Jornalista, autor do livro "Rock in Rio - A história do maior festival de música do mundo" (Editora Globo), ex-trainee e colaborador da Folha de S.Paulo, ex-colunista e redator da International Magazine, e colaborador do site SRZD.
Esse dia não pode passar em branco. Em 03 de julho de 1971, o poeta Jim Morrison passava dessa para melhor, em uma banheira em Paris.
Deixa eu contar como se deu o meu primeiro contado com o The Doors. Foi graças àquele filme do Oliver Stone, acho que de 1991. Fui ao cinema sozinho, na semana da estreia, e nem sei como entrei. Tinha uns 11, 12 anos de idade. Eu não sabia direito do que se tratava a película. Só sabia que contava a história de um cara muito louco. Ah, e que as músicas eram excelentes. A cena que mais me marcou foi aquela do “Ed Sullivan Show”, no qual o apresentador censura o verso “We couldn’t get much higher”, de “Light my fire, e pede, pelo amor de Deus, para o Jim não cantá-lo na hora do programa ao vivo. Claro que ele cantou. E claro que a sua banda foi banida para todo o sempre do programa mais importante da TV norte-americana. Acho que não fez a mínima falta para o The Doors.
Quando vi o filme, saí do cinema e comprei trilha sonora. Em vinil. (Você que só ouve MP3, me desculpe, mas The Doors só tem graça no vinilzão.) Eu ouvi a trilha do filme até o LP furar. Tudo bem, é modo de falar, mas ouvi muito mesmo. Amava “Light my fire”, “Break on through” e, especialmente “The end”. Não sei se é coincidência, mas todas elas fazem parte do álbum de estreia da banda.
Poxa, e que estreia. Imagina o Paul Rothchild quando descobriu esses gênios despejando a Arte naqueles bares de aparência duvidosa em Los Angeles? Meu Deus. Os DVDs que sempre vejo da banda são magníficos. O Jim Morrison sempre dava espetáculo no palco. Para mim, o melhor modo de conhecer Jim Morrison hoje é através dos DVDs do The Doors.
E quem dera poder ouvir The Doors hoje como se fosse a primeira vez.
“Before you slip into unconsciousness
I’d like to have another kiss
Another flashing chance at bliss
Another kiss”
A relação abaixo foi elaborada sem compromisso. São apenas as minhas músicas preferidas do The Doors. Nada além disso.
Bom dia a todos. Sabadão de sol, hein... Confesso que nem ia aparecer por aqui hoje. Mas quando abri a agenda e vi que era Dia do Bombeiro, não resisti. Os bombeiros, nossos heróis. Salvadores de tantas vidas. E que mesmo assim são chamados de “vagabundos” pelo nosso nobre governador Sergio Cabral. É uma mentalidade interessante essa: os bombeiros são vagabundos porque pedem aumento em um salário ridículo de R$ 900,00; e as obras do estádio do Maracanã vão ultrapassar um bilhão de reais, para quatro ou cinco partidas de uma Copa do Mundo que o país não tem a mínima condição de receber... Pois é, seu Sergio Cabral... Quem é o “vagabundo” dessa história toda?? Hein?
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Olha ele rindo da sua cara:
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Bom, mudando de assunto. Vamos falar de coisas boas... Há 26 anos chegava às lojas um dos álbuns mais emblemáticos da geração 80 da Música Popular Brasileira. “Nós vamos invadir sua praia” marcou a estreia do Ultraje a Rigor, e era praticamente uma coletânea de sucessos: a faixa-título, “Inútil”, “Ciúme”, “Rebelde sem causa”, “Marylou”, “Eu me amo”, “Mim quer tocar”... Pena que depois disso o Ultraje nunca mais tenha sido o mesmo. Também, seria difícil superar esse álbum, que merece estar presente em qualquer top 5 do Rock Brasil.
