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Esse DVD (também em BD) saiu lá fora no Natal. Por aqui, chegou com uns três meses de atraso – normal. No vídeo, George Michael faz um apanhado de seus 25 anos de carreira, Destaque para as versões animalescas de “Freedom ‘90”, “Spinning the wheel” e “Jesus to a child” (essa somente nos extras). A produção é absurda, com um telão que “escorre” do alto do palco até o chão. George Michael gravou muita baboseira nos anos 80, se envolveu com drogas e tinha tudo para dar errado. Mas esse DVD prova que ele é um dos maiores cantores que têm por aí. Pena que esse show tenha marcado a sua despedida. Ele disse que não vai mais lançar disco e nem fazer show.
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“Contra” – Vampire Weekend
O Vampire Weekend já tinha mandado bem em seu hypado álbum de estreia. Esse “Contra” não é muito diferente. As suas músicas seguem o mesmo estilo, misturando rock com música africana. Canções que Paul Simon e Peter Gabriel (dois dos inspiradores do conjunto de Nova York) devem ter ficado orgulhosos. “White Sky”, por exemplo, parece ter saído diretamente de “Graceland”. “Run”, um pouco eletrônica, é outra canção que vale o álbum, assim como o primeiro single “Horchata”. O Vampire Weekend não precisou renegar as suas origens para surpreender.
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“Scratch my back” – Peter Gabriel
Em seu primeiro trabalho em oito anos, o ex-vocalista do Genesis dispensou guitarra e bateria, e gravou um álbum só com versões de músicas de outros artistas. O resultado ficou muito bom. A versão para “Listening Wind”, dos Talking Heads se transformou quase que em uma sinfonia de um Stravinsky moderno, com o ótimo arranjo de cordas, puxado por insistentes violinos. “Heroes”, de David Bowie, a surpreendente “Boy in the bubble”, de Paul Simon, “Street spirit (Fade out)”, do Radiohead, e “Mirrorball”, do Elbow, também valem o disco. Essa última só não ficou melhor do que a versão original do Elbow porque pouca coisa consegue ser melhor do que o Elbow.
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“No distance left to run” – Blur
Nessa semana, o Blur anunciou que vai lançar uma música inédita até o final do mês. Enquanto a tal inédita não vem, o DVD duplo “No distance left to run” é uma ótima pedida. O primeiro DVD traz um documentário (meio chapa-branca, é verdade) que conta a história da banda, chegando a mostrar o processo de composição da genial dupla Damon Albarn / Graham Coxon. Mas o melhor mesmo é o outro DVD, que traz a íntegra da apresentação do grupo inglês no Hyde Park, em Londres, no ano passado. Sucessos como “Song 2”, “Beetlebum”, “She’s so high”, “End of a century” e “Girls and boys” mostram porque o Blur brigava, de igual para igual, com o Oasis.
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“Amanhã” – Sá, Rodrix & Guarabyra
"Outra noite fui acordado por um sonho triste em Copacabana / ... / Os dragões voando no espaço pelo trânsito de Copacabana / Quanto amor vendido aos pedaços numa lanchonete em Copacabana”. Esses versos não poderiam ser cantados senão por Sá, Rodrix & Guarabyra. E eles estão presentes no novo álbum do trio, gravado poucos meses antes de Zé Rodrix partir dessa para melhor. Produzido por Tavito, "Amanhã" traz o trio na velha e boa forma, com as suas letras viajantes, as melodias pegajosas e os belos arranjos vocais. Destaque para "Logo eu, saudade", a viajante "Sonho triste em Copacabana" e "Cidades meninas", que lembra a sonoridade anos 80 da dupla Sá & Guarabyra.
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Ah, quer ver um trecho de "Live in London", de George Michael?
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