24 de jul. de 2008

CD: “RISE AND FALL, RAGE AND GRACE” (THE OFFSPRING) – MAIS MADUROS E COM UM POUCO MENOS DE GRAÇA

Uma compilação de sucessos e quatro anos e meio sem gravar nada deram a entender para muita gente que o The Offspring teria, de fato, terminado. Mas não. A banda que, juntamente com o Rancid e o Green Day, elevou novamente o punk ao sucesso no início dos anos 90, voltou com “Rise And Fall, Rage And Grace”. Em entrevista ao Bombshellzine.com, Dexter Holland disse que não estaria “fazendo um outro ‘Smash’ ou um outro ‘Ixnay’”, mas também afirmou que ainda achava que o seu conjunto era “relevante ao punk quando cria algo, e nesse novo disco não será diferente”. Ele tem toda a razão, “Rise And Fall” não chega a ser um dos álbuns mais brilhantes da banda, mas também não é nada desprezível.

Dexter Holland, Pete Parada, Noodles e Greg K ficaram dois anos preparando o novo disco com muito cuidado. E a resposta a tal esforço veio através dos fãs, que colocaram o álbum no mesmo patamar dos grandes discos lançados anteriormente pelo The Offspring. Não cheguemos a tanto. Esse oitavo trabalho da banda pode ser considerado um bom disco, mas nada acima disso.

Talvez o principal motivo seja o fato de a banda ter ficado mais madura durante esse hiato de quase cinco anos. Muito daquela ironia de canções como “Pretty Fly”, “Hit That” e “Original Prankster” foi deixado para trás. Em seu lugar, a banda resolveu gravar coisas mais sérias. E foi nesse ponto que “Rise And Fall, Rage And Grace” desandou um pouco. As baladas “Kristy, Are You Doing Okay” e “Fix You” são insossas e bem distantes do universo da banda que compôs “The Kids Aren’t Alright”. A segunda talvez tenha sido a pior coisa que o conjunto da Califórnia gravou até hoje. Para uma banda que copiou o logotipo do Napster em camisetas para venda no seu site sob a alegação de que estava “compartilhando a marca” e que também ameaçou lançar um disco intitulado “Chinese Democracy” (só para implicar com Axl Rose), essas duas canções chegam a ser constrangedoras.

Mas, felizmente, nem só dessas duas faixas vive “Rise And Fall”. Algumas belas sacadas mostram que a banda está em grande forma, apesar da produção não muito feliz de Bob Rock (o mesmo responsável por “St. Anger”, do Metallica). O primeiro single do álbum, “Hammerhead”, é sólido e a sua ótima letra compara soldados de guerra com pessoas que aprendem a atirar na escola. A faixa de abertura, “Half-Truism”, também é uma das melhores de “Rise And Fall”. É uma típica canção do The Offspring, ou seja, bem rápida, com as suas guitarras nervosas e um refrão melódico. A seguinte, “Trust In You”, é a mais pesada do álbum, e o seu riff de guitarra parece ter sido roubado do sucesso “Smash”. “You’re Gonna Go Far Kid” é outro grande momento, em contraste a “Takes Me Nowhere”, que mais parece uma canção do Linkin Park.

O início arrasador do álbum dá a falsa impressão de que “Rise And Fall” seja um clássico instantâneo. A partir da quinta faixa, “A Lot Like Me” (que mais parece uma música do Coldplay), o negócio fica muito instável. E somando com as duas baladas que o Offspring nunca deveria ter gravado, o álbum perde um pouco do seu brilho, apesar de algumas outras canções, como “Nothingtown”, “Let’s Hear It For Rock Bottom” (aqui, a guitarra ska foi um achado) e “Stuff Is Messed Up” (que traz de volta um pouco da ironia da banda em uma letra provocativa que critica a cultura pop) serem bem interessantes.

Os principais elementos que fizeram do The Offspring um campeão de vendas – a banda detém até hoje o recorde de maior número de discos vendidos por uma gravadora independente – estão nesse novo trabalho (com exceção da ironia nas letras). Com certeza, o fã vai adorar. Por outro lado, não vai ser “Rise And Fall, Rage And Grace” que vai fazer com que o ouvinte que nunca tenha ligado muito para o Offspring se torne um grande fã da banda.

Abaixo, um preview de “Rise And Fall, Rage And Grace”, com trechos das canções que compõem o álbum.

Cotação: ***

6 comentários:

Débora L. Freitas disse...

Concordo plenamente em relação as baladas, mas Takes Me Nowhere não tem nada de Linkin Park, e Nothingtown é uma das piores, ao meu ver, mas no mais, tudo o que você disse faz sentido. E mais uma constatação: sou dona de duas comunidades do Offspring no Orkut, e o pedido de entrada nelas aumentou muito depois do lançamento desse CD. Talvez não seja um bom presságio.
Abraço.

Unknown disse...

Tirando a comparação com Linkin Park e Coldplay foi ate uma boa critica.
Concordo com ele em relação a "Kristy, Are You Doing Okay" e "Fix You";
"essas duas canções chegam a ser constrangedoras".

Quem poderia deizer q alguem q gravou coisas como Bad Habit e Blackball seria capaz disso?

Anônimo disse...

Achei muito legal também a resenha. Porém, como já foi dito, não vejo semelhanças de "Takes me Nowhere" com Linkin Park, tampouco "A Lot Like Me" com Coldplay(essa última até que parece com o estilo Linkin Park). Tirando isso, tive a mesma impressão também. O RAFRAG é bom, mas é o pior álbum do Offspring na minha opinião.

Anônimo disse...

Na minha opnião é um ótimo cd, grandes faixas, hammerhead é d+, acho que estão jungando muito mal o albun, escutem ele mais vezes, e suas notas irão aumentar.

Hugo

Becca disse...

eu ainda acho o smash pior

Anônimo disse...

Na minha opinião o RAFRAG não é o pior album da banda, apesar de ter algumas músicas horríveis, se comparado com os álbuns de antigamente.Mas "Smash" o pior?Ninguém merece ¬¬.