Foram 16 anos sem lançar um disco de canções inéditas. Mas a espera valeu a pena. “Funplex”, novo trabalho do The B-52’s já pode ser considerado tranqüilamente um dos melhores discos de música pop internacional lançado em 2008.O som datado da ‘new wave’ do início dos anos 80 se renovou de maneira surpreendente neste disco. E a mistura de rock e punk com a própria ‘new wave’, que o B-52’s sempre fez de maneira inteligente no final dos anos 70 e início dos 80, está latente neste final desta primeira década do terceiro milênio. Só que agora com uma sonorização moderna que, pode-se dizer, está bem à frente de nosso tempo. E isso sem contar com aquelas letras longas e divertidíssimas que sempre caracterizaram as suas músicas. Como bem disse o vocalista Fred Schenider, “‘Funplex’ soa como nós, renovados. É B-52’s hoje, ou 15 anos a partir de agora”.
A banda de Geórgia – conterrânea do R.E.M. – atravessou um período não muito agradável nos últimos anos. Após a morte do guitarrista Rick Wilson (irmão da vocalista Cindy Wilson) em 1985, a banda lançou apenas mais um disco de inéditas. “Good Stuff” foi gravado em 1992, sem a presença de Cindy, e deixou muito a desejar. A impressão que passou foi a de que a banda chegara realmente ao seu fim. Mas, após um hiato de 16 anos – o B-52’s lançou apenas duas canções inéditas, e bem fracas, neste período, na coletânea “Time Capsule: Songs For a Future Generation” (1998) – “Funplex” é uma das maiores surpresas da música pop nos últimos anos.
Nele, o quarteto formado pelos vocalistas Fred Schneider, Kate Pierson e Cindy Wilson e o guitarrista e arranjador Keith Strickland, faz jus ao título de “the world’s greatest party band”. Para comprovar isso, basta ouvir a deliciosa e pulsante “Hot Corner” e a excelente “Too Much To Think About”, com aqueles vocais cômicos de Schneider, que são uma das marcas registradas do grupo de Geórgia.
“Funplex” teve a produção de Steve Osborne, o mesmo responsável pelo renascimento artístico do New Order, com o ótimo disco “Get Ready” (1992). Parece que tirar artistas praticamente do limbo e colocar sob os mais luminosos holofotes é uma especialidade de Osborne. E, assim como no disco do New Order, o produtor soube imprimir à sonoridade tradicional do B-52’s a modernidade, com batidas eletrônicas modernas e afins. Ou seja, não poderia ser melhor: quem é fã das antigas do B-52’s vai apreciar esse trabalho do mesmo modo que a pessoa que está conhecendo a banda agora.
Em suma, “Funplex” é diversão garantida. Pode apostar no escuro. Faixas como “Pump”, “Ultraviolet”, “Dancing Now” e “Love In The Year 3000” são capazes de garantir qualquer festa madrugada adentro.
Cotação: *****
Sensacional seu comentário, não por ter falado bem do B52s, mas por estar ciente da história da banda, que faz um som inimitável.
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