27 de jun. de 2010

Resenhando: U2, The Cure, “O Bem Amado”, Dire Straits, Paul Weller

“360º at the Rose Bowl” – U2
Se o U2 está perdendo milhões e milhões com o cancelamento da perna norte-americana da turnê “360º”, um pouco do prejuízo – tanto por parte dos fãs como por parte da banda – pode ser compensado com o DVD/BD “U2 360º at the Rose Bowl”. O vídeo traz o registro completo do show que aconteceu em outubro do ano passado no estádio em Pasadena. O que impressiona mesmo é o tamanho do palco. Certamente ninguém nunca fará algo parecido. Já o repertório é aquele que o U2 apresenta em seus shows turnê atrás de turnê, ou seja, muitos sucessos (“Beautiful Day”, “Vertigo”, “Sunday bloody Sunday”, “One”, “Where the streets have no name”) e canções do mediano último álbum (“No line on the horizon”, “Magnificent” e “Moment of surrender”). Não tem como o fã reclamar. A edição do vídeo, em alguns momentos, peca um pouco por seus excessos. Não precisava de tanto. O palco e a iluminação já dariam conta do recado. O áudio é a verdadeira bola fora. Pelo menos no blu-ray, o som fica estourando nas frequências mais graves. Uma falha realmente grave no primeiro BD do U2. Tanto o BD quanto o DVD duplo apresentam mais umas duas horas de extras (além das mais de duas horas de show), incluindo a primeira música do show (“Breathe”), inexplicavelmente cortada da edição final, um documentário razoável sobre a criação da turnê, bem como videoclipes das músicas novas e os respectivos making ofs. Apesar dos deslizes e das repetições no repertório, “U2 360º at the Rose Bowl” é diversão garantida.

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“Disintegration” – The Cure
Outro dia me perguntaram quais eram os meus cinco álbuns prediletos. Eu respondi: “os cinco eu tenho que pensar, mas tenho certeza que ‘Disintegration’, do The Cure, está entre eles.” Na tristeza ou na alegria, não abro mão dessa obra-prima que Robert Smith e companhia lançaram em 1989, e que tem em “Plainsong” uma das melhores aberturas de um disco de rock em todos os tempos. E a edição de luxo que saiu agora lá fora está a altura do álbum. Para comemorar (atrasado) os 20 anos de “Disintegration”, o Cure colocou nas lojas uma edição tripla para fã nenhum reclamar. O primeiro CD traz o álbum original remasterizado. O som ganhou mais corpo e ficou melhor. Já o CD 2 traz sobras de estúdio do álbum, como versões instrumentais das faixas do CD original (gravadas na casa de Robert Smith ou no estúdio) e a voz-guia de Smith em músicas como “Plainsong” e “Lullaby”. Além de novas versões para faixas que estão no álbum, este CD ainda traz raridades que não entraram no disco, como “Fear of ghosts” e “Delirious night”. O terceiro disco do pacote foi o que mais gostei. Trata-se de uma apresentação ao vivo na Wembley Arena, em 1989, com a íntegra do álbum. Não é melhor do que o de estúdio (e empata pau a pau com a apresentação em Berlim, presente no DVD/BD “Trilogy”), mas é ótimo para ver como eles transpuseram o álbum para o palco na época do lançamento. Essa edição de luxo de “Disintegration” certamente não sairá no Brasil. Por isso, os fãs devem guardar algum para encomendar a edição importada. Vale a pena.

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“O Bem Amado” – Vários
Metade dos filmes brasileiros (pelo menos os que não se repetem na mesmice drogas / polícia) deve ter música interpretada por Caetano Veloso em sua trilha sonora. Essa parece ser a regra. E em “O Bem Amado”, a situação não é diferente. O filme estrelado por Marco Nanini ganhou um CD com dez faixas incluindo “Esta Terra”, composta por José Almino e Caetano Veloso, e cantada pelo segundo. A faixa é interessante, e não esbarra no populacho de “Você não me ensinou a te esquecer”. Zélia Duncan também engrossa o caldo da trilha, com “A vida é ruim”, composta por Caetano. A canção (de estética propositadamente brega) ficou um pouco over com o excesso de cordas. Já Zé Ramalho tenta atualizar “Carcará” com aquele seu jeitão típico, e acaba não acrescentando nada à música de João do Valle e José Cândido. Mallu Magalhães deixa “Nossa canção” (Luiz Ayrão) agradável, cheia de ukuleles, violões havaianos e escaletas. Mas a grande sacada de “O Bem Amado” acaba sendo “A bandeira do meu partido”, composta e interpretada por um debochado Jorge Mautner. As vinhetas “Jingle de Odorico” (com Thalma de Freitas, Nina Becker e Cecília Spyer) e “Boogie sem nome” (com Leo Jaime, Selvagem Big Abreu, Bob Gallo e Leandro Verdeal) devem cair bem dentro do filme, mas, no CD acabam perdendo o propósito. Melhor ficar com “O Bem Amado” original, com canções compostas por Toquinho e Vinicius de Moraes, e arranjos de Rogério Duprat. Esse sim é obrigatório.

