29 de abr. de 2008

REVIVAL HONESTO

A onda de discos ao vivo começou há muito tempo, e (felizmente ou infelizmente) está aí até hoje. Remando contra a maré, o Biquini Cavadão entrou em estúdio para regravar seus antigos sucessos. A idéia foi boa, ainda mais se levando em consideração que há menos de três anos, o Biquini lançou o ótimo “Ao Vivo”, gravado no Ceará.
O resultado está nos dois CDs “Sucessos Regravados – 1985/2007”, vendidos separadamente. O repertório está bem dividido, de forma que o fã terá que comprar os dois CDs para ter todos os sucessos da banda. Talvez o Biquini tenha forçado um pouco a barra... Se as 24 canções tivessem sido reduzidas para 20, caberiam todas em um único CD.
Mas, considerando-se que a maior parte dos discos da banda está fora de catálogo, estes novos CDs são uma boa pedida para quem deseja ter, de forma resumida, a melhor parte do trabalho do Biquini. Em 22 anos de carreira e mais de dez discos lançados, o Biquini Cavadão, em 1986 lançou “Cidades em Torrente”, um dos grandes discos do Rock Brasil, com sucessos como “Tédio”, “Timidez”, “No Mundo da Lua” e “Múmias” (todas regravadas no novo disco). Pena que a promessa não se confirmou, e a banda acabou decepcionando em seus álbuns seguintes, com poucos lampejos de criatividade. Exemplos disso são “A Era da Incerteza” (com o sucesso “Ida e Volta”) e “Zé” (com a ótima “Teoria”).
Em 1992, o Biquini deu a volta por cima e lançou o campeão de vendas “Descivilização”, com boas canções como “Zé Ninguém”, “Impossível” e o mega-hit “Vento Ventania”. Depois disso, o Biquini voltou a ter muitos altos e baixos, mas volta e meia, alguma boa música era lançada, como “Janaína” (de 1998), “Quando Te Encontrar” (2000) e “Dani” (2003).
A seleção das canções para este novo trabalho do Biquini foi muito boa, e todas as citadas aqui estão presentes. Alguns arranjos foram modificados, mas o resultado foi bem satisfatório. As músicas foram atualizadas e o som muitas vezes datado dos anos 80, renasceu. Um ótimo exemplo é “Teoria”. Já o arranjo de “Zé Ninguém” não difere muito do original, mas a mudança na letra que agora fala até em mensalão ficou bacana.Outros destaques são “Promessas de Fim de Ano”, uma espécie de “jingle” feito no final de 2005 e que continua atual até hoje; “Chove Chuva”, regravação de Jorge Benjor; e “Arcos”, que segundo a banda, foi feita em homenagem ao primeiro show profissional da banda, em 1985, no Circo Voador, nos Arcos da Lapa.

Cotação: ***

Um comentário:

Anônimo disse...

Falou bem mas só deu 3 estrelas?