11 de ago. de 2011

Uma antiga e uma nova do The National; o dia que o rock atravessou a Cortina de Ferro; as sessões do LCD; e a capa de disco mais espetacular de todas.



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Vou começar me desculpando pelo sumiço de ontem. Eu sei que pouca gente notou, então nem vou me preocupar tanto. Mas, para compensar, escolhi uma música de uma banda que eu adoro, o The National, para começar o dia. O show que rolou no Circo Voador, em maio, já está na minha lista de melhores do ano. Foi antológico. Poucas vezes vi uma comunhão tão grande entre artista e plateia. "Runaway" (logo aí acima) foi a primeira música do setlist. Já dá para ter uma noção de como foi esse show...

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E hoje, 11 de agosto, é o Dia da Televisão. Isso porque, hoje também é dia de Santa Clara, a padroeira da televisão. Reza a lenda que lá por volta do ano 1250, Santa Clara já estava velha demais para ir à missa. Entretanto, ela a acompanhava de seu quarto, já que as imagens da cerimônia se projetavam em sua parede. E assim nasceu o primeiro “programa de televisão” da história.



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Essa música também merece ser lembrada hoje...



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Quem complete 55 anos é o ex-baterista do Ramones, Richie Ramone. Ele ficou pouco tempo na banda. Saiu brigado com os outros integrantes porque entendia que deveria ganhar uma participação com a venda do merchandising da banda, tipo camisetas – e quanta gente não veste as camisetas dos Ramones, por aí? Richie gravou três álbuns na banda: “Too tough to die” (1984), “Animal boy” (1986) e “Halfaway to sanity” (1987).



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Ah, mudando completamente de estilo musical, vocês sabem qual música estava no topo da parada da Billboard 25 anos atrás?? Essa aqui:



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No dia 11 de agosto de 1989, o rock atravessou a Cortina de Ferro através do Moscow Music Peace Festival, que aconteceu no Lenin Stadium, com presença de 120 mil pessoas em cada uma das duas noites do evento. O Moscow Music Peace Festival, que promoveu a “paz mundial”, bem como “a luta contra o tráfico de drogas” na Rússia, contou com bandas ícones essencialmente do rock farofa, como Cinderella, Skid Row, Mötley Crüe e Bon Jovi. Ozzy Osbourne (com Geezer Butler no baixo) e os veteranos alemães dos Scorpions fecharam o elenco estrangeiro, que ainda teve a banda russa Gorky Park. O baterista Jason Bonham, filho do lendário John Bonham (Led Zeppelin) se juntou aos integrantes de todas as bandas, no final do evento, para relembrar “Rock and roll", clássico da banda de seu pai. Uma curiosidade é que, durante o festival, pela primeira vez, foi permitido que o público ficasse de pé e dançasse em um show de rock na antiga União Soviética.





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A indicação de hoje é o álbum “London sessions”, o último trabalho do LCD Soundsystem, lançado agora no Brasil. Faz poucos meses que James Murphy anunciou o fim das atividades da banda. Uma pena, porque nesse cenário chamado ridiculamente de “indie”, o LCD era uma das poucas bandas que tinha algo interessante a apresentar. Esse “London sessions” é o canto do cisne, um resumo da turnê de despedida da banda gravado em um estúdio – mas ao vivo, sem muitas maquiagens. Ou seja, o LCD Soundsystem aqui está cru e mais vibrante ainda. Como ele merece ser ouvido. “London sessions” faz um resumão dos três álbuns de estúdio lançados pela banda (o auto-intitulado, de 2005, “Sound of silver”, de 2007, e “This is happening”, de 2010). É um estilo greatest hits live. Tudo o que os fãs curtem está no CD: de “Daft Punk is playng at my house” a “Drunk girls”, passando por “Al my friends”, faixa do álbum “Sound of silver” (2007), e deve ter deixado o New Order com um pouquinho de inveja.