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“Alchemy” – Dire Straits
Na hora de citar aqueles discos clássicos ao vivo da história do rock, “Alchemy”, do Dire Straits, constantemente aparece nas listas. Não é para menos. Eu mesmo, na época, em que nem sabia o que era rock, já tinha o K7 duplo. Gravado em 1983 (e lançado no ano seguinte), “Alchemy” traz uma apresentação da banda britânica no Hammersmith Odeon, em Londres. Na época, Mark Knopfler e seus colegas estavam divulgando o álbum “Love over gold”. A banda já tinha quatro discos na bagagem, e acumulava sucessos como “Sultans of swing”, “Tunnel of love”, “Romeo and Juliet” e “Private investigations”. Todas essas canções estão presentes, em versões longas e turbinadíssimas, nesse “Alchemy”, que, agora, ganha a sua primeira versão em DVD e em BD. O som estronda nos alto-falantes, e a imagem também foi restaurada. Lógico que não dá para esperar aquela imagem cristalina no BD, mas posso garantir que está bem melhor do que no velho VHS ou LD. Além do show completo, o vídeo traz um documentário produzido pela BBC, quando do lançamento do segundo álbum da banda (“Communiqué”, de 1979), além de versões alternativas de “Sultans of swing” e “Tunnel of Love”, gravadas no The Old Grey Whistle Test. A única coisa que não deu para entender foi a omissão de “Love over gold”, já que a gravação da música nesse mesmo show no Hammersmith Odeon existe em outros DVDs da banda.

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“Wake up the nation” – Paul Weller
Sempre que sai um novo álbum do Paul Weller, aquelas revistas britânicas saem correndo para decretar que é o melhor álbum solo do ex-líder do The Jam. Mas, dessa vez, eu tive que concordar. “Wake up the nation”, na minha opinião, é mesmo o melhor álbum de Paul Weller. Talvez até melhor do que os gravados com o The Jam. Diferentemente do gordurosíssimo (e bastante elogiado pelos britânicos, à época do lançamento) “22 dreams”, em “Wake up the nation”, Weller apresenta 16 canções coesas, curtas e secas. O início, com “Moonshine” já dá uma boa amostra que o cantor e compositor está em grande forma. Em “Fast car / Slow traffic”, Paul Weller tem um de seus grandes momentos, para qualquer fã do The Jam delirar. Ainda mais quando tomar conhecimento que Bruce Foxton (ex-The Jam) toca baixo nessa faixa. Outras músicas que merecem destaque são as lentas “No tears to cry” e “Andromeda”, bem como a épica “Find the torch, burn the plans”, e a instrumental viajante “Whatever next”. “Wake up the nation” nos deixa com mais vontade de assistir um show de Paul Weller, depois do cancelamento de sua apresentação no Tim Festival de 2008. Quem sabe agora, já que temos tantos festivais em São Paulo no final do ano...

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Logo abaixo, a faixa “Fast car / Slow traffic”, do álbum “Wake up the nation”, do Paul Weller.

26 de jun. de 2010

Gil, Mick Jones, Sonic Youth, O'Donnell, Maldini, Dias de Trovão, Entwistle, Lauryn Hill, Springsteen, Ozzy, Radiohead

Essa é muito boa... Música + quadrinhos!

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Agora eu achei um vídeo rapidinho da apresentação surpresa de Thom Yorke em Glastonbury. Dá pra ter uma ideia do que foi...



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UMA MÚSICA PRO FIM DE SEMANA: "Badlands", do Bruce Springsteen.



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LIVRO DA SEMANA: Essa semana não teve livro. Esse aqui que vos escreve esteve muito ocupado com esse blog e com a Copa do Mundo. Só deu tempo mesmo de ler os cadernos de esporte dos jornais...

