10 de abr. de 2010

"Time flies", "360º Tour", "Violões", Santana vendido, Kurt e Patt, o palco caiu, "Chronic Town", Hahahana, AC/DC, Rush e os dedinhos de Jeff Beck

OS DEDINHOS MAIS VALIOSOS DO MUNDO: Após se cortar com uma faca enquanto descascava cenoura, o guitarrista Jeff Beck colocou os seus dedinhos no seguro. Valor: 700 mil libras, ou 1,9 milhão de reais. E, aproveitando, o novo álbum de Beck, "Emotion and commotion", pode ser ouvido na íntegra pela internet. Tem até a ária "Nessun Dorma" (instrumental, claro), de "Turandot", de Puccini.

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NA MÁQUINA DO TEMPO: O trio canadense Rush anunciou que sairá em turnê pelos Estados Unidos com a íntegra do álbum "Moving pictures" (aquele com "Tom Sawyer", "YYZ" e "Limelight", precisa de mais?). A turnê começará em Albuquerque, no dia 29 de junho, e termina em 02 de outubro, em West Palm Beach, na Flórida. A gente fica aqui chupando o dedo.

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AC/DC CLÁSSICO: Gravado em dezembro de 1979, o clássico "Let there be rock", do AC/DC, vai ganhar versão em DVD até o final do ano. A produção já está adiantada. Só fica a curiosidade de como será feita a recuperação do vídeo, eis que as fitas master estão desaparecidas.

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NOTÍCIA DO DIA: "Chuva faz Globo cancelar 'Dança dos Famosos'". Como ia passar o resto do meu dia sem saber disso?



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Daqui a pouco tem Real Madri x Barcelona. Esperamos por mais um show de Messi hoje?

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HAHAHAHANA MONTANA: A Miley Cyrus disse que está cansada da indústria da música, "política e artificial", em suas palavras. Será que essa menina é tão tapada a ponto de não perceber que se a indústria da música não fosse tão "política e artificial", ela jamais teria um lugar? Miley "Hannah Montana" Cyrus é o produto mais bem acabado e artificial da indústria da música. Ah, vai lamber sabão...

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EU QUERO: Para comemorar o dia da loja de disco (17 de abril), o R.E.M. vai lançar uma edição limitada e numerada em vinil do seu EP de estreia, "Chronic Town". O vinil é azul, ainda por cima. Por isso que o R.E.M. é a banda mais chique do mundo.

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HAHAHAHA... BEM FEITO...: Axl Rose e sua banda tiveram que cancelar a apresentação de ontem na Costa Rica porque o palco desabou. A moda está pegando. Acho que os palcos de hoje não são como os de antigamente. Ou seria um castigo dos deuses pelas horas de atraso nos shows? Eu só quero ver quando Axl der um show em Londres e atrasar três horas. Duvido que a plateia fique esperando que nem aqui.

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KURT NÃO MERECE: Robert Pattinson, aquela mosca morta do "Crepúsculo", está cotado para fazer o papel de Kurt Cobain na sua cinebiografia. Courtney já negou. Mas dela espera-se tudo.


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O QUE VEM AÍ?: Santana, aquele guitarrista que toca muito, surgiu genial em Woodstock, e agora faz um bando de besteira só para vender disco, está gravando um trabalho novo. Pelo jeito, será, mais uma vez, para vender mesmo. Parece que gente como Dave Matthews, Joe Cocker e Robbie Thomas já gravaram participações especiais. Eric Clapton pode vir a colaborar também. No repertório, covers de "Fortunate son" (Creedence Clearwater Revival), "Smoke on the water" (Deep Purple) e "Sunshine of your love" (Cream).



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A NOTÍCIA DA SEMANA: Essa saiu na coluna “Sonar”, do Antonio Carlos Miguel (“O Globo”) nessa semana. Ainda em abril vai sair o DVD com o show “Violões” da Cássia Eller. Eu me lembro que vi Cássia no palco pela primeira vez em 1992, salvo engano. Foi um show na praia da Barra da Tijuca, e ela abriu para os Paralamas. Só não roubou o show porque depois tinha a melhor banda em atividade do país. Em 95 ou 96, quando saiu o CD com o show “Violões”, eu chapei. Ficava louco ouvindo as interpretações de “Try a little tenderness” e “Coroné Antonio Bento”. O show no Teatro Rival, então, foi um absurdo. Tomara que o DVD tenha o show na íntegra.





