9 de ago. de 2010

DE VOLTA: Pato Fu, Arcade Fire, U2, Weezer, Axl, Kings Of Leon, Capital, Djavan, Radiohead, Black Sabbath, Bowie+NIN, Van Halen, Kiss,Marillion e mais

Acho que escrevi demais por hoje e não consegui dar conta do que prometi no início do post. Teve muita novidade nesse período que passei fora. Então, vou fazer o seguinte: amanhã, continuarei só com as notícias mesmo. Aquela parte dos aniversários, eu deixo para recomeçar na quarta. Alguém discorda?

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Eu já vi pesquisa pra tudo, mas essa aqui acho que é inédita. Passageiros que aguardavam seus voos no aeroporto de Manchester, na Inglaterra, foram indagados: qual a melhor música para ouvir antes de um voo? Sabe qual ganhou? "One day like this", do Elbow. Ainda estou tentando descobrir o motivo. Será que é pra relaxar? Pelo menos não é "Munich air disaster 1958", do Morrissey...



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E estão falando que o álbum novo do R.E.M. é "old school". Legal, mas o "Accelerate" já não era "old school"?

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BOA: O My Morning Jacket anunciou que lançará novo álbum em maio do ano que vem.

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Para os fãs de Gilberto Gil (eu!), uma boa notícia. A gravadora Discobertas, do Marcelo Fróes, vai lançar, nos próximos dias, o CD duplo "Retirante", com gravações pré-históricas do compositor baiano. Nos CDs, alguns registros que foram lançados em 78 rotações pelo selo baiano JS Discos, além de compactos gravados na RCA e na Philips. Mas a maior preciosidade do pacote é uma fita demo tida como "secreta", que Gil gravou em São Paulo, no ano de 1966. O encarte terá 16 páginas com informações das faixas. Tudo bem detalhado, marca registrada do trabalho de Marcelo Fróes.

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Já ouviram o show do Gorillaz gravado ao vivo na Síria com uma puta qualidade de som? Aqui!

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Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, disse que os ingressos para a nova turnê de sua banda estão caros demais. Em entrevista ao Sky News, o cantor disse que os preços têm que ser "razoáveis". "Os fãs não esperam somente um grande show, mas preços razoáveis. Não é correto, você sabe, é um show de rock n' roll", disse. Os ingressos para a turnê europeia estão custando entre 50 e 80 libras (de 140 a 224 reais). Imagina se Mr. Dickinson fica sabendo quanto cobram por um show aqui no Brasil?? Em tempo: já viram o joguinho que o Iron Maiden lançou no site oficial?

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A quem interessar possa, segue abaixo o videoclipe do novo single do mais novo tuiteiro do pedaço, Kanye West. O interessante vídeo de "Power" foi dirigido por Marco Brambilla. "Power" será o primeiro single do próximo álbum de West, ainda sem nome, e que deve sair em novembro, segundo o próprio.



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MAIS UM BOX?: Os arquivos de Jimi Hendrix ainda estão cheios, pelo visto. No dia 18 de outubro, será lançada a caixa "West Coast Seattle Boy: The Jimi Hendrix Anthology", com quatro CDs. No pacote, gravações inéditas, como demos e takes alternativos. Um novo documentário para a televisão, dirigido por Bob Smeaton (um dos responsáveis pelo "Beatles anthology"), também estreará na TV britânica no mesmo mês. Os nomes das faixas do box serão anunciados em breve, segundo o site do finado guitarrista.

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Para quem quiser saber os detalhes da coletânea que o Soundgarden vai lançar no dia 27 de setembro, basta clicar aqui.

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MAIS NEIL YOUNG: O compositor canadense anunciou que lançará o pacote "Archive 2" em breve - a data certa ainda não foi confirmada. Em seu site oficial, Neil Young escreveu que o pacotão trará quatro álbuns inéditos, gravados entre a metade dos anos 70 e início dos 80: "Chrome dreams", "Homegrown", "Oceanside-countryside" (os três de estúdio) e o ao vivo "Odeon-Budokan", gravado com a Crazy Horse, e produzido por David Briggs e Tim Mulligan. Os discos serão lançados em uma caixa de CDs, DVDs e BDs, além de vinil (esse, de forma avulsa), já que foram inicialmente concebidos para lançamento em vinil, na época da gravação. Neil Young disse que haverá mais coisas inéditas, como fotos, vídeos e recortes de jornais da época. O primeiro volume do projeto "Archive" (caixa com 10 DVDs e BDs) foi lançado em junho de 2009.

