28 de jun. de 2008

SHOW: PEARL JAM EM NOVA YORK 2008 – UM SHOW BEM DIFERENTE

Enquanto não lança o seu próximo álbum de inéditas, o Pearl Jam aproveitou para fazer uma pequena turnê de 13 datas pela costa leste dos Estados Unidos. No último dia 24, a banda norte-americana apresentou-se no Madison Square Garden, em Nova York (foto acima). Infelizmente, como vem ocorrendo nos shows dessa turnê de verão, o Pearl Jam não apresentou nenhuma composição inédita. Contudo, deleitou o público com canções que havia anos não eram executadas ao vivo.

O Pearl Jam é a banda que faz os shows mais interessantes da atualidade. Como todo fã está careca de saber, cada show possui um repertório bem diferente dos outros. Assim, o fã do Pearl Jam que tem a sorte de morar em uma cidade com mais de um show seguido da banda deve assistir a todos, pois o que é tocado em uma noite, dificilmente será apresentado na noite seguinte.

Na noite do dia 24 de junho, a banda, em duas horas e quarenta minutos de show, apresentou 30 canções, alternando grandes sucessos com canções nem tão conhecidas (mas que costumam aparecer em seus shows), além de gratas surpresas que estavam empoeiradas na memória dos fãs.

Como de costume nos shows do Pearl Jam, nada de cenários grandiosos. Apenas a banda em cima do palco já é o suficiente para a alegria de seus fãs. E no mesmo estilo despojado, a banda começou atacando com “Hard To Imagine”, uma sobra de estúdio de “Vitalogy”, que está presente na trilha sonora do filme “Chicago Cab” e na coletânea de raridades (em versão um pouco diferente) “Lost Dogs”. Em seguida, para quebrar um certo estranhamento dos fãs menos enturmados com a obra da banda, o Pearl Jam atacou com dois cavalos de batalha: “Save You” e “Why Go”, esta última cantada a plenos pulmões pelo público que esgotou os ingressos em menos de 15 minutos para assistir o show.

“All Night”, outra sobra de estúdio da banda, deu continuidade ao show. “Down” foi outra raridade que a banda apresentou, antes de “Corduroy”, “Faithfull” e “Elderly Woman Behind The Counter In a Small Town”.

Como pode se reparar, o Pearl Jam, nessa turnê, está fazendo um show bem diferente daqueles que aconteceram no Brasil no final de 2005. Se por um lado é bom para o grande fã que conhece bem a obra da banda, por outro, o fã casual acaba se cansando um pouco com tantas canções pouco conhecidas e, geralmente, com longos solos. Talvez seja por isso que até o horário em que é permitida a venda de bebida alcoólica nos Estados Unidos (dez da noite), as filas para comprar cerveja eram quilométricas...

Mas o fanático pela banda provavelmente não se preocupou com a cerveja e continuava cantando canções como “1/2 Full”, “Unemployable” (lado B de “World Wide Suicide”, presente no último álbum da banda) e “Who You Are”. Coincidentemente, quando não era mais possível comprar cerveja, a banda atacou logo dois petardos, “Even Flow” e “Daughter”, antes de encerrar o show com “Do The Evolution”.

Se bem que “encerrar” é força de expressão em um show do Pearl Jam, tendo em vista que a banda volta pelo menos duas vezes ao palco para o bis. No show do dia 24, o Pearl Jam acabou retornando três vezes ao palco. Se o show normal teve 17 canções no roteiro, o bis contou com mais 13, ou seja, praticamente um show a parte. E nessas 13 músicas, a banda permaneceu não fazendo concessões a grandes sucessos, tanto que tacou logo de cara uma bela versão de “Love Reign O’er Me”, do The Who. Eddie Vedder, ainda que com esforço, alcançou as notas mais altas da canção, e se o espectador fechasse os olhos, podia muito bem imaginar que Roger Daltrey estava fazendo alguma participação especial no show. (Se você quiser tirar as provas do nove, o vídeo está aqui.)

Mas se Daltrey não apareceu, CJ Ramone, ex-baixista dos Ramones esteve presente para tocar na já clássica versão de “I Believe In Miracles”. Antes de apresentar CJ, Eddie Vedder disse que estaria, de certo modo, corrigindo uma injustiça, pelo fato de a melhor banda punk de todos os tempos nunca ter feito um show no Madison Square Garden, na sua própria cidade natal. “I Believe In Miracles” já fez parte do segundo bis, e antes dela, o Pearl Jam mostrou canções como “W.M.A.”, “Leash”, “Spin The Black Circle”, “Wasted Reprise”, “Porch”, “No More” (escrita em protesto à guerra do Iraque, e presente na versão digital da trilha sonora do filme “Into The Wild”, que, na verdade, é o primeiro álbum solo de Vedder), “Crazy Mary” e “Comatose”. O final do segundo bis, com “Alive”, foi arrebatador, com as 18 mil pessoas urrando a letra de braços abertos.

No terceiro bis, o Pearl Jam mandou “All Along The Watchtower”, clássico de Bob Dylan e que volta e meia também pipoca nos shows da Dave Matthews Band. Foi uma versão pesadíssima, com quase dez minutos de duração. Em contraste, logo em seguida, Eddie Vedder e seus companheiros tocaram a lenta “Indifference”. Parecia até uma piada o final do show com justamente essa canção: indiferença era a única coisa que o espectador não poderia sentir após um show tão diferente como este.

E se é praticamente impossível o brasileiro assistir um show do Pearl Jam com tantas canções pouco conhecidas, que ao menos Eddie Vedder cumpra a promessa feita em 2005 e retorne em breve ao Brasil. Nem que seja para cantar os grandes sucessos que todos conhecemos. Vai ser bom de qualquer maneira...

Abaixo, um vídeo amador, filmado durante o show, de “I Believe In Miracles”, com a participação do baixista CJ Ramone.

Cotação: ****

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Luiz!
Isso tudo que tu comentou sobre o show é realmente o Pearl Jam.
Uma das melhores bandas de todos os tempos!
Parabéns pelo comentário!

Unknown disse...

Nossa, realmente é verdadee, tb. amo todas as músicas deles, não me importa nem um pouco a quantidade de vezes que eles tocam as mesmas músicas, quanto mais pra mi melhor ... Bjos meu querido!