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DROPS:







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Vamos ver as novidades de vídeos que temos por hoje:

• O show completo, completinho do Foo Fighters no festival de Lollapalooza:



Prince se apresentando no festival Sziget, na Hungria, para a gente já ir se preparando para o show histórico que acontecerá aqui no Rio, no dia 27 de agosto. O show teve 13 (eu disse 13!!) músicas no bis, e Prince teve que voltar ao palco 4 (eu disse 4!!) vezes:



• A nova música do novo projeto de Noel Gallagher. Ela se chama “The good rebel”, e é a melhor (não) faixa do Oasis em alguns anos:



• “Exile, vilify”, a nova música do The National, e que fará parte da trilha sonora do videogame (isso, eu disse videogame!!) Portal 2:



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Essa aí em cima é a capa de “Fetus”, novo álbum do Flaming Lips - e poderia ser de outra banda?? O feto é de goma comestível. Dentro dele está o pen drive com três músicas: “Enthusiasm for life defeats existential fear Part 2”, “Steven’s moonbow” e “Squishy glass”.

Impressionante o que os artistas estão fazendo para vender discos...

9 de ago. de 2011

O irmão do Henfil; a saudade do Seu Madruga; Zagallo 80; o novo álbum do Seu Jorge; Moz interpreta Lou; Van Halen cancelado; e o Queen no Knebworth.



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Hoje foi fácil escolher a música do dia. O difícil foi escolher entre as gravações do João Bosco e da Elis Regina para "O bêbado e a equilibrista". A de Elis é perfeita. Mas optei pela de João Bosco, o autor da canção, ao lado do parceiro Aldir Blanc. Eu disse que foi mole escolher a música hoje porque foi no dia 09 de agosto de 1997 que o Brasil perdeu um de seus maiores heróis: Herbert José de Sousa, ou, simplesmente, Betinho. Ou então, “o irmão do Henfil”.

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No sábado escrevi sobre o aniversário do João Barone, mostro da bateria. E hoje é dia de lembrar outro importante batera do rock brasileiro. Guto Goffi, fundador do Barão Vermelho, nasceu no dia 09 de agosto de 1962. E fica aqui a nossa lembrança.



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Você sabia que hoje faz 23 anos que o ator mexicano Ramón Valdés morreu?? Não? Aliás, você nem sabe quem é esse tal de Ramón Valdés? Trata-se do grande Seu Madruga, ídolo de qualquer um com menos de 35 anos de idade. Engraçado notar que ele tenha morrido há tanto tempo. A sua presença diária nas telas dá a impressão que ele está por aí, vivinho da silva, devendo aluguel ao Seu Barriga, apanhando da Dona Florinda, dando cascudos no Chaves e beliscões no Kiko. Não sei se é só impressão. De repente, ele está vivo mesmo...





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Falando agora de rock n’ roll, é hora de lembrar do grande Jerry Garcia, guitarrista, vocalista e líder do Grateful Dead. Jerry Garcia foi um dos maiores doidões da história do rock. Pena ele não ter tido a mesma sorte de um Keith Richards ou um Ozzy Osbourne. Jerry faleceu no dia 09 de agosto de 1995, na Califórnia, vítima de uma ataque cardíaco.



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Do rock para o futebol, agora é hora de falar do Zagallo, um dos futebolistas mais vencedores em todos os tempos. O currículo é de dar inveja mesmo. Foram quatro Copas do Mundo (duas como jogador, uma como técnico e outra como coordenador técnico), e diversos títulos no Botafogo e no Flamengo. Zagallo faz 80 anos hoje. Ele nasceu num dia 13. Mas nasceu em 1931, ou seja, 13 ao contrário. Abaixo, um vídeo de uma das suas grandes conquistas.



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Cá pra nós, quando o Zagallo era técnico da seleção brasileira, as coisas eram bem mais divertidas...



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Não é mesmo, Mano Menezes??