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Como já é costume, o AC/DC deve lançar DVD ao vivo (e um CD) de sua última turnê, "Black ice", que passou por São Paulo no final do ano passado. Em entrevista à BBC, o vocalista Brian Johnson disse que o lançamento é quase certo, "em algum momento desse ano". A banda australiana filmou as suas duas apresentações em Buenos Aires (também em 2009), e é muito provável que algum desses shows se tranforme no DVD. Madonna e The Police também lançaram vídeos filmados na capital argentina. Pelo jeito, eles acham o público de lá melhor do que o daqui.

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Alice Cooper prepara o lançamento de um novo DVD para o próximo dia 27 de setembro. A apresentação foi gravada no Hammersmith Apollo, Londres, em 2009. Foi o último show da "Theatre of death Tour". O repertório completo do DVD é o seguinte: "School's out", "Department of youth", "I'm eighteen", "Wicked young man", "Ballad of dwight", "Fry", "Go to hell", "Guilty", "Welcome to my nightmare", "Cold ethyl", "Poison", "The awakening", "From the inside", "Nurse Rosetta", "Is it my body", "Be my lover", "Only women bleed / I never cry", "Black widow", "Vengeance is mine", "Devil's food", "Dirty diamonds", "Billion dollar babies", "Killer", "I love the dead", "No more Mr. Nice Guy", "Under my wheels" e "School's Out".

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O Marillion revelou os detalhes de seu novo DVD triplo, "Out of season". Serão seis horas de música, gravadas em três noites no ano passado. O primeiro disco terá o álbum "Seasons end" (1989) na íntegra, além de cinco faixas de "Happiness is the road" (2008). O segundo DVD contará com várias canções que foram tocadas em um dos shows (sábado), em ordem decrescente de lançamento, entre 2008 e 1981. O CD "Tumbling down the years", com o áudio desse show, também será lançado simultaneamente ao DVD. O disco 3 contará com as músicas do show de domingo. Nesse dia, o Marillion apresentou as músicas mais longas de seu repertório - o show foi apropriadamente batizado de "Shortest setlist in the world". O úadio dessa apresentação também será lançado no CD "Size matters". Segundo o release do DVD triplo (capa acima), os shows foram filmados por 16 câmeras e representam "uma experiência ao vivo definitiva" (coisas de release...). O áudio estará disponível em estéreo e em DTS. A data de lançamento ainda não foi anunciada, e o trailer pode ser visto abaixo.



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Quem também promete disco novo para 2011 é o Kiss!! Aqui.

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SERÁ MESMO?: Olha, agora parece que é oficial. O Van Halen está em estúdio gravando um álbum de inéditas, que deve sair em 2011. A informação é da própria gravadora da banda (Warner/Chappell Music), que divulgou um comunicado. "Recentemente, a banda excursionou com os dois irmãos fundadores, Eddie e Alex Van Halen, o seu vocalista original, David Lee Roth, e o filho de Eddie, Wolfgang, no baixo. No momento, o grupo encontra-se em estúdio, gravando um novo álbum, com Roth nos vocais, com lançamento previsto para 2011", diz o tal comunicado. E agora, será que vai?? O último álbum do Van Halen, com David Lee Roth nos vocais, foi "1984" (84).

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Achei isso aqui no YouTube e não sei se pode interessar a alguém - a mim, pelo menos, sim. Trata-se do encontro de David Bowie com o Nine Inch Nails durante um show da turnê conjunta em 1995. Dá pra achar mais no YouTube, mas o que mais gostei foi esse aqui...