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Lauryn Hill confirmou hoje que fará quatro shows no Brasil em setembro. Ela vai se apresentar em Florianópolis (dia 03/09, Stage Music Park), Rio de Janeiro (dia 06, Cibank Hall), São Paulo (dia 07, Credicard Hall) e Brasília (dia 12, Prainha da ASBAC). A pré-venda para clientes Credicard começa no dia 12/07, e a venda normal, no dia 19. Lauryn Hill já esteve no Brasil em 2007.

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E para fechar as efemérides desse fim de semana, lembro que amanhã faz oito anos que John Entwistle, super-baixista do The Who passou dessa pra melhor. Acho que já escrevi isso aqui, mas vou repetir... O The Who é uma das minhas bandas de rock prediletas, mas, tipo, não é A predileta. Mas uma coisa eu tenho que reconhecer: nunca existiu, na história do rock, uma cozinha tão poderosa quanto a do The Who. O maior baixista (John Entwistle) e o maior baterista (Keith Moon) de rock faziam parte da banda. Não precisa dizer mais nada, né? Ah, precisa sim, que o The Who ainda tem o guitarrista Pete Townshend e o vocalista Roger Daltrey...



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Voltando ao cinema, amanhã, dia 27 de junho de 2010, fará 20 anos que um filme que marcou a minha infância estreou. Dirigido por Tony Scott, e estrelado por Tom Cruise, Nicole Kidman e Robert Duvall, "Dias de trovão" conta a história de um montador de carros que decide apostar em um piloto jovem no campeonato de stock car. Mas acontece que aí, existe um adversário que faz uso de manobras, uhm..., não muito corretas. E o início desse filme, para mim, é genial. Não me esqueço do dia em que vi pela primeira vez no cinema. Por sorte, achei esse início no YouTube, com legenda. Divirta-se!



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E por falar em fiasco na Copa, eu não sei qual foi o maior, se o da Itália ou o da França. Enfim, no meio dessa crise da seleção francesa, amanhã, ela certamente nem vai se lembrar dos 26 anos da conquista da Eurocopa. A edição de 1984 aconteceu na própria França, e a seleção anfitriã ganhou a final contra a Espanha por dois a zero, gols de Platini (um frango histórico do glorioso Arconada) e Bellone. A seleção francesa em 1984 contava com gente como Bats, Battiston, Bossis, Tigana, Fernández, Platini, Giresse, Amoros, entre outros. Que falta que eles fazem, não? Pelo menos para os franceses...



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Do cinema para o futebol. Olha, se tem alguém que a seleção italiana deve ter sentido falta, depois do papelão nessa Copa, esse alguém é Paolo Maldini, que jogou quatro Copas do Mundo (1990, 94, 98 e 2002). Infelizmente, não levantou ganhou nenhuma Copa (azar da Copa, aliás), mas colecionou títulos no único clube que defendeu, o Milan (apesar de torcer pela Juventus na infância). No Milan, foi sete vezes campeão italiano, faturou cinco vezes a Supercopa Italiana, a Supercopa Europeia e a Liga dos Campeões da UEFA - cinco vezes cada um! Ganhou ainda o Mundial Interclubes em 1989 e 1990, além da Copa da Itália (2003) e o Mundial de Clubes da FIFA, em 2007. Campeão mesmo. E Maldini completa 42 anos hoje.



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E agora vou falar um pouco sobre cinema. E sabe quem faz 40 anos hoje? O ator Chris O'Donnell. Olha, acho que o primeiro filme que assisti com ele (e nem sabia de sua existência) foi o genial "Tomates verdes fritos". Depois, ele ainda foi indicado ao Globo de Ouro pelo genial "Perfume de mulher", em 1992. No ano seguinte, foi a vez do Framboesa de Ouro homenageá-lo por conta do filme "Os três mosqueteiros". Depois desses filmes, me lembro de Chris O'Donnell em alguns filmes do Batman e numa porcaria chamada "Limite vertical".



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Vou te dizer que parece que foi ontem que comprei esse vinil aí acima. Mas, veja só, hoje faz 20 anos que "Goo", para mim, o grande álbul do Sonic Youth, foi lançado. Esse foi o primeiro trabalho lançado pela banda através do selo Geffen, ou seja, houve (para o bem ou para o mal) uma guinada do Sonic Youth em direção a um som um pouco mais comercial. Mas a banda não deixou de lado a sua marca, como fica comprovado em faixas como "Dirty boots", "Mary-Christ", "Kool thing", "My friend Goo" e "Disappearer". Estou escutando agora. Essencial!