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Quando é lançado algum disco novo do Seu Jorge, a gente nunca sabe o que vem. Seria algo mais popular, como "América Brasil" (2007)? Ou algo menos palatável, como o disco "Cru", de 2004? Só pelo título deste seu novo trabalho ("Músicas para churrasco - Vol. 1"), já dá para imaginar que Seu Jorge ressurge pop. Talvez mais pop do que nunca. As letras, crônicas do cotidiano que qualquer pessoa vai se identificar, são simples e fáceis. Ou seja, numa segunda audição, já dá para cantarolar. É fácil, tudo meio que no estilo “A doida vazou, a doida vazou / Nem quis meu amor, nem quis meu amor.” A sonoridade, puxada para o samba e o samba-rock, também desce bem, embora, em alguns momentos, possa soar um pouco repetitiva. No final, a impressão que fica é que todas as músicas foram compostas para se transformarem em hits instantâneos. E isso não é um elogio, tampouco uma crítica, mas apenas uma contastação. Pelo menos para um churrascão de domingo, esse "Músicas para churrasco - Vol. 1" é uma boa indicação. Sem efeitos colaterais.



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A dupla francesa Justice apresentou uma música nova, em primeira mão, durante o seu show em Los Angeles, nesse fim de semana. A faixa se chama “Audio, video, disco” e me pareceu ser bem boa, apesar da qualidade mais ou menos do vídeo disponível no YouTube:



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Ah, vocês viram o Morrissey interpretando “Sattelite of Love”, do Lou Reed, no show de anteontem, na Brixton Academy, em Londres??



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O cantor Cee-Lo Green também aproveitou para lançar o seu novo videoclipe, “Cry baby”. Eu achei legal, bem no espírito da música. Veja aí o que você acha...



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O pessoal do MGMT se superou em um show realizado também nesse fim de semana, na Califórnia. Antes de a banda começar a tocar, o vocalista James Richardson pediu para que a plateia jogasse o sapato do pé esquerdo no palco. “Uma grande ideia.” Dá uma olhada no que aconteceu:



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Uma das bandas que mais me perguntam a respeito no twitter é o Van Halen. “E aí? Volta ou não volta??” Chego a ficar impressionado e comovido com essa movimentação, até mesmo porque muitas das pessoas que me perguntam certamente nem eram nascidas quando o conjunto lançou o album “1984”, aquele que tem “Jump” e “Panama”. Estava (quase) tudo certo para a banda voltar à ativa, durante um festival marcado em cidades da Austrália, no final do próximo mês. Só que o tal festival foi cancelado porque os seus organizadores não conseguiram contratar uma banda de abertura para o Van Halen. No mínimo, muito mal contada essa história. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos... O Van Halen não se apresenta fora dos Estados Unidos desde 1998.

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E para terminar o dia com mais uma boa lembrança, hoje faz 25 anos que o Queen subiu ao palco pela última vez com a sua formação original, ou seja, com Freddie Mercury nos vocais. A apresentação aconteceu no Knebworth Park e, infelizmente, não existe registro profissional do show gravado em vídeo.


8 de ago. de 2011

The Edge cinquentão; Dustin Hoffman setenta e quatrão; Ben Harper e um dos piores discos do ano; o novo do Kassin; e Queen para ouvir na ilha deserta.



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Para começar mais uma semana, só com música boa mesmo. E hoje eu escolhi “Layla”, do Eric Clapton, que, em outubro, volta ao Brasil para alguns shows. Eu estava dando uma olhada no set list dessa nova turnê e fiquei decepcionado, porque “Layla” aparece naquela versão acústica que ele gravou no “Unplugged MTV”. Ela é bacana, mas nada supera a original. Até mesmo porque aquele coda sensacional no piano ficou de fora da versão acústica.

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Taí, acho que “Layla” tem o coda mais bonito da história do rock. Né??

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Com a missão cumprida da “360º tour”, hoje, The Edge deve estar comemorando tranquilamente o seu aniversário de 50 anos. No último sábado, escrevi aqui no blog sobre o CD e o musical “Spider-Man – Turn off the dark”. Disse que é um musical tipicamente U2, por conta dos riffs de guitarra que são tão característicos a The Edge. O difícil é citar qual a minha música predileta do U2. Mas se eu tiver que citar qual é a participação mais importante do The Edge em uma música do U2, não teria dúvidas em arriscar essa aqui:



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No dia 08 de agosto de 1975, o gigante do jazz Cannonball Adderley passava dessa pra melhor. O saxofonista tocou com os mais importantes músicos de jazz (Milt Jackson, Miles Davis, Sarah Vaughan, Jon Hendricks, Oscar Peterson...) e manteve por vinte anos o seu próprio grupo.