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SEGURA SENÃO EU VOMITO: O U2 liberou na íntegra o primeiro vídeo de seu novo DVD e BD “360º Tour”, gravado ao vivo no Rose Bowl. A faixa escolhida foi “Vertigo”. O show parece ter sido animal. Mas, a julgar pela edição dessa música, acho que vou vomitar depois de assistir ao DVD. Parece que saltei de bungee jump umas dez vezes em cima desse palco. Segura ae:





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MAIS UMA COLETÂNEA DO OASIS: Acima a capa do novo CD do Oasis, “Time flies... 1994-2009”. São 26 músicas em um disco duplo. Tudo aquilo que todo mundo já tem: “Wonderwall”, “Supersonic”, “Don’t look back in anger”... Por que não lançaram um CD ao vivo dessa última turnê? A capa dessa coletânea dá até um gostinho, com uma foto no show da banda em Knebworth Park.

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Boa tarde, povo. Choveu hoje de manhã? Hein?

Dia 10 de abril de 1970: O fim dos Beatles

Em 1980, Paul McCartney trabalhava em seu álbum “Tug of war”. Durante a gravação – que marcava o seu reencontro com George Martin onze anos após “Abbey Road” – no dia 8 de dezembro, John Lennon foi baleado por Mark Chapman em Nova York. A faixa-título do disco de McCartney dizia o seguinte: “Esperávamos mais / Mas, de um jeito ou de outro, tentávamos superar um ao outro num cabo de guerra”. Além da guerra de egos entre os dois, outros fatores deram cabo à banda que revolucionou a música. A morte do empresário Brian Epstein, em agosto de 67, foi um deles. “Ele era um de nós”, disse Lennon ao “New Musical Express”. A presença de Yoko Ono também foi decisiva.

“A morte do Epstein deixou os meninos meio sem pai. Acho que isso contribuiu para John entrar em um estado de desamparo que possibilitou que Yoko dominasse o pedaço. A relação entre o Paul e o John também já estava desgastada. Eles eram muito amigos, mas a amizade azedou por causa da vaidade pessoal e do dinheiro”, afirma Elaine Gomes, autora do livro “The Beatles – Letras e canções comentadas”.

A guerra de egos já acontecia, pelo menos, desde 1968. Nas gravações do “Álbum branco” (ou o “Álbum tenso”, segundo McCartney), cada Beatle tratava o colega como músico de apoio. O estopim aconteceu no estúdio de Twickenham (período que George Harrison chamou de “o inverno do descontentamento”) para a gravação do filme “Get back”, no ano seguinte. Ao invés de canções brotando como mágica, brigas eram detonadas a todo instante. “Quase todas foram iniciadas por McCartney, que continuava a agir como se estivesse tentando roteirizar o filme, ao levantar questões como a mudança da visão de mundo dos Beatles desde a morte de Epstein”, escreveu Jonathan Gould em “Can’t Buy Me Love – Os Beatles, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos”.

Decepcionados com “Get back”, os Beatles voltaram aos estúdios. “The end”, faixa do disco “Abbey Road”, trazia a banda como nos velhos tempos em que tocava nas pocilgas de Hamburgo. John, Paul e George castigaram suas guitarras, enquanto a Ringo foi concedido o direito de fazer o seu primeiro solo de bateria em uma gravação dos Beatles. Mas tudo terminou por aqui. “I me mine”, última faixa gravada pelos Beatles (para “Let it be”, com o registro daquelas sessões de “Get back”), nem contou com a presença de Lennon.

A morte de Epstein já havia esquentado o clima antes. “Não tinha ilusões quanto ao fato de que só sabíamos fazer música e nada mais”, disse Lennon a Jann Wenner, autor do livro “Lennon remembers”. Após a perda, os Beatles ainda fundaram a Apple, mistura de gravadora e produtora de filmes. Preocupado com as finanças, McCartney contratou o sogro, Lee Eastman. Lennon, Ringo e George ficaram com Allen Klein, empresário não muito confiável e que cuidava da carreira dos Rolling Stones.

Com relação à Yoko Ono, teria ela força suficiente para causar a separação dos Beatles? Marcelo Fróes, pesquisador musical e produtor de diversos CDs com a obra dos Beatles interpretada por artistas brasileiros, acredita que a influência não foi tão decisiva. “Se houve influência, certamente foi para apurar a sua criatividade. Ela deve ter alfinetado as picuinhas entre os dois líderes da banda, que podem ter ficado piores depois que Brian Epstein morreu”, afirmou. Os integrantes dos Beatles nunca deixaram claro até que ponto chegou tal influência. “Quando o John se amarrou tão intensamente nela, ficou óbvio que era um ponto sem volta. Sempre achei que ele tinha que se desligar da gente para dar atenção a ela”, disse McCartney no projeto “Anthology”.