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Hoje faz seis anos de um dos eventos mais grandiosos do rock. O Live 8, idealizado por Bob Geldof, aconteceu simultaneamente em sete país, durante todo o dia 02 de julho de 2005. Na lista de atrações, Coldplay, R.E.M., Elton John, Sting, Stevie Wonder, Dave Matthews Band, Pet Shop Boys, Brian Wilson, Neil Young, entre outros. Os destaques foram o encontro do Paul McCartney com o U2 e a reunião do Pink Floyd, em sua formação (quase) original. Syd Barrett não estava presente, mas ele foi lembrado com essa música aqui:
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O 2 de julho também marca um dos dias mais felizes para o futebol brasileiro. Há exatamente um ano, a seleção do Dunga era eliminada pela Holanda, na Copa da África do Sul. No ano passado, só faltaram me matar porque eu não torci para o Brasil. Era até ameaçado de morte pelo twitter... Agora, um ano depois, me responda: era possível torcer pela seleção do Dunga???
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Segundo o Juca Kfouri, o nome da bola da Copa 2014 no Brasil será JABURLEI. Gênio!
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E essa música nova do Chico Buarque, hein? Hum, sei lá, está parecendo o último livro dele, “Leite derramado”... Né??
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E a música nova do Mika? Pode ser pelo fato de ela ser cantada em francês, mas a verdade é que eu já achei o Mika bem mais interessante... “Elle me dit” fará parte do próximo álbum do cantor libanês, “The origin of Love”, a ser lançado no ano que vem.
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A dica desse fim de semana é o BD (ou DVD) “Screamadelica Live”, do Primal Scream. O vídeo apresenta o show que a banda fez no Olympia de Londres, em novembro do ano passado. No roteiro, o “Screamadelica” inteirinho, ao vivo, e mais um set com oito músicas, incluindo “Rocks” e “Jailbird”, ambas do álbum “Give out but don’t give up” (1994). O BD ainda tem como bônus o programa “Classic Albums” sobre a gravação do “Screamadelica” (1991). Quanto a esse álbum, tudo o que pode ser dito será mais do mesmo. Acho que foi em março que a New Musical Express publicou uma matéria bem original. Ela elaborou uma lista com os “the druggiest albums ever”. “Screamadelica” ficou em primeiro lugar. Só para dar uma ideia, cito os cinco discos que vieram em seguida: 2) “Exile on main st.” (Rolling Stones), 3) “White light/White heat” (The Velvet Underground), 4) “There’s a riot goin’ on” (Sly & The Family Stone), 5) “In utero” (Nirvana) e 6) “Revolver” (The Beatles). “Scremadelica” é um puta disco. O que mais gosto é a quantidade de estilos musicais e ritmos nele presentes. O Primal Scream jogou nas onze. E não fez feio em nenhum momento. O que é chamado de principal “E album” (o “E” vem de ecstasy) da história, realmente é daqueles discos que definem uma era. No caso, essa “era” durou apenas um dia, já que “Nevermind” chegou às lojas no dia seguinte. Se a era não durou da mesma forma que o álbum do Nirvana dura até hoje, foi por mera obra do acaso. Não era para ser. Que nem aquela história, que, por chegar cinco minutos atrasado no aeroporto, você perde o voo que caiu e matou todos os seus passageiros. Nesse caso, o Primal Scream chegou antes no aeroporto. Trouxe toda a cultura do ácido, da rave e do techno ao mainstream britânico. Mas ficou restrito a Grã-Bretanha. Enquanto “Nevermind” navegou oceanos.
Então... Posso atacar direto com a música do dia?? Lá vai...
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Tá certo, eu sei que ando falando muito de Paul McCartney por aqui ultimamente. Em cinco dias, ele teve alguma música do dia por duas vezes. Mas eu explico: sonhei com “Here today” a noite inteira. Em um dos sonhos, a letra original da música, que fala sobre a relação de Paul com John Lennon, foi trocada por uma lista dos pontos turísticos de Londres. Aí, enquanto ouvia a música, o Paul McCartney estava do meu lado em um city-tour pela capital inglesa... Ah, tudo bem, viagem total... E eu juro que não tomei nada antes de dormir. Só vi um dos filmes mais sem graças e imbecis dos últimos tempos: “Se beber, não case”. Não consigo entender como alguém consegue achar graça em uma asneira desse tipo. Para compensar, hoje vou rever pela 118º vez, “A primeira noite de um homem”. E essa é a minha cena preferida:
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Ah, se você não ama Paul McCartney, a Mojo te dá 50 razões...
