CD: “EVIL URGES” (MY MORNING JACKET) – APENAS UM DISCO DIFERENTE

O mais legal de botar um CD do My Morning Jacket para tocar é saber que vai ouvir alguma coisa bem diferente. E com muita qualidade. Difícil entender porque uma banda tão boa, com cinco álbuns já lançados e canções tão inteligentes não pega no Brasil – a ponto de nem estar listado na Wikipedia...

A banda, formada por Jim James (vocais e guitarra), ‘Two-Tone’ Tommy (baixo), Patrick Hallahan (bateria), Bo Koster (teclados) e Carl Broemel (guitarra), mistura indie, rock, funk, country, psicodelia, pop, e assim é considerada uma das melhores bandas da atualidade nos Estados Unidos.

“Evil Urges”, o novo álbum do My Morning Jacket, foi lançado em junho nos Estados Unidos. Nesse trabalho, o vocalista Jim James, disse que iria se distanciar um pouco do som “normal do rock ‘n’ roll”, para se aproximar mais do que a banda costuma fazer em seus shows, ou seja uma diversidade sonora maior. (Aliás, em cima do palco a banda faz de seus shows experiências marcantes, chegando a tocar por até quatro horas ininterruptas, como foi feito em junho passado, no festival de Bonnaroo.)

E isso está bem visível em “Ervil Urges”, apesar de o álbum não ser tão bom quanto o anterior, “Z” (2005). Por exemplo, a faixa-título, que abre o CD, resume, de certa forma, o conteúdo do CD. Uma letra interessante com uma sonoridade épica, cheia de climas e vozes em falsete. “Two Halves” é outra que desce muito bem, contando com uma forte influência dos Beach Boys no tocante aos backing vocals. E assim vai caminhando “Evil Urges”, da pesada “Aluminum Park” à melosa “Thank You Too!” (uma das baladas mais lindas do ano), da folk “Sec Walkin” (cheia de slide guitar) à dançante “Touch Me I’m Going To Scream Pt.2”, da climática “Smokin From Shootin” à funkeada “Highly Suspicious”, da acústica “Librarian” à rockeira “Remnants”, a diversidade realmente é um dado muito marcante neste quinto trabalho do My Morning Jacket.

Registre-se que essa diversidade também provocou críticas de muitos fãs, que, após escutarem “Evil Urges”, foram correndo resgatar o clássico “Z” ou até mesmo “It Stills Move” (2003). Mas fato é que, com alguma sensibilidade, é notável que, musicalmente falando, a banda deu um passo a frente. Ainda que “Evil Urges” esteja longe de superar o disco “Z”, é louvável o fato de o My Morning Jacket estar explorando novos caminhos, mesmo que isso desagrade aos fãs mais fiéis.

Abaixo, um vídeo promocional de “Evil Urges” contendo entrevistas com os integrantes da banda e trechos de algumas canções.

Cotação: ****