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Essa aqui também é da série "não sei se é bom ou ruim"... Segundo o site da Roadrunner, Ozzy Osbourne disse que "uma reunião do Black Sabbath original para um último álbum é muito provável". "Também faremos uma turnê, mas não sei quando. Falei com o Bill Ward ontem e já concordamos que nunca mais vamos dizer não", completou o cantor. O último trabalho de Ozzy foi o bom álbum "Scream".

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E só para vocês não dizerem que não escrevi nada sobre o Radiohead nessa volta, posto abaixo o vídeo de "Give up the ghost", uma nova música que pode estar no próximo trabalho da banda de Oxford. Thom Yorke tem apresentado a tal canção nos seus shows solo. O último álbum do Radiohead foi "In rainbows", e saiu em 2007.



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Se o Pato Fu apostou em um álbum de regravações, Djavan promete o mesmo para o dia 27 de agosto. Nesse dia, chegará às lojas, via Biscoito Fino, "Ária", álbum de intérprete do compositor e cantor alagoano. No repertório, clássicos de Paulinho da Viola, Cartola, Caetano Veloso, Antonio Carlos Jobim, entre outros. A capa está aí acima, e as faixas são as seguintes: "Disfarça e chora" (Cartola / Dalmo Martins Castello), "Oração ao tempo" (Caetano Veloso), "Sabes mentir" (Othon Fortes Russo), "Apoteose ao samba" (Silas de Oliveira), "Luz e mistério" (Beto Guedes / Caetano Veloso), "La Noche" (Enrique Heredia Carbonell / Juan Jose Suarez Escobar), "Treze de dezembro" (Luiz Gonzaga / Zé Dantas / Gilberto Gil), "Valsa brasileira" (Edu Lobo / Chico Buarque), "Brigas nunca mais" (Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes), "Fly me to the moon" (Bart Howard), "Nada a nos separar (West of the wall)" (Romeu Nunes / Wayne Shanklin) e "Palco" (Gilberto Gil).

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O Capital Inicial está disponibilizando, por partes, um documentário bem bacana sobre a gravação do seu último álbum, "Das kapital". As duas primeiras partes, que podem ser vistas abaixo, já foram disponibilizadas. A terceira parte deve ser liberada na semana que vem no site oficial do conjunto.





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Quem anunciou novo álbum para outubro foi o Kings Of Leon, uma das atrações do festival SWU, que acontece em outubro, em Itu. "Come around sundown" chega às lojas no dia 18 de outubro, e será o primeiro trabalho de estúdio da banda após o campeão de vendas "Only by the night" (2008). O álbum, que terá 13 faixas, foi gravado em Nova York e produzido por Jacquire King e Angelo Petraglia. O Kings Of Leon já tem apresentado algumas dessas novas faixas em shows. A apresentação no SWU acontecerá no dia 10 de outubro.

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Ontem, o Weezer divulgou o primeiro single de seu oitavo álbum, "Hurley", que chegará às lojas em setembro. O nome da canção é "Memories", e, sei lá, mais me pareceu uma música nova do The Killers. Achei caída. Rivers Cuomo poderia ter feito coisa melhor.



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Nesse período, o U2 também retornou aos palcos após o acidente do Bono. O show da volta aconteceu em Turim, na última sexta-feira. No roteiro, a banda irlandesa incluiu duas músicas inéditas: "North star" e "Glastonbury". Bono também incluiu no roteiro "Hold me, thrill me, kiss me, kill me" (música do "Batman Forever") e "Miss Sarajevo". Eu ia assistir esse show em NY, mas com o problema do Bono, a apresentação foi cancelada. O ingresso continua válido para 2011. Mas já tá rolando um boato que o U2 vem ao Brasil em março ou abril do ano que vem. Vamos ver o que acontece... Em tempo: o U2 foi convidado para abrir o festival de Glastonbury no ano que vem.



