23 de mai. de 2008

À PROCURA DA GRAVAÇÃO AO VIVO PERFEITA

O fato de o Rush ter lançado o sétimo disco ao vivo de sua carreira não foi o suficiente para os fãs esnobarem – que o diga a parada da Billboard, tendo em vista que o CD duplo ao vivo “Snakes & Arrows Live” estreou no top 50. É fato que este lançamento está aquém dos clássicos “Exit... Stage Left (1981) e “Live In Rio” (2003), mas “Snakes & Arrows Live” tem as suas qualidades.

Gravado ao vivo na Ahoy Arena de Roterdã, na Holanda – “Isso não é esquisito?”, questiona o encarte do CD –, talvez o áudio deste trabalho seja o mais perfeito dos discos ao vivo do trio canadense. O mago Francois Lamoureux, como sempre, fez um excelente trabalho. O som é límpido, e nem parece uma gravação ao vivo, bem diferente do “Live In Rio”. Mas isso também se explica pelo fato de a platéia holandesa, além de ser menos numerosa, não ser tão animada quanto a brasileira. Tudo bem que o emocionante acompanhamento do público em “YYZ” no show do Rio, não está presente nessa gravação na Holanda, contudo, para os puristas esse ao vivo acertou por ter ficado no meio termo entre a frieza da platéia alemã de “R30” (2005) e a animação dos cariocas.

Em “Snakes & Arrows Live”, a banda canadense apresenta um belo roteiro, privilegiando, praticamente, todos os discos lançados na carreira. Assim, grande sucessos como a já citada “YYZ” (a última do roteiro), “Tom Sawyer”, “Limelight” (a primeira) e “The Spirit Of Radio” estão todos presentes. Outras surpresas, que não chegaram a fazer muito sucesso, também comparecem, como “Circumstances” (do disco “Hemispheres”, de 1978) e “Witch Hunt”, que foi pesacada de “Moving Pictures”, lançado em 1981.

Já do último trabalho de estúdio, “Snakes & Arrows”, a banda tocou nove faixas, entre elas, “Spindrift”, “Workin’ Them Angels”, “The Main Monkey Bisiness” e a balada instrumental “Hope”. Na execução dessas canções, o Rush deixa a peteca cair um pouco, mostrando que seu último trabalho de estúdio realmente não foi dos melhores.

Esse contratempo não tira do ouvinte o deleite de apreciar mais um belo registro ao vivo dessa banda que, fácil, tem entre seus integrantes alguns dos maiores instrumentistas do mundo.
Está para ser lançado o DVD com o registro desse mesmo show. A data para chegar às lojas (estrangeiras, claro) ainda é incerta, mas, ao que tudo indica, sai até o final do ano. No Brasil, nem o CD foi lançado, e nem se sabe se o mesmo chegará às lojas.

Ah, e mesmo não sendo necessário dizer, Neil Peart, como sempre, quebra tudo...

Cotação: ****

4 comentários:

Anônimo disse...

Vc acertou na resenha do CD, mas errou ao dizer que o SNAKES & ARROWS não foi bem sucedido. O disco ainda tá vendendo bastante e é considerado um dos MELHORES álbuns da banda.

Anônimo disse...

Concordo com o Diego acima. Snakes & Arrows é o melhor trabalho de Rush desde a década de 70! É um álbum complexo de se tocar, algo que as bandas(?) de hj em dia nem sonham em conseguir fazer, e por isto impossível de reproduzier todos os sons ao vivo.
Talvez tenha te faltado esta informação antes de escrever a matéria.

Luiz Felipe Carneiro disse...

Diego e André,
concordo que "Snakes & Arrows" é melhor do que 95% do que é produzido na música hoje em dia.
Mas continuo achando que, comparativamente à obra do Rush, "Snakes & Arrows" está abaixo da média.
Abraço,

Weider M. Erbiste disse...

Para todos os comentários acima: tudo está em evolução, e o rock também. S&Arrows é uma obra prima pra quem está com mais detrinta anos de estrada. Bem melhor do que as tostueiras que estão saindo por aí.