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Fãs do The Clash atenção! Eu disse que ontem mesmo estava vendo o BD novo do Bruce Springsteen, "London calling". E não é que a primeira música é exatamente uma versão raivosa de "London calling"? Pois bem, hoje, Mick Jones completa 55 anos de idade. Depois de fazer história no Clash, Jones formou a banda Big Audio Dynamite, ao lado de Don Letts. Atualmente, Jones está no Carbon Silicon.



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Mas vamos que vamos, porque tenho muita coisa bacana pra falar sobre esse fim de semana. Pra começar, gostaria de lembrar que hoje, dia 26 de junho, é o aniversário do Gilberto Gil (68 anos). Poxa, acho que poderia escrever um livro sobre toda a minha experiência com a música de Gil... Discos prediletos? Uns dez, pelo menos... Do primeirão até o último "Fé na festa", no qual Gil mostra que está em plena forma. Eu tenho uma historinha legal com o Gilberto Gil... Naquela turnê que ele estava fazendo com o Milton Nascimento, fui visitar o Bituca no camarim depois do show. Só que o camarim estava vazio, e Gil veio me receber (?!?). Olha, poucas vezes fui tão bem tratado quanto naquele dia. Uma simpatia, uma delicadeza... Depois de autografar o meu CD com um pilot, ele ficou soprando a capa e disse: "isso é para secar logo e você não sujar a mão".



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Bom dia, ops, boa tarde, pessoal! Olha, confesso que ontem não foi fácil. Eu comecei a beber uma cervejinha, duas, três, quatro... Estava na ótima companhia do novo BD do Bruce Springsteen, "London calling", e, quando fui ver, já estava quase de manhã. Resultado: dormi que nem um anjo bêbado, e nem vi o jogo do Uruguai hoje. E nem vou poder ver o dos Estados Unidos. Paciência...

25 de jun. de 2010

Michael Jackson, Farrah, Simonal, JC Martins, Carly Simon, George Michael, Barriga, National, Courtney, Neil Young, Radiohead, Dead Weather, O Rappa

Vou sortear um DVD novo do Rappa, "Ao vivo", que saiu nessa semana. Para concorrer, bastar dizer porque você quer ganhar o DVD, no e-mail carneiro.luizfelipem@gmail.com . Só uma resposta por pessoa, ok? Dou o resultado no próximo sábado (dia 03/07), por volta das 17h, aqui no blog, e entro em contato com o ganhador por e-mail. Nem adianta ficar me perguntando pelo twitter, porque não tenho tempo de responder um a um.

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Lindíssimo o videoclipe de "Blue blood blues", do The Dead Weather, hein?



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Thom Yorke e seu colega de Radiohead, Johnny Greenwood, fizeram um show surpresa, tipo assim, de bobeira, no primeiro dia dessa edição de Glastonbury, que aconteceu hoje, na Inglaterra. O Gigwise deu que o pequeno set misturou canções do álbum solo de Yorke, "The eraser", além de algumas coisas do Radiohead, como a último música do show, "Street spirit (Fade out)". Ainda não achei vídeo nenhum na internet. Por que a gente não tem chance de ser feliz em um festival assim aqui no Brasil? Atualizando, encontrei o set-list completo: "The eraser", "Harrowdown hill", "Black swan", "Cymbal rush", "Weird fishes/Arpeggi", "Pyramid song", "Idioteque", "Karma police" e "Street spirit (Fade out)". Ainda fico devendo os vídeos.

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Se lembra daquela história que o João Gilberto estava no Facebook, que ainda teve um bando de boboca que acreditou? Pois é, quem está causando comoção com o Facebook nos Estados Unidos é Neil Young. A sua página sempre foi controlada por alguma outra pessoa, provavelmente alguém ligado à sua gravadora. Mas eis que na tarde de ontem, o próprio Neil mandou um recado para os seus fãs: "I have been thinking about adding vampire blues to my show but I would rather do it with a band. This is my first posting. Thanks for being there". Cinco horas depois, mais de seis mil pessoas já tinham "curtido" o comentário de Neil Young.