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Bom, lá fora, pelos menos nos Estados Unidos, o principal assunto era o lançamento de "The suburbs", novo álbum do Arcade Fire. O álbum saiu no dia 01º, e nos dias 04 e 05, a banda canadense fez duas apresentações no Madison Square Garden (NY), considerada a "mais famosa arena do mundo". Como tive que voltar dois dias antes da estreia em NY, vi o show pelo YouTube mesmo. E foi um showzaço. Uma espécie de transição de banda indie para banda grande - para o bem e para o mal. Bom, ainda não ouvi "The suburbs" direito. E acho que ele merece uma maior atenção minha. Até mesmo porque tenho que ver se ele realmente é superior a "OK Computer" (Radiohead), como muita gente vem dizendo. Deve ser balela. De qualquer forma, se você ainda não ouviu, vale a pena dar uma olhada no vídeo abaixo, que traz a faixa-título de "The suburbs".



PS. Hoje, "The suburbs" chegou ao topo da parada inglesa de discos. Pelo jeito, a commotion não foi só nos Estados Unidos...

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Para começar, quero postar um vídeo do álbum mais interessante que saiu no Brasil durante esse período. A música é "Live and let die", e ela faz parte do novo álbum do Pato Fu, "Música de brinquedo". Nas 12 faixas do álbum (sobre o qual resenharei nesse domingo), os integrantes da banda mineira usam apenas instrumentos de brinquedo. Fantástico!



PS. Não consegui ir ao show de lançamento de "Música de brinquedo" aqui no Rio nesse fim de semana. Mas o grande Jamari França foi e conta como foi no seu blog.

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Bom dia pessoal. Bom, hoje sim as férias acabaram. Hora de voltar à programação normal. Ou quase normal. É o seguinte: tem umas três semanas que não posto regularmente por aqui, e muita coisa acabou acumulando. Então, hoje (somente hoje), vou pular aquela parte dos aniversários, para ir direto ao que interessa. Vou tentar ficar por dentro do que mais ou menos rolou nesses últimos dias agora e vou postando aqui as notinhas. Amanhã, eu volto com a programação normal. Sejam bem-vindos novamente.

5 de ago. de 2010

Planeta Terra, Natura Nós e... Roque Santeiro!

Bom, como já tem muita gente reclamando, anuncio que na próxima segunda-feira esse blog volta ao normal. Não sei se isso é bom ou ruim, mas, de qualquer forma, fico feliz com as mensagens que tenho recebido de pessoas que dizem estar com "saudades" das postagens.
Mas hoje o jogo é rápido. Quero falar aqui sobre as atrações de dois festivais que acontecerão em São Paulo nesse segundo semestre. Os ingressos para o Planeta Terra, que vai rolar no dia 20 de novembro, no Playcenter, estão vendendo bem, e os dois primeiros lotes já foram esgotados em dois dias - o terceiro lote já está à venda, com ingressos a 200 paus (100 para estudante). O line-up fica, a cada dia que passa, mais interessante. Agora, olha só quem confirmou presença: Mika, Passion Pit e Empire Of The Sun. Anteriormente, já haviam confirmado presença as seguintes bandas: Smashing Pumpkins, Pavement, Girl Talk 3rd Band, Yeasayer, Of Montreal, Hot Chip e Phoenix. As atrações nacionais serão anunciadas nos próximos dias, segundo a produção do Planeta Terra. Para mim, um dos melhores elencos de festival dos últimos anos. Pelo que li lá fora, os Smashing Pumpkins estão mandando muito bem nessa nova turnê, tocando músicas velhas sem frescura. O Hot Chip lançou (talvez) o melhor álbum desse ano até agora. Phoenix e Of Montreal são garantia de diversão. Mika... bem, eu adoro o Mika. Apesar de o seu segundo álbum não chegar aos pés do primeiro. Respeito o Yeasayer, e estou louco para ver o Passion Pit ao vivo. Tomara que algumas dessas atrações pintem aqui pelo Rio também.
Os ingressos estão sendo vendidos no telefone 4003-5588 e nos pontos de venda listados aqui.