O próprio John Lennon reconheceu, na biografia “John Lennon – A vida”, de Philip Norman, a importância de Yoko no episódio. “Quando conheci Yoko foi como quando a gente encontra a sua primeira mulher e abandona os caras do bar. Assim que a encontrei, foi o fim dos rapazes. Mas acontece que os rapazes eram muito conhecidos, não eram apenas os caras do bar.” Bob Spitz, autor de “The Beatles – A biografia”, detalhou a presença de Yoko no seio da banda. “Entre a gravação de uma música e outra, John ficava cochichando com Yoko e perdia o momento em que devia entrar em uma música.” George Harrison chegou até mesmo a apanhar de Lennon por ter reclamado.

De fato, John Lennon estava com pressa para entrar em estúdio com a sua esposa. Ele e Yoko já faziam shows juntos, e o álbum “Two virgins” foi gravado antes mesmo da separação oficial dos Beatles. Deprimido, McCartney seguiu caminho idêntico. “Estou fazendo o mesmo que você e Yoko e lançando um álbum. E também estou saindo do grupo”, disse. Paul explicou o motivo da decisão a Philip Norman: “Eu não podia deixar John controlar a situação e nos jogar fora como namoradas chutadas”.

Além da guerra de egos, da morte de Brian Epstein e da presença de Yoko Ono, o estudante e colecionador de artigos relacionados aos Beatles, Raphael Alves, apontou mais um motivo para o término da banda. “Eu considero que, além de tudo isso, o que fez com que os Beatles terminassem foi a necessidade deles quatro, individualmente, transcenderem. A partir do ‘Álbum branco’, os Beatles começavam a deixar de ser uma unidade, uma banda, e passavam a ser um conjunto de quatro artistas maravilhosos, mas com características que ficavam cada dia mais diferentes. O fato de terem uma banda, fazia com que John, Paul, George e Ringo limitassem as suas capacidades criativas. Eles precisavam de mais liberdade para poder criar, seguir seus impulsos artísticos e musicais próprios, individualmente, sem ter de se condicionar aos outros”, disse o colecionador que, atualmente, possui mais de 400 itens relacionados ao quarteto.

Após tantos lançamentos envolvendo a grife “The Beatles” no final do ano passado, Paul McCartney colocou nas lojas “Good evening New York City”. No álbum, que traz um show no antigo Shea Stadium (local de uma das apresentações mais memoráveis dos Beatles), surge a canção “Here today”, gravada em homenagem a John Lennon também em “Tug of war”. “Eu ainda me lembro como foi antes / E não estou mais segurando as lágrimas”, diz a letra. Àquela altura, o sonho já havia acabado. Pela segunda vez.

Alguma coisa

Engraçado notar que esse blog nasceu no dia 10 de abril de 2008, e, depois de um período escrevendo para o site do Sidney Rezende, eu retorno a ele exatamente no dia 10 de abril de 2010. Não sei se muita coisa mudou nesses dois anos. Certamente sim. Espero que tenha sido para melhor. Curioso que quando montei o blog, há dois anos, nem me atentei que era o dia de “aniversário” do fim dos Beatles. Não sei se isso é um bom ou um mau sinal.

Mas o fato é que agora estarei diariamente aqui nesse blog. E conto com a participação de vocês. Leiam, comentem, xinguem, enfim, façam o que quiser. Há de ser tudo da lei, como já dizia aquele velho compositor baiano.

Tentarei fazer um novo formato, misturando música a outros assuntos interessantes. O que der na telha. As notícias serão dadas de forma mais sintética, com comentários. Não sei se tenho talento para isso. Acho que não. Mas vou tentar. Espero que fique menos chato, e que vocês gostem.

Farei um post diário que irei alimentando no decorrer das 24 horas. Tentarei fazer assim de segunda a sábado. Aos domingos, eu arrumo algum outro assunto para variar um pouco. De repente, uma resenha de show, de alguns discos... Ou qualquer outra coisa...

Hoje mesmo vou reprisar um texto que fiz há algumas semanas para o SRZD sobre o fim dos Beatles. Copio o texto somente para marcar essa coincidência de datas. Não é preguiça não.

E só para dar as boas vindas, abaixo segue o vídeo da música pop mais linda de todos os tempos. Bom, acho que não preciso dizer o nome da banda. Mas o compositor é o George Harrison. No vídeo, a versão de Paul McCartney e Eric Clapton. Ah, e que solo...

Divirtam-se!