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Lady Gaga tem 9.124.095 seguidores no Facebook. Já Barack Obama está com 9.103.097 seguidores. Quem bate a marca dos dez milhões primeiro?

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Você compraria 250 cópias de um mesmo CD só para ajudar o seu ídolo? Christina Aguilera tem um fã assim.

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Axl Rose atrasa três horas os shows e não dá satisfação para os seus fãs. Courtney Love atrasou três horas um show em Boston, pediu desculpas e ainda explicou o motivo: "Fui visitar um ex-namorado em Harvard, onde ele é professor. Acabei de ser comida". A cantora retirou o que disse, minutos depois.

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O festival de Glastonbury começa hoje, e há um forte boato dando conta de que o guitarrista The Edge (U2) participará do show do Muse. O U2 teve que cancelar a sua apresentação no festival por causa do acidente com o vocalista Bono. O Gorillaz substituirá a banda nessa primeira noite.

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AINDA MICHAEL: Não teve para Beatles nem para Oasis. Michael Jackson foi o artista que mais vendeu disco no Reino Unido nos últimos 365 dias. Segundo a Official Charts Company, o cantor vendeu quatro milhões de álbuns e singles desde o dia 25 de junho de 2009, data de sua morte. O top 10 dos singles é o seguinte: 1) "Man in the mirror", 2) "Billie Jean", 3) "Thriller", 4) "Smooth criminal", 5) "Beat it", 6) "Dirty Diana", 7) "Black or white", "They don't care about us", 9) "You are not alone" e 10) "The way you make me feel".

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PARANOIA: Matt Berninger, vocalista do The National, tem uma cara meio de maluco, mas nem tanto... Mas olha só o que aconteceu: ele estava saindo de Tóquio para passar férias com a família no Hawaii. Mas a sua mala foi confiscada porque a polícia achou que tinha uma bomba dentro dela. "Eu comprei um relógio em Tóquio, no estilo 'MacGyver', um relógio com uma alarme, mas que parecia realmente com uma bomba", afirmou Berninger ao Spinner. No momento da confusão, ele estava sentado em uma cadeira especial de massagem. Até que o seu nome, além de ter sido chamado pelos alto-falantes, começou a ser piscado nos monitores do aeroporto de Honolulu. Resultado: o aeroporto foi evacuado e fechado por 45 minutos. Suspeito que nenhum outro artista tenha alcançado tamanha façanha.

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Quem é flamenguista não se esquece. E quem é tricolor carioca, muito menos. No dia 25 de junho de 1995, o Fluminense sagrou-se campeão carioca. Tudo bem, isso não diz muita coisa. Campeonato Carioca tem todo ano... Mas foi nesse dia que Renato Gaúcho fez aquele célebre gol de barriga, que deu a vitória ao Flu (3 x 2) aos 43 minutos do segundo tempo, e tirou o título que o Flamengo esperava comemorar em seu centenário. Nesse caso, o gol se tornou muito mais importante que o título.



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Olha, hoje não tenho nada para falar de Copa do Mundo. Mas tem algo parecido. No dia 25 de junho de 1988, a Holanda reeditava os seus tempos de "Laranja mecânica" de 1974, e faturava a Eurocopa. O jogo final foi contra a União Soviética, e a Holanda ganhou por dois a zero, gols de Ruud Gullit e Marco Van Basten. Se lembra deles? E esse time ainda tinha Ronald Koeman, Frank Rijkaard, Jan Wouters, Gerald Vanenburg... Ah, e o técnico era um tal de Rinus Michels. Não costumo torcer para a Holanda (apesar da linda camisa laranja), mas que está na hora de ela ganhar uma Copa do Mundo, ah, isso tá...



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Peço licença agora para falar um pouquinho de um dos meus cantores prediletos, e que faz 47 anos hoje. George Michael é um caso curioso. Tinha tudo para dar errado e ser esquecido. Surgiu nos anos 80, cantou baboseiras no Wham!, usava roupas e penteados pra lá de duvidosos, teve problemas com drogas e com a polícia, e ainda assumiu sua homossexualidade em tempos bem mais esquisitos do que hoje. No entanto, George Michael, depois do Wham!, só gravou álbuns de muito bom gosto, com canções sensacionais como "Father figure", "Freedom'90", "Spinning the wheel", "One more try", "Amazing", "Fantasy", entre outras dezenas. O seu último DVD/BD, "Live in London", foi um dos grandes lançamentos do ano passado. Pena que ele tenha anunciado a sua aposentadoria. Em um mundo infestado de futilidades descartáveis, um George Michael faz muita falta.