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Abro um parêntese aqui para homenagear o melhor ator do mundo: Dustin Hoffman. Hoje ele faz 74 anos. Volta e meia eu cito aqui no blog o filme “A primeira noite de um homem”, uma das minhas obsessões cinematográficas. (Eu também sou uma flor de obsessão, vocês já devem ter sacado...) Mas hoje, eu vou dar uma variada...



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Plastics”??



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Do cinema para o esporte. E hoje não vou falar de futebol, mas de tênis. Isso porque o tenista Roger Federer completa 30 anos. Bom, na briga Federer x Nadal, eu fico com o espanhol. Mas vamos admitir que o Federer, se não chega a ser um Ivan Lendl (the best), é um puta tenista.



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Quando o Ben Harper se desligou da banda Innocent Criminals para gravar o álbum “White lies for dark times”, ao lado da Relentless7, muita gente torceu o nariz. A sonoridade de Ben Harper estava absolutamente ligada ao de sua antiga banda. Então, ficou aquela pergunta: “O que é que vem?” Veio um excelente disco, que ainda originou uma boa turnê, registrada no combo CD/DVD “Live from the Montreal International Jazz Festival”. De minha parte, comecei a achar o trabalho do Ben Harper com a Relentless7 superior aos discos gravados com a Innocent Criminals. Por isso, estava bem curioso com relação à “Give till it’s gone”, segundo álbum de estúdio que a Relentless7 acompanha o cantor. E eu vou dizer que a decepção não foi pequena não. “Give till it’s gone” é, de longe, o pior disco da carreira de Ben Harper. As músicas são fracas, a sonoridade é anêmica, e o álbum é sem pé nem cabeça. Juro que chega a doer no coração escrever isso. Mas é a verdade. Antes de ouvir o CD, li muitas críticas negativas sobre o álbum, tanto no Brasil, quanto na Inglaterra e nos Estados Unidos. Achei que pudesse ser uma “perseguição” ou algo do tipo. Mas não. “Give till it’s gone” é ruim mesmo. Nem mesmo algumas faixas melhorzinhas, como “Don’t give up on me now” e “Feel love” conseguem salvar alguma coisa. Fica para a próxima, Ben.



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A BBC Radio realizou uma enquete no sentido “qual gravação você levaria para uma ilha deserta”. A campeã foi “The lark ascending”, do compositor classic Ralph Vaughan Williams. Aliás, a música clássica imperou na lista. Em segundo e terceiro lugar ficaram, respectivamente, Edward Elgar (“Enigma variations”) e Ludwig van Beethoven (a sua nona sinfonia). Mas você imagina quem chegou na quarta colocação??



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A relação completa da BBC está aqui.

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A quem interessar possa, a Björk liberou mais uma faixa de seu novo álbum. “Virus” estará no álbum “Biophilia”, que chegará às lojas no dia 27 de setembro.



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Quem também liberou novidades na rede foi o compositor Kassin. “Sonhando devagar”, o seu novo álbum, que será lançado no dia 24 de agosto, em show no Centro Cultural Solar Botafogo, no Rio de Janeiro, já pode ser ouvido em streaming aqui. Está descendo muito bem.

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A grande notícia do dia foi o anúncio do lançamento do álbum solo de Brett Anderson, o gênio do Suede. “Black rainbows” (capa acima) sairá no dia 26 de setembro. De acordo com o compositor, o disco é “agitado, barulhento e dinâmico. Guitarras elétricas, baixo, bateria e vocais – sem tocadores de flauta, sem cordas, sem truques, apenas paixão.” O primeiro single, “Brittle heart”, está previsto para ser lançado em 15 de agosto.