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Já o elenco do festival Natura Nós, que acontecerá nos dias 16 e 17 de outubro, na Chácara do Jockey (Putz!) em São Paulo, é um pouco mais modesto. Mas, mesmo assim, tem coisas interessantes. Jamiroquai (é né?), AIR (aí sim!), Snow Patrol (vi ao vivo abrindo para o U2 em 2005, e não sei como está agora), Bajofondo, Vanessa da Mata, Céu, Cidadão Instigado, Móveis Coloniais de Acaju, Adriana Partimpim, Palavra Cantada e Pato Fu já confirmaram presença. Os ingressos começam a ser vendidos na segunda-feira, dia 09 de agosto (pista a 190 paus e premium a 500 paus no dia 16, e 60 paus no dia 17, estudante paga metade). A ordem dos shows é a seguinte: Sábado (dia 16/10) - Marcelo Jeneci, Cidadão Instigado, Karina Buhr, Vanessa da Mata, Céu, Air, Bajofondo, Snow Patrol, Móveis Coloniais de Acaju e Jamiroquai; Domingo (dia 17/10) - Pequeno Cidadão, Palavra Cantada, Pato Fu e Adriana Partimpim. No sábado, os shows serão distribuídos em dois palcos e em horários alternados. Mais informações aqui.

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Outro dia falei aqui no blog sobre os 25 anos da estreia da novela "Roque Santeiro". Relembrei Sinhozinho Malta, Viúva Porcina, Dona Pombinha, Cego Jeremias, Zé das Medalhas, o Lobisomem e alguns outros personagens dessa novela que eu considero inesquecível. E a boa nova é que a Som Livre lança nos próximos dias um box com 16 DVDs com um compacto da novela. Não sei como ficou essa edição (algumas edições estragaram alguns DVDs de boas minisséries, como "Anos dourados" e "Anos rebeldes"), mas como é o primeiro projeto de novela em DVD da Rede Globo, acredito que deve ter ficado caprichada. No total são 50 horas, que certamente me farão perder algumas horas de sono.

2 de ago. de 2010

Woodstock em Tampa? (Show do Santana)

Terminando esse meu tour de verão aqui pelos Estados Unidos, vi os shows do Steve Winwood e do Santana em Tampa. Quando eles anunciaram a turnê conjunta, eu cheguei a escrever aqui no blog. Fiquei feliz de poder ter presenciado esse encontro. Mas, dessa vez, prefiro começar pelos pontos negativos. O primeiro (e principal): o show não foi exatamente um “encontro”. Steve Winwood fez o show de abertura e tocou apenas uma música com Carlos Santana, no show “principal”. Ou seja, nada a ver com a antológica turnê – essa sim em dupla – dele com Eric Clapton. O segundo ponto negativo é que Santana privilegiou, no repertório, a sua fase que eu chamo de cafona, que começou com o álbum “Supernatural” (1999).
A apresentação aconteceu no mesmo 1-800-ASK-GARY Amphitheatre (antigo Ford Amphitheatre), onde vi a Dave Matthews Band na quarta. O público, além de menor (alguns setores ficaram vazios), era bem diferente. Ao invés de uma galera mais jovem, muitos sessentões com tatuagens vencidas. Chegava a ser até engraçado imaginar quais deles estiveram no festival de Woodstock, em 1969, no qual Santana se apresentou.


Bem, mas comecemos pelo show de Steve Winwood. Ele subiu no palco dois minutos antes do horário (19h28) e fez uma apresentação enxuta com 70 minutos de duração. Acompanhado por uma banda formada por quatro integrantes (uma guitarra, uma percussão, uma bateria e um sopro), ele mesclou nove músicas de suas ex-bandas Spencer Davis Group (“Gimme some lovin’”, a última do show, e, claro, aplaudidíssima), Blind Faith (“Can’t find my way home”) e Traffic (“Dear Mr. Fantasy”, fantástica), além de sua carreira solo (“Higher love”, uma das mais fracas e chatinhas do show, mas que levantou a apresentação, e a mais recente “Dirty city”, que deu luz ao primeiro grande solo de guitarra da noite).


O show foi muito bacana, e teria caído muito bem em algum Free (ou Tim) Festival da vida. De ruim mesmo, só o som, com um volume muito baixo e o pequeno – mínimo, na verdade – espaço disponibilizado no palco para Winwood e sua banda. Mas o legal foi que a plateia não considerou o seu show como uma “abertura”. O pessoal participou, cantou, se levantou, enfim, se a noite tivesse terminado por aí, já estaria de ótimo tamanho.