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Hoje também é dia de lembrar o aniversário de uma grande cantora norte-americana. Carly Simon completa 65 anos. Os seus grandes sucessos são: "That's the way I've always heard it should be", "Nobody does it better" (que foi canção-tema do filme "007 - O espião que me amava"), "Hurt", "Coming around again" e, principalmente, "You're so vain", gravada em 1972 e que, veja só, em sua versão original, contava com o backing vocal de ninguém menos que Mick Jagger.



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Também nesse dia 25 de junho, comemoramos o aniversário de um dos artistas brasileiros que mais traz orgulho ao país: João Carlos Martins. Pianista e maestro, ele é considerado um dos grandes intérpretes de Bach de todos os tempos. Um assalto violento na Bulgária fez com que ele perdesse os movimentos da mão direita. Por conta disso, teve que abandonar o piano, passando a se dedicar exclusivamente à regência. Mas, para nossa felicidade, de vez em quando, ele ainda acaricia as teclas de um piano, como no vídeo abaixo. João Carlos Martins completa 70 anos hoje. E merece aplausos de pé. (Por favor, não deixe de ver o vídeo abaixo. É o tipo de coisa que faz valer o nosso dia.)



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E no aniversário de um ano da morte de Michael Jackson, temos também os dez anos da morte de Wilson Simonal. Os dois têm muita coisa em comum. Vieram de baixo, eram negros, alcançaram uma fama sem limites e depois foram desprezados. Desprezados por motivos distintos: Michael porque se transformou em uma pessoa absolutamente estranha, e Simonal por conta de uma história até hoje não explicada. Mas, em comum, algo muito importante: o talento. Muito talento, aliás. Pode se preparar, porque, hoje, os sites de música vão falar a rodo de Michael Jackson. Tomara que abram o mesmo espaço para Simonal.



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Agora eu gostaria de tentar reparar uma injustiça. Imagina um artista que morre no mesmo dia que Michael Jackson? Pois é, foi o que aconteceu com a "pantera" Farrah Fawcett. Com a morte de Michael, Farrah ficou lá num cantinho de pé de página dos jornais. Paciência... Então, um ano depois, fica aqui a minha homenagem à gatíssima Farrah Fawcett, um dos grandes símbolos sexuais da década de 70.



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Esse texto logo abaixo eu escrevi há exatamente um ano. Pode parecer brincadeira, mas já tem um ano que Michael Jackson morreu. Acho que fiquei uns três dias seguidos sem parar de trabalhar, nem para dormir. Curioso pensar se Michael não tivesse morrido. Será que aquela temporada de shows em Londres aconteceria sem problemas? Será que ele agendaria uma turnê mundial como muito se especulava? Será que ele estaria com datas marcadas no Brasil? Pois é... Um ano depois, muitas questões permanecem. Por isso que ele faz toda essa falta que escrevi no texto abaixo.



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Eu e Michael, Michael e eu

Quando nem pensava em trabalhar com jornalismo musical, e um ídolo meu morria, eu pegava todos os CDs dele, ligava o som no máximo, abria uma caixa de cerveja e me trancava no quarto. Agora, as coisas mudaram um pouco. Michael Jackson morreu? Comece a apurar e escrever tudo o que encontrar pela frente. Se vira!
E foi mais ou menos isso o que aconteceu. Tirando a trilha sonora com "Thriller" e "Off The Wall" ao mesmo tempo em que rolava a CNN, não houve tempo para lamúrias. Mas houve tempo para que eu parasse dez minutos para pensar um pouco em Michael Jackson. A ideia era mandar "energias positivas" para um dos meus ídolos. Mas tudo o que consegui fazer foi lembrar as coisas que aconteceram em minha vida com Michael Jackson ao fundo. Por isso mesmo o (pretensioso) título desse texto! Perdoem-me.

