Nesse mês de junho, comemoramos o lançamento de dois dos mais importantes discos do Rock Brasil. “Cabeça Dinossauro”, dos Titãs, e “Selvagem?”, dos Paralamas do Sucesso, foram lançados em junho de 1986. No mesmo ano, mais especificamente no finalzinho de julho, foi a vez de “Dois”, da Legião Urbana, chegar às lojas.
Muitos consideram esses três discos a ‘Santíssima Trindade’ do Rock Brasil. E não é para menos. Apesar dessas três bandas terem lançados outros discos importantes, nenhum deles foi mais emblemático do que esses três para a história do rock brasileiro.
Em 2006, ano em que “Cabeça Dinossauro”, “Dois” e “Selvagem?” comemoravam 20 anos, escrevi uma reportagem para a Folha de S.Paulo falando sobre a influência que esses três trabalhos tiveram nos músicos da nova geração do Rock Brasil. Para tanto, entrevistei diversos artistas, como Chorão (do Charlie Brown Jr.), Toni Garrido (que fazia parte do Cidade Negra) e Digão, dos Raimundos.
Para quem quiser relembrar esses três discos, a reportagem, que foi publicada no caderno ‘Folhateen’, está aqui.
Um fator importante na hora da pesquisa para a reportagem foi relembrar o momento histórico que o Brasil vivia naquele período. Estávamos no período da abertura política, e José Sarney era o presidente do Brasil. Apesar de a censura ter virtualmente acabado, alguns resquícios ainda eram visíveis. E os Paralamas do Sucesso registraram, na faixa que dava título ao álbum, a censura que o filme “Eu Te Saúdo, Maria”, de Jean-Luc Godard, acabara de sofrer.
Além de entrevistar os artistas influenciados pelos discos e pesquisadores musicais, como Guilherme Bryan e Ricardo Alexandre, obviamente, tive que falar com integrantes dos Titãs, Paralamas e Legião. Sérgio Britto concedeu uma entrevista na qual dissecou aspectos curiosos de “Cabeça Dinossauro”, como a gravação de “Polícia”, momento em que o produtor Liminha ficou de papo com Evandro Mesquita, o que o deixou bastante chateado.
João Barone, dos Paralamas, falou sobre a mudança de sonoridade da banda em “Selvagem?” e relembrou a participação de Gilberto Gil nos vocais de “Alagados”. “Ele estava super gripado, tomou um chá e uma colher de mel e mandou ver assim mesmo”, disse.
Já o guitarrista Dado Villa-Lobos, que fazia parte da Legião Urbana, surpreendeu ao dizer que não considera “Dois” o trabalho mais influente da Legião, mas sim “As Quatro Estações”, lançado em 1989. Mas não descartou a fundamental importância de “Dois” para a banda. “Acreditamos que era realmente possível fazer música e discos a partir desse disco”, afirmou.
Mas nem só de “Cabeça Dinossauro”, “Selvagem?” e “Dois” viveu o ano de 1986. Outras bandas lançaram discos importantes naquele período, como os Engenheiros do Hawaii (“Longe Demais das Capitais”), o RPM (com o campeão de vendas “Rádio Pirata Ao Vivo”), e o Barão Vermelho, que ainda cicatrizava as feridas deixadas pela saída de Cazuza, em “Declare Guerra”.
Finalizando a reportagem, disponibilizei na versão on-line da Folha um ‘quiz’ sobre cada um dos três discos. Na época, me disseram que somente catedráticos em Rock Brasil seriam capazes de responder as questões. Você não gostaria de tentar?
1 de jun. de 2008
FAZ 22 ANOS...
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3 comentários:
Caro Luiz,
~
Nos meus 53 anos de idade nunca vi um trbalaho tão bem feito e de tão bom gosto.
Continue assim!
Parabéns
Paulo Dutra
Não tenho dúvidas de que Cabeça não é só o melhor disco desses trêsw, como é o melhor tb da história do rock brasileiro (depois dos Mutantes)
Cara,
obrigado por essa reportagem!
Vou guardar nos meus arquivos e na minha mente!
Parabéns!
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