Estados Unidos. O tracklisting de "The ghetto blaster" é esse aqui: "Ghetto blaster", "Everythang", "Paper Planes", "The new **** you", "Scars", "Mama said knock you out" e "Promenade (Guitar Fury Remix)".

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E adivinha quem parou o centro de Nova York, hoje, hein? Hein? Sim, ela: Lady Gaga. Já deu, né?



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"Playboy" portuguesa será fechada após publicar ensaio pornô com Jesus. E eu achei que tivesse sido com o Jesus da Madonna, quando li a manchete... Hahaha...

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Sairá na última semana de agosto o DVD "Live through the 80's", que compila cenas de shows e videoclipes de Johnny Winter na década de 80. No ano passado, foi lançado um DVD no mesmo formato, relacionado aos anos 70. Nesse que sairá agora, os destaques são trechos de apresentações no Massey Hall, em Toronto, no ano de 1983, e em Roskilde, Dinamarca, em 84. Entrevistas também fazem parte do DVD. A relação de faixas é a seguinte: "Stranger", "Unseen eye", "Sweet Papa John", "I used to love her", "Mad dog", "When you've got a good friend", "Boot hill", "Highway 61", "Johnny B. Goode", "Jumpin Jack Flash", "Sound the bell", "Mojo boogie", "Don't take advantage of me", "Early in the morning", "Serious as a heart attack", "Lights out" e "Please come home for christmas".

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O guitarrista Jimi Hendrix foi nomeado para fazer parte do Fender Hall Of Fame. A cerimônia acontecerá no dia 13 de agosto, no Arizona. Hendrix viveu apenas 27 anos, mas o suficiente para entrar, com folga, para a história do rock, com clássicos como "Hey Joe", "Foxy lady" e "Fire".

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Hum, agora posso falar um pouco de Copa do Mundo? Prometo que está acabando. Aí, eu só volto a falar disso em 2014, na Copa do Brasil (imagina a roubalheira que não vai ser essa Copa aqui, hein?). Bom, ontem eu falei sobre a final da Copa de 1990, umas das mais chatas de todos os tempos. Mas hoje eu vou falar sobre A mais chata de todos os tempos. Ela ocorreu há exatos quatro anos. Foi a final França x Itália na Copa de 2006, na Alemanha. Êta, jogo chato. Só duas coisas se salvaram naquele dia: uma bebedeira história com um amigo meu e a cabeçada do Zidane. Tirando isso, pouco se viu de bom no campo. Estava torcendo para Zidane (não para a França). Mas Zidane se aposentou pela porta dos fundos. Uma pena. Mas, para mim, ele ainda é um dos cinco maiores craques de todos os tempos, ao lado de Pelé, Cruyff, Beckenbauer e Maradona.



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Agora vou voltar para o rock internacional. Mais especificamente para um dos caras que mais sabe fazer rock atualmente. Ele trabalha que nem um corno com as suas três bandas: White Stripes, Raconteurs e Dead Weather. Tudo bem, a fama veio no White Stripes, ao lado de Meg White, mas as suas outras bandas são animais também. O último álbum do Dead Weathers, "Sea of cowards", talvez seja o grande lançamento de 2010 so far. E o documentário que ele fez ao lado de The Edge e Jimmy Page, "It might get loud", é absurdo. E Jack White só tem 35 anos. Trinta e cinco anos, diga-se, completados hoje.



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E hoje tem festa no Rock Brasil também. Charles Gavin, ex-baterista dos Titãs, completa 50 anos. Nascido a 09 de julho de 1960, Gavin fez história na bateria dos Titãs, mas, infelizmente, desligou-se da banda faz alguns meses. Mas isso não é de todo ruim. Além de bom baterista, Gavin sempre fez um importante trabalho de relançamento de álbuns importantes da MPB em CD. Muito jovem descobriu os Secos & Molhados graças ao relançamento dos dois álbuns da banda, tudo coordenado por Charles Gavin. E eu também perdi a conta de quantos discos fantásticos conheci por causa dele. Apesar da eterna crise da indústria fonográfica, tomara que Gavin possa nos presentear com essas pérolas. A Música Popular Brasileira agradece.



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Da música brasileira para o genuíno rock n' roll, agora vou falar um pouco de Bon Scott, ex-vocalista do AC/DC. Uma das maiores vozes do rock, Scott emprestou a sua voz para canções como "Highway to hell", "Let there be rock", "The jack", "Whole lotta Rosie", "T.N.T.", entre várias outras. Doidaço, o cara morreu aos 33 anos, de tanto beber - a causa oficial da morte é "envenenamento alcoólico agudo". E eu falo aqui em Bon Scott porque, se vivo fosse (Hahaha...), ele hoje estaria completando 64 anos de idade. Mas alguém aí me responda: já imaginou Bon Scott com 64 anos de idade? Hahaha...



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"Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vaidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, 'il faut' além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer 'baixo' seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor."

("Para viver um grande amor" - Vinicius de Moraes)



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"A morte - o desamparo extremo - sempre foi o grande medo de Vinicius de Moraes. Ele atravessou a vida lutando contra a sombra da morte. Esse era, talvez, o seu segredo. Aquilo que o fez inundar seu corpo em álcool para poder chorar. Aquilo que o levou a se casar nove vezes, para não deixar escapar nenhuma gota do amor. Aquilo que o levou a viajar sem parar para não se tornar prisioneiro de lugar algum. De seu primeiro verso, em 'Místico' - 'O ar está cheio de murmúrios misteriosos' -, ao que pode ser considerado o último traço do poeta, conforme seu desejo, em 'O deve e o haver' - 'Ela me virá abrir a porta como uma velha amante/ Sem saber que é a minha mais nova namorada' -, é a morte, e não a vida, que está em ação. Vinicius de Moraes viveu, amou, escreveu, cantou, para fugir da morte. Para negá-la. Todos fazemos o mesmo. Mas só um de nós se chamou Vinicius de Moraes." ("Vinicius de Moraes - O poeta da paixão - Uma biografia", José Castello, p.429)

Hoje faz 30 anos que Vinicius de Moraes morreu.