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Nasci em 1979. "Thriller" saiu em 1982. Pois bem. Ganhei "Thriller" com três anos de idade. Eu me lembro bem do dia em que minha mãe chegou do Carrefour e disse que tinha uma surpresa para mim e para o meu irmão. Ela nos disse que deveríamos subir para a cobertura em que morávamos e que ela já ia chegar com a tal surpresa...
Esperamos uns 20 minutos e nada. "Acho que a mamãe está enrolando a gente", disse meu irmão com a sabedoria que somente os cinco anos de idade são capazes de proporcionar. Mas não estava não... Pouco tempo depois, lá estava a minha mãe com um bolachão embrulhadinho no papel do Carrefour. Abrimos e... "Thriller "! Só aquele encarte maravilhoso, que tinha uma foto linda de Michael Jackson enrolado em uma peçonhenta cobra já era o suficiente para impressionar dois moleques de 3 e 5 anos de idade.
Mas não foi somente a tal foto que nos impressionou. O disco de Jackson rodou, rodou , rodou até dizer chega. E quando vimos, eu e meu irmão já estávamos tentando dançar igual ao Michael Jackson!
Depois que descobrimos o disco, foi a vez de ficarmos viciados nos videoclipes. Confesso que morria de medo daquela risada sinistra ao final de "Thriller". E o vídeo? Nossa, ver Michael Jackson se transformar em lobisomem resultou em algumas noites de pesadelo. Mas tudo bem... Faz parte...

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Voltei a ouvir Michael Jackson com mais carinho em 1987. Nesse ano, ele lançou "Bad". E eu mesmo comprei o disco. Dessa vez foi no Freeway! "Bad" não se compara a "Thriller", mas provavelmente gastei mais horas com esse disco. Havia uma música que não conseguia parar de ouvir. Não entendia o inglês, mas a melodia me cativava. "Man In The Mirror" é a minha música predileta de Michael Jackson até hoje. A canção nem é das melhores do repertório de Michael Jackson, mas é aquela velha história: "o coração tem razões que a própria razão desconhece..."
Depois de "Bad", foi a vez de "Dangerous", que saiu em 1991. Não me esqueço que um querido amigo conseguiu importar o CD dos Estados Unidos antes de todo mundo. A galera se reuniu na casa dele e ficou a tarde inteira ouvindo o álbum. Gostei de cabo a rabo. Na época, a crítica já estava falando mal do disco. E eu não conseguia entender, pois, pelo menos na humilde opinião de um garoto de 12 anos de idade, o álbum era ótimo, com grandes canções como "Black Or White", "Remember The Time", "Will You Be There", "Give In To Me", "In The Closet", e, principalmente, "Heal The World".
E no dia em que o videoclipe de "Black Or White" estreou no Fantástico? Todo mundo parou para ver o tão prometido efeito especial. E, pelo menos para os padrões da época, era algo impressionante aqueles rostos mudando a cada segundo. Hoje, qualquer um faz isso no computador. Mas, naquela época, só uma pessoa no mundo fazia aquilo. E o nome dessa pessoa era Michael Jackson.
E aqui fica a lacuna crítica: não, não fui ao show de Michael Jackson em São Paulo.
E a "relação" com Michael Jackson seguiu com o lançamento dos álbuns "HIStory" - que meu pai comprou para mim em um passeio pela Gávea - e "Invincible". Discos menores, é verdade. Mas dignos.

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Depois que um grande artista morre, os jornalistas têm mania de escrever textos exaltando a sua vida e a sua obra. Quanto a sua vida pessoal, as suas manias, as suas cirurgias, prefiro não emitir opinião pessoal. Não tenho nada com a vida de Michael Jackson, e odeio que se intrometam na minha. Mas quanto a sua obra, acho que posso falar um pouquinho.
E a sua obra foi magnífica.
Muitos anos depois de ter o meu contato com "Thriller", fiz um curso de engenharia de áudio. Na primeira aula, o professor colocou uma música que, segundo ele, era um exemplo de como uma faixa deveria ser mixada. A canção era "Don't Stop 'Til You Get Enough", do álbum "Off The Wall". Não era nascido quando esse disco saiu, mas quase 30 anos depois, ele ainda era usado como exemplo. Poucos artistas são capazes de fazer algo desse tipo.
E um deles foi - e é, para sempre - Michael Jackson.
Tive três dias muito tristes na minha vida com perdas relacionadas à música. Freddie Mercury, Antonio Carlos Jobim e Renato Russo. Michael Jackson se junta a esse grupo.
Dia 25 de junho de 2009. Anotem bem essa data. Ela é tão importante quanto os dias 16 de agosto de 1977 e 08 de dezembro de 1980, datas em que Elvis Presley e John Lennon morreram, respectivamente. De repente, ela é até mais importante. O tempo dirá.
RIP MJ!