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Bom, então vamos para os aniversários de hoje, começando com Marisa Monte (44 anos), que, parece, vai lançar um álbum novo ainda esse ano. Um dos melhores shows que já vi foi “Verde anil amarelo cor de rosa e carvão”. Esse é aquele tipo de show que a gente tem certeza que Marisa Monte nunca vai superar.
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Quem sopra 65 velinhas hoje é o grande Alceu Valença. Nossa, acho que podia preencher umas dez mil linhas aqui contando histórias engraçadas do Alceu. Mas melhor não... Hehehe... Só posso dizer que é um dos artistas mais atenciosos que tive a oportunidade de conhecer. Arrogância zero. E ele também é (ou era) síndico do prédio de um amigão meu. Um dia estávamos lá com um pessoal, tocando maior zona de madrugada, e quem liga para reclamar do esporro??
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Hoje só tem fera fazendo aniversário, hein?? E vamos continuando com Robertinho Silva, um dos melhores bateristas e percussionistas da MPB. Nosso grande Robertinho, orgulho nacional, que já tocou com gente como Antonio Carlos Jobim, Milton Nascimento, Sarah Vaughan e Wayne Shorter, completa 70 anos (com rostinho de 35...)
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E quem faz 60 anos hoje (com rostinho de 25) é a peça Fred Schneider, do The B-52’s, a “the world’s gratest party band”. Alguém fica de mau humor com isso aqui??
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Para ninguém falar que hoje não escrevi nada sobre futebol, vou falar sobre... atletismo! Isso porque Carl Lewis, que já ganhou dez medalhas olímpicas (sendo nove de ouro) faz 50 anos. Quem gosta de correr sabe que a gente não pode se esquecer de Carl Lewis, um dos maiores corredores da história.
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O Beady Eye, a banda do Liam Gallagher, lançou o videoclipe de “The beat goes on” hoje. Gostei do vídeo, gosto da música e adoro a banda. Jamais imaginava que Liam (sem Noel) pudesse gravar um álbum tão interessante como “Different gear, still speeding”. Quebrei a cara. Ainda bem...
Em tempo: hoje, Liam disse que está há seis meses sem beber.
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Quem se apresentou ontem no Hyde Park, em Londres, foi o Arcade Fire. Li algumas críticas na internet, e o show parece ter sido um pouco decepcionante. Som baixo, banda não muito animada, público idem... Enfim... Eu não me importaria de ver um show desanimado do Arcade Fire...
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A quem interessar possa, o set list da apresentação foi o seguinte:
'Ready To Start'; 'Wake Up'; 'No Cars Go'; 'Haïti'; 'Intervention'; 'Rococo'; 'Speaking In Tongues'; 'Crown Of Love'; 'The Suburbs'; 'Month Of May'; 'Rebellion (Lies)'; 'Neighborhood #2 (Laika)'; 'We Used To Wait'; 'Neighborhood #3 (Power Out)'; 'Keep The Car Running'; 'Neighborhood #1 (Tunnels)'; e 'Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)'.
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E o CD novo da Marina Lima, hein? Eu gostei muito, mas, sinceramente, esperava mais. Eu sempre espero mais de Marina Lima. As faixas que eu mais gostei foram “Não me venha mais com o amor” (um rock estiloso, com intervenções eletrônicas, no estilo “Pierrot”; parceria dela com Adriana Calcanhotto) e “Pra sempre”, um dueto com Samuel Rosa. Nessa música, Marina Lima não soava tão pop desde os tempos de... Marina. Vou escutar o CD com mais calma para formar uma opinião melhor. Mas já deixo aqui a minha recomendação.
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Esse show a gente já pode comemorar. Em março do ano que vem, Roger Waters vai tocar em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Nas duas vezes que ele esteve aqui, não pude ir. Na primeira vez, foi a véspera da minha prova da OAB. Na segunda, estava com a doença mais... dolorosa... que alguém pode ter. Não dava nem para colocar uma camiseta. O show no Rio será no dia 25 de março do ano que vem, um dia depois do aniversário da minha mãe e do meu irmão. Espero que eles não inventem de fazer festa no... Melhor nem completar a frase...