Às 21h em ponto, a imensa banda de Carlos Santana (dois backing, dois sopros, duas percussões, baixo, guitarra, bateria e teclado) entrou no palco. A estrela principal chegou uns dois minutos depois. Com calça jeans, camisa cinza (escrita “Santana”) e chapéu de palha, Santana começou aterrorizando na guitarra com “(Da le) Yaleo”. No cenário, apenas um telão de alta definição ao fundo. Após, Santana agradeceu ao público e a Steve Winwood, e resolveu homenagear as mulheres (“Não tenho medo da Oprah”, brincou) com “Maria Maria”, que serviu para levantar um pessoal mais jovem. O curioso é que os mais coroas ainda estavam sentados esperando as coisas mais velhas. E eles ficaram mais “desesperados” com o mambo “Foo Foo” e com “Corazon espinado”. Ainda bem que depois veio “Jingo”. Em alguns momentos, a banda que acompanha Santana me lembrou a Vitória Régia nos shows do Tim Maia. Isso porque em diversas ocasiões, Santana saía do palco e dava espaço para os músicos solarem à vontade. Em “Corazon espinado”, por exemplo, ele deu espaço para animalescos solos de bateria e de baixo.


Em seguida, um momento especial. Santana chamou Steve Winwood ao palco. Juntos – Steve ao piano – eles homenagearam Marvin Gaye com uma boa versão para “Right on”.


Após, para mim, o ponto alto do show: a jazzy “Incident at Neshabur”, com um solo de arrepiar. Para minha surpresa, em seguida, Santana mandou “Can’t you hear me knocking”, sucesso dos Rolling Stones, e que fará parte de seu próximo álbum, “Guitar heaven: The greatest guitar classics of all time”, que será lançado em setembro, e trará clássicos do rock como “Black in black” (do AC/DC) e “Dance the night away” (do Van Halen, e que foi apresentada em alguns shows da turnê). “Evil ways” foi a deixa para o momento “paz e amor” com “A love supreme” (de John Coltrane) e a apoteose com “Smooth”.

Antes de voltar ao palco para o bis, o telão passou algumas imagens do show do Santana no festival de Woodstock. Foi a introdução de “Soul sacrifice”. Gritaria geral, mas a versão foi curtinha. E quem imaginava que ainda viriam “Black Magic woman”, “Gipsy queen” e “Oye como va” se enganou. As três músicas que fazem parte do roteiro da turnê ficaram de fora do show de Tampa, possivelmente por conta da inclusão de “Right on”. Pelo que pesquisei, o encontro entre Santana e Winwood no palco aconteceu somente duas vezes na turnê.


O show do Santana durou pouco, por volta de uma hora e quarenta e cinco minutos. Achei muito pouco, especialmente se for comparar com os outros três que vi: o longuíssimo no Rock in Rio II (1991), um fantástico no Metropolitan, acho que em 1996, e outro na Praça da Apoteose, em 2006. Mas valeu. Santana tem uma relação quase sexual com a sua guitarra. Mesmo nas músicas mais enjoadas, é sempre um prazer ouvir os seus solos. Estou curioso para ver qual é do seu novo álbum. Mas não tenho grandes esperanças de que será um discaço. Já tem um tempo (desde que se uniu com o produtor Clive Davis) que Santana decidiu se transformar em um grande vendedor de discos, o que, na maioria das vezes, não significa um trabalho de grande qualidade. De qualquer forma, tomara que eu esteja enganado.


Setlist Steve Winwood:
1) “Secrets”
2) “Fly”
3) “Dirty city”
4) “Can’t find my way home”
5) “The low spark of high-heeled boys”
6) “Empty pages”
7) “Higher love”
8) “Dear Mr. Fantasy”
9) “Gimme some lovin’”

Setlist Carlos Santana:
1) “(Da le) Yaleo”
2) “Maria Maria”
3) “Foo Foo”
4) “Corazon espinado”
5) “Jingo”
6) “Right on”
7) “Incident at Neshabur”
8) “Can’t you hear me knocking”
9) “Evil ways”
10) “A love supreme”
11) “Smooth” / “Dame tu amor”
12) “Soul sacrifice”
